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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA E DEFESA DE DIREITOS HUMANOS
ANDREIA PEREIRA FREITAS
A TARIFAÇÃO DO DANO EXTRAPATRIMONIAL NO ÂMBITO DO DIREITO DO TRABALHO: UMA ANÁLISE SOB A PERSPECTIVA DA INCONSTITUCIONALIDADE
BOA VISTA - RR 2017�
ANDREIA PEREIRA FREITAS
A TARIFAÇÃO DO DANO EXTRAPATRIMONIAL NO ÂMBITO DO DIREITO DO TRABALHO: UMA ANÁLISE SOB A PERSPECTIVA DA INCONSTITUCIONALIDADE
Monografia apresentada como pré-requisito para conclusão do Curso de Bacharelado em Direito da Universidade Federal de Roraima – UFRR.
Orientador: Prof. MsC. Raimundo Paulino Cavalcante
BOA VISTA – RR 2017
ANDREIA PEREIRA FREITAS
A TARIFAÇÃO DO DANO EXTRAPATRIMONIAL NO ÂMBITO DO DIREITO DO TRABALHO: UMA ANÁLISE SOB A PERSPECTIVA DA INCONSTITUCIONALIDADE
Monografia apresentada como pré-requisito para a conclusão do Curso de Bacharelado em Direito da Universidade Federal de Roraima – UFRR. Área de concentração: Direito do trabalho. Defendida em 31 de janeiro de 2018.
Prof. MsC. Raimundo Paulino Cavalcante Filho
Orientador/Curso de Direito - UFRR
_______________________________________________________________
Prof.ª MsC. Isete Evangelista Albuquerque 
Membro da banca/Curso de Direito - UFRR
_______________________________________________________________
Prof.ª MsC. Lívia Dutra Barreto
Membro da banca/Curso de Direito - UFRR
A toda minha família, 
que sempre acreditou em mim. 
Em especial, à minha avó, Alcemira Luísa
 e ao meu pai, Evaldo Freitas, os quais foram fundamentais durante a minha caminhada. 
�
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pela saúde e pelas oportunidades que me foram oferecidas durante a minha vida acadêmica.
À minha família que sempre me deu o suporte necessário para que eu pudesse me dedicar aos estudos. 
Em especial ao meu pai, que é minha referência de trabalho e profissionalismo, por sempre ter me incentivado a estudar, e por ter investido o tempo e os recursos financeiros que pode ao longo de todos esses anos de estudo.
Igualmente destaco os devidos agradecimentos à minha avó, Alcemira Luísa, que sempre me deu estrutura e fez tudo que podia para que eu alcançasse meus objetivos.
Ao meu namorado, João Boanerges, que sempre esteve do meu lado torcendo e me dando grande apoio em todos os momentos que eu precisei. 
Agradeço às amigas, Mariana e Kattarine, pela amizade construída, pelo incentivo e pela importância nessa caminhada, por dividirem comigo o peso da vida acadêmica, amenizando as dificuldades. Assim como a todos aqueles outros colegas de classe que de alguma forma colaboraram comigo.
Aos meus professores que contribuíram, sem sombra de dúvidas, para a construção do meu conhecimento jurídico. Em especial ao meu Professor e Orientador, McS. Raimundo Paulino, por toda colaboração e ensinamentos repassados e pelo excelente direcionamento deste trabalho. E também ao Professor Edival Braga por instigar à elaboração de artigos acadêmicos ao longo da graduação, o que, claramente, contribuiu na construção desta monografia. 
Ao meu orientador de estágio, Márcio Deodato, pela oportunidade e contribuição na minha formação profissional. 
E a todos aqueles que não citei, mas que contribuíram de alguma forma para que eu concluísse esta etapa da minha vida. �
“A justiça pode irritar-se porque é precária. A verdade não se impacienta, porque é eterna. Não somos uma nação em estado de diligência. Carecemos de boa administração, firme e íntegra, circunspeta e audaz. Se os fracos não tem a força das armas, que se armem com a força do seu direito, com a afirmação do seu direito, entregando-se por ele a todos os sacrifícios necessários para que o mundo não lhes desconheça o caráter de entidades dignas de existência na comunhão internacional.”
(Rui Barbosa)
RESUMO
A presente monografia objetiva analisar a tarifação do dano extrapatrimonial no Direito do Trabalho, inserida na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), pela Lei n.13.467/2017 (Reforma Trabalhista), sob a perspectiva da ordem constitucional vigente, demonstrando a inconstitucionalidade da inovação. A inserção do “Título II – A: Do dano Extrapatrimonial”, artigos 223-A ao 223-G na CLT, estabeleceu parâmetros e limites questionáveis para as indenizações decorrentes, mesmo após a edição da MP n. 808/2017. A relevância dos danos extrapatrimoniais nas relações trabalhistas, dado que são direitos fundamentais da pessoa humana e a frequência com que figuram nas lides, justifica o estudo dessa alteração da CLT. Além disso, todos os aspectos que relacionados com a polêmica Reforma Trabalhista possuem relevância e devem ser debatidos, visto que é tema de interesse para a maior parte da população brasileira, que é empregada do setor privado. Assim, para a construção deste trabalho acadêmico utilizou-se como metodologia científica as pesquisas bibliográficas, dialética e hipotética dedutiva. Partindo do estudo dos conceitos mais gerais de Reparação Civil por dano extrapatrimonial e da evolução histórica, que teve origem entre os povos civilizados na Antiguidade, bem como sua aplicação ao Direito do Trabalho. Com isso, busca-se aplicar tais conceitos aos dois sistemas de Reparação Civil: o Sistema Aberto e o Tarifário. Sendo aquele utilizado por todos os ramos do Direito, desde a promulgação da Constituição Federal de 1988 (CF/88), até a edição da Lei n. 13.467/2017 (Reforma Trabalhista). Ademais, o Sistema Tarifário foi adotado por diversas leis anteriores à Constituição Federal de 1988, que não foram recepcionadas pela nova ordem constitucional, como a Lei n. 5.250/1967 (Lei de Imprensa). Diante disto, a investigação dos conceitos, historicidade, precedentes, doutrina e jurisprudência, teve o fim de demonstrar a inconstitucionalidade da indenização tarifária e também apresentar contrapontos aos argumentos favoráveis a essa tarifação. O que poderá contribuir para a construção do pensamento acadêmico e embasar futura declaração de inconstitucionalidade dos referidos dispositivos da Lei n. 13.467/2017 que estão sendo discutidos na ADI n. 5870, pois fere, dentre outros aspectos constitucionais, os arts. 5º e 7º da CF/88. 
Palavras-chave: Dano Extrapatrimonial; Reforma Trabalhista; Tarifação; Indenizações; Inconstitucionalidade.
ABSTRACT
His undergraduate thesis aims to analyze the taxation of extra-legal damages in Labor Law, inserted in the Labor Laws consolidation (CLT), by the Law 13.467/2017 (Labor Reform), under the perspective of the current constitutional order. The insertion of "Title II - A: Extra-Patrimonial Damage", Articles 223-A to 223-G in the CLT, established parameters and questionable limits for the resulting damages. Because of the relevance in labor relations, given that they are fundamental rights of the human being and the frequency with which they appear in the labor issues, it is important to study this CLT alteration. So, it begins the analysis from the more general concepts of civil reparation for extra-patrimonial damage and historical evolution, which originated from civilized peoples since Antiquity, as well as their application to labor law. With that beings said, it seeks to apply such general concepts to the two systems of civil repair: the open system and the rate system. This is the one used by all branches of law, from the enactment of the Federal Constitution of 1988 (CF/88) until the enactment of Law 13.467/2017 (Labor Reform). besides that, the rate system was adopted by several laws prior to the 1988 Federal Constitution, which were not approved by the new constitutional order, such as Law n. 5.250/67 (Press Law).In view of this, it will seek to analyze the issue based on conceptualization, historicity, precedents, doctrine and jurisprudence, with the purpose of demonstrating the unconstitutionality of the indemnification charged, and also present counterpoints to the arguments favorable to this tariff. Also contributeto the construction of academic thinking that may support future declaration of unconstitutionality of said provisions of Law 13.467/2017. Since it hurts, among other constitutional aspects, art. 5º, V and X of CF/88. To do this, a bibliographic, dialectical and hypothetical deductive research was used. 
Keywords: Extra-financial damage; Labor Reform; Pricing; Indemnification; Unconstitutionality.
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
a.c.		Antes de Cristo 
ADI		Ação Direito de Inconstitucionalidade
ADPF		Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
Art.		Artigo
CC/02		Código Civil de 2002
CC/16		Código Civil de 1916
CF/88		Constituição Federal de 1988
CLT		Consolidação das Leis do Trabalho
CPC		Código de Processo Civil
Ed.		Edição
et al.		E outros
incs.		Incisos
Min.		Ministro
MP		Medida Provisória
n. 		Número	
p.		Página
RE		Recurso Extraordinário
REsp		Recurso Especial
RO		Recurso Ordinário
sic 		Indica estranheza ou erro
STF		Supremo Tribunal Federal
STJ 		Superior Tribunal de Justiça 
Súm. 		Súmula	
TST		Tribunal Superior do Trabalho
v.g. 		Verbi gratia (por exemplo) 
vol.		Volume
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO	11
1 DANO EXTRAPATRIMONIAL	13
1.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA REPARAÇÃO CIVIL	13
1.2 INCORPORAÇÃO DOS DANOS EXTRAPATRIMONIAIS AO DIREITO	15
1.2.1 Direito Comparado	15
1.2.2 Incorporação dos danos extrapatrimoniais ao ordenamento jurídico brasileiro	17
1.3 EVOLUÇÃO CONCEITUAL DE DANO EXTRAPATRIMONIAL	18
1.3.1 Espécies de danos extrapatrimoniais 	20
1.3.1.1 Dano moral	20
1.3.1.2 Dano existencial	22
1.3.1.3 Dano estético	23
1.3.1.4 Dano morte	24
1.4 DANO EXTRAPATRIMONIAL DO TRABALHADOR	25
2 SISTEMAS DE REPARAÇÃO DOS DANOS EXTRAPATRIMONIAIS	29
2.1 SISTEMA TARIFÁRIO	29
2.1.1 Histórico de utilização do sistema tarifário no direito brasileiro	31
2.1.1.1 Impossibilidade de tarifação do valor do dano extrapatrimonial	32
2.2 SISTEMA ABERTO	32
2.2.1 Critérios adotados no ordenamento jurídico brasileiro 	33
2.2.1.1 O “critério bifásico” sustentado pelo Min. Do STJ, Paulo de Tarso Sanseverino 	37
2.2.1.2 Na Justiça do Trabalho: precedentes anteriores à reforma trabalhista	38
2.2.1.2.1 Princípio da Intervenção Fática e da Reparação Integral	39
2.3 MODELOS DO DIREITO COMPARADO	42
3 A INCONSTITUCIONALIDADE DA ADOÇÃO DO SISTEMA TARIFÁRIO PELA REFORMA TRABALHISTA (LEI N. 13.467/2017)	44
3.1 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 	44
3.2 DA REFORMA TRABALHISTA: ASPECTOS GERAIS FRENTE À CONSTITUIÇÃO E CRÍTICA AOS SEUS SUPOSTOS FUNDAMENTOS	47
3.3 A INCONSTITUCIONALIDADE DA ADOÇÃO DO SISTEMA TARIFÁRIO NA CLT 	50
3.3.1 Análise dos artigos inseridos pela Lei n. 13.467/2017 (Título II-A da CLT) com base na CF/88	50
3.3.2 Análise da Medida Provisória n. 808/2017 com base na CF/88	56
3.4 PRECEDENTES	58
3.4.1 Precedente do STF: Lei de Imprensa	58
3.4.2 Precedentes do STJ	60
3.5 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE N. 5870. 	61
3.6 PANORAMA GERAL DA INCONSTITUCIONALIDADE	62
3.7 SISTEMA DE PRECEDENTES DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL	66
CONCLUSÃO	69
REFERÊNCIAS	71�
INTRODUÇÃO
A Lei n. 13.467/2017 de iniciativa do atual Presidente da República, Michel Temer, conhecida como Reforma Trabalhista, é defendida por alguns como um marco de modernização e flexibilização a impulsionar a economia e diminuir o desemprego. Por outros, é vista como um grave retrocesso às lutas sociais na obtenção dos direitos trabalhistas. O fato é que contém uma série de alterações polêmicas dos direitos dos trabalhadores, apresentadas em meio ao cenário de crise política e econômica, de modo demasiadamente célere que resultou na necessidade de elaboração da Medida Provisória n. 808/2017 - que alterou diversos dispositivos da referida lei - apenas 03 (três) dias após a o fim da vacatio legis.
Dentre as inúmeras alterações trazidas pela Reforma, reconheceu-se a discussão que gira em torno do questionável ”Título II-A: Do Dano Extrapatrimonial” da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que adotou o Sistema Tarifário de Indenizações. Assim, buscou-se responder se tal alteração é inconstitucional bem como os fundamentos que tornam a tarifação ofensiva aos princípios e regras da Constituição Federal de 1988 (CF/88).
Nessa ótica, a presente monografia teve o objetivo de analisar a tarifação do dano extrapatrimonial no Direito do Trabalho adotado pela Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017) que incorporou o “Título II – A - Do Dano Extrapatrimonial” à CLT frente à ordem constitucional brasileira. Objetivando, especificamente, comprovar a inconstitucionalidade da referida inovação, além de contribuir para a construção do pensamento acadêmico e jurídico que poderá embasar futura declaração de inconstitucionalidade dos 223-A ao 223-G que integram o Título II-A da CLT e que estão sendo discutidos na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 5870.
Além disso, o fundamento desse estudo justifica-se pela atualidade do tema que afeta diretamente o trabalhador brasileiro, que é a grande maioria da população deste país. Ademais, o Direito do Trabalho possui como princípio máximo a proteção do trabalhador, e a Constituição Federal de 1988 institui uma série de princípios como o da isonomia que estão sendo desrespeitados por tais inovações. Portanto é inquestionável a relevância da análise de dispositivos que possam ir de encontro a esses e outros valores tão importantes que sedimentam a ordem constitucional que rege o Brasil.
Partindo da abordagem do problema, a pesquisa foi qualitativa, visto que foi, sobretudo, descritiva, sem a utilização prioritária de estatísticas e cálculos percentuais. Quanto ao método científico, adotaram-se os métodos dedutivo, hipotético-dedutivo e dialético como linhas de raciocínio empregadas na investigação. E no que se refere ao procedimento técnico empregou-se a pesquisa bibliográfica.
Para fins de estudo dessa inovação trabalhista, dividiu-se a obra em três partes, as quais são identificadas sob os respectivos títulos: Dano Extrapatrimonial; Sistemas de Reparação dos Danos Extrapatrimoniais e a Inconstitucionalidade da Adoção do Sistema Tarifário na CLT.
Diante disso, a primeira parte trata da conceituação aprofundada desse tipo de lesão, que pode ser entendida como prejuízos que não atingem o patrimônio da vítima, mas sim, a sua honra, a imagem, a intimidade, entre outros direitos de personalidade, que também constituem direitos e garantias fundamentais. Além disso, é classificado principalmente em danos morais, danos estéticos, danos existenciais e danos por morte. Consoante a doutrina e jurisprudência civilistas, que desenvolveram o presente tema, de forma mais aprofundada. Todavia, é questionável o conceito adotado pela Reforma sobre quais classificações estão sendo adotadas como danos extrapatrimoniais. 
Na segunda parte, buscou-se verificar os modelos para a quantificação das indenizações - que se constituem como a principal dificuldade enfrentada - no ordenamento jurídico pátrio e no Direito comparado. No Brasil, identificam-se os modelos aberto e o tarifário. Este último inserido atualmente pela Reforma Trabalhista, enquanto que no Direito comparado há predominância de modelos baseados em precedentes. 
Por fim, o terceiro capítulo parte da matriz constitucional para analisar ponto a ponto os artigos que compõe esse novo título da Reforma Trabalhista, demonstrando as incongruências e inconstitucionalidades desta inovação. E, ao fim, oferecendo um modelo que melhor se adequa ao ordenamento jurídico brasileiro, no sentido de não submeter-se a um paradigma inconstitucional, bem como procurar soluções às falhas do Sistema Aberto.
1 DANO EXTRAPATRIMONIALOs danos extrapatrimoniais costumam ser definidos de modo intuitivo como os danos não patrimoniais, tendo em vista o significado semântico da palavra extrapatrimonial e o fato de que a sua conceituação não envolve tão somente critérios objetivos. Até porque os danos que envolvem seu conceito extrapolam prejuízos materiais. Dessa forma, para melhor entender este tema é importante à análise da construção histórica deste conceito, até a formação atual.
1.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA REPARAÇÃO CIVIL
	A noção de reparação monetária de danos extrapatrimoniais remonta a antiguidade. A primeira codificação dos povos civilizados que trouxe previsões de reparação dos danos morais por meio de dinheiro, deu-se no Código de Hamurabi, Rei da Babilônia (1792 a 1750 a.c.).
 	No que pese a utilização da Lei de Talião, que consistia na premissa “olho por olho, dente por dente” pelo Código de Hamurabi, havia também previsão de indenização com valor monetário quando seguir a Lei de Talião não devolvesse a coisa lesada ao seu estado anterior - status quo ante. Geralmente essa hipótese era aplicada no caso de danos não patrimoniais, posto que nesses casos a aplicação de uma punição semelhante à agressão traria menos benefícios do que o pagamento de uma indenização.
	Todavia, essa forma de reparação, apesar de ter sido mais bem sistematizada apenas no Código de Hamurabi, encontra correspondência ainda mais antiga, como no Código de Ur Nammu, compilação de leis do antigo povo Sumério, de data anterior ao Código de Hamurabi. Nele já se encontrava uma preocupação com meios alternativos à vingança privada.
	Posteriormente, o Código de Manu - que consistia na legislação do povo indiano com referências a mitologia hinduísta - também continha previsão de reparação monetária pelo causador do dano à vítima.
	Conforme escreve Wilson Melo da Silva (1969, p. 253, apud THEODORO JÚNIOR, 2007, pp. 3-4):
A abordagem ao tema do dano moral, com efeito, já se fazia presente no Código de Hamurabi, na Babilônia, quase 2.000 anos antes de Cristo, onde ao lado da vingança (“olho por olho, dente por dente”), se admitia, também, a reparação da ofensa mediante pagamento de certo valor em dinheiro, permitindo aos estudiosos entrever, nisso, a presença embrionária da ideia que resultou, modernamente na teoria da compensação econômica, satisfatória dos danos extrapatrimoniais. (grifou-se)
	Theodoro Júnior (2007, p. 4) continua a análise, afirmando que:
Também no Código de Manu (Índia), havia pena pecuniária para certos danos extrapatrimoniais, como, por exemplo, a condenação penal injusta. Também em Roma se admitia a reparação por danos à honra, mas, a exemplo dos Códigos de Hamurabi e Manu, a sanção era aplicada a certos fatos, e não genericamente. 
	No direito Romano, também não foi diferente. Desde a Lei das XII Tábuas (452 a.c.) já existia a noção de reparação pecuniária do dano. Mas não importava a procedência da lesão, se patrimonial ou extrapatrimonial. Sendo que, conforme doutrina do referido autor:
A partir da Lei Aquilia (286 a.c.) e principalmente com a legislação de Justiniano, houve uma ampliação no campo da reparabilidade do dano moral. Há, contudo, enorme controvérsia entre os pesquisadores do Direito Romano acerca da extensão de tal ampliação, não sendo poucos os que como GABBA, afirmam ter inexistido, em Roma, a regulamentação do dano moral, cuja reparabilidade teria surgido de fato, como teoria moderna nunca cogitada entre os antigos. (THEODORO JÚNIOR, 2007, p. 4). (grifou-se)
	Apesar da controvérsia, a doutrina majoritária afirma que a compensação econômica do dano moral remonta a antiguidade, conforme explicitado.
	Assim, percebe-se que mesmo nessa época em que as noções de ilícito penal e civil se confundiam, houve o surgimento de conceitos e de soluções as lides que envolviam a reparação de danos por meio de um modelo semelhante ao que se vê atualmente.
	E com o decorrer da história essa noção de dever de reparação de danos para além dos patrimoniais, foi ganhando força à medida que o homem foi se tornando cada vez mais o centro da humanidade, chegando ao ápice quando passaram a integrar a matriz das constituições democráticas contemporânea, por meio do desenvolvimento do constitucionalismo humanitário, adotado pela Constituição Federal do Brasil de 1988 (CF/88). 
Desse modo, questões relacionadas a prejuízos psicológicos e outras questões que não envolvem apenas danos financeiros, ganharam destaque e tornaram-se objeto de estudo.
Por isso, diversos estudiosos dedicaram-se e seguem dedicando-se ao estudo da matéria. Devido a crescente necessidade de análise e de elaboração de conceitos sobre o tema, em razão dos casos concretos e a exigência de estipulação de um valor monetário para essa reparação, o que é a grande dificuldade do tema, visto que se trata de um dano imaterial.
1.2 INCORPORAÇÃO DOS DANOS EXTRAPATRIMONIAIS AO DIREITO 
		Neste tópico será abordada a evolução dos danos patrimoniais dentro dos diplomas jurídicos, primeiramente no Direito Comparado, e em seguida no ordenamento jurídico brasileiro.
1.2.1 Direito Comparado
	Com a superação da exclusividade da vingança privada, para um modelo prioriza os meios alternativos, como a composição, foram surgindo teorias que buscavam definir os contornos dos danos extrapatrimoniais.
	A evolução desse conceito e a sua discussão foi muito importante, em vista da polêmica que envolvia a aceitação do cabimento de indenizações nos casos em que o dano não atingia diretamente bens materiais. Por isso as teorias que se desenvolveram a partir daí podem ser divididas em dois grandes grupos: as que negavam e as que defendiam o cabimento de indenizações.
	Quanto às teorias que negavam a aplicabilidade da reparação nos casos de dano extrapatrimonial, estas utilizavam majoritariamente argumentações que levavam em consideração o caráter subjetivo, indeterminado e incerto da gravidade do dano, e da dificuldade de estipulação de um valor para a respectiva reparação. Conforme declarações de Zulmira Pires de Lima (p. 237, apud REIS, 2008, p. 99):
Teorias negativistas ou contrárias: tal teoria se baseia em oito pontos à objeção a reparabilidade do dano extrapatrimonial: Falta de um efeito penoso durável; A incerteza nesta espécie de danos, de um verdadeiro direito violado; A dificuldade de descobrir a existência do dano; A indeterminação do número de pessoas lesadas; A impossibilidade de uma rigorosa avaliação em dinheiro; A imoralidade de compensar uma dor com dinheiro; O ilimitado poder que se tem que conferir ao juiz; A impossibilidade jurídica de admitir tal reparação.
Além disso, pode-se citar a doutrina de Theodoro Júnior (2007, p.5):
Ao longo da história do direito moderno, revelou-se penosa a elaboração da teoria de uma ampla reparabilidade do dano moral. A mais séria e insistente resistência era a daqueles que negavam a legitimidade moral da atribuição de um preço à dor. Com isso, somente se admitia indenização para lesões extrapatrimoniais quando, para certos e determinados eventos, houvesse prévia e expressa previsão de sanção civil pecuniária (numerus clausus). (grifou-se)
Posteriormente, tem-se uma teoria intermediária, mista ou eclética que admitia a reparação monetária dos danos em algumas hipóteses, a seguir detalhadas:
Podemos citar três teorias principais: A que só admite a indenização dos danos extrapatrimoniais quando estes forem causa eficiente de dano material; A que só admite a indenização dos danos extrapatrimoniais quando originados de delito criminal; Aquela que só admite a indenização em caso de ofensa a determinados interesses. (MENDONÇA, 1938, p. 450)
Por último, cite-se a corrente favorável ao ressarcimento do dano extrapatrimonial. Um dos motivos dessa mudança de concepção fora a descoberta dos direitos de personalidade, o que aumentou a importância dos direitos da pessoa humana e a posição de destaque. (THEODORO JÚNIOR, 2007)
Como precursores dessa teoria, há os Códigos Civis da França, Suíça,Portugal e Argentina, conforme se extrai da seguinte transcrição doutrinária:
A França em seu Código Civil, no art. 1382, cita, in verbis: “Tout gait quelconque de l’homme, que cause à autrui um dommage, oblige celui par la faute duquel il est arrivé, á lê réparer”. Portanto, “Todo ato ilícito de qualquer pessoa, que cause dano à terceiro, obriga este a reparar o ato ilícito praticado”. Esse artigo é amplo, abrangendo a totalidade dos bens materiais e imateriais que sejam objeto de lesão de direitos. Podemos interpretar o termo “dommage” como sendo sem nenhuma limitação. Na Suíça, o art. 41 do Código Suíço da Obrigações dispõe: “Aquele que causa, de modo ilícito, um dano a outrem, seja intencionalmente, seja por negligência ou imprudência, é obrigado a repará-lo. Obriga-se igualmente quem, de modo contrário aos bons costumes, causar a outrem, deliberadamente, um prejuízo”. Em Portugal, o antigo Código Civil dispunha no art. 2.361 que: “Tôdo aquêle que viola ou ofende os direitos de outrem constitui-se na obrigação de indemnizar o lesado por todos os prejuízos que lhe causa”. Portanto não menciona de forma expressa a reparabilidade dos danos extrapatrimoniais. Assim, coube a doutrina consolidar a tese da admissibilidade, no art. 496 (Danos não patrimoniais) – 1. “Na fixação da indenização deve atender-se aos danos não patrimoniais que, pela sua gravidade, mereçam tutela do direito [...]. O Código Argentino em seu art. 1.078, prevê: “Se el hecho fuese um delito del derecho criminal, la obligacion que de el nasce no solo compreende la indemización de perdidas e interesses, sino também del agravio moral que el delito hubiese hecho sufrir a la persona, molestando le em su integridade personal, o em el groce de sus bienes, o hiriendo sus afecciones legitimas”. (REIS, 2008, p.49)
Assim, observa-se que a teoria negativista foi superada pelo fato de que apesar das dificuldades e incertezas que envolvem a delimitação do alcance dos danos extrapatrimoniais, bem como do valor da indenização, não se pode negar a existência de um dano efetivo nessas situações. Pois, muito embora uma agressão verbal, v.g, não deixe vestígios materiais, por vezes pode trazer prejuízos severos que se perpetuam no tempo, para além de danos materiais.
Ademais, atualmente, o fato é que são raros os países que não admitem a reparação dos danos extrapatrimoniais em seu ordenamento jurídico, tendo sido superada tal discussão. Mostram-se como exemplos dessa exceção a Rússia, a China e a Hungria, o que muito se relaciona ao regime comunista que deixou vestígios nesses países.
1.2.2 Incorporação dos danos extrapatrimoniais ao ordenamento jurídico brasileiro 
Antes mesmo da elaboração do Código Civil Brasileiro de 2002, a Consolidação das Leis Civis Brasileiras de 1889 deu início a normatização da reparação dos danos extrapatrimoniais por meio de indenização no Brasil. A referida consolidação foi feita por encomenda do Imperador D. Pedro II, pelo jurisconsulto do império Augusto Teixeira de Freitas. (REIS, 2008)
Durante a elaboração do Código Civil de 1916, conforme Reis (2008) ainda permanecia a discussão acerca de possibilidade ou não de reparação dos danos extrapatrimoniais. Por tal motivo acredita-se ter havido certa omissão sobre o tema, tendo em vista que o responsável pela elaboração do projeto – Clóvis Beviláqua – não tinha uma posição concreta sobre o tema.
Todavia, buscava-se a aceitação do ressarcimento dos danos extrapatrimoniais, fazendo-se entender que a regra geral estabelecida pelo Código Civil é a indenização do dano, seja ele patrimonial ou moral, conforme se extrai da seguinte passagem doutrinária:
Entre nós, embora sem maior explicitude acerca dos direitos da personalidade, a doutrina majoritária defendia a tese de que o art. 159 do Código Civil (de 1916), ao disciplinar a responsabilidade civil aquiliana e ao mencionar a reparabilidade de qualquer dano, estaria incluindo, em sua sanção, tanto o dano material como o moral. A jurisprudência, todavia, vacilava e predominava a corrente que negava a reparabilidade do dano moral fora das hipóteses explicitamente enumeradas em texto de lei. (THEODORO JÚNIOR, 2007, p.5)
Neste cenário, vários buscaram as mais variadas interpretações nos dispositivos do Estatuto Civil, argumentando o fundamento legal da satisfação dos danos extrapatrimoniais. Alguns se fundamentavam no art. 76 do antigo Código Civil de 1916� “Para propor, ou contestar uma ação é necessário ter legítimo interesse econômico, ou moral”, outros, no art. 159: “Aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano”.
Contudo, após a promulgação da Constituição Federal de 1988�, toda a discussão acerca do cabimento ou não da reparação civil tornou-se vazia, tendo em vista que o art. 5 º, incs. V e X, dispõem:
Art. 5º, inciso V: “é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou a imagem”. [...] Inciso X: “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
Posteriormente a isso, com a entrada em vigor do Código Civil de 2002�, o art. 927, bem como os arts. 186 e 187 impuseram maior efetividade ao comando constitucional, à medida que estipulam o dever de indenizar, inclusive nos casos de dano exclusivamente moral. 
	Nas palavras de Theodoro Junior (2007, p.5) “Hoje, então, está solidamente assentada à ampla e unitária teoria da reparação de todo e qualquer dano civil, ocorra ele no plano do patrimônio ou na esfera da personalidade da vítima”.
1.3. EVOLUÇÃO CONCEITUAL DE DANO EXTRAPATRIMONIAL
Primeiramente cumpre esclarecer a polêmica que envolve os termos danos extrapatrimoniais e danos morais. Por vezes ambos os termos são utilizados como sinônimos. Todavia há quem negue a semelhança, visto que os danos extrapatrimoniais são o gênero do qual os danos morais são uma espécie, assim como os danos estéticos, a guisa de exemplo. Ressalte-se que tal questão será aprofundada em tópico ulterior (2.3.1.1) que conceituará de forma detalhada o dano moral.
No que se refere ao conceito propriamente dito do que sejam danos extrapatrimoniais, à margem da discussão primeira que envolvia a aceitação ou não da sua reparação, partir-se-á a análise das teorias que o conceituam.
A definição tradicional parte de conceitos negativos. Neste sentido, “dano moral seria todo dano não patrimonial, todo sofrimento humano que não é causado por uma perda pecuniária e que gerava dor, sofrimento, frustração, tristeza, etc. Esta noção remonta aos estudos de René Savatier, na década de 40 do Século XX” (SAVATIER, 1951, apud MORAES, 2003, p. 151).
Tal teoria é intuitiva, parte da semântica da palavra extrapatrimonial, tendo em vista que é algo que extrapola o patrimônio. Todavia, tal conceito é por demais amplo e não explica de fato o que é o dano, tendo em vista que é uma definição residual.
Posteriormente manifesta-se outra ideologia, através das obras de diversos autores, como José de Aguiar Dias, Caio Mário da Silva Pereira, Sílvio Rodrigues e Maria Helena Diniz:
“Para estes autores, a distinção não decorreria da natureza do direito lesado, mas da repercussão da lesão sobre a vítima. O dano moral seria o efeito patrimonial causado em decorrência da lesão a um direito, bem ou interesse, e não a própria lesão abstratamente considerada” (BATISTA, 2014, p. 151).
O caráter negativista destas teorias é justamente o que se crítica em ambas, pois não formulam conceitos descritivos.
O último e contemporâneo conceito de dano moral concebe que ‘’seriam danos morais, assim, quaisquer lesões à pessoa, à dignidade humana e a direitos da personalidade”, sendo citados como autores que defendem esta tese Maria Celina Bodin de Moraes, Sérgio Cavalieri Filho e Paulo Luiz Netto Lôbo. (BATISTA, 2014, p. 152)
Logo, em consonância com o conceito atual,o dano moral, entendido pelos autores aqui citados como sinônimo de dano extrapatrimonial, passa a ser, além de dor e sofrimento psicológico como era defendido pelos conceitos anteriores, as ofensas aos direitos de personalidade. Consequentemente adequando-se ao conceito, os danos estéticos, danos psíquicos, danos biológicos, danos à imagem, uso indevido do nome, danos à intimidade ou privacidade, direito ao esquecimento, danos existenciais, danos à esfera sexual etc.
Contudo, a Reforma Trabalhista, Lei n. 13.467/2017� ao inserir os arts. 223-A ao 223-G que compõe o “Título II-A: Do Dano Extrapatrimonial”, adotou um conceito minoritário e restritivo no art. 223-B: “Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são as titulares exclusivas do direito à reparação”.
Não obstante, esse não é o conceito adotado pela doutrina e jurisprudência majoritárias, como será demonstrado.
1.3.1 Espécies de danos extrapatrimoniais
	Antes de iniciar a análise das espécies de danos extrapatrimoniais, mostra-se importante esclarecer que serão objetos de análise exclusivamente as espécies mais relevantes, porquanto existem na doutrina diversos tipos de danos extrapatrimoniais abordados pelos mais variados autores, o que se tornaria exaustiva a pesquisa, além da possibilidade de evasão da temática objeto de estudo.
1.3.1.1 Dano moral
O dano moral, via de regra, é concebido pela doutrina nacional como o resultante de lesões que afetem a honra subjetiva ou objetiva do ser humano, por isso, é considerado uma espécie de dano extrapatrimonial. A título de exemplo, podem ser citados os danos decorrentes de ofensas, de uma má prestação de um serviço consumerista que provoque uma situação de desgaste emocional muito grande e na seara trabalhista os casos de assédio moral. Nesse sentido, traz-se à colação a seguinte doutrina:
Atualmente, tem-se por dano moral a lesão de direitos da personalidade todo e qualquer atributo que individualize cada pessoa, independentemente do prejuízo material causado. O dano é ainda considerado moral, quando deste repercutem sentimentos negativos no âmbito sociocultural no qual o sujeito está inserido. (REIS, 2008, p.78) 
	Há, ainda, quem diferencie o dano moral do dano psíquico:
O dano psíquico em muito se diferencia do dano moral, sendo que este implica uma atitude consciente do sujeito que lhe permite ter a percepção pessoal do prejuízo e do sofrimento; em contrapartida, o dano psíquico é uma consequência traumática que transborda a tolerância do sujeito, que se instaura a nível inconsciente pela desorganização de seus mecanismos de defesa e pela incapacidade de responder a ele podendo se manter por tempo indeterminado, podendo ser irreversível. (REIS, 2008, p.77). (grifou-se)
	Assim, o dano moral é um abalo na estrutura emocional do indivíduo, ou mesmo na forma como a sociedade enxerga essa pessoa. Consequentemente, nos diferentes níveis de gravidade, pode gerar uma série de prejuízos, inclusive financeiros, para o agredido. Nas palavras de Theodoro Junior (2007, p.2):
De maneira mais ampla, pode-se afirmar que são danos morais os ocorridos na esfera da subjetividade, ou no plano valorativo da pessoa na sociedade, alcançando os aspectos mais íntimos da personalidade humana (“o da intimidade e da consideração pessoal”), ou o da própria valoração da pessoa no meio em que vive e atua (“o da reputação ou o da consideração social”).
	Ressalte-se, ainda, que os aspectos psicológicos estão diretamente ligados com a saúde. Assim, um abalo muito forte pode comprometer a saúde mental de uma pessoa, demandando tratamentos médicos e, portanto, gerando de alguma forma um prejuízo financeiro. Nesta linha, oportuna a transcrição do seguinte aresto:
EMBARGO DE DECLARAÇÃO EM SEDE DE RECURSO DE REVISTA. Dano moral. Invalidez permanente. A classe dos direitos da personalidade é composta por aqueles direitos que constituem o mínimo necessário e indispensável ao conteúdo da personalidade e existentes desde o nascimento. [...]. Por outras palavras, existem certos direitos sem os quais a personalidade restaria uma susceptibilidade completamente irrealizada, privada de todo o valor concreto: direitos sem os quais todos os outros direitos subjetivos perderiam todo o interesse para o indivíduo. O que equivale a dizer que, se eles não existissem, a pessoa não existiria como tal. A honra é, ao mesmo tempo, direito fundamental e direito da personalidade. Fundamenta-se no princípio da dignidade da pessoa humana, uma vez que é um atributo inerente a qualquer pessoa e o seu conteúdo refere-se tanto à honra objetiva (dignidade da pessoa humana refletida na consideração dos outros a respeito de si mesmo) e a honra subjetiva (dignidade da pessoa humana refletida no conceito que a própria pessoa faz de si). A incapacidade para o trabalho (fl. 286) e os sentimentos descritos pelo reclamante, tais como a tristeza e a dor, são constrangimentos que configuram violação à honra subjetiva. E a violação à honra subjetiva configura dano moral. Para Savatier, dano moral é qualquer sofrimento humano que não é causado por um a perda pecuniária, e abrange todo atentado à reputação da vítima, à sua autoridade legitima, ao seu pudor, à sua segurança e tranquilidade, ao seu amor próprio estético, à integridade de sua inteligência, a suas afeições, etc. (traité de la responsabilité civile, vol. II, nº 525, in Caio Mario da Silva Pereira, responsabilidade civil, editora forense, RJ, 1989) (....). Além disso, Constituição da República elegeu o valor social do trabalho e a dignidade da pessoa humana como fundamentos e a construção de uma sociedade livre, justa e solidária como um de seus objetivos. [...].�
Diante do exposto, pode-se conceituar sinteticamente dano moral como:
[...] toda forma de dano que ofende ou lesa a vítima em sua esfera ética, cultural e de valores socialmente absorvidos por ele. Portando, trata-se de dano a ser averiguado individualmente, tendo por base as condições acima descritas de conteúdo de vida da vítima do dano perante o meio social em que está inserido. (REIS, 2008, p. 69)
1.3.1.2 Dano existencial
	O dano existencial consiste no resultado de qualquer dano que ocasione prejuízo à qualidade de vida da vítima, acarretando mudanças no modo de vida, nas relações, entre outros projetos de vida, de modo negativo, seja permanente ou temporariamente. Apesar da semelhança, não deve ser confundido com outras espécies de danos, como o moral e o biológico, pois ele lesiona, v. g., os sonhos, objetivos e convívio familiar.
Destaca-se que não são todos os danos à existência da pessoa que podem ser considerados como sendo danos existenciais, devendo ser respeitados os princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Nesse sentido, veja-se:
Observa-se que o dano existencial se caracteriza pela privação injusta do indivíduo de realizar projetos que normalmente faria, como praticar esportes; praticar exercícios físicos, dedicar-se aos estudos; manter uma vida em família; ter uma vida sexual ativa. [...] Por exemplo, não pode ser considerado dano existencial a frustação de um projeto de um indivíduo de ir morar em Mate ou o impedimento de ele se relacionar com alguém que já morreu. Para aferição do dano é necessário pautar-se princípio da razoabilidade e proporcionalidade. (OLIVEIRA, 2015, p. 18)
Importante salientar que a teoria do dano existencial deriva do direito italiano, sendo importado para o Brasil por meio da obra de Flaviana Rampazzo Soares, que conceituou os danos extrapatrimoniais da seguinte forma:
O dano existencial é a lesão ao complexo de relações que auxiliam no desenvolvimento normal da personalidade do sujeito, abrangendo a ordem pessoal ou a ordem social. É uma afetação negativa, total ou parcial, permanente ou temporária, seja a uma atividade, seja a um conjunto de atividades que a vítima do dano, normalmente, tinha como incorporado ao seu cotidiano e que, emrazão do efeito lesivo, precisou modificar em sua forma de realização, ou mesmo suprimir de sua rotina. O dano existencial se consubstancia como visto, na alteração relevante da qualidade de vida, vale dizer, em um ter que agir de outra forma ou em um não poder mais fazer como antes, suscetível de repercutir, de maneira consistente, e quiçá, permanente sobre a existência da pessoa. Significa, ainda uma limitação prejudicial, qualitativa e quantitativa, que a pessoa sofre em suas atividades cotidianas. Isso vale tanto para pessoas físicas como para jurídicas. [...] O dano existencial acarreta um sacrifício nas atividades realizadoras da pessoa, ocasionando uma mudança na relação da pessoa com o que a circunda. (SOARES, 2009, p. 44-45).
No que se refere aos elementos do dano existencial apresentam-se o projeto de vida e a vida de relações. O primeiro consiste em um plano que uma pessoa decide executar na vida, já o segundo consiste nos diversos prazeres propiciados pelas variadas formas de atividades recreativas e extralaborativas, como a prática de esportes e o turismo. Em suma, o dano à vida de relação impede ou prejudica o seu relacionamento social e profissional, e com terceiros de modo geral. (ALVARENGA e BOUCINHAS FILHO, 2013).
1.3.1.3 Dano estético
	Os danos estéticos são entendidos como uma ofensa à aparência física da vítima. Ademais para a caracterização desta modalidade de dano extrapatrimonial deve ser levado em consideração aspectos pessoais da vítima, como o estilo de vida, profissão, idade e sexo, como se extrai da seguinte passagem doutrinária:
Para um lutador de boxe, uma cicatriz em sua face ou outro local de menor destaque, não será considerado dano estético, e muito menos consequência para dano moral. Pelo contrário, irá engrandecer sua fama e marcar sua profissão. Já na vida de uma modelo, tal cicatriz irá não somente prejudicar sua vida profissional como fatalmente gerar lhe um dano moral (dependo da causa do dano), como também um dano psíquico de grande intensidade. (REIS, 2008, p. 67). 
	Sobre o tema, pode-se esclarecer ainda que se a mesma lesão do exemplar anterior fosse ocasionada em uma mulher que exercesse uma profissão que não estivesse ligada diretamente com a beleza - a exemplo de uma professora, ou uma contadora -, também iria configurar danos estéticos, pois a lesão não lhe traria nenhuma espécie de benefício, como no caso do lutador de boxe, ao revés causaria no mínimo malefícios à autoestima.
Além do mais, o fato de que por vezes os danos estéticos geram danos materiais – v. g., como decorrência da tentativa de amenizar os referidos danos, devido à necessidade de cirurgias para a correção - não desnatura a natureza de dano autônomo dos danos morais e materiais. (REIS, 2008).
1.3.1.4 Dano morte
	O dano morte é aquele prejuízo sofrido diretamente pela vítima e o dano por ricochete é o sofrido por terceiros (parentes ou não) em decorrência da morte da vítima. (REIS, 2008, p. 57).
	Este dano não se constitui por todos os resultados decorrentes da morte, como as despesas com velório e enterro, que são danos materiais.
	Os danos decorrentes da morte são mais fáceis de serem vislumbrados em relação aos herdeiros do falecido, pois estes sofrem diretamente com a perda de um ente querido. Tal sofrimento por si só é grandioso e muitas vezes o falecido deixa dependentes financeiros, que irão ser ainda mais prejudicados com a morte daquele indivíduo.
	A pessoa que morre em decorrência de um ato ilícito, perde a oportunidade de viver, o que gera um dano extrapatrimonial de grande proporção. Dessa forma há quem entenda que isso é suficiente para constituir um dever de indenização autônomo, diferente do dever de indenização por ricochete, que é devido às pessoas atingidas pela morte daquele indivíduo, conforme abaixo explicitado:
O dano morte, apesar de ser um dano próprio, pela particularidade de a vítima não mais existir, poderá ser demandado por terceiro, pois, se o dano morte estabelece o dever de indenizar, logo, essa indenização irá se incorporar ao patrimônio da vítima e, por sucessão, poderá ser demandado por seus herdeiros. Existe também a possibilidade de cumulação objetiva, podendo o dano morte ser demandado pelo sucessor da vítima, que também poderá demandar conjuntamente o dano sofrido por ricochete, que é o da dor do terceiro em consequência da morte da vítima. (REIS, 2008, p. 57). (grifou-se)
1.4 O DANO EXTRAPATRIMONIAL DO TRABALHADOR
	A responsabilidade civil surgiu como matéria de âmbito civil. Todavia com o desenvolvimento da sociedade e com o surgimento do ramo do direito do trabalho novas relações jurídicas foram surgindo, o que gerou a necessidade de utilização da Responsabilidade Civil na seara trabalhista, de modo a reparar os danos acarretados pelos atos ilícitos decorrentes das relações de trabalho.
	Não é incomum na Justiça do Trabalho o surgimento de lides que envolvam pedidos de reparação por danos extrapatrimoniais, nas suas diferentes modalidades, ocasionados por uma relação abusiva entre empregado e empregador.
	Na seara trabalhista geralmente os danos morais aparecem, a título de exemplo, por meio de assédio moral, que pode ser entendido como elucidado pelo E. Tribunal Superior do Trabalho:
RECURSO DE REVISTA. RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR. DANOS MORAIS CAUSADOS AO EMPREGADO. CARACTERIZAÇÃO. ASSÉDIO MORAL VERTICAL DESCENDENTE. [...]. No caso, a moldura fática delineada no acórdão regional revela a existência de conduta reiterada na empresa em submeter o empregado a tratamento vexatório e humilhante, em razão da cobrança excessiva para o cumprimento de metas impossíveis. Conforme registrado pelo TRT, a testemunha patronal confirmou que havia cobrança por metas impossíveis, o que gerava, inclusive ansiedade. Relatou, inclusive, consequências negativas para o empregado que não as cumprisse. Definitivamente, constitui clara conduta assediadora e ofensiva à personalidade e aos direitos fundamentais assegurados ao autor. O que está em jogo é o menosprezo, o descaso com a condição humana. Submeter o empregado a vexame, ainda que restrito ao ambiente de trabalho, mostra comportamento típico de assédio moral, perfeitamente indenizável. É dano moral direto, na medida em que atinge em cheio os valores imateriais componentes do patrimônio humano e que, por isso mesmo, deve merecer a mais veemente repulsa do Judiciário. O assédio moral se caracteriza pela exposição dos trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, oriundas de condutas abusivas atentatórias à dignidade psíquica do indivíduo. Na mesma linha do que afirmou o acórdão regional, o tratamento dispensado no intuito de humilhar e constranger o reclamante, praticado por superior hierárquico (assédio moral vertical descendente), torna o ato ainda mais grave, especialmente porque revela abuso do poder diretivo. Assim, não há que ser relativizado o comportamento habitual do superior hierárquico e, menos ainda, visto como normal às organizações empresariais ou a detentores de cargos de confiança. Para ser líder não é necessário desprezar a condição humana dos seus liderados. Evidenciado o dano, assim como a conduta culposa do empregador e o nexo causal entre ambos, deve ser mantido o acórdão regional que condenou o reclamado a indenizá-lo. Recurso de revista de que não se conhece. [...]� (grifou-se)
Dessa forma, o assédio moral se caracteriza por uma perseguição insistente em relação a um empregado ou a um grupo deles, geralmente com o objetivo de provocar pedido de demissão. Apesar de não ser comum, também existe o assédio vertical ascendente¸ praticado por um empregado ou como ocorre na maioria das vezes por um grupo deles em relação ao chefe. (RESENDE, 2014)
Similarmente, as hipóteses de assédio sexual no local de trabalho também repercutem na esfera extrapatrimonial da vítima, gerando danos morais. Porquanto “gracejo e insinuações feitas à mulher no ambientede trabalho, seguidas de chantagem, insistência ou importunação para fins sexuais causam constrangimento, dor e vergonha, a impor indenização por dano moral”. (GONÇALVES, 2009, p. 399)
Já no caso de danos existenciais, mostra-se importante trazer à colação a seguinte doutrina pátria: 
O dano existencial no Direito do Trabalho, também chamado de dano à existência do trabalhador, decorre da conduta patronal que impossibilita o empregado de se relacionar e de conviver em sociedade por meio de atividades recreativas, afetivas, espirituais, culturais, esportivas, sociais e de descanso, que lhe trarão bem-estar físico e psíquico e, por consequência, felicidade; ou que o impede de executar, de prosseguir ou mesmo de recomeçar os seus projetos de vida, que serão, por sua vez, responsáveis pelo seu crescimento ou realização profissional, social e pessoal. [...] No âmbito das relações de trabalho, verifica-se que a existência de dano existencial quando empregador impõe um volume excessivo de trabalho ao empregado, impossibilitando-o de estabelecer a prática de um conjunto de atividades culturais, sociais, recreativas, esportivas, afetivas, familiares, etc., ou de desenvolver seus projetos de vida nos âmbitos profissional, social e pessoal. [...] Outra forma inquestionável de dano existencial consiste em submeter determinado trabalhador à condição degradante ou análoga à de escravo. (ALVARENGA e BOUCINHAS FILHO, 2013, pp. 243-244). (grifou-se)
Mostra-se também pertinente a citação dos respectivos arestos abaixo colacionados, a fim de ilustrar a aplicação do dano estético no âmbito do Direito do Trabalho pelos Tribunais Regionais do Trabalho das 3ª e 2ª Regiões, em sede de recursos ordinários:
RECURSO ORDINÁRIO. O dano moral e o dano estético não se confundem. Possuem causas e consequências diversas. A estética está intimamente ligada à beleza física; à plástica. A estética atua sobre as emoções e os sentimentos, que desperta no ser humano. Na sociedade pós-moderna, estimuladora do culto ao belo, a estética imprime nas pessoas verdadeira adoração ao corpo, e delas exige um padrão mínimo de beleza, bem como os traços médios de harmoniosas feições, como se esses atributos fizessem parte da própria personalidade da pessoa humana. Existe, portanto, um gosto, um senso e uma emoção estéticos, cujas sensações estão ligadas às características do belo e do harmonioso, que trazem um sentimento de alegria natural, de auto-estima aos que com elas foram aquinhoados. Pressuposto mínimo para o alcance de uma aceitação social é que a pessoa não tenha pelo menos uma deformação física, embora isso não seja definitivamente condição para a felicidade e para a beleza interior de quem quer que seja. Todavia, quando este equilíbrio é rompido por qualquer deformidade física, plástica ou corporal, emerge o dano estético ou ob deformitatem, que deve ser reparado, independentemente, do dano moral, já que este envolve os diversos graus de violação dos direitos da personalidade, abrange todas as ofensas à pessoa, considerada em suas dimensões individual e social, ainda que sua dignidade não seja arranhada (Sérgio Cavalieri Filho, Programa de Responsabilidade Civil). Estética é a arte do bem e do belo. Para Aristóteles, o belo consiste na ordem, na simetria e numa grandeza que se preste a ser facilmente abarcada pela visão em seu conjunto. Dano estético, segundo Wilson Melo da Silva, não é apenas o aleijão. É, também, qualquer deformidade ou deformação outra, ainda que mínima e que implique, sob qualquer aspecto, um afeamento da vítima ou que possa vir a se constituir para ela numa simples lesão desgostante, ou em permanente motivo de exposição ao ridículo ou de inferiorizantes (sic) complexos. (O Dano Moral e sua Reparação). Logo, ambas as lesões, vale dizer, a agressão moral e o arranhão estético desafiam reparações independentes, porque possuem causas diferentes, efeitos diversos, ainda que a existência de uma possa agravar a intensidade da outra. � (grifou-se)
RECURSO ORDINÁRIO. Dano moral e dano estético não se confundem. Enquanto o primeiro consiste na lesão à dignidade, honra, ou ofensa que cause um mal ou dor (sentimental ou física), provocando abalo na personalidade ou psiquismo do ofendido, o dano estético é conceituado como qualquer alteração morfológica do paciente (acidentado/vítima), de que resulte mudança corpórea facilmente perceptível que provoque repulsa, enfeamento (sic) ou, ainda, chame a atenção em público, por ser diferente (Sebastião Geraldo de Oliveira). Ensina Maria Helena Diniz, que o dano estético é toda a alteração morfológica do indivíduo, que além do aleijão, abrange as deformidades ou deformações, marcas e defeitos, ainda que mínimos, e que impliquem sob qualquer aspecto um afeamento da vítima, consistindo numa simples lesão desgostante ou num permanente motivo de exposição ao ridículo ou de complexo de inferioridade, exercendo ou não influência sobre sua capacidade laborativa. São, pois, títulos diversos, e sua análise jurídica e consequências, no que concerne à obrigação de reparar, são igualmente, distintas, ainda que originários do mesmo fato gerador (acidente de trabalho), sendo descabida estipulação condenatória complessiva, amalgamando ambos os títulos num só importe. In casu, a deformação física permanente advinda de doença associada ao trabalho (síndrome do túnel do carpo), tornou o reclamante um deficiente, com impacto direto em sua imagem e harmonia física. Nesse sentido afigura-se devida, também, reparação indenizatória específica pelo dano estético, além daquela fixada na origem pelo dano moral. [...]. Recurso da reclamada ao qual se nega provimento.� (grifou-se)
	Dessa forma, verifica-se a presença e aplicação das ideias de reparação dos danos extrapatrimoniais na seara trabalhista, com os mesmos contornos conceituais do direito civil, tal qual restou discorrido em tópicos anteriores, tratando-se, portanto, dos mesmos danos, diferenciando-se apenas os exemplares, porquanto ocorrem na constância de uma relação trabalhista. E por tal configuração merece ainda mais atenção, visto que não se trata de uma relação de paridade, como no Direito Civil, mas sim de subordinação. 
Urge pontuar que referida declaração mostra-se confirmada pela jurisprudência trabalhista colacionada no presente tópico, a qual demonstra a forte presença de elementos teóricos civilistas, apresentando citações de autores, como, v. g., Maria Helena Diniz.
Destarte, a gravidade das lesões a direitos extrapatrimoniais, quando recaem sobre o trabalhador, são bem definidas em harmonia com os ensinamentos de Gonçalves (2009, p. 397):
O empregador responde pela indenização por dano moral causado ao empregado, porquanto a honra e a imagem de qualquer pessoa são invioláveis (art. 5º, X, da CF). Esta disposição assume maior relevo no âmbito do contrato laboral, porque o empregado depende de sua força de trabalho para sobreviver. 
	Além do art. 5º, incisos V, X, XII da CF/88 que fundamentam o dever de respeito aos direitos de personalidade das pessoas, aplicável a todos os âmbitos do direito brasileiro, há na CF/88, o art. 7º, inc. XXVIII, que ao estabelecer os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais assegura o princípio da reparação integral:
Art.7º [...]: XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; [...]. (grifou-se)
Assim, após a conceituação dos danos extrapatrimoniais, bem como de suas espécies e utilização pela Justiça do Trabalho, passa-se à análise das formas de reparação dos referidos danos.
2 SISTEMAS DE REPARAÇÃO DOS DANOS EXTRAPATRIMONIAIS
	Partindo da análise do direito comparado, e posteriormente analisando a evolução da Responsabilidade Civil no Brasil, verificam-se a presença de dois modelos distintos que visam à reparação dos danos extrapatrimoniais, quais sejam: o Sistema Aberto e o Sistema Tarifário. 
	Tais modelos surgem como forma de enfrentar a maior dificuldadede reparação dos danos extrapatrimoniais, que é a quantificação em moeda de um dano que não é material.
	Sobre o tema, cabe a anotação de Gonçalves (2009, p. 378-379):
O problema da quantificação do dano moral tem preocupado o mundo jurídico, em virtude da proliferação de demandas, sem que existam parâmetros seguros para a sua estimação. Enquanto o ressarcimento do dano material procura colocar a vítima no estado anterior, recompondo o patrimônio afetado mediante a aplicação da fórmula “danos emergentes-lucro cessantes”, a reparação do dano moral objetiva apenas uma compensação, um consolo, sem mensurar a dor. Em todas as demandas que envolvem danos morais, o juiz defronta com o mesmo problema: a perplexidade ante a inexistência de critérios uniformes e definidos para arbitrar um valor adequado.
2.1 SISTEMA TARIFÁRIO
“O sistema tarifário admite que o valor da indenização se encontra predeterminado. Cabe ao Magistrado aplicá-lo ao caso concreto, atentando para os limites fixados em lei, considerando as peculiaridades de cada situação.” (KUMODE, 2002, p. 39)
Os argumentos favoráveis à utilização deste modelo defendem a tarifação sob a lógica de que a prefixação dos valores das indenizações diminuiria as inseguranças e subjetivismos de uma quantificação baseada em critérios demasiadamente genéricos como a equidade, que podem levar a resultados diversos para casos semelhantes a depender do juízo de valor, e também reduziria o grande poder conferido aos juízes. Com esse raciocínio declara Santos (2017, p. 69):
Portanto, é neste sentindo que em nome dos princípios mais elevados emanados da Constituição Federal de 1988, entre eles a isonomia, a segurança jurídica, bem como a previsibilidade das decisões judiciais, de modo a evitar decisões colidentes, conflitantes ou contraditórias consideramos de bom alvitre estabelecer critérios, de modo a parametrizar os valores das reparações por dano extrapatrimonial, mas sempre deixando ao livre arbítrio do magistrado, para que, dentro de seu juízo de ponderação, fixe a justa e devida indenização ao caso concreto que se lhe apresente. (grifou-se)
Sem embargo das razões pelas quais se entende que o referido sistema é positivo para a segurança jurídica e para eliminação da polêmica que gira em torno do quantum indenizatório - posto que fixa parâmetros que facilitam e tornam prática a valoração do dano e que teoricamente tornariam as decisões judicias menos díspares – merece que sejam pontuadas ressalvas.
Dessa maneira, apesar do respeito às considerações transcritas, a adoção da tarifação fere a Constituição Federal, a medida que poderá contrariar o princípio da reparação integral (art. 5º, incs. V e X e art.7º, inc. XXVIII da CF/88), o princípio da igualdade (art. 5º, inc. I), entre outros dispositivos constitucionais. Como ocorre na tarifação adotada pela Reforma Trabalhista (Lei n. 13.467/2017) que inseriu o Título II-A – Do dano extrapatrimonial, tema que será aprofundado em capítulo ulterior.
Nessa sequência, os critérios estabelecidos na norma-regra, não acompanham o processo e o desenvolvimento social. Por tal motivo, não se devem estabelecer critérios objetivos, restringindo a atuação do aplicador do direito, em casos em que o bem lesionado é imaterial. 
Além disso, outra crítica apontada pela doutrina civilista diz respeito a possibilidade da premeditação. Em outras palavras, quem tem o desejo de praticar um ato ilícito - nos termos dos arts. 186 e 187 do CC/02 – poderá valorar previamente o quantum indenizatório do dano extrapatrimonial, realizando um juízo de valor, aceitando ou não “pagar o preço”, a depender de questões subjetivas pelas quais está sendo movido, como se pudesse pagar para lesionar terceiros. Desse modo assevera Gonçalves (2009, p. 379):
Não tem aplicação, em nosso país, o critério da tarifação, pelo qual o quantum das indenizações é prefixado. O inconveniente desse critério é que conhecendo antecipadamente o valor a ser pago, as pessoas podem avaliar as consequências da prática do ato ilícito e confrontá-las com as vantagens que, em contrapartida, poderão obter, como no caso do dano à imagem, e concluir que vale a pena, no caso, infringir a lei. (grifou-se)
Por conseguinte, a tarefa de estabelecer valores para os danos causados por uma morte, uma humilhação ou qualquer outro tipo de dano extrapatrimonial é delicada. Por essa razão, não devem ser estabelecidos critérios que engessem a atuação do juiz, dado que as particularidades dos casos concretos são inúmeras, e não há como se prever todas as possibilidades de conflitos sociais, o que inevitavelmente resultaria em injustiças. 
2.1.1 Histórico de utilização do sistema tarifário no direito brasileiro
O Brasil utiliza, atualmente, na maioria dos ramos do direito, o sistema aberto de reparação civil, à exceção recente da seara trabalhista posterior à Reforma que adotou o modelo tarifário. Porém, antes do advento da Constituição Federal de 1988 (CF/88) existiram diversas legislações que utilizavam a tarifação para estipular limites às indenizações por danos extrapatrimoniais. 
“O Código Brasileiro de Telecomunicações (Lei n. 4.117, de 27 de agosto de 1962), [...] foi o primeiro diploma legal a estabelecer margens para os valores das indenizações por danos morais.” (GONÇALVES, 2009, p. 379). Sobre tal lei acrescenta Batista (2014, p. 154):
Havia diversas leis especiais que previam a tarifação legal. O artigo 84, §1º, Código Brasileiro de Telecomunicações – Lei 4.117 de 27 de agosto de 1962 (posteriormente revogado pelo Dec. Lei 236, de 28/02/1967), determinava que o juiz estimasse o dano moral no valor entre 5 a 100 salários mínimos. (grifou-se)
Igualmente, o Código Eleitoral – Lei n. 4.737, de julho de 1965, fazia remissão ao Código Brasileiro de Telecomunicações como parâmetro para a fixação de indenizações, conforme Santana (2007, p. 23):
O Código Eleitoral [...], por intermédio do artigo 243, §2º, [...], ao regular a propaganda partidária, determina que, nos casos de calúnia, injúria ou difamação, o ofendido pode buscar a reparação civil do dano moral, nos moldes disciplinados pelos artigos 81 a 88 do Código Brasileiro de Telecomunicações – [...], inclusive a tarifação prevista no artigo 84, §§ 1º a 3º, cujo valor máximo correspondia a cem (100) vezes o maior salário mínimo vigente no país. (grifou-se)
Outrossim, a Lei de Imprensa (Lei n. 5.250, de 09 de fevereiro de 1967)� em diversos artigos, impunha limites aos valores das indenizações de toda espécie de dano, inclusive o moral. Até que no ano de 2009 foi declarada a não recepção da referida lei por meio da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) n. 130�.
Como último exemplo, em ordem cronológica das leis tarifárias relevantes, apresenta-se o Código Brasileiro de Aeronáutica – Lei n. 7.565, de 19 de dezembro de 1986, que segundo indica Santana (2007, p.25): 
[...] por via do artigo 257, ao disciplinar a responsabilidade civil do transportador aéreo, fixava o valor máximo da indenização por dano moral. Dessa forma, em razão de morte ou lesão de consumidor ou tripulante motivada por acidente verificado na execução do serviço, seja a bordo de aeronave ou no curso das operações de embarque e desembarque, o valor máximo da indenização previsto para a reparação do dano moral correspondia a três mil e quinhentas (3.500) Obrigações do Tesouro Nacional (OTN), enquanto, no caso de atraso do transporte aéreo, o valor máximo estipulado foi fixado em cento e cinquenta (150) Obrigações do Tesouro Nacional
2.1.1.1 Impossibilidade de tarifação do valor do dano extrapatrimonial 
Em concordância com o que já foi mencionado anteriormente, a Constituição Federal de 1988 eliminou a possibilidade de tarifação dos danos extrapatrimoniais. Assim, as leis e tratados que adotavam esse sistema não foram recepcionados pela nova ordem constitucional, por obra do artigo 5º, incs. V e X da CF/88, tanto quanto do exemplo trabalhista do art. 7º, inc. XXVIII, que englobam a reparaçãointegral na matriz constitucional. 
Tal entendimento era uníssono na doutrina e na jurisprudência, inclusive com precedentes do Supremo Tribunal de Federal e do Superior Tribunal de Justiça, que consideraram que esse sistema não é compatível com a Constituição brasileira.
Porém, com a Reforma Trabalhista, o debate sobre a estipulação de limites aos danos extrapatrimoniais voltou a ser discutido e a ter relevância no meio jurídico. 
2.2 SISTEMA ABERTO
Pelo próprio nome deste critério, deduz-se que trata de um modelo sem valores predefinidos. Aqui, a quantificação do valor da indenização por danos morais parte de critérios subjetivos, sendo atribuição do juiz a fixação de tais valores com base em princípios como a razoabilidade e a proporcionalidade. Na medida em que devem ser levadas em consideração as peculiaridades do caso concreto, como as condições econômicas da vítima e do agressor, decidindo com base na equidade.
Sobre o conteúdo, desenvolve Kumode (2002, p. 38):
No sistema aberto, é atribuída ao juiz a competência de estabelecer o valor indenizatório, de forma subjetiva e correspondente à satisfação da lesão experimentada pela parte. O magistrado utilizará seu raciocínio e bom senso ao estabelecer o quantum indenizatório, avaliando a extensão do dano e sua repercussão no meio social, bem como a situação econômica do ofensor e da vítima. Verifica-se que são critérios subjetivos a serem levados em consideração. Os adeptos do sistema aberto, tais como Maria Helena Diniz, José de Aguiar DIAS, Carlos MAXIMILIANO, Yussef CAHALI, acreditam que a quantificação do dano moral deva ficar a cargo do arbítrio do magistrado, justamente por ser da própria essência do dano moral, a subjetividade deste. Não existe a possibilidade de tarifar a dor, segundo esses autores, razão esta pela qual, a fixação do quantum indenizatório deva ficar sob a responsabilidade do magistrado, que utilizará critérios subjetivos para avaliar a extensão do dano e o valor de sua consequente reparação. (grifou-se)
Repise-se que esse é o modelo adotado pelo ordenamento jurídico brasileiro, pós Constituição Cidadã de 1988, que será detalhado a seguir.
2.2.1 Critérios adotados no ordenamento jurídico brasileiro
Hodiernamente, predomina no direito brasileiro a ausência de indenizações preestabelecidas para a reparação dos danos não patrimoniais. Utiliza-se, portanto uma série de normas que estabelecem conceitos jurídicos indeterminados. 
Utiliza-se como base legal para a fixação do valor da indenização dos danos extrapatrimoniais o estabelecido nos arts. 186, 187, 927, 944, 946, 953, 954 do Código Civil de 2002� que dispõem:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.
Art. 946. Se a obrigação for indeterminada, e não houver na lei ou no contrato disposição fixando a indenização devida pelo inadimplente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma que a lei processual determinar. 
Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na reparação do dano que delas resulte ao ofendido.
Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar, equitativamente, o valor da indenização, na conformidade das circunstâncias do caso.
Art. 954. A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no pagamento das perdas e danos que sobrevierem ao ofendido, e se este não puder provar prejuízo, tem aplicação o disposto no parágrafo único do artigo antecedente.
Tais disposições estão em consonância com o comando constitucional previsto no art. 5º, incs. V e X e no art. 7º, inc. XXVIII, que não estipulam limites à indenização, pois adotam o princípio da reparação integral, devendo a indenização ser sempre proporcional ao dano. Logo, verifica-se a adoção de um modelo de critérios subjetivos, que confere ao juiz o poder de arbitrar os referidos valores com base nos princípios e normas que traçam as balizas do que é relevante no momento da estipulação do quantum indenizatório. 
Ressalte-se, ainda, que apesar da adoção do Sistema Aberto de reparação civil ter se consolidado apenas com a Constituição Federal, desde o Código de 1916, havia uma tendência para a adoção deste critério, tendo em vista o teor do Título VIII daquele diploma, que tratava sobre a liquidação das obrigações. Nessa acepção, era o conteúdo do artigo 1.549 do Código Civil de 1916�:
Art. 1.549. Nos demais crimes de violência sexual, ou ultraje ao pudor, arbitrar-se-á judicialmente a indenização.
 
Além disso, os artigos 1.533, e 1.536 do CC/1916, apresentavam disposições semelhantes ao disposto no art. 946 do CC/2002, o qual normatiza que a apuração das perdas e danos deve ocorrer com fundamento na lei processual. Prevê, ainda, a liquidação por artigos e por arbitramento, sendo a última forma a mais adequada para a quantificação do dano extrapatrimonial.
Hodiernamente, o juiz é o principal ator na fixação do valor da indenização por danos extrapatrimonial, coincidente com a doutrina de Batista (2014, p. 154):
Apesar dessas dificuldades, o valor da indenização deve ser fixado na sentença, e o juiz ao fixar o valor, deve agir com prudência, com base nos critério da proporcionalidade e da razoabilidade, conforme as especificidades de cada situação, de modo a não fixar valores ínfimos ou que importem em enriquecimento sem causa.
Portanto, não se constitui uma tarefa fácil ao juiz o arbitramento desses valores. Em virtude disso, a doutrina e a jurisprudência constroem teorias, através da utilização de princípios e outros critérios, como os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade e o bom senso do aplicador do direito. Nessa perspectiva, é oportuna a citação dos seguintes critérios gerais a serem utilizados na definição do quantum indenizatório descritos por Diniz (2001, pp. 266-267):
Evitar indenização simbólica e enriquecimento sem justa causa, ilícito ou injusto da vítima. A indenização não poderá ter valor superior ao dano, nem deverá subordinar-se à situação de penúria do lesado; nem poderá conceder a uma vítima rica uma indenização inferior ao prejuízo sofrido alegando que sua fortuna permitia suportar o excedente do menoscabo; Não aceitar tarifação, porque esta requer despersonalização e desumanização e evitar porcentagem do dano patrimonial; Diferenciar o montante indenizatório segundo a gravidade, a extensão e a natureza da lesão; Verificar a repercussão pública provocada pelo fato lesivo e as circunstâncias fáticas; Atentar às peculiaridades do caso e ao caráter anti-social (sic) da conduta lesiva; Averiguar não só os benefícios obtidos pelo lesante com o ilícito, mas também a sua atitude ulterior e situação econômica; Apurar o real valor do prejuízo sofrido pela vítima; Levar em conta o contexto econômico do país. No Brasil não haverá lugar para a fixação de indenizações de grande porte, como as vistas nos Estados Unidos; Verificar a intensidade do dolo ou o grau de culpa do lesante; Basear-se em prova firme e convincente de dolo; Analisar a pessoa do lesado, considerando a intensidade de seu sofrimento, seus princípios religiosos, sua posição social ou política, sua condição profissional e seu grau de educação e cultura; Procurar a harmonização das reparações em casos semelhantes; Aplicar o critério do justum ante as circunstâncias particulares do caso sub judice (LICC, art. 5º), buscando sempre, com cautela eprudência objetiva, a equidade”. [...] Na quantificação do dano moral, o arbitramento deverá, portanto, ser feito com bom senso e moderação, proporcionalmente ao grau de culpa, à gravidade da ofensa, ao nível socioeconômico do lesante, à realidade da vida e às particularidades do caso sub examine.
Deve-se destacar que apesar da Lei de Imprensa (Lei n. 5.250, de 09 de fevereiro de 1967) ter adotado um modelo tarifado, alguns dos critérios gerais estabelecidos continuam a ser utilizados até hoje, porque tais requisitos incrustaram-se na doutrina e jurisprudência, conforme doutrina de Gonçalves (2009, p. 380):
Alguma das recomendações da Lei de Imprensa, feitas no art. 53, no entanto, continuam a ser aplicadas na generalidade dos casos, como a situação econômica do lesado; a intensidade do sofrimento; a gravidade; a natureza e a repercussão da ofensa; o grau de culpa e a situação econômica do ofensor, bem como as circunstâncias que envolveram os fatos. [...] Em geral, mede-se a indenização pela extensão do dano e não pelo grau de culpa. No caso de dano moral, entretanto, o grau de culpa também é levado em consideração, juntamente com a gravidade, extensão e repercussão da ofensa, bem como a intensidade do sofrimento acarretada à vítima. [...]. Além da situação patrimonial das partes, deve-se considerar, também como agravante o proveito obtido pelo lesante com a prática do ato ilícito. [...]. (grifou-se)
Outro ponto importante a ser ressaltado é que no Brasil, diferente do que ocorre em outros países, como nos EUA, que se utiliza das punitives damages, as indenizações não devem conduzir a um enriquecimento sem causa:
Aqui, ainda, um cuidado se impõe: de evitar a atração, apenas pelo caráter de exemplaridade contido na reparação, de somas que ultrapassem o que representou o agravo do ofendido. Nesta seara, mais do que nunca, há de reter-se não consistir a responsabilidade civil em fonte de enriquecimento ilícito para o ofendido. Os critérios de razoabilidade e proporcionalidade são recomendáveis, para, sem exageros, atingir-se indenização adequada. (GONÇALVES, 2009, p. 382)
Conforme dito, a condição financeira do ofensor também dever ser considerada. Não apenas no sentido de majorar a pena, mas também para tornar a pena exequível no caso de o ofensor ser pobre. (GONÇALVES, 2009)
	Em suma, pode-se resumir a forma de definirem-se os valores das indenizações por danos extrapatrimoniais no Brasil, da seguinte maneira: 
Diante do exposto percebe-se que não há no ordenamento jurídico pátrio, nem mesmo na jurisprudência e na doutrina um critério objetivo e uniforme a ser utilizado pelo juiz no arbitramento do dano moral. Mas é unânime que nessa ponderação, o juiz deve levar em consideração a condição social e econômica do ofendido e do ofensor. Não porque a dor dos economicamente desfavorecidos tenha medos valor, ou porque tal indenização deva figurar como oportunidade de enriquecimento, mas sim ser suficiente para trazer um consolo ao beneficiário, uma compensação pelo mal que lhe causaram.’ (GONÇALVES, 2009, p. 385)
Ou, ainda, conforme doutrina de Theodoro Júnior (2007, pp. 49-51):
O juiz em cujas mãos o sistema jurídico brasileiro deposita a responsabilidade pela fixação do valor da reparação do dano moral, deverá fazê-lo de modo impositivo, levando-se em conta o binômio “possibilidade do lesante” – “condições do lesado”, cotejado sempre com as particularidades circunstanciais do fato [...] Dentro dessa ótica, não se deve impor uma indenização que ultrapasse, evidentemente, a capacidade econômica do agente, levando-o à ruína. [...] Da mesma maneira, não se pode arbitrar a indenização sem um juízo ético de valoração da gravidade do dano, a ser feito dentro do quadro circunstancial do fato, e principalmente, das condições da vítima. O valor da reparação terá que ser equilibrado por meio da prudência do juiz. Não se deve arbitrar uma indenização pífia nem exorbitante, [...] pois jamais se deverá transformar a sanção civil em fonte pura e simples de enriquecimento sem causa. [...] ao juiz não é dado arbitrá-la em quantia maior. Pode reduzi a indenização, mas não ampliá-la, diante da regra da adstrição da sentença ao pedido [..]
2.2.1.1 O “critério bifásico” sustentado pelo Min. do STJ, Paulo de Tarso Sanseverino 
Em interessante julgado de Recurso Especial (REsp) n. 1152541/RS, o STJ adotou um método bifásico na quantificação do dano moral. Por este critério, na primeira fase, o julgador deveria fixar um valor base para o dano moral, utilizando-se de outros julgados sobre o mesmo assunto. Na segunda fase, o julgador deveria majorar ou minorar esse valor base de acordo com as circunstâncias do caso, utilizando-se das regras de proporcionalidade e razoabilidade. (BATISTA, 2014)
A teoria é defendida pelo Min. do STJ Paulo de Tarso Sanseverino (2010, p. 275), que assim a explica: 
Na primeira fase, arbitra-se o valor básico ou inicial da indenização, considerando-se o interesse jurídico lesado, em conformidade com os precedentes jurisprudenciais acerca da matéria (grupo de casos). Assegura-se, com isso, uma exigência da justiça comutativa que é uma razoável igualdade de tratamento para casos semelhantes, assim como que situações distintas sejam tratadas desigualmente na medida em que se diferenciam. Na segunda fase, procede-se à fixação definitiva da indenização, ajustando-se o seu montante às peculiaridades do caso com base nas suas circunstâncias. Partindo-se, assim, da indenização básica, eleva-se ou reduz-se esse valor de acordo com as circunstâncias particulares do caso (gravidade do fato em si, culpabilidade do agente, culpa concorrente da vítima, condição econômica das partes) até se alcançar o montante definitivo. Procede-se, assim, a um arbitramento efetivamente equitativo (sic), que respeita as peculiaridades do caso. 
Por fim, é importante deixar claro que o autor não critica os critérios consolidados pelo STJ, v.g.: a natureza, a gravidade e a extensão do dano; grau de culpa e a intensidade do dolo; culpa concorrente da vítima; capacidade econômica do ofensor; condições pessoais da vítima; função de punição e desestímulo; proporcionalidade e razoabilidade. Pelo contrário, a teoria desenvolvida tem o objetivo de somar com tais parâmetros. (SILVA e COUTO, 2013).
2.2.1.2 Na Justiça do Trabalho: precedentes anteriores à Reforma Trabalhista
Consoante disposições anteriores, a Justiça do Trabalho antes da inserção do Título II-A na CLT, utilizava-se como base legal os artigos do Código Civil de 2002 e os arts. 5º e 7º da CF/88 para fundamentar a aplicação das indenizações por danos extrapatrimoniais. Vejam-se as ementas abaixo transcritas que reproduzem essa acepção:
DANO EXISTENCIAL. PRESTAÇÃO DE HORAS EXTRAS. Nos termos dos art. 186 e 927 do Código Civil Brasileiro, a indenização de prejuízo sofrido por ato ilícito reclama a concomitância de dano, nexo causal e culpa. E a caracterização do dano existencial, espécie de dano moral, pressupõe violação à dignidade pessoal do trabalhador (art. 1º, III, da CF), com vulneração da sua integridade psíquica ou física, o que não foi comprovado nos autos. Não há nos autos qualquer comprovação de que o autor tenha sofrido restrição ao convívio familiar e social ou frustrados seus projetos de vida. A prestação de serviços em sobrejornada, nos contornos aferidos no presente caso, resolve-se no pagamento das horas extras correspondente ao trabalho excedente, dada a natureza patrimonial da lesão de direito constatada.� (grifou-se)
ACIDENTE DE TRABALHO. MORTE DO EMPREGADO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA EMPRESA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS À MÃE DO DE CUJUS. CABIMENTO. Provado que o obreiro, no exercício de sua função, sofreu acidente de trabalho que lhe causou a morte, fica claro o dever inarredável da empresa de indenizar a mãe do trabalhador que com ele residia, pelos danos morais e materiais sofridos. Nestas circunstâncias e em face da responsabilidade objetiva consagrada no art. 927, parágrafo único, doCCB, que prescinde da comprovação do dolo ou da culpa, a obrigação do empregador de reparar o dano decorre do mero implemento ou incremento do risco pelo exercício da atividade econômica.� (grifou-se)
RECURSO DE REVISTA. 1. Indenização por dano moral. Condições precárias de higiene e alimentação. Valor da indenização. Matéria fática. Súmula 126/TST. A indenização por danos morais encontra amparo art. 5º, X, da CF c/c o art. 186 do Código Civil, bem como nos princípios basilares da nova ordem constitucional, mormente naqueles que dizem respeito à proteção da dignidade humana e da valorização do trabalho humano (art. 1º, da CF/88). A conquista e afirmação da dignidade da pessoa humana não mais podem se restringir à sua liberdade e intangibilidade física e psíquica, envolvendo, naturalmente, também a conquista e afirmação de sua individualidade no meio econômico e social, com repercussões positivas conexas no plano cultural. O que se faz, de maneira geral, considerado o conjunto mais amplo e diversificado das pessoas, mediante o trabalho e, particularmente, o emprego. Na hipótese dos autos, o tribunal regional consignou que durante o lapso temporal laborado pelo recorrido, não haviam sido construídas as instalações necessárias para atenderem as necessidades dos trabalhadores, não comprovando o recorrente que o autor desfrutava de banheiros, fornecimento regular de água potável ou refeitórios para atender o mínimo existencial e suas necessidades vitais, concluindo, portanto, que restou comprovada a inobservância das normas de proteção à saúde do trabalhador em manifesta afronta ao princípio da dignidade da pessoa humana e da valorização do trabalho, o que enseja o pagamento da correlata indenização. Assim, as condições de trabalho a que se submeteu o reclamante atentaram contra sua dignidade, ensejando a reparação moral, conforme autorizam os artigos 186 e 927 do Código Civil, bem assim o inciso X do art. 5º da Constituição Federal. No tocante ao valor da indenização, registre-se não há na legislação pátria delineamento do quantum a ser fixado a título de dano moral. Caberá ao juiz fixá-lo, equitativamente, sem se afastar da máxima cautela e sopesando todo o conjunto probatório constante dos autos. A lacuna legislativa na seara laboral quanto aos critérios para fixação leva o julgador a lançar mão do princípio da razoabilidade, cujo corolário é o princípio da proporcionalidade, pelo qual se estabelece a relação de equivalência entre a gravidade da lesão e o valor monetário da indenização imposta, de modo que possa propiciar a certeza de que o ato ofensor não fique impune e servir de desestímulo a práticas inadequadas aos parâmetros da Lei. De todo modo, é oportuno registrar que a jurisprudência desta corte vem se direcionando no sentido de rever o valor fixado nas instâncias ordinárias a título de indenização apenas para reprimir valores estratosféricos ou excessivamente módicos. O valor arbitrado a título de indenização por danos morais (r$ 1.500,00) pautou-se em parâmetros que esta turma consideraria módicos, não podendo, em consequência ser mais ainda rebaixado. Recurso de revista não conhecido, no aspecto. [...].� (grifou-se) 
Ante o exposto, verifica-se que a jurisprudência trabalhista utilizava-se dos mesmos critérios da justiça comum tanto no que se refere a base legal, como quanto à conceituação das hipóteses de ocorrência das lesões. 
2.2.1.2.1 Princípio da Investidura Fática e da Reparação Integral do Dano 
O princípio da investidura fática é defendido por alguns autores como a melhor forma de se obter o quantum indenizatório. Pois consiste em colocar-se no lugar da vítima, para somente então fixar um valor que garanta a reparação integral do dano. Conforme descreve DELLAGRAVI NETO (2010, p. 21):
Como se vê, o julgador deve seguir algumas diretivas oriundas da ordem jurídica, tendo como norte a lógica do razoável. Não há dúvida que o melhor critério para arbitrar o dano moral é aquele em que o magistrado coloca-se no lugar da vítima, supondo que o acidente de trabalho tenha ocorrido com ele próprio ou, se isso não for possível (diante de circunstâncias relativas ao sexo e à idade da vítima), o julgador deve imaginar que o acidente tenha se dado com alguém muito próximo como, por exemplo, o seu pai, filho ou cônjuge. Somente assim, aplicando-se o princípio da investidura fática, é que o valor arbitrado chegará próximo a de um “valor justo e razoável”. (grifou-se)
Sob esse ponto de vista, o princípio da integralidade fática serviria ao da reparação integral como instrumento de sua concretização, como pode ser observado no comentário de JOSÉ FILHO (2014, online):
O princípio da investidura reflete diretriz axiológica calcada em juízo de empatia, entendido como a tomada de decisão centrada na capacidade de compreender a perspectiva psicológica da vítima, fazendo-se passar o julgador pela experiência alheia. Em miúdos, o juiz deve se colocar no lugar da vítima a fim de mensurar o valor das indenizações arbitradas, sobretudo aquelas situações atinentes a danos morais. A legislação civilista resguarda e dá efetividade ao princípio da restituição integral (restituo in integrum), que estabelece a responsabilidade do ofensor pela reparação integral do dano causado, com o escopo de conduzir as partes ao “status quo ante”. Lado outro, o valor da reparação civil moral deve ser fixado em compatibilidade com a violência sofrida pelo empregado, as condições pessoais e econômicas dos envolvidos e a gravidade da lesão aos direitos fundamentais da pessoa humana, da honra e da integridade psicológica e íntima, sempre observando os princípios da razoabilidade e proporcionalidade. (grifou-se)
A integralidade do dano somente é garantida quando a indenização é fixada com base na extensão do dano. Esse princípio tem como base legal o art. 5º, incs. V e X e art. 7º, inc. XXVIII, os quais dispõe em síntese que a indenização deve ser proporcional a extensão do dano sofrido. Ademais, é esse princípio que torna o sistema jurídico brasileiro contrário à tarifação das indenizações por danos extrapatrimoniais.
No Direito do Trabalho, segundo JOSÉ FILHO (2014), a reparação deverá respeitar a condição do empregado, assegurando um patamar mínimo civilizatório. Para isso, o juiz, legítimo representante da comunidade local, poderá colocar-se na posição de jurisdicionado para atribuir eficácia social ao comando sentencial, em prol do Estado Democrático e Social de Direito.
Destaca-se ainda que apesar do caráter iminentemente doutrinário do princípio da investidura fática, encontra-se sua utilização em acórdãos trabalhistas, conforme arestos abaixo colacionados:
ASSÉDIO SEXUAL. TEORIA DA CONSTELAÇÃO DE INDÍCIOS. OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DE YOGYAKARTA. DISCRIMINAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO EM FACE DA ORIENTAÇÃO SEXUAL. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. QUANTUM DEVIDO. MAJORAÇÃO. 
Compete ao magistrado. Apesar da imparcialidade da qual é detentor. Valer-se do princípio da investidura fática, a fim de colocar-se no lugar da vítima e, em consequência, arbitrar uma decisão justa e razoável. Trata-se de diretriz axiológica calcada em juízo de empatia, entendido como a capacidade de compreender a perspectiva psicológica da vítima, fazendo-se passar o julgador pela experiência alheia. Por outro lado, ante a busca incessante de reparabilidade plena, deve-se ter cautela na fixação de indenizações, com o fito de evitar o inferno da severidade. Logo, observados todos esses parâmetros, assim como a gravidade da conduta, o porte da ré e a durabilidade da avença, tenho que o valor arbitrado na origem é irrisório (R$ 1.000,00). Não se permite considerar o ser humano como fórmula de objeto, o que equivale à expressão de desprezo. Apelo conhecido e parcialmente provido.� (grifou-se)
INFORTÚNIO TRABALHISTA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E ESTÉTICOS. QUANTUM DEBEATUR. OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA INVESTIDURA FÁTICA. RESTITUIÇÃO INTEGRAL DO DANO. INFERNO DA SEVERIDADE. Compete ao magistrado. Apesar da imparcialidadeda qual é detentor. Valer-se do princípio da investidura fática, a fim de colocar-se no lugar da vítima e, em consequência, arbitrar uma decisão justa e razoável. Trata-se de diretriz axiológica calcada em juízo de empatia, entendido como a capacidade de compreender a perspectiva psicológica da vítima, fazendo-se passar o julgador pela experiência alheia. Por outro lado, ante a busca incessante de restituição plena, deve-se ter cautela na fixação de indenizações, com fito de evitar o inferno da severidade. Assim, ponderando os critérios acima e atento a todas as peculiaridades e parâmetros supramencionados, tenho que o valor arbitrado na origem é razoável. Recurso obreiro conhecido e desprovido.� (grifou-se)
Por fim, é pertinente pontuar as críticas atribuídas ao princípio da investidura fática, conforme DUARTE (2016, online): “Apesar de inicialmente este princípio parecer ser benéfico e trazer “equilíbrio”. Impende salientar o perigo gerado por tal princípio, pois pode quebrar a imparcialidade do julgador, [...] pelo fato de julgar se colocando no lugar do outro, a solução poderá ser tendenciosa”. 
2.3 MODELOS DO DIREITO COMPARADO
O estudo comparativo da quantificação dos danos extrapatrimoniais, a partir da análise do modelo de outros países, é pertinente, em razão da colaboração que as diferentes formas de abordagem da problemática da quantificação das indenizações podem apresentar. A análise desses diferentes pontos de vista poderá apresentar alguma solução para o aperfeiçoamento do modelo brasileiro, ou mesmo para descartar alguma possibilidade, com base na experiência estrangeira.
Como será demonstrado na sequência, diversos países adotam sistemas que estabelecem parâmetros para a definição das indenizações, porém a maioria fixa os valores com base em precedentes judiciais.
Extraído dos escritos de Batista (2014), o primeiro exemplo nesse sentido está presente no direito inglês. Lá, existe um Conselho de Estudo do Poder Judiciário (Judicial Studies Board) que elabora tabelas denominadas de diretrizes para avaliação de danos gerais decorrentes de acidentes pessoais (Guidelines for the Assessment of General Damages in Personal Injury Cases), que estabelece parâmetros indenizatórios com base em precedentes judiciais para todos os danos corporais, com valores mínimos e máximos entre os quais o juiz poderá arbitrar. 
Um país que adota um modelo semelhante é a Itália, na qual há a elaboração de tabelas para fixação de danos corporais e cada região italiana possui uma. A tabela de Milão, por exemplo, utiliza três fatores de cálculo, quais sejam: 1) grau de invalidez; 2) idade da vítima; e 3) valor base fixado a partir de médias jurisprudenciais. (BATISTA, 2014).
Enquanto isso, a França adota um modelo semelhante ao brasileiro, em que a quantificação da indenização é arbitrada caso a caso. Nesse sentido: 
O direito francês não prevê regra expressa para a condenação em danos morais, mas possui uma regra básica que passou a servir de fundamento para a condenação. O Código Civil francês, que entrou em vigor em 21 de março de 1804, em seu artigo 1.382, dispõe que [...] todo aquele que causar um dano a outrem fica obrigado a reparar a falta. Esta é a regra utilizada como fundamento para a existência de condenação em danos morais no direito francês, sendo posteriormente aperfeiçoada por outras normas. A respeito da quantificação, assim como no Brasil, não existe um tabelamento acerca daqueles danos, devendo ser fixado, caso a caso, pelo julgador. (BATISTA, 2014, p. 163)
Por fim, citem-se as punitives damages do direito americano que se utiliza do fundamento do caráter punitivo das indenizações, de modo a evitar que tais condutas ilegais sejam reiteradas. A crítica que se faz, no entanto, é que esse modelo pode levar ao estabelecimento de indenizações milionárias, que não encontram fundamento no direito brasileiro. (BATISTA, 2014).
3 A INCONSTITUCIONALIDADE DA ADOÇÃO DO SISTEMA TARIFÁRIO PELA REFORMA TRABALHISTA (LEI N. 13.467/2017)
	O exame da constitucionalidade de qualquer diploma deve iniciar da base da Constituição Federal de 1988, a partir de visão global de todo o sistema constitucional, para que o estudo não ocorra de maneira superficial. Por tal motivo a demonstração da inconstitucionalidade dos artigos que integram o título II-A da CLT partirá da matriz constitucional, que estrutura a República Federativa do Brasil como Estado Democrático de Direito e que irá revelar os principais valores e ideais incrustados na norma e que regem o Brasil.
3.1 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Com fim dos governos militares surge o desejo de redemocratização do país, torna-se imperativa a necessidade de uma nova Constituição. Em meio a esse cenário político é promulgada a Constituição Federal de 1988, que adota como paradigma o Constitucionalismo Humanitário, que rompe com o antigo Constitucionalismo Liberal, e dá continuidade as evoluções alcançadas pelo Constitucionalismo Social.
A CF/88 destaca-se das anteriores por conter três pilares fundamentais: “a arquitetura constitucional de um Estado Democrático de Direito; a arquitetura principiológica humanística e social da Constituição da República; e a concepção constitucional de direitos fundamentais da pessoa humana.” (DELGADO, M.; DELGADO, G., 2017, p. 21). 
Assim, levando em consideração os três pilares constitucionais estabelecidos pela referida doutrina, é que se irá analisar a Constituição Federal de 1988.
O primeiro pilar é o Estado Democrático de Direito. A construção desse conceito, consoante as disposições da citada doutrina, deu-se ao longo das fases do constitucionalismo, chegando a sua atual concepção durante a fase atual do Constitucionalismo Humanitário. Mesmo o Constitucionalismo Liberal teve suas contribuições para o início de estabelecimento das liberdades individuais e coletivas. Todavia, o grande problema foi que as inovações somente eram efetivas para uma pequena elite.
Em um segundo momento tem-se o Estado Social, que é inaugurado pelas Constituições do México de 1917 e da Constituição de Weimar de 1919. Esse momento é considerado uma transição para o modelo atual, pois o Constitucionalismo Social inaugurou os avanços que colocaram a dignidade da pessoa humana em posição de maior destaque. 
As principais características desse modelo, conforme a mencionada doutrina, são a inserção de direitos sociais, como o trabalho e a previdência na constituição; oportunidade do exercício de direitos políticos pelas minorias; o intervencionismo do estado; a igualdade material, entre outros direitos conquistados. 
Porém, de um lado, “a integração e dimensão social dos direitos na seara constitucional ainda se faziam de modo apenas lateral sem atingir o núcleo estruturante das constituições’’. (DELGADO, M.; DELGADO, G., 2017, p. 26)
Entendem os citados doutrinadores que o Constitucionalismo Humanístico ao inserir os direitos e garantias fundamentais na matriz constitucional, integra-os ao núcleo estruturante das constituições. 
Após a Segunda Guerra Mundial, foram pioneiras no tema as Constituições da França de 1946; da Itália de 1947; da Alemanha de 1949; de Portugal de 1976; da Espanha de 1978; chegando ao Brasil apenas com a Constituição da República de 1988.
Nesse momento atual do Constitucionalismo, os direitos do homem são colocados em uma posição de destaque nas constituições, por meio do alargamento do rol de direitos fundamentais. Nas palavras dos referidos doutrinadores (2017, p. 27):
Entre as inovações qualitativas essenciais do novo constitucionalismo encontram-se, ilustrativamente: a consagração da matriz principiológica das novas constituições; a institucionalização da natureza normativa dos princípios jurídicos; a estruturação de um rol de princípios humanísticos e sociais imperativos, todos apontando para a centralidade da pessoa humana. na ordem social, econômica e jurídica; o aprofundamento e sofisticação dos mecanismos democráticosda sociedade política e da sociedade civil; a extensão da ideia de Democracia para além do simples campo do Estado e de suas instituições, de maneira a fazê-la presente também no âmbito das instituições da vida social e econômica privada. (grifou-se)
Nessa nova fase do constitucionalismo forma-se a ideia de Estado Democrático de Direito, que se configura em um Estado onde não só o povo, mas também o governo se submete as leis, efetivando-se a participação e representação popular com o objetivo de garantir a finalidade pública. É nessa acepção o conceito de Estado Democrático de Direito, previsto no art. 1º da CF/88. Da mesma forma concluem Paulo e Alexandrino (2015, p. 93):
Em sua origem o conceito de Estado de Direito estava ligado tão somente à ideia de limitação do poder e sujeição do governo a leis gerais e abstratas. A noção de Estado democrático é posterior, e relaciona-se à necessidade de que seja assegurada a participação popular, que deve, ademais, ter por fim, a obtenção de uma igualdade material entre os indivíduos. 
No que se refere ao segundo pilar apontado por Delgado e Delgado (2017) constitui-se pela concepção de que os princípios são normas tal qual as regras jurídicas. A CF/88 adotou como um dos seus eixos principais um núcleo de princípios humanísticos e sociais, que são aplicáveis a todos os ramos do direito e são fortes limites constitucionais que devem ser utilizados pelo intérprete do Direito em seu desafio de bem interpretar novos diplomas e regras jurídicas aprovados na realidade institucional do País. 
.Na sequência, os autores listam tais princípios, dos quais são uma amostra a dignidade da pessoa humana, o bem estar-social, a igualdade formal e material, a proporcionalidade e a razoabilidade, a vedação do retrocesso social e da progressividade social. Todos os quais estão na seara de influência do Direito do Trabalho.
Além desses, “destacam-se os seguintes princípios justrabalhistas constitucionalizados em 1988: o princípio da norma mais favorável; o princípio da continuidade da relação de emprego e o princípio da irredutibilidade salarial”. (DELGADO, M.; DELGADO, G., 2017, p. 33). (grifou-se)
O terceiro pilar da CF/88 estabelecido por Delgado e Delgado (2017) constitui-se dos Direitos Fundamentais da Pessoa Humana os quais são inerentes ao universo da personalidade e do patrimônio moral, ao lado daqueles que são imprescindíveis para garantir um patamar civilizatório mínimo obrigatório à centralidade da pessoa humana na vida socioeconômica e na ordem jurídica, como os direitos e garantias individuais e sociais, elencados principalmente nos capítulos I e II da CF/88. 
Acresce que, a Constituição Federal de 1988 dá proteção especial a esses direitos ao estabelecê-los como cláusulas pétreas, segundo o art. 60, §4º da CF/88 que veda a proposição de emendas constitucionais tendentes a aboli-los. Em vista desta proteção dispõe Delgado e Delgado (2017, p. 33):
Essa norma constitucional de vedação explicita ao Poder Legislativo Reformador (e também, é obvio, ao Poder Legislativo Ordinário) protege os direitos e garantias individuais fundamentais, isto é, aqueles direitos e garantias que sejam da titularidade de pessoas humanas, como sói ocorrer com os direitos individuais e sociais trabalhistas. Conforme se sabe, os direitos trabalhistas são antes de tudo, direitos individuais, direitos da pessoa humana do trabalhador, em particular se estiverem inseridos em uma relação de emprego e/ou relação sociojurídica equiparada; em seu conjunto, entretanto, os direitos individuais trabalhistas tornam-se também direitos sociais e/ou direitos coletivos – tal como acontece, a propósito, com diversos direitos individuais arrolados no Capítulo I do Título II da Constituição da República. 
Dessa forma, com a união dos três pilares que formam a matriz constitucional brasileira, extrai-se a função civilizatória do direito, a fim de assegurar os direitos mínimos e diminuir as desigualdades. Como concluem Delgado e Delgado (2017, p. 38):
Nesse quadro evolutivo, em que o Direito se afasta de seu padrão de instrumento de exclusão, segregação e sedimentação da desigualdade entre as pessoas humanas e os grupos sociais – padrão que tanto o caracterizou, infelizmente, por milênio e séculos - em direção a uma concepção mais inclusiva, igualitária, humanista e social do Direito, é que se forma o novo paradigma do constitucionalismo, o constitucionalismo humanista e social de após a Segunda Guerra Mundial no ocidente europeu e, desde 1988, no Brasil.
Logo, pode ser compreendido que ir de encontro com direitos e garantias fundamentais, além de ferir a matriz constitucional, por constituir um dos seus pilares mais importantes e ser considerada uma cláusula pétrea, também se considera um retrocesso na evolução do Direito em seus diferentes ramos. 
3.2 A REFORMA TRABALHISTA: ASPECTOS GERAIS FRENTE À CONSTITUIÇÃO E CRÍTICA AOS SEUS SUPOSTOS FUNDAMENTOS
A ciência do Direito tem como fonte material os costumes da sociedade. Logo, o momento histórico da edição de uma lei reflete esse momento. Hodiernamente enfrenta-se uma severa crise política e econômica, que se alastra em diversos âmbitos do governo e da sociedade brasileira.
Em meio a isso, a Reforma Trabalhista surge em conjunto com outras medidas como a Reforma Previdenciária, o Congelamento dos Gastos Públicos, as privatizações, e com finalidades duvidosas:
com o objetivo de criar um ambiente institucional favorável para o capital produtivo e para o rentismo, assegurando aos primeiros a possibilidade de reduzir custos por meio da reforma trabalhista e da ampliação da terceirização, e garantindo aos últimos a rentabilidade via redução dos gastos públicos e da reforma da previdência.�
Por conseguinte, sintetiza Delgado e Delgado (2017), pode-se fazer a análise das principais mudanças dividindo-as com base nos ramos do Direito do Trabalho relacionados, quais sejam: o Direito Individual Trabalhista, o Direito Coletivo Trabalhista e o Direito Processual do Trabalho.
Em primeiro lugar os autores tratam do Direito Individual do Trabalho, destacando as seguintes características: o Desprezo à noção de centralidade da pessoa humana na ordem jurídica e na vida social; o esvaziamento do princípio da igualdade material; desconstrução do arcabouço constitucional e infraconstitucional de proteção à saúde e segurança do trabalhador; desrespeitos a normas de inclusão de pessoas vulneráveis no mercado de trabalho e descaracterização da natureza salarial de parcelas pagas ao empregado no contexto da relação de emprego. 
No que se refere ao Direito Coletivo do Trabalho, acentuam as seguintes alterações: o enfraquecimento do sindicalismo no país; o alargamento extremado dos poderes de negociação coletiva trabalhista; as restrições graves ao acesso à justiça por parte dos trabalhadores, individualmente ou coletivamente considerados, além dos próprios sindicatos.
Por fim, abordam o Direito Processual do Trabalho, sobrelevando as seguintes transfigurações: restrições graves de acesso a Justiça, das quais destaca-se a remodelação do instituto constitucional da Justiça Gratuita de forma desfavorável aos hipossuficientes; instigação de práticas censórias pela autoridade judicial; restrição da atuação dos Tribunais do Trabalho na construção da jurisprudência trabalhista.
Além dessas, ainda existem uma série de outras inconsistências da Reforma, como a permissão da terceirização dos serviços da atividade principal da empresa. 
Dessa forma, o que se percebe é que, na contramão das alegações dos defensores da reforma - que alegam o fim de modernização e flexibilização das normas instituídas na CLT, as quais representariam medida imprescindível na diminuição das taxas do desemprego - há uma tentativa de criação de um cenário favorável ao impulsionamento da Economia, favorecendo-se uma minoria quantitativa, qual seja, a dos grandes empresários, em detrimento da maior parte da população brasileira: a classe trabalhadora.
Analogamente,a história da humanidade repete-se, em tempos de crise - ocasionada atualmente de forma clara pela corrupção enraizada na cultura brasileira, em todos os setores do poder público, e também do setor privado – a população da classe mais economicamente desfavorecida é que sofre as consequências da má administração do Estado.
Dito isto, verifica-se grave retrocesso do Constitucionalismo no Brasil, com retorno à princípios liberais que foram tão prejudiciais à classe operária no decorrer da Revolução Industrial. O que ocorre de fato é descaracterização do Estado Democrático de Direito, a partir do momento em que se fere a Constituição Brasileira, que é fundamentada no Constitucionalismo Humanitário, e não nos paradigmas antecessores, que remontam aos séculos XIX e XX. Nesse sentido, complementa Braghini (2017, p. 39):
A primazia jurídica do valor da dignidade da pessoa humana, no contexto contemporâneo, corresponde à resposta institucional no âmbito da comunidade jurídica internacional (incrustado na consciência universal) a “crise do positivismo jurídico”, eis que os regimes totalitários do fascismo e nazismo foram movimentos políticos e militares que acenderam ao poder dentro de um quadro de legalidade, e promoveram a barbárie em nome da lei, os principais acusados em Nuremberg invocaram o cumprimento da lei e a obediência a ordens emanadas de autoridade competente como justificativa aos crimes cometidos, havendo consenso ao entorno de um repúdio à concepção positivista de um ordenamento indiferente aos postulados éticos, confinado à ótica meramente formal. (grifou-se)
Destarte, constata-se que a Reforma Trabalhista desrespeitou princípios constitucionais trabalhistas como a proibição do retrocesso, a dignidade da pessoa humana, da proteção, da aplicação da norma mais favorável, do acesso a justiça, da independência dos poderes, entre tantos outros princípios tão ou mais importantes que esse, que se tornaria desnecessário mencioná-los. Além disso, a infração a diversos artigos específicos da Constituição Federal e a posterior alteração ocasionada pela Medida Provisória n. 808/2017 gerou incongruências dentro e fora da Consolidação das Leis Trabalhistas.
3.3 A INCONSTITUCIONALIDADE DA ADOÇÃO DO SISTEMA TARIFÁRIO NA CLT
Em meio às inúmeras inconstitucionalidades e desrespeitos a matriz constitucional dos Direitos e Garantias Fundamentais, destaca-se no presente trabalho a inserção inovadora do novo título na CLT: Título II-A – Do dano Extrapatrimonial (art. 223-A ao 223-G) que em diversos pontos contraria a CF/88.
Assim, primeiro, far-se-á a análise dos artigos instituídos pela Lei n. 13.467/17, e em seguida serão abordadas as alterações feitas pela Medida Provisória n. 808/2017.
3.3.1 Análise dos artigos inseridos pela Lei n. 13.467/2017 (Título II-A da CLT) com base na CF/88
Neste tópico será analisado ponto a ponto as alterações e a perspectiva da inconstitucionalidade dos artigos inseridos pela Lei n. 13.467/17, sem as alterações posteriores promovidas pela MP n. 808/17.
O primeiro artigo do novo título da CLT inaugura a inconstitucionalidade do tema. Em uma tentativa atécnica e inconstitucional, coloca-se em posição de superioridade no ordenamento jurídico brasileiro: “Art. 223-A. Aplicam-se à reparação de danos de natureza extrapatrimonial decorrentes da relação de trabalho apenas os dispositivos deste Título.”
Sobre as incongruências do referido artigo dispõem Delgado e Delgado (2017, p. 145):
[...] O art. 223-A menciona que à matéria enfocada no referido Título II-A [...] aplicam-se “apenas os dispositivos deste Título”. Mas a interpretação lógico-racional, sistemática e teleológica do preceito legal demonstra, às escâncaras, que há um conjunto normativo geral mais forte, superior, dado pela Constituição de 1988 e pelas normas internacionais de direitos humanos vigorantes no Brasil, que incide, sem dúvida, na regulamentação da matéria abrangida por esse título especial agora componente da Consolidação. Ademais, havendo alguma necessidade de integração jurídica, incidem, sim, as regras sobre indenizações por dano moral insculpidas no Código Civil Brasileiro e em outros diplomas normativos da República, respeitada a compatibilidade de tais regras externas com os princípios e a lógica jurídica estrutural da Consolidação das Leis do Trabalho [...]. A propósito o próprio art. 223-F, caput e §§1º e 2º, se refere à indenização por dano material, sem fornecer qualquer critério para a sua avaliação e seu cômputo – circunstância que demonstra óbvia lacuna normativa, tornando essencial a integração jurídica com respeito às regras do Código Civil de 2002. (grifou-se)
A evidência da inconstitucionalidade é clara posto que a CF/88 aborda o tema, classificando os direitos de personalidade (que são imateriais ou extrapatrimoniais) no rol de direitos que são cláusulas pétreas na Constituição de 1988, devido ao Constitucionalismo Humanitário, que põe os direitos fundamentais na matriz constitucional. 
Dessa forma, principalmente o art. 5º da CF/88, em seus incs., V, X e XII, asseguram o princípio da reparação integral dos danos materiais e extrapatrimoniais, a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem, assegurada a indenização cabível e o sigilo de dados, correspondências e comunicações.
Igualmente, o art. 7º, inc. XXVIII, da CF/88 que disciplina como direito do trabalhador “seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa”. 
Ademais, levando em consideração que nenhuma norma é capaz de prevê todas as hipóteses de desenvolvimento social, tendo em vista que a sociedade está em constante mutação. E a lei, que é estática, mesmo através da hermenêutica jurídica não acompanha o desenvolvimento social. Desse modo, um ramo tão específico do Direito, necessita de uma fonte subsidiária, como bem estipula o art. 8º, §1º da própria CLT. 
Não pode o legislador ordinário fixar medidas que vão contra o ordenamento jurídico como sistema. Criando-se proibições e incongruências até mesmo dentro da própria Consolidação das Leis Trabalhistas, que conforme recém mencionada, estipula no art. 8º a aplicação subsidiária do direito comum nos casos de lacuna legislativa. 
Nesse sentido, se incompleta a norma, deverá ser integrada pelos artigos atinentes do Código Civil, a exemplo dos arts. 186 e 187, que definem o conceito de ato ilícito, art. 927 que impõe o dever de indenizar e o art. 944 que fixa o princípio da proporcionalidade como parâmetro para o valor da indenização, sem nunca contrariar as disposições constitucionais.
Na sequência, as disposições do “art. 223-B. Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são as titulares exclusivas do direito à reparação.” Sobre o conteúdo do artigo, opinam Delgado e Delgado (2017, p. 146): 
Como parâmetro geral, o preceito é evidentemente válido. Porém, conforme se conhece da diversidade das situações sociojurídicas existentes no mundo do trabalho, há pretensões que podem, sim, ser de titularidade de pessoas físicas ligadas afetiva, econômica e/ou juridicamente à pessoa humana afrontada, tal como pode ocorrer com a(o) esposa(o) ou a (o) companheira(o) e os filhos da vítima de danos extrapatrimoniais. Na hipótese do evento morte da vítima, tais pretensões são manifestas e, em princípio, garantidas, abstratamente, pela ordem jurídica (embora, é claro, na prática, fiquem na dependência das indenizações previstas no Direito). (grifou-se)
Dessa forma, verifica-se que o referido artigo gera polêmica em torno da possiblidade de ter sido excluído a possibilidade de indenização pelo dano morte, à medida que a hermenêutica gramatical leva a essa conclusão, quando estipula a exclusividade do direito à reparação ao ofendido. Todavia, o art. 5º, inc. XXX da CF/88 assegura o direito fundamental à herança, também tem-se o art. 12 do Código Civil queassegura a legitimidade dos sucessores para requerer a indenização decorrente dos danos extrapatrimoniais sofridos pelo de cujus. 
[...] é preciso deixar claro que esse disposto não se refere às situações nas quais se pleiteia indenização por danos próprios sofridos pelos parentes mais próximos (os chamados danos em ricochete). Esses são decorrentes do sofrimento causado, por exemplo, à viúva e aos filhos em virtude de morte do empregado por acidente de trabalho ou doença ocupacional. [...] também não impede que o espólio postule a reparação pelos danos experimentados pelo próprio empregado falecido durante a contratualidade. Ou seja, o disposto não tem o condão de obstar [...] a reparação do dano sofrido pelo espólio. [...]. Portanto, interpretação contrario sensu provocará, por certo, violação ao art. 5º, inc. XXX, da CRFB/1988, que consagra o direito fundamental a herança. (NAHAS, PEREIRA e MIZIARA, 2017, p. 199). (grifou-se)
E ao fixar que os danos extrapatrimoniais se aplicam a pessoa jurídica, “o objetivo foi claro de permitir que as empresas acionem os empregados no caso de difamação da marca ou dos procedimentos internos do empregador, o que já estava com jurisprudência favorável, porém claudicante”. (SILVA, 2017, p. 61)
 “Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa física.” 
Em relação ao artigo acima colacionado, Silva (2017, p. 60) questiona: ”quem poderá falar que o rol do art. 223-C é taxativo? [...] mas, de plano, se esqueceu de assuntos muito delicados, como a dispensa de pessoas em idade avançada [...] e assuntos ligados à nacionalidade do empregado [...]”. Desse modo, “ao que parece, a vontade do legislador foi estabelecer um rol numerus clausus. No entanto, a melhor interpretação é considerá-lo como um rol meramente exemplificativo, sob pena de vulneração do princípio da restituição integral”. (NAHAS, et al., 2017, p. 199)
“Art. 223-D. A imagem, a marca, o nome, o segredo empresarial e o sigilo da correspondência são bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa jurídica.” O referido artigo “expressamente autoriza a reparação de dano extrapatrimonial da pessoa jurídica [...] abraçando a tese de que a pessoa jurídica pode sofrer dano extrapatrimonial, segundo a jurisprudência e doutrina nesse sentido.” (CASSAR, 2017, p. 111)
Todavia, deveria ter atribuído o sigilo das correspondências como inerente também a pessoa física, visto que este é originalmente um direito fundamental individual, assegurado pelo art. 5º, inc. XII, da CF/88.
“Art. 223-E. São responsáveis pelo dano extrapatrimonial todos os que tenham colaborado para a ofensa ao bem jurídico tutelado, na proporção da ação ou da omissão.” Consoante Silva (2017, p. 61) o artigo “frisa a solidariedade entre aqueles que concorreram para a lesão, o que já era facilmente extraído do art. 942, parágrafo único, do CC; isso vale tanto para as empresas integrantes de grupo econômico ou unidas por contratos de terceirização, quanto vale para trabalhadores que se consorciaram para a difamação do empregador. 
Em seguida, tem-se a redação colacionada do penúltimo artigo do Título II-A da CLT:
Art. 223-F. A reparação por danos extrapatrimoniais pode ser pedida cumulativamente com a indenização por danos materiais decorrentes do mesmo ato lesivo.
§ 1º Se houver cumulação de pedidos, o juízo, ao proferir a decisão, discriminará os valores das indenizações a título de danos patrimoniais e das reparações por danos de natureza extrapatrimonial. 
§ 2º A composição das perdas e danos, assim compreendidos os lucros cessantes e os danos emergentes, não interfere na avaliação dos danos extrapatrimoniais. 
NAHAS, et al.(2017, p. 200), faz uma análise relevante sobre o art. 223-F, caput, e §§1º e 2º:
A reforma consagra o entendimento jurisprudência e doutrinário de que a reparação por danos pode ser pedida cumulativamente com a indenização por danos materiais decorrentes do mesmo ato lesivo. O STJ possui a Súm. 37 a respeito: “São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato” O dispositivo da CLT é mais abrangente, pois fala em cumulação não só dos danos morais, mas também dos extrapatrimoniais, como por exemplo, os danos estéticos. Na hipótese de condenação, a sentença deverá discriminar os valores das indenizações a título de danos patrimoniais e das reparações por danos de natureza extrapatrimonial. 
Porém, de forma diversa compreende Silva (2017), que questiona a ausência dos danos estéticos no art. 223-F, que apesar de figuraremm como danos indenizáveis pela jurisprudência do TST e do STJ, não se pode fazer uma interpretação expansiva de uma norma restritiva. Concluindo pela probabilidade de que os danos estéticos não estejam submetidos à tarifação. Acrescenta, por fim, que a tese danos estéticos são danos extrapatrimoniais, não encontra fundamento científico.
Todavia, conforme o tópico 2 (Do Dano Extrapatrimonial) do presente estudo, a própria conceituação de danos extrapatrimoniais adequa-se aos danos estéticos, visto que são todos aqueles prejuízos ocasionados ao patrimônio imaterial da vítima, ou seja, aquilo que não está ligado ao financeiro. Consoante a doutrina e jurisprudência cíveis da qual este instituto teve origem.
Por fim, tem-se o art. 223-G que encerra este novo título da CLT, assim como também é o mais criticado:
“Art. 223-G. Ao apreciar o pedido, o juízo considerará: 
I - a natureza do bem jurídico tutelado;
II - a intensidade do sofrimento ou da humilhação;
III - a possibilidade de superação física ou psicológica; 
IV - os reflexos pessoais e sociais da ação ou da omissão; 
V - a extensão e a duração dos efeitos da ofensa;
VI - as condições em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo moral; 
VII - o grau de dolo ou culpa; 
VIII - a ocorrência de retratação espontânea;
IX - o esforço efetivo para minimizar a ofensa;
X - o perdão, tácito ou expresso; 
XI - a situação social e econômica das partes envolvidas;
XII - o grau de publicidade da ofensa. 
§ 1º Se julgar procedente o pedido, o juízo fixará a indenização a ser paga, a cada um dos ofendidos, em um dos seguintes parâmetros, vedada a acumulação:
I - ofensa de natureza leve, até três vezes o último salário contratual do ofendido; 
II - ofensa de natureza média, até cinco vezes o último salário contratual do ofendido; 
III - ofensa de natureza grave, até vinte vezes o último salário contratual do ofendido; 
IV - ofensa de natureza gravíssima, até cinquenta vezes o último salário contratual do ofendido. 
§ 2º Se o ofendido for pessoa jurídica, a indenização será fixada com observância dos mesmos parâmetros estabelecidos no § 1ºdeste artigo, mas em relação ao salário contratual do ofensor. 
§ 3º Na reincidência entre partes idênticas, o juízo poderá elevar ao dobro o valor da indenização.” 
Como se verifica nos inc. I a XII do caput, há 12 (doze) critérios que o juiz deve levar em consideração ao estabelecer as indenizações dos danos extrapatrimoniais. Por isso, “ao sentenciar, o juiz deverá trazer na fundamentação, analiticamente, cada um desses critérios, sob pena de omissão, passível de ensejar a nulidade da decisão. É uma espécie de dosimetria da indenização.” (NAHAS, et al., 2017, p. 201)
Este artigo é o que institui propriamente a tarifação das indenizações, nesse momento baseada em um critério que fere diretamente o princípio da igualdade, como se o valor do dano moral dos menos favorecidos financeiramente possuísse menos valor. 
Barba Filho (2017) apresenta crítica a todo o conteúdo deste artigo. Inicia afirmando que os direitos fundamentais possuem pretensão de universalidade, e, como tais, devem ser tutelados para todos os seres humanos pelo simples fato de serem seres humanos, sendo irrelevante, para fins de valoração da indenização por dano extrapatrimonial, a situação socioeconômica do ofendido.Em seguida, o autor destaca que a indenização deve ser arbitrada segundo o pedido, e não conforme a causa de pedir:
Não coincidem, nem há litispendência entre demandas, quando embora o pedido seja o mesmo (e.g. indenização por danos morais), a causa de pedir seja distinta (i.e. um pedido de danos morais em razão de humilhações e um pedido de danos morais decorrente de violência física). Se um trabalhador, em determinada situação, foi ofendido verbalmente ou humilhado por ato do seu empregador. É nesse sentindo que deve ser interpretada a vedação da acumulação, e não como nos leva a interpretação literal do artigo. (BARBA FILHO, 2017, p. 188)
A terceira deficiência citada por Barba Filho (2017) é a tarifação segundo a gravidade da ofensa. É a típica solução que, na prática, cria mais dificuldades do que resolve. Não existe como definir em caráter objetivo, se nem mesmo a lei faz essa tentativa. Apenas utiliza-se das expressões de lesão de natureza leve, média, grave e gravíssima, sem defini-las. 
Por fim, destaca Barba Filho (2017) que a exigência de reincidência entre partes idênticas para elevação da indenização, prejudica o caráter educacional e preventivo da reparação por danos morais. De modo reverso, serve de fator de estímulo, visto que já previsto na letra da lei estabelecendo uma tolerância.
3.3.2 Análise da Medida Provisória n. 808/2017 com base na CF/88
A Lei n. 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) desde a tramitação que levou a sua aprovação recebe muitas críticas. Não sem motivos, visto no que se refere apenas no título ora em análise há uma série de incongruências e inconstitucionalidades.
Mesmo diante disso, a lei foi aprovada e entrou em vigor em 11 de novembro de 2017, 120 (cento e vinte) dias após a sua publicação no Diário Oficial da União em 14 de julho de 2017.
Todavia, no dia 14 de novembro de 2017 foi publicada e entrou em vigor na mesma data, a Medida Provisória n. 808/2017, que dentre outras alterações à Lei. 13.467/2017, modificou da seguinte forma os artigos da 223-C e 223-G, §1º, inc. I a IV, e §§3º, 4º e 5º do Título II-A da CLT:
Art. 223-C. A etnia, a idade, a nacionalidade, a honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, o gênero, a orientação sexual, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa natural. 
Art. 223-G [...]
§ 1º Ao julgar procedente o pedido, o juízo fixará a reparação a ser paga, a cada um dos ofendidos, em um dos seguintes parâmetros, vedada a acumulação:
I - para ofensa de natureza leve - até três vezes o valor do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social;
II - para ofensa de natureza média - até cinco vezes o valor do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social;
III - para ofensa de natureza grave - até vinte vezes o valor do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social; ou
IV - para ofensa de natureza gravíssima - até cinquenta vezes o valor do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
[...]
§ 3º Na reincidência de quaisquer das partes, o juízo poderá elevar ao dobro o valor da indenização.
§ 4º Para fins do disposto no § 3º, a reincidência ocorrerá se ofensa idêntica ocorrer no prazo de até dois anos, contado do trânsito em julgado da decisão condenatória. 
§ 5º Os parâmetros estabelecidos no § 1º não se aplicam aos danos extrapatrimoniais decorrentes de morte.
A exposição de motivos da MP n. 808/2017� devido à urgência na aprovação da Lei n. 13.467 de 2017, resultou na necessidade de alteração de vários dispositivos, como os colacionados, o que foi percebido antes mesmo da entrada em vigor da lei. 
Assim, tais alterações apresentaram uma condição melhor do que a prevista no texto original, com diminuição da ofensa ao princípio da isonomia, sob o ponto de vista de que mudou a base de cálculo da tarifação do salário do ofendido para o provento máximo pago pelo Regime Geral de Previdência Social.
Desse modo, os limites do mínimo e máximo das indenizações por danos extrapatrimoniais foram ampliados, e provavelmente se adequarão a maioria dos casos em um primeiro momento. Pois o valor máximo do maior provento do RGPS é de R$ 5.531.31 (cinco mil quinhentos e trinta e um reais e trinta e um centavos):
	GRAU DA LESÃO
	VALOR MÁXIMO
	LEVE
	R$ 16.593,93
	MÉDIA
	R$ 27.656,55
	GRAVE
	R$ 110.626,20
	GRAVÍSSIMA
	R$ 276.565,50
Apesar disso, a estipulação de valores com bases em numerários, poderá com o passar do tempo se tornar defasada, conforme já aconteceu com outras leis mais antigas. Ainda mais se levada em consideração à necessária dependência dos reajustes estipulados pelo Governo para que as indenizações não percam seus valores de compra.
Todavia, muitas vezes esses índices não conseguem recompor a inflação e ano a ano vão perdendo seu valor real. Inclusive, no ano de 2018, ocorrerá o menor índice de reajuste da previdência, desde o início da utilização do real, no ano de 1994. “Isso porque o governo prevê que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — que corrige os benefícios — fique no acumulado do ano em 1,88%”.�
Isso cria uma dependência injustificada à Previdência, não sendo a melhor recomendação utilizar-se deste índice na eminência de uma Reforma Previdenciária.
Além disso, mesmo com as alterações, continua-se ferindo o disposto no art. 5º, incs. V, X e no art. 7º, inc. XXVIII da CF/88 que adota o modelo de reparação integral dos danos e que não admite a tarifação, conforme precedente do STF (ADPF n. 130) que será a seguir detalhado.
3.4 PRECEDENTES
3.4.1 Precedente do STF: Lei de Imprensa 
O precedente mais importante sobre o tema deste estudo constitui-se na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) n. 130/2009 que declarou a não recepção da Lei de Imprensa (Lei n. 5250, de 09 de fevereiro de 1967).
Ocorre que a norma foi elaborada em um momento histórico em que imperava no Brasil uma ditadura militar. Segundo Lenza (2016), com o Golpe Militar de 1964, o Presidente conhecido popularmente como Jango (João Goulart) foi derrubado por um movimento militar liderado pelo Supremo Comando da Revolução, constituído pelo General Costa e Silva, Brigadeiro Francisco Correia de Melo e pelo Almirante Augusto Ramaker. 
Por consequência, é produto de um Estado Autoritário que não se coaduna com o Estado Democrático de Direito vigente, que tem como forma de governo a República e a dignidade da pessoa humana como um dos princípios fundamentais.
No ano de 1988, inaugurou-se uma nova ordem constitucional em que a proteção à intimidade, à honra, entre outros direitos de personalidade, foram inseridas no grau mais alto do ordenamento jurídico, como direitos fundamentais, e cláusulas pétreas e previsão do sistema de reparação integral dos danos. Momento em que a Lei de Imprensa passou a impor uma limitação inconstitucional. 
E mesmo antes da declaração de não recepção da referida lei, que ocorreu apenas em 2009, os tribunais brasileiros vinham decidindo no sentindo de que a tarifação prevista na Lei de Imprensa não poderia sobrepor-se ao art. 5º, incs. V e X da CF/88, que estabelecem a reparação integral do dano.
Prova disso é que o STJ no ano de 2004 consolidou a sua jurisprudência através da edição da Súmula n. 281, que assevera: “A indenização por dano moral não está sujeita à tarifação prevista na Lei de Imprensa” �. 
	Até que em fevereiro de 2008, o Partido Democrático Trabalhista apresentou a ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) de n. 130, utilizando-se desta ferramenta em função de que inexistente outro meio de saneamento da lesão referida, atendendo ao art. 4º, §1º da Lei n. 9.882/99�, visto que a norma questionada é anterior a CF/88, motivo pelo qual o STF entende não ser cabível Ação Direta de Constitucionalidade (ADI). 
A referida demanda objetivava impugnar a Lei de Imprensa por violar, dentre outros, o art. 5º, inc. V e X da CF/88,devido à adoção da tarifação pelos arts. 51 e 52 da Lei n. 5.250/67.
Assim, em 30 de abril de 2009, a ADPF proposta pelo PDT, que teve como relator o Ministro Carlos Britto, foi julgada procedente, nos termos do voto do relator, declarando a não recepção de toda a Lei de Imprensa. Vencido em parte os Ministros Joaquim Barbosa e Ellen Gracie e vencido integralmente o Ministro Marco Aurélio. 
Para fins de elucidação da fundamentação jurídica que ensejou a declaração da não recepção, no que tange especificamente à tarifação dos danos morais, colacionam-se os votos dos Ministros do STF Carlos Ayres Britto (relator) e Ricardo Lewandovski:
 [...] Seja como for, quer o ofendido esteja na condição de agente privado, quer na condição de agente público, o que importa para o intérprete e aplicador do Direito é revelar a vontade objetiva da Constituição na matéria. E esse querer objetivo da Constituição reside no juízo de que a relação de proporcionalidade entre o dano moral ou material sofrido por alguém e a indenização que lhe cabe receber (quanto maior o dano, maior a indenização) opera é no próprio interior da relação entre a potencialidade da ofensa e a concreta situação do ofendido. Nada tendo a ver com essa equação a circunstância em si da veiculação do agravo por órgão de imprensa.[...]� [..]É que a Constituição, no art. 5º, V, assegura o "direito de resposta, proporcional ao agravo", vale dizer, trata-se de um direito que não pode ser exercido arbitrariamente, devendo o seu exercício observar uma estrita correlação entre meios e fins. E disso cuidará e tem cuidado o Judiciário. [...] Em outras palavras, penso que não se mostra possível ao legislador ordinário graduar de antemão, de forma minudente, os limites materiais do direito de retorção, diante da miríade de expressões que podem apresentar, no dia-a-dia (sic), os agravos veiculados pela mídia em seus vários aspectos. A indenização por dano material, como todos sabem, é aferida objetivamente, ou seja, o juiz, ao fixá-la, leva em conta o efetivo prejuízo sofrido pela vítima, inclusive mediante avaliação pericial se necessário for. Já, a indenização por dano moral - depois de uma certa perplexidade inicial por parte dos magistrados - vem sendo normalmente fixada pelos juízes e tribunais, sem quaisquer exageros, aliás, com muita parcimônia, tendo em vista os princípios da equidade e da razoabilidade, além de outros critérios como o da gravidade e a extensão do dano; a reincidência do ofensor; a posição profissional e social do ofendido; e a condição financeira do ofendido e do ofensor. Tais decisões, de resto, podem ser sempre submetidas ao crivo do sistema recursal. Esta Suprema Corte, no tocante à indenização por dano moral, de longa data, cristalizou jurisprudência no sentido de que o art. 52 e 56 da Lei de Imprensa não foram recepcionados pela Constituição, com o que afastou a possibilidade do estabelecimento de qualquer tarifação, confirmando, nesse aspecto, a Súmula 281 do Superior Tribunal de Justiça. Cito, nessa linha dentre outras seguintes decisões: RE 396.386-4/SP, Rel. Min. Carlos Velloso; RE 447.484/SP, Rel. Min. Cezar Peluso; RE 240.450/RJ, Rel. Min. Joaquim Barbosa; e AI 496.406/SP, Rel. Min. Celso de Mello.[...]� (grifou-se)
	Logo, o que se infere deste precedente do STF é que a declaração da não recepção da Lei de Imprensa, no que tange à tarifação das indenizações, deu-se não por motivos peculiares a esta norma, mas sim, porquanto a novel ordem constitucional, no art. 5º, incs. V e X, quando reza que a indenização deve ser proporcional ao agravo, institui o princípio da reparação integral.
Ante o exposto, verifica-se que a preordenação de critérios inviabilizam a eficácia desse princípio. Pois, o futuro é imprevisível e a letra da lei não acompanha as inúmeras possibilidades de interações sociais que podem vir a gerar os mais variados tipos de danos extrapatrimoniais. 
3.4.2 Precedentes do STJ
Consoante às disposições sobre a ADPF n. 130, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) mostrou-se fundamental na consolidação da jurisprudência sobre a recepção da Lei de Imprensa pela CF/88. 
A Súmula n. 281 do STJ foi construída com base em números precedentes: AgRg no REsp 323.856-RS (3ª T, 02.08.2001 – DJ 27.08.2001); REsp 168.945-SP (3ª T, 06.09.2001 – DJ 08.10.2001); REsp 169.867-RJ (4ª T, 05.12.2000 – DJ 19.03.2001); REsp 213.188-SP (4ª T, 21.05.2002 – DJ 12.08.2002); REsp 453.703-MT (4ª T, 21.10.2003 – DJ 1º.12.2003); REsp 513.057-SP (4ª T, 18.09.2003 – DJ 19.12.2003).�
Outrossim, mostra-se importante mencionar que em 13 de setembro de 2009 o STJ disponibilizou no endereço eletrônico uma tabela que trazia valores fixos para cada tipo de lesão. Por exemplo, no caso de omissão da esposa ao marido sobre a verdadeira paternidade biológica das filhas, o valor da indenização foi estipulado no montante desarrazoado de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). 
A notícia acabou repercutindo de forma negativa, posto que tratava-se de uma hipótese de tarifação, que não poderia ser estabelecida por meio de uma notícia oficial, motivo pelo qual lançou nota explicando que a tabela foi elabora com mero cunho jornalístico e também com o fim de facilitar o acesso dos leitores a um número maior de precedentes do STJ, não constituindo um tabelamento oficial sobre o tema. (BATISTA, 2014)
3.5 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE N. 5870
A Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho (ANAMATRA) - que constitui-se como pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, representativa dos interesses dos magistrados da Justiça do Trabalho - propôs Ação Direta de Inconstitucionalidade cumulada com pedido de medida cautelar, com fundamento no art. 102, inc. I, alínea “a” da CF/88 e no art. 10 da lei n. 9.868/99, em face dos incisos I, II, III e IV do §1º do art. 223-G da CLT, com a redação que lhe foi dada pelo art. 1º da Lei n. 13.467, de 13/07/2017 e modificada pelo art. 1º da Medida Provisória n. 808, de 14/11/2017.�
Na ação, a associação pleiteia a suspensão imediata da eficácia da tarifação, contida no do art. 223-G, incs. I, II, III e IV do § 1º da CLT, alterados pela nova lei da Reforma e pela MP n. 808/17, para que seja interpretada conforme a Constituição, a fim de permitir que os órgãos jurisdicionais possam fixar indenizações superiores aos limites previstos, por decisão fundamentada.
Sobre a livre convicção do juiz, a ANAMATRA reforça que as alterações promovidas na CLT contemplam violação clara à independência do juiz para julgar as causas e aplicar a lei de acordo com o texto constitucional, que acolhe a ideia da reparação integral, e com sua livre convicção motivada.
A questão em debate é semelhante a declaração de não recepção da Lei de Imprensa, acima detalhada, em vista que ela também limitava a atuação do Poder Judiciário comum, por meio de similar tarifação.
A entidade também lembra que, apesar de essa alteração legislativa ter sido feita há pouco tempo por meio da Lei n. 13.467/17, a nova legislação foi objeto de alteração pela MP n. 808 – que pretendia reduzir os efeitos de quebra da isonomia, mas preservou vício de inconstitucionalidade – permanecendo o modelo tarifário.
Por fim, pede a ANAMATRA que ao novo texto legal se dê ao menos interpretação conforme a Constituição, porque entende que os valores praticados pelo RGPS atenderão a maioria dos casos, sem ocasionar grandes injustiças, com a ressalva de que poderão ser estipulados outros valores com a devida fundamentação, servindo a tarifação apenas de norte. Mas o pedido principal é que se declare a nulidade da própria tarifação, visto que é já foi decidido nesse sentindo anteriormente, com base principal nos arts. 5º, incs. V,X, e 7º, inc. XXVIII da CF/88.
3.6 PANORAMA GERAL DA INCONSTITUCIONALIDADE
Verificada a semelhança com o precedente instituído pela ADPF n. 130 de 2009, que declarou a não recepção da Lei de Imprensa em decorrência da sua incompatibilidade com a CF/88, porque, entre outros motivos, a tarifação das indenizações decorrentedos danos imateriais é incompatível com o principio constitucional da reparação integral.
No âmbito da Reforma Trabalhista, essa linha de raciocínio ganha ainda mais força tendo em vista que se soma ao art. 5º, inc. V e X, e ao art. 7º, inc. XXVIII da CF/88, todos contendo a regra da reparação integral dos danos.
O mais preocupante é que a redação original dos incisos I a IV do § 1º do art. 233-A da CLT contém grave ofensa ao princípio da isonomia, porque a indenização decorrente de um mesmo fato gerador poderá gerar indenizações discrepantes, se os envolvidos possuíssem remunerações diferentes. E que a alteração que substituiu o critério da base salarial da vítima, pelo teto máximo do RGPS deu-se por meio de uma medida provisória que ainda não foi convertida em lei.
Em outras palavras, essa redação da CLT ainda não é definitiva, apesar de a praxe apontar nesse sentido.
Embora se reconheça a importante e relevante atuação da ANAMATRA com a apresentação da ADI n. 5870/17, são pertinentes à tessitura de algumas críticas. 
Em primeiro lugar, diverge-se da alegação de que a MP n. 808/17 afastou a referida violação ao princípio da isonomia. Pois, atualmente o único ramo do direito submetido a essa limitação é o do Direito do Trabalho. Ademais, as relações de trabalho, que não sejam submetidas à jurisdição trabalhista, poderão receber indenizações maiores em situações semelhantes.
Ou pior, mesmo fora de uma relação de trabalho, onde não há uma relação jurídica prévia, poderão ser estipuladas indenizações de acordo com o caso concreto, consequentemente poderão ser maiores do que o teto da tarifação trabalhista, visto que se adequarão às peculiaridades dos envolvidos. 
Todavia, os empregados do setor privado, os quais constituem a maior parte da população, estão submetidos a esse desprivilegio que desrespeita princípios para além da isonomia, como a proibição do retrocesso. 
Com isso não se quer dizer que a alteração dada pela MP n. 808/17 não foi positiva, a saber, tal tarifação será adequada para a grande maioria das lides trabalhistas.
Entretanto, de qualquer modo, a tarifação é inconstitucional no direito brasileiro, especificamente no Direito do Trabalho, pelo reforço do inc. XXVIII do art. 7º da CF que dá direto ao empregado ter seguro contra acidentes de trabalho, bem como a indenização cabível, em havendo culpa.
Compreende-se, assim, como a ANAMATRA, no bojo da ADI n. 5870, que o caso sob exame merece no mínimo uma “interpretação conforme a Constituição”, caso não seja declarada a inconstitucionalidade por motivos políticos que venham a influenciar o STF a mudar uma posição já consolidada. 
Além disso, a ADI n. 5870 equivocou-se quando se limitou ao pedido de inconstitucionalidade do art. 223-G, deixando de fora dos seus pedidos à declaração de inconstitucionalidade de outros artigos do próprio título II-A da CLT como o art. 223-A, que veda a aplicação subsidiária de outros diplomas legais que não estejam dentro do referido título. Ora, além de ser inconstitucional, é incompatível com o próprio art. 8°, §1º da CLT.
Outrossim, há a incongruência criada entre o art. 223-B e o art. 223-G, o qual atribui a não incidência dos limites tarifários aos danos de morte, como se as outras disposições fossem aplicáveis. Todavia, o art. 223-B em sua acepção literal, exclui a hipótese de indenização nesses casos, pois impõe que o único legitimado para pleitear os direitos sobre os danos extrapatrimoniais são as próprias vítimas, em desrespeito ao direito constitucional e civil da herança. 
Ainda, há o art. 223-D, que também é maculado pela inconstitucionalidade, à medida que deliberadamente não inclui as pessoas jurídicas como titulares do direito fundamental individual ao sigilo das correspondências, ferindo o art. 5º, inc. XII da CF/88. 
Devem ser consideradas outras relevantes inconstitucionalidades trazidas pela Reforma, sendo a mais importante para o presente assunto a do art. 8º, § 2º: “Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tribunais Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos legalmente previstos nem criar obrigações que não estejam previstas em lei”.
O que sobressalta a relevância de apresentação de ADIs, visto que essa disposição tenta diminuir a força do controle de constitucionalidade difuso.
Sob outro ponto de vista, essa limitação imposta ao poder de decisão dos juízes trabalhistas não atinge outros órgãos do Poder Judiciário, tratando-se de limitação imposta, apenas e tão somente a eles. O que cria uma situação de incompatibilidade do ordenamento jurídico brasileiro. 
O caso sob exame envolve, ainda, violação clara à independência do juiz do trabalho para julgar as causas e aplicar a lei de acordo com o texto constitucional e com suas convicções. Nesse sentido, fere o art. 2º da CF/88: 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, que é um princípio fundamental da CF/88.
Logo, se a “tarifação” da indenização por dano moral decorrente de ofensa à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas é inconstitucional, a “tarifação” da indenização por dano moral decorrente da “relação de trabalho”, também se mostra inconstitucional. De modo que essa discussão não deveria estar sendo retomada, com base na ADPF n 130/2009.
Acresce-se, ainda, como visto dos precedentes do TST, que a indenização por dano moral decorrente de lesão ocorrida na relação de trabalho tem sede em outros dispositivos da Constituição Federal, além dos artigos retrotranscritos, a saber, nos artigos 225, caput, § 3º, 170, caput e inciso VI, conforme aresto colacionado:
A par disso, cumpre acrescentar que a Constituição da República Federativa do Brasil assegura ao empregado um meio ambiente de trabalho seguro e determina ao empregador a obrigação de preservar e proteger esse meio ambiente laboral. Com efeito, em seu artigo 225, caput, a Constituição Federal garante a todos, como direito fundamental, um meio ambiente ecologicamente equilibrado, nele incluído o meio ambiente do trabalho, impondo "ao Poder Público e à coletividade" e, portanto, ao empregador o dever de defendê-lo e preservá-lo, assegurando, em seu parágrafo 3º, a obrigação de reparação de danos quando não cumprido o dever de preservação do meio ambiente. Nesse ínterim, o artigo 170, caput e inciso VI, da Constituição Federal preceitua que a ordem econômica deve ser fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, devendo assegurar a todos a existência digna, conforme os ditames da justiça social e observando a defesa do meio ambiente. Portanto, acima dos objetivos econômicos, as empresas têm uma finalidade social a ser cumprida. Especificamente no âmbito do Direito do Trabalho, o constituinte originário posicionou-se pela defesa da saúde do trabalhador e melhoria das condições de trabalho. Cita-se, como exemplo, entre inúmeros direitos assegurados, a necessidade de redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde, higiene e segurança, conforme efetivamente garante o artigo 7º, inciso XXII, da Constituição Federal. (Processo: RR 1813-21.2013.5.09.0652 Min. José Roberto Freire Pimenta, DEJT 15/12/2017)
Além disso, também é importante a transcrição dos artigos supracitados:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: [...]
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impactoambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. [...]
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
Inegável, assim, a violação da Constituição Federal pela tarifação prevista nos incisos I a IV do § 1º do art. 223-G da CLT, seja pela redação original, seja pela conferida pela Medida Provisória.
Destaque-se, por fim, a divergência levantada pelos Ministros do STF Gilmar Mendes e Marco Aurélio que entenderam em sede da ADPF n. 130/2009, que a não tarifação é preferível ao sistema aberto, visto que este deixa ao arbítrio dos juízes a estipulação de quaisquer valores indenizatórios, como bem lhes aprouver.
Por fim, é nítido que a tarifação não resolverá esse problema, que poderá continuar a ocorrer diante da natureza falha do ser humano, e exigência de serem continuamente feitos juízos de valores, pois a reforma deixou de definir o que deve ser inserido como lesões de natureza leve, média, grave ou gravíssima.
3.7 SISTEMA DE PRECEDENTES DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Diante de tudo que foi analisado, extrai-se que a principal deficiência do modelo de reparação civil, é a ocorrência de decisões discrepantes frente a casos concretos semelhantes. Todavia, isso não é um problema único e exclusivo das indenizações por danos extrapatrimoniais.
Assim, em busca de soluções, verifica-se a partir da análise do Direito Comparado, e dos caminhos e inovações do direito brasileiro a partir do Código de Processo Civil de 2015 que, adotando características de um sistema common law, conferiu propositalmente destaque a formação de precedentes judiciais, como de forma assertiva pontua a doutrina de Braghini (2017, p. 37):
A respeito da nova modelagem assumida pela jurisprudência no sistema jurídico pátrio é imprescindível destacar o novo marco jurídico que decorre da disciplina do Código de Processo Civil de 2015, independentemente da remodelação a ser proposta a ser proposta na teoria geral do direito ao lado passar a utilizá-la como fonte primária do direito, como ato regra capaz de regulamentar as relações sociais, fonte normativa dotada de coercibilidade diante do seu flagrante do seu descumprimento. Ainda que categoricamente não seja possível responder afirmativamente esta indagação, não há dúvidas quanto a aproximação entre o sistema da civil law com o da common law intencionalmente e de forma deliberada a partir do Código de Processo Civil de 2015, reservando um papel de destaque para os precedentes judiciais. Pela primeira vez passamos a ter no sistema um regime jurídico próprio para a regulamentação do que venha a ser um precedente, uma vez que o art. 926 do CPC passa a exigir do tribunais o dever jurídico de uniformizar a sua própria jurisprudência e mantê-la “estável, íntegra e coerente”, requisitos objetivos da própria validade, sem estar atrelada à análise de um caso concreto (§2º).
Acrescentem-se, aqui, os artigos do CPC que melhor elucidam o sistema de precedentes: 
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.
§ 1º Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante.
§ 2º Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação.
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.
Assim sendo, entende-se que a melhor resposta se encontra no próprio ordenamento jurídico, regulamentado com as devidas adaptações ao Direito do Trabalho pelo art. 15 da IN n. 39/16 do TST. Sinteticamente, no âmbito do Processo do Trabalho segundo o referido artigo, apenas devem ser considerados os Precedentes do STF, TST, e do próprio TRT, desde que não conflitante com os precedentes dos outros tribunais (STF e TST). 
Consequentemente, acredita-se que esta é atualmente a melhor solução para problemas relativos à segurança jurídica, sobretudo diante de um tema de cunho subjetivo, como é o caso da fixação de indexações com base em prejuízos não computáveis financeiramente. A observação dos Precedentes representa uma resposta mais coerente com o ordenamento jurídico brasileiro, tendo em vista a comprovada inconstitucionalidade do sistema tarifário. 
CONCLUSÃO
	Diante de tudo que foi exposto, percebe-se que a Reforma Trabalhista fora engendrada mediante um discurso falacioso da modernização e da flexibilização das normas da CLT. No caso, com o suposto objetivo de acelerar a economia e garantir o pleno emprego, com a criação de novos postos de trabalho e diminuição do trabalho informal, escondendo os reais objetivos, quais sejam, favorecer uma pequena elite de empresários em detrimento de uma minoria operária. Tal qual ocorreu no período do Estado Liberal.
Consequentemente, retrocede-se e desvalorizam-se todos os direitos que ao longo da história foram conquistados pelos trabalhadores, os quais contribuíram para a evolução do Constitucionalismo, que, após passar pelo período de transição do Constitucionalismo Social, culminou no Constitucionalismo Humanitário, que colocou os direitos e garantias fundamentais na matriz principal da Constituição, qualificado com a sua melhor fase.
	Por tal motivo, qualquer retrocesso e desacordo em relação aos pilares fundamentais da Constituição Federal de 1988 que adota o Constitucionalismo Humanitário como paradigma em um Estado Democrático do Direito através de seu pilar principiológico-normativo, acarreta em uma inconstitucionalidade severa.
Sob essa ótica, após o estudo comparativo entre as alterações trazidas com a inserção do Título II-A da CLT, que trata dos danos extrapatrimoniais, concluiu-se pela sua inconstitucionalidade, confirmada pelo importante precedente do STF, o qual, em sede da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 130, declarou a não recepção da Lei de Imprensa pela nova ordem constitucional, sendo um dos motivos a incompatibilidade do Sistema Tarifário de Indenização de danos morais ao ordenamento jurídico brasileiro, visto que este adota o modelo aberto de indenização, e a CF/88, através do art. 5º, incs. V e X, e do art., 7º, inc. XXVIII da CF/88 estabelecem como princípio constitucional a reparação integral dos danos.
Para além disso, discutem-se outros aspectos inconstitucionais dos artigos que integram o título II-A da CLT, coligindo-se pelo anticonstitucionalismo de outros artigos inseridos, como o 223-A, que proíbe a aplicação de qualquer outra norma, mesmo que de forma subsidiária às disposições daqueletítulo. Em uma gritante inconstitucionalidade e incongruência com a sistemática do ordenamento jurídico brasileiro, e com a própria CLT, que no art. 8º, §1º adota o direito comum como fonte subsidiária do Direito do Trabalho.
Além disso, o art. 8°, §2º, tenta impedir o ativismo judicial e dificulta a criação de jurisprudência consolidada e unânime, visto que limita a edição de súmulas e enunciados pelos tribunais trabalhistas, bem como tenta evitar o controle concentrado de constitucionalidade. O que prejudica o processo decisório do juiz, pois a lei, inúmeras vezes, é insuficiente diante do dinamismo social. 
No que se refere a recente ADI n. 5870 proposta pela ANAMATRA, entende-se pela sua procedência e máxima importância, diante deste cenário de inconstitucionalidade e retrocesso. Porém, esta ateve-se meramente ao conteúdo do art. 223-G. Não obstante pudesse ter pleiteado a inconstitucionalidade de outros artigos do Título II da CLT que possuem conteúdos conexos. De qualquer modo, é um célebre instrumento jurídico, que poderá dirimir as injustiças decorrentes da aplicação do art. 223-G da CLT, no caso de procedência da referida ação de inconstitucionalidade. 
Por conseguinte, diante da inconstitucionalidade da aplicação da tarifação do dano extrapatrimonial no Brasil, ofereceu-se como contraponto à disposição sobre as decisões discrepantes ocasionadas pelo Sistema Aberto de Indenização, o fato de que isto não é tão somente um problema do instituto da Responsabilidade Civil, mas do próprio Poder Judiciário. Em vista das falhas e valores humanos diferentes, sendo uma problemática que não irá ser resolvida pela tarifação inserida pela Reforma Trabalhista, porquanto esta também depende de critérios subjetivos a serem aplicados pelo juiz, a partir de um juízo de valor. 
Ante o exposto, através da análise do direito comparado e do Código de Processo Civil conclui-se pela continuidade da utilização do Sistema Aberto de Indenização que é o modelo adotado pela Constituição Federal de 1988 para assegurar a reparação integral do dano. Entretanto, a adoção do Sistema de Precendentes exemplificados no presente trabalho pelos arts. 927 e 926 da CPC, regulamentado com as devidas adaptações pela IN n. 39/16 do TST ao processo, poderá aperfeiçoar esse Sistema, como a melhor e mais moderna forma de garantir o princípio da segurança jurídica, frente a comprovada inconstitucionalidade da tarifação do dano extrapatrimonial, inserida em um contexto de uma reforma que concretiza através de um grave retrocesso à prejudicar a maioria da população brasileira que são os empregados regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas.
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� Votos do Min. Ricardo Lewandowsk. (BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 130. Relator: Min. Carlos Britto. Arguente: Partido Democrático Trabalhista (PDT). Publicado no Diário Eletrônico da Justiça em 06 de novembro de 2009. Disponível em: http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=605411. Acesso em: 01 de novembro de 2017)
� BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Súmula n. 281 da jurisprudência dominante. Publicada no Diário de Justiça Eletrônico em 13 de maio de 2004, p. 200. Disponível em: https://ww2.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-sumulas 2011_21_capSumula281.pdf. Acesso em: 05 de dezembro de 2017.
� ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MAGISTRADOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO (ANAMATRA). Reforma Trabalhista: ANAMATRA ajuíza ação no STF contra a limitação de indenização por dano moral. Brasília-DF, publicado em: 20 de dezembro de 2017. Disponível em: https://www.anamatra.org.br/imprensa/noticias/26013-reforma-trabalhista-anamatra-ajuiza-acao-no-stf-contra-a-limitacao-de-indenizacao-por-dano-moral. Acesso em: 27 de dezembro de 2017.

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