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BIOSSEGURANÇA 1- Definição É um conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes ás atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, à preservação do meio ambiente e á qualidade dos resultados. 2 – Barreiras de Segurança São os equipamentos de segurança que são considerados barreiras primárias juntamente com as boas práticas de laboratório, são eles EPI e EPC. Técnicas e praticas de laboratório em relação a biossegurança, onde cada unidade deve desenvolver seu próprio manual identificando os riscos e os procedimentos operacionais de trabalho. As estruturas físicas do trabalho, a gestão administrativa também, onde é possível fazer um levantamento dos agentes biológicos manipulados, das rotinas e das tecnologias empregadas, identificar os principais riscos e avaliar o nível de contenção além de um plano de educação continuada. 3 – Classificação de Risco Biológico Classe de risco 1 que são agentes biológicos que apresentam baixo risco para o indivíduo e para a coletividade, com baixa probabilidade de causar doença ao ser humano. Classe de risco 2 que são agentes biológicos que apresentam risco individual moderado com baixa probabilidade de disseminação para a coletividade, podem causar doenças nos seres humanos porém existem meios de tratamento. Classe de risco 3 que são risco elevado para o individuo e moderado para a coletividade e podem causar doenças infecciosas graves. Classe de risco 4 que são risco elevado para o individuo e disseminação para a coletividade. 4 – Níveis de Biossegurança NB1- agente biológicos de nivel 1, nível básico de contenção com boas práticas laboratoriais, utilização de epi e epc e adequada instalação. NB2- agentes biológicos de nível 2, restrito aos profissionais de saúde. NB3 – agente biológicos de nível 3 e NB 4 –agentes biológicos de nível 4. O acesso dos indivíduos deve ser restrito e utiliza-se um sistema de segurança altamente rigoroso. 5 – EPI e EPC EPI – touca, jaleco com punho, luva, máscara, óculos de segurança, sapato fechado, calça comprida. EPC – mapa de risco, extintor de incêndio, lava olhos, capela química, luz ultravioleta, pipetadores, caixa de perfuro cortantes , chuveiro, exaustor, cabine de segurança. Meios de Cultura 1 - Procedimento de Preparação Meio de Cultura Sólido Pesar na balança de precisão utilizando espátula de madeira e hidratar o meio conforme instruções do fabricante; Aquecer sob agitação no balão de fundo chato até fundir o ágar completamente; Esterilizar em autoclave por 15 minutos a temperatura de 121 C; Resfriar até 50°C e distribuir 20 a 25 ml em placas de Petri 90 mm estéreis; Deixar em temperatura ambiente até resfriar, Inverta as placas, identifique-as com data e tipo de meio e incube por 48h a 37 C para a prova de esterilidade; Embalar as placas com plástico PVC transparente e guardar em geladeira de 4 a 8°C. 2 – Procedimento de preparação Meio de Cultura Líquido Pesar as quantidades dos meios desidratados de acordo com as instruções do seu orientador. Diluir o meio desidratado em água destilada, mexer bem até dissolver todo o pó. Cozinhar o meio tendo o cuidado de agitar os balões de quando em quando, de modo a que permanecem com aspecto homogéneo e não se formem grânulos. Após o cozimento dispender o Caldo Nutriente por tubos de ensaio até metade do tubo e igualmente rolhar os tubos com algodão cardado e gaze, envolver a rolha após colocada com papel de embrulho e amarrar bem com o fio de embrulho. Leve os tubos do Caldo Nutriente para autoclavar por 15 minutos à temperatura de 121 C. Após a esterilização retire os meios da autoclave, deixe esfriar e em seguida, incube os tubos de Caldo Nutriente por 48h a 37 C para a prova de esterilidade. Guarde todos os meios após a prova de esterilidade na geladeira, até a próxima aula prática. 3 – Meios de Cultura que Não são Autoclavados 4 – Controle de Qualidade Para todos os meios confeccionados, colocar no mínimo 10% do lote preparado na estufa 35 ± 1°C por 24 horas para o controle de esterilidade. Não deve haver mudança de cor nem crescimento de qualquer colônia. Para o controle de crescimento, sempre que possível usar cepas ATCC, que são cepas de referências de origem e padrão definido de provas para a sua caracterização. Se não for possível o uso de cepas ATCC, usar cepas 100% positivas para os controles de qualidade de crescimento realizados. Utilizar DOIS Observadores para verificar se tem como identificar a bactéria e lauda-la e compara o resultado entre eles. 5 – Meios Enriquecidos: Agar Sangue, Chocolate, Caldo BHI, Mueller Hinton. compostos e sólidos Transporte: Stuart, Cary Blair. Semi sólidos Seletivo e Diferencial: Mac Conkey, Manitol Salgado, Ágar SS. Sólidos, composto e simples Diferencial: Cled e TSI. Sólido e composto. Seletivo: EMB Meios de Cultura • Meio BHI Finalidade: cultivar micro-organismos (fastidiosos ou não), preparar inóculos para testes de suscetibilidade aos antimicrobianos, testes de coagulase e motilidade em lâmina. Cor original do meio: amarelo claro e límpido. Presença de turvação: crescimento bacteriano. Ausência de turvação: sem crescimento bacteriano. Meio: líquido e enriquecido • Ágar Chocolate Finalidade: crescimento de microrganismos exigentes Haemophilus spp., Neisseria spp., Branhamella catarrhalis eMoraxella spp. Cor original do meio: castanho escuro (chocolate). Colônias de tamanho pequeno a médio, com pigmento amarelo: sugestivo de Neisseria spp, Branhamella catarrhalis ou Moraxella spp. Colônias pequenas e delicadas, com pigmento creme claro: sugestivo de Haemophilus spp Meio: sólido e enriquecido. • Ágar Sangue Finalidade: isolamento de microrganismos não fastidiosos, verificação de hemólise dos Streptococcus spp. eStaphylococcus spp. e usado na prova de satelitismo (para identificação presuntiva de Haemophilus spp.). Cor original do meio: vermelho. Beta hemólise: (lise total dos eritrócitos). Alfa hemólise:(lise parcial dos eritrócitos). Gama hemólise (sem hemólise): (eritrócitos permanecem íntegros). Meio: sólido e enriquecido • Ágar EMB Finalidade: isolar bacilos Gram-negativos (enterobactérias e não fermentadores) e verificar a fermentação ou não da lactose e sacarose. Cor original do meio: vermelho escuro, com tom esverdeado. Colônias pretas-azuladas: coliformes. Colônias com brilho verde metálico: fermentadoras de lactose. Colônias incolores: não fermentadoras de lactose. Meio: sólido e seletivo • Ágar TSI Finalidade: O ágar TSI serve para diferenciar os bastonetes gram negativos, utilizando para isso a fermentação de carboidratos e produção de sulfeto de hidrogênio. É utilizado para diferenciação de Enterobacteriaceae, especialmente para diferenciar a Salmonella de outras bactérias entéricas. Meio: sólido, diferencial Meios de Cultura • Agar SS Finalidade: selecionar e isolar espécies de Salmonella e Shigella, em amostras de fezes, alimentos e água. Cor original do meio: vermelho alaranjado. Colônias com centro negro (H²S) ou colônias incolores: suspeita de Salmonella. Colônias incolores: suspeita de Shigella spp. Colônias cor de rosa ou vermelho: suspeita de Escherichia coli ou Klebsiella spp. As bactérias não fermentadoras de lactose são incolores. As bactérias fermentadoras de lactose aparecem na cor rosa. Meio: sólido, seletivo e diferencial. • Ágar Cled Finalidade: isolar e quantificar microrganismos Gram-positivos, Gram-negativos e leveduras. Cor original do meio: azul claro. Colônias lactose positiva: cor amarela. Colônias lactose negativa: cor azul. Meio: sólido, diferencial. • Ágar Manitol Salgado Finalidade: O Ágar Sal Manitol MBiolog é um meio de cultura em placas destinado ao isolamento de Staphilococcus aureus de amostras biológicas como urina, secreções, feridas e exudatos. Tambémusado na indústria alimentícia para o isolamento e identificação de Estafilococos em líquidos e produtos lácteos, carnes e derivados, incluindo conservas e pescados. A degradação do manitol com a produção de ácido muda a cor do meio de rosado a amarelo. Devido a alta concentração de NaCl há inibição de crescimento de bastonetes Gram negativos. Meio : sólido, seletivo e diferencial. • Ágar Mac Conkey Finalidade: isolar bacilos Gram-negativos (enterobactérias e não fermentadores) e verificar a fermentação ou não da lactose. Cor original do meio: rosa avermelhado. Colônias cor de rosa: fermentadoras de lactose. Colônias incolores: não fermentadoras de lactose. Não há crescimento de cocos Gram- positivos. Meio: sólido, seletivo e diferencial. • Ágar Mueller Hinton Finalidade: realização do teste de avaliação da resistência aos antimicrobianos pelos métodos de difusão em disco e E-test para enterobactérias, não fermentadores, Staphylococcus, Enterococcus sp. Cor original do meio: amarelo palha. A zona do diâmetro é particular para cada antibiótico e organismo, sendo comparado com diâmetros padronizados pelo CLSI, que determina cada microrganismo sendo sensível, intermediário ou resistente. Meio: sólido, enriquecido. Coloração de Gram • PRINCIPIO: O mecanismo da coloração de gram se refere à composição da parede celular, sendo gram-positivas as que possuem uma camada de peptideoglicanos e ácido teicóico, e as gram negativas, uma fina camada de peptideoglicano, além de uma camada de lipoproteínas, fosfolipídeos, proteínas e lipossacarídeos. Durante o processo de coloração de gram, o tratamento com álcool acetona extrai os lipídeos, resultando em um a porosidade ou permeabilidade aumentada da parede celular das gram negativas. Assim o cristal violeta pode ser retirado dessas bactérias e elas são descoradas se corando com o fucsina ficando avermelhadas. As paredes das gram positivas devido a sua composição diferente, tornam-se desidratadas durante o tratamento com álcool acetona e ficam coradas com o cristal violeta. • FINALIDADE : Colorir os microorganimsos para identifica-los e diferencia-los através de cores observando as estruturas e distinguindo através da forma, arranjo e afinidade ao corante. • PROCEDIMENTO : Esfregaço: swab e esfregaços por meio de cultura. Coloração: cubra o esfregaço com cristal de violeta por 1 mim. Escorra o corante e lave com um filete de água para retirar o excesso. Cubra o esfregaço com o lugol por 1 mim. Descore com álcool acetona e em seguida retire o excesso com um filete de água. Cubra o esfregaço com fucsina ou safranina por 30 seg. Escorra o corante e lave com um filete de água corrente até retirar o excesso. Deixe a lâmina secar e em seguida examine ao microscópio. • RESULTADO: As melhores colorações de gram são alcançadas com preparação de culturas jovens, não mais que 24 horas de sua coleta. A idade das culturas influencia na coloração por que elas podem perder suas propriedades e a capacidade de reter corantes. Tudo que é observado deve ser descrito. Pode ser observado em material biológico células, leucócitos, leveduras e bactérias. Células e leucócitos devem ser descritos: raras(até5), moderadas(5-10) ou abundantes (10-20). Bactérias devem ser descritas: cocos gram positivos (CGP), bacilos gram negativos (BGN), bacilos gram positivos(BGP), coco gram negativos (CGN). • CONTROLE DE QUALIDADE: Controle dos corantes: é feito cada novo lote ou a cada 15 dias com cepas de referência, onde podemos utilizar uma bactéria gram positiva o Staphylococcus aureus ATCC e uma gram negativa a Escherichia coli ATCC. Observador: dois profissionais vão fazer a coloração e laudar o resultado e após isso a comparação para saber se está coerente. Realizado a cada 15 dias. A bactéria S. aures são cocos gram negativos corados em azul escuros ou violeta e a bactéria E.coli que são bacilos gram positivos corados em rosa ou avermelhado. • LIMITAÇÕES: resultado presuntivo, qualidade limitada a pessoa que realiza o procedimento, não é indicada para bactérias com capsula, fungos filamentosos e materiais provenientes de culturas com mais de 24 horas por que podem da falso gram. • VANTAGENS: é um método prático, barato e tem tempo hábil em relação aos outros. BACILOSCOPIA • SINÔNIMO: Bacilos álcool-ácido resistentes, Baciloscopia, BAAR, • PRINCÍPIO: Este método está baseado na capacidade das micobactérias em reter fucsina após coloração e não se deixar descorar pela ação do álcool ácido. O material clínico fixado em uma lâmina nova (limpa e desengordurada) é submetido à ação da fucsina fenicada de Ziehl à quente. Nesta etapa todas as estruturas absorvem o corante. Em uma segunda etapa, a lâmina é submetida à ação do álcool-ácido, que descora todas as estruturas celulares, exceto os BAAR. Para facilitar a microscopia, faz-se uma coloração de fundo com azul de metileno Loeffler. • FINALIDADE: O exame consiste na pesquisa do bacilo álcool resistente (BAAR), onde se utiliza a coloração pelo método de Ziehl – Nielsen que se baseia na capacidade das micobacérias em reter um corante denominado fucsina e que não se deixam descorar após a aplicação de álcool e ácido. É um procedimento amplamente utilizado nos laboratórios por ser de baixo custo e de execução rápida e eficaz onde algumas tarefas de biossegurança devem ser utilizadas para a contenção dos riscos a que o profissional do laboratório está sujeito. • PROCEDIMENTO: Cobrir a superfície da lâmina com a solução de carbolfucsina. Aquecer a lâmina coberta com o corante, lentamente com auxílio de um bico de Bunsen, até a emissão de vapores, tomando o cuidado para não deixar ferver. Aquecer com calor baixo ou intermitente por um período de três a cinco minutos. Deixar a lâmina esfriar. Lavar a lâmina com água corrente. Cobrir a lâmina com solução de alcool - ácido a 3% e descorar o esfregaço até que o corante não drene mais da lâmina. Lavar a lâmina com água corrente e esgotando todo resíduo da mesma. Cobrir a lâmina com o corante de contraste (azul de metileno), por 20 a 30 segundos. Lavar a lâmina com água corrente e deixar secar naturalmente sem forçar com papel de filtro. Examinar o esfregaço com objetiva de imersão no aumento de 100x. • DIAGNÓSTICO • -Tuberculose: O conjunto de sintomas e a radiografia de tórax levantam a suspeita de tuberculose pulmonar, mas o diagnóstico definitivo é fechado após detecção do Mycobacterium tuberculosis no escarro. Chamado de exame de escarro ou de baciloscopia, este exame faz uma análise direta da secreção excretada pelos pulmões. Preferencialmente deve-se colher escarro também para isolamento do microrganismo em cultura, exame em que a secreção é colocada em meios próprios para o desenvolvimento do bacilo de Koch. Esses dois testes podem ser feitos em diversos outros materiais biológicos além do escarro, quando houver suspeita de comprometimento de outros órgãos que não o pulmão. • - Hanseníase: A baciloscopia de raspado dérmico de lesão, lóbulos das orelhas e cotovelos, pelo método de Ziehl-Neelsen, avalia os índices baciloscópico e morfológico. • RESULTADO: • Tuberculose: resultado pela quantificação de baciloa alcol ácidos resistentes não são encontrados BAAR em 100 campos = relata-se o resultado como NEGATIVO; são encontrados de 1 a 9 BAAR em 100 campos = relata-se apenas a quantidade de BAAR encontrada; são encontrados de 10 a 99 BAAR, em 100 campos = relata-se o resultado como POSITiVO +; é encontrada em média de 1 a 10 BAAR por campo, nos primeiros 50 campos observados = relata-se o resultado como POSITIVO ++; é encontrada em média mais de 10 BAAR por campo, nos primeiros 20 campos observados = relata-se o resultado como POSITIVO +++. • Hanseníase: O resultado é dado pela presença ou ausência de BAAR. O índice baciloscópico expressa o numero de bacilos numa escala logarítmica entre o e 6, sendo positiva nos multibacilares, auxiliando no diagnóstico nos paucibacilares é frequentementenegativa. Índice morfológico (percentual de bacilos íntegros em relação ao total dos bacilos examinados) verifica viabilidade bacilar. Os íntegros (viáveis) apresentam-se totalmente corados em vermelho e aparecem nos casos sem tratamento ou recidivas. Os fragmentados apresentam pequenas falhas na parede e os granulosos, grandes falhas mostrando, respectivamente, fragmentos ou pontos corados em vermelho. São inviáveis e observados em pacientes tratados. • SENSIBILIDADE X ESPECIFICIDADE: A baciloscopia é geralmente considerada um procedimento de diagnóstico com baixa sensibilidade, sendo descrita numa faixa entre 25% a 65% quando comparada com a cultura. O que geralmente não é considerado, entretanto, é que a sensibilidade da baciloscopia varia com o tipo de lesão, o tipo e número de amostras, a atenção e persistência do microscopista. Porém, quando esses fatores são levados em consideração, o diagnóstico bacteriológico da tuberculose pulmonar pela baciloscopia identifica os casos de TB que são fontes de infecção para a comunidade, com uma sensibilidade de aproximadamente 90% 2 . • LIMITAÇÕES TÉCNICAS: Um exame baciloscópico negativo não exclui a possibilidade de doença; - Executando-se rigorosamente a técnica como descrito, a sensibilidade diagnóstica da mesma é de cerca de 80%;. Nesta etapa todas as - A sensibilidade deste método é baixa, visualizando-se 1 BAAR por campo em aumento de 1.000x, estima-se que a amostra contenha cerca de 5x10 BAAR por mL ; Este exame não substitui a cultura para B.A.A.R. • CONTROLE DE QUALIDADE: Ao recber o material, efetuar teste com amostra de controle positiva. Determinar a periodicidade do controle segundo a necessidade do laboratório. Quanto as interpretações: garantir que o material usado esteja fornecendo resultados compatíveis. Espera-se que o BAAR apresente-se corados em vermelhos contra um fundo azulado. • FISIOPATOLGIA DA DOENÇA • Tuberculose: A inoculação pelo bacilo pode resultar em dois processos: infecção latente assintomática ou uma doença ativa. Dependendo da população, entre 10 e 30% dos inoculados progridem diretamente para a doença ativa. Entretanto, mais comumente a inoculação pelo bacilo de Koch resulta em uma infecção latente assintomática. Inicia-se com uma reação inflamatória aguda e inespecífica, formando um pequeno foco de broncopneumonia. Evolui então para uma reação granulomatosa específica (2-4semanas). Evolui para a cura por fibrose e calcificação sendo que nem todos os bacilos são destruídos podendo permanecer viáveis por décadas. A infecção pelo M. tuberculosis processa-se quase que sempre pela inalação de bacilos expelidos pelos pacientes quando falam, tossem ou expirram. • Hanseniase: Quanto mais linfócitos, células brancas presentes no sangue e na linfa que atuam no sistema imunológico, existirem nas lesões de pele, menos bactéria existirá. As pessoas que apresentam resposta imunológica ao M.leprae baseada nos linfócitos T auxiliares do tipo 1 possuem poucas lesões na pele e poucas bactérias nas lesões. Já as pessoas que apresentam uma resposta imunológica baseada nos linfócitos T auxiliares do tipo 2 possuem maior número de lesões na pele e grande número de bactérias nas lesões. O motivo principal dessa diferença de resposta do organismo à bactéria ainda não é completamente conhecida. A transmissão da infecção ocorre principalmente pela via respiratória, através da inalação de aerossóis infectados BACILOSCOPIA Provas Bioquímicas • Prova de Catalase : PRINCIPIO: A catalase é uma enzima que decompõe o peróxido de hidrogênio (H2O2) em água e oxigênio. FINALIDADE: É produzida por muitos microrganismos, e usualmente empregada para diferenciar Staphylococcus, catalase positivos, de Streptococcus, catalase negativos. • Prova de Citocromo-oxidase : PRINCIPIO: A citocromo-oxidase é a enzima que oxida o citocromo C. A presença do citocromo C é demonstrada tratando-se a cultura com uma solução de p-fenileno-diamina. Quando presente, a p-fenileno-diamina é oxidada e há o surgimento de cor vermelha que muda gradativamente para azul, pelo contato com a luz. Quando ausente, a cor do crescimento não se altera. FINALIDADE: A prova é considerada positiva quando, na mistura do reagente com a massa bacteriana, desenvolve-se a cor púrpura em até 1 minuto. Na reação negativa, não há desenvolvimento de cor púrpura • Prova da motilidade : PRINCIPIO: As bactérias flageladas crescem além do ponto de inóculo (“picada”), quando semeadas em ágar semi-sólido com a agulha de platina. As bactérias que não possuem flagelos crescem apenas no ponto de inóculo. FINALIDADE: A prova indica motilidade quando os microrganismos crescem deslocando-se da linha de inoculação, turvando o meio. A prova é negativa quando os microrganismos ficam restritos ao local da inoculação sem, contudo, turvar o meio. • Coagulase PRINCIPIO: Verificar a capacidade de microrganismos reagirem com o plasma e formarem um coágulo, uma vez que a coagulase é uma proteína com a atividade similar a protombina, capaz de converter o fibrinogênio em fibrina, que resulta na formação de um coágulo visível; Pode ser encontrada em duas formas que possuem diferentes propriedades: coagulase conjugada e coagulase livre. FINALIDADE: Demonstrar se o microrganismo produz a enzima capaz de coagular o plasma. • Teste da Novobiocina Princípio: São provas bioquímicas que auxilia na diferenciação de vários gêneros bacterianos e se assemelha aos testes de sensibilidade aos antimicrobianos Finalidade: Identificação presuntiva de Streptococcus beta hemolítico do grupo A (S. pyogenes), diferenciação de bactérias entéricas e diferenciação de espécies do gênero Staphylococcus • Teste de Pyr Princípio: Determina a tividade da enzima pyrrolidonil arilamidase produzida pelo S. pyogenes mas não pelos demais estreptococos B- hemolíticos. Colônias B-hemolíticas de enterococos podem ser confudidas com S.pyogenes, pois ambas apresentam positividade neste teste. Finalidade: Teste de PYR positivo apresenta o desenvolvimento de cor vermelha, o aparecimento de coloração amarela ou alaranjada indica resultado negativo, S. pyogenes e Enterococcus spp. São PYR positivos Provas Bioquímicas BGN • Teste TSI introduz a agulha e faz estrias na superfície. Princípio: O ágar TSI possui em sua composição glicose, lactose e sacarose, os quais sofrendo fermentação são visualizados através da viragem de vermelho para amarelo do indicador de Ph: vermelho de fenol. Já o sulfato ferroso de amônia é usado na detecção da produção de sulfeto de hidrogênio, formando composto de cor preta. Observa-se fermentação ou não dos açúcares pelas bactérias gram negativas com produção de gás CO2. Também pode ser observado a formação de gás sulfídrico ou sulfeto de hidrogênio pela sua reação com sulfato ferroso, resultando num precipitado de cor negra. Finalidade: diferenciar bastonetes gram negativos, utilizando a fermentação de carboidratos e a produção de sulfato de hidrogênio. Podem ser classificadas com ausência de fermentação, fermentação dos açúcares e fermentação e produção de H2S. • Teste Lisina introduz a agulha e faz estrias na superficie Princípio: Possui peptonas e extrato de leveduras que favorecem o crescimento bacteriano. A fermentação da glicose abaixa o ph e este fica amarelo. Se ocorrer atividade da enzima lisina descarboxilase o ph aumentará, devido a transformação da lisina em cadaverina e o meio voltará a presentar coloração roxa. Finalidade: Utilizado na identificação de enterobactérias. • Teste OF Glicose introduz a agulha Princípio: As bactérias utilizam carboidratos metabolicamente por processos fermentativo ou oxidativo, evidenciados pela produção de ácidos. Algumas bactérias podem metabolizar a glicose somente sob condições aeróbicas enquanto outras sob as duas condições. A fermentação é um processo anaeróbico que requer fosforilação inicial da glicose antes da degradação de ácidos mistos relativamente fortes.Finalidade: utilizado na identificação de bactérias, principalmente as enterobactérias, que se utilizam com fonte de carbono. • Teste Citrato so estrias na superficie Princípio: bactérias que metabolizam o citrato alcalinizam o meio, saindo da cor verde pra cor azul devido ao indicador azul de bromotimol. Finalidade: identificação de bactérias que o utilizam como fonte de carbono e metabolização. • Teste Uréia introduz a agulha Princípio: a uréia presente no meio é degradada pela enzima uréase em das moléculas de amônio. A amônia alcaliniza o ph do meio e está indicada pelo vermelho de fenol, fazendo com que o meio amarelo se torne pink. Teste determina a habilidade de degradar a uréia. Finalidade: detectar a produção da enzima uréase por bactérias. • Teste Fenilalanina introduz a agulha e faz estrias na superficie Princípio: há bactérias que produzem enzimas que removem o grupo amina da fenilalanina, originando o ácido fenilpirúvico. Reage com o cloreto férrico 10% adcionado ao meio, formando cor verde. Finalidade: diferenciar gêneros e espécies de bactérias. • Teste SIM introduz a agulha Princípio: bactérias que são capazes de degradar compostos contendo enxofre atavés de tissulfato redutase, produzindo H2S que é incolor, que reage com o ferro formando precipitado preto, sulfato ferroso. Finalidade: determinação de produção de indol e H2S além de motilidade.
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