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Fundamentos da Psicologia na Saúde

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UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS UNIPAC – BARBACENA CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA 
2019 
DISCIPLINA: PSICOLOGIA DE POLITICAS PUBLICAS – SAÚDE
FUNDAMENTOS DA PSICOLOGIA NA SAÚDE
Aluna: Geovana Paiva 
BARBACENA 
2019
Resenha critica: Fundamentos da psicologia na saúde.
No princípio do texto ao contar um pouco da história de sua família, o autor associa tal narrativa com fatores fundamentais para determinar questões enfrentadas pela sociedade em questão de saúde, não apenas as biológicas, mas também relacionadas ao psicológico e social em questão do preconceito sofrido pelos imigrantes irlandeses ao irem para os Estados Unidos enfrentando trabalhos de pouca remuneração, recebendo uma visão estereotipada de sua cultura e poucos recursos para a sobrevivência. É há até poucos anos atrás a doença era frequentemente definida como "ausência de saúde", sendo a saúde definida como "ausência de doença". Algumas autoridades encararam a doença e a saúde como estados de desconforto físico ou de bem-estar, não avaliando a vulnerabilidade do indivíduo, ou seja, a saúde e a doença não sendo observadas em relação a contextos múltiplos. No contexto social por exemplo, a nacionalidade irlandesa dos antepassados do autor implicaram na determinação do papel social que passaram a ocupar após a chegada ao novo país.
Foi na Grécia Antiga a proposta de libertação da medicina das suas influências mágico-religiosas, pois considerou-se que o bem-estar da pessoa estava sob a influência do seu ambiente, isto é, o ar, a água, os locais que frequentava e a alimentação é a base para politicas públicas de saúde utilizadas nos dias de hoje. Assim, o cuidado em saúde biopsicossocial envolve a contínua reconstrução de significados a respeito de si, do outro e do mundo, incluindo também significados sobre saúde, doença, qualidade de vida, autonomia. Isso permite o olhar para a pessoa além da doença que apresenta, considerando-se o conhecimento que possui sobre si mesma, sobre a doença e a saúde.
A Idade Média foi marcada pelas inúmeras epidemias à população. Com a expansão e fortalecimento da igreja, passou-se a afirmava existência de conexão fundamental entre a doença e o pecado que deveriam ser entendidas como castigo divino, expiação dos pecados ou possessão do demônio. Apensar de ser dita comumente como uma era de “atrasos”, algumas ações de saúde pública foram desenvolvidas na intenção de sanear as cidades medievais, ainda que limitadas, como por exemplo, garantir o suprimento de água aos moradores para o consumo. Também nesta época é que surgem os primeiros hospitais, que antes eram instituições de assistência aos pobres, como também de separação e exclusão, promovendo uma cura espiritual e não da doença em si. Outra contribuição importante deste período foi a utilização da prática da quarentena para deter a propagação das doenças, embora proposta por razões religiosas reforçou a ideia de sua utilização para outras doenças. 
A era da Renascença no final do século XV, marcou o retorno da investigação científica, René Descartes em sua filosofia sobre o dualismo acreditava que mente e o corpo eram entidades separadas que interagiam de forma mínima, baseia-se que os seres humanos possuem duas naturezas, a mental e a física. No século XIX, os estudiosos acreditavam na geração espontânea, onde matéria não viva poderia gerar ser vivo, foi Pasteur que refutou tal teoria com seus experimentos onde tentara gerar vida em matérias dentro de dois frascos onde apenas o que tinha contato direto com o ar desenvolveu bactérias. 
No século XX a medida em que avanços científicos ia ocorrendo, o modelo biomédico passou a ser a base para estudos médicos, onde todas as doenças tinham causas patológicas não levando em conta a saúde mental do paciente tendo em base o dualismo mente-corpo. Tal modelo prioriza o orgânico e propõe que toda doença ou desordem física pode ser explicada por alterações no processo fisiológico resultante de lesões, desequilíbrios bioquímicos, infecções bacterianas ou virais e similares (Rosen, 1994; Sarafino, 1994). “Intelectualização de saberes, resultando, não raramente, em um distanciamento entre o profissional de saúde e o paciente sob seu cuidado”. (CASTRO et al, 2015, p. 25). 
O modelo biomédico apesar de ter avançado significativamente no tratamento de doença não conseguia tratar transtornos que não apresentavam causa física, o modelo psicossomático volta a ver mente e como com um único indivíduo, onde os dois têm pesos iguais para uma availação. Passa a entender que a causa de doenças não são apenas biológicas, o aspecto emocional, psicológico e social influenciam o no organismo e o corpo responde de acordo com o estado emocional. É difícil saber com certeza se uma doença tem uma influência psicossomático, um componente psicossomático muitas vezes inferir quando não há nenhuma explicação biológica em tudo. 
Freud em seus estudos sobre a histeria, aborda o sintoma de um ponto de vista econômico e centraliza o fenômeno, a que atribui o sentido de expressão simbólica do conflito, onde o corpo ou um órgão específico facilita a expressão simbólica do conflito inconsciente. A ideia de que o estado mental de uma pessoa pode influenciar o curso e gravidade de até mesmo as doenças físicas mais graves para ele, não está em escolher entre a origem psíquica e a somática, uma vez que todo sintoma requer a participação de ambos. 
Atualmente, apesar de muito se falar do modelo biopsicossocial, observa-se que se continua priorizando a biologicista, esquecendo-se a relevância dos aspectos sociais, psicológicos e ecológicos como mediadores dos processos saúde-doença.
Sofrimento e doença, assim como o processo de envelhecimento e a morte, fazem parte da existência humana. As explicações com relação a esses fenômenos naturais não se reduzem a evidências orgânicas, mas estão intimamente relacionados as características de cada sociedade e cada época, não apenas expressando a dinâmica desses processos, mas condicionando também as próprias práticas de saúde. É fato que toda ação do ser humano, quanto sua perquisitiva de saúde é produto de sua época, oque hoje em dia é usado para curar doenças sem sintomas biológicos como a ansiedade, como exemplo terapia, medicação controlada, atividades relaxantes, entre outros; há milhares de anos rituais como trepanação ou exorcismos seriam as soluções utilizadas para tais transtornos.
O modelo Biopsicossocial foi elaborado e defendido por Engels em 1977 (Fava & Sonino, 2008) a partir da crítica à epidemiologia tradicional em abordar a saúde como um fenômeno de organização social, e teve como objetivo observar todos os aspectos que levaram envolvimento de condições médicas específicas, a fim de fornecer um nível superior de atendimento levando em consideração que o fator biológico é apenas parte da doença e que a mesma não se manifesta apenas em fundamentos biológicos, mas em conjunto com outros fatores, incluindo fatores psicológicos. 
Mesmo o modelo biomédico e biopsicossocial compartilharem dos mesmos pressupostos cientificidade, faz-se necessário que se dê maior atenção ao modelo biopsicossocial, pois se acredita que é onde o trabalho da psicologia é mais bem compreendido, considerando que esse modelo entende o individuo como um todo. Com a colocação de Marks, Murray, Evans e Willig (2000), a primeira abordagem usada é da ciência natural, que se iguala a psicologia ao campo das ciências físicas e naturais e está à procura de uma versão única e verdadeira da realidade. A segunda é a abordagem humanista, que estuda comportamentos e experiências, desejando desvendar significados e interpretações subjacentes, e reconhece a complexidade da experiência humana. Por exemplo, já foi confirmando em estudos que os seres humanos têm a capacidade de viver e reviver sensações sem tê-las vivenciado de fato, e dependendo do contexto em que se está inserido se tornam mais vulneráveis a doenças
relacionadas com o emocional porque reagem com maior intensidade a “gatilhos” ambientais.
Apesar de ser um modelo bem complexo, seus maiores criticos defendem que o uso desse método seja defeituoso pois acreditam que passa a ser uma forma de desencorajar os pacientes e fazê-los sentir que não têm voz sobre sua doença ou seu tratamento, e que esse modelo faz distinções não científicas a fatores biológicos e psicológicos. Embora os denominados comportamentos ou ambientes de risco sejam uma realidade, a alternativa intervencionista tem sido geralmente a colocação vertical e impositiva do que os “técnicoscientíficos” acreditam ser “práticas saudáveis” resultado numa progressiva medicalização da vida cotidiana. Ainda argumenta que estas alegações são infundadas e que tal “perspectiva positiva” pode ser prejudicial para os próprios pacientes, pois, podem vir a acreditar que a seu mal progresso resulta de “não ter a atitude certa”, quando na verdade ele pode não haver culpa própria. 
Observa-se que em nosso contexto atual a inserção e prática do psicólogo na área da saúde é limitada, pois ainda fica muito restrito ao mental e atividade clínica individual. Torna-se interessante observar a tendência a humanização em que a pessoa deve ser tratada como um todo, vista como uma junção de várias partes, para curá-lo. A integralidade da pessoa e o respeito por sua condição social e psicológica relacionada a uma nova visão sobre o próprio paciente humanizando tal relação, considerando o valor da experiência subjetiva como uma forma de fazê-lo reconhecer sua identidade e seu poder pessoal. 
Referências:
Psicologia em Estudo, Maringá, v. 6, n. 2, p. 49-56, jul./dez. 2001 
Mental vol.9 no.17 Barbacena dez. 2011
Carlos Batistella, HISTORIA VIVA, 29 de fevereiro de 2012
Estud. av. vol.27 no.79 São Paulo 2013
Perspectivas, reflexões e desafios dos modelos biomédico e biopsicossocial em psicologia, CAMPUS UFPE, 12.nov.2011
A. Dias 1976 cit. Cardoso, 1995, op. cit.
REFLEXÕES SOBRE O MODELO DE SAÚDE DE ABORDAGEM BIOPSICOSSOCIAL, Raquel C. 03 de Abril de 2019

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