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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS SD. NEFRÓTICA -Caracterizada por edema decorrente de hipoalbuminemia (?), proteinúria (> 3,5g/1,73m2 de superfície corporal em adultos ou >50mg/kg/dia em crianças) e aumento na reabsorção de sódio e H20 renal, podendo ser acompanhado ou não de dislipidemia, lipidúria, estado de hipercoagulabilidade (aumento de fatores pró- coagulantes e diminuição de anticoagulantes) e susceptibilidade a infecções e eventos trombóticos. -Sinais e sintomas: edema (anasarca, derrame cavitário, periorbital pela manhã, mmii no final do dia), urina espumosa (proteinúria), hipertensão -Exames diagnósticos e etiológicos: Urina I – proteinúria (realizar nova coleta de 24h), e glicosúria (dosar glicemia), lipidúria, hematúria e leucocitúria podem ou não estar presentes. Proteinúria de 24h – > 3,5g/1,73m2 de superfície corporal Dosagem de albumina – hipoalbuminúria (< 3,5g/dL), realizar eletroforese. Eletroforese de proteína – informatiza sobre outras alterações proteicas (alfa-2 e betaglobulina em geral elevadas e gamaglobulina normal, baixa ou aumentada). Perfil lipídico – dosado após o diagnóstico; colesterol e TG podem estar aumentados. Complemento sérico – classificação da glomerulopatia; dosagem total e das frações C1q, C2, C3, C4, Pesquisa de doença de base – HMG (dç sistêmica associada?), glicemia (DM?), exame de fezes (esquistossomose? Estrongiloidíase?), dosagem de anticorpos antinucleares (LES?) e anti-HIV (SIDA?), sorologia para hep B/C e sífilis, avaliação dirigida para neoplasia (principalmente em idosos) e outros. Ultrassonografia – solicitada quando houver déficit de função renal e necessidade de biópsia renal Biópsia renal: somente em adultos com rins de tamanho normal e sem contraindicações (distúrbio de coagulação → antes realizar coagulograma, HMG, pesquisar uso de anticoagulante (AP, HV); indicada sempre em Sd. nefrótica idiopática em de adultos, e em crianças com tratamento imunossupressor não responsivo. -Exames de seguimento: HMG, glicemia (avaliar se a medicação não causa diabetes secundária), Proteinúria 24h ou relação proteína/creatinina, creatinina séria e depurada (avaliar déficit renal), complemento, anticorpos (principalmente no acompanhamento de LES), potássio (avaliar a repercussão diante do tratamento com diuréticos e bloqueadores do SRAA), nível sérico das medicações (se disponível). -TRATAMENTO: dieta hipossódica e normoproteica se FG normal, restrição hídrica cuidadosa (ingesta=diurese atual), diuréticos de alça (com cuidado para evitar hipotensão e LRA), expansores plasmáticos somente em caso de instabilidade hemodinâmica, anti-hipertensivos (IECA, BRA, IR – manter pressão < 125x75 mmHg), imunossupressores* *Tto da GP: para iniciar o tto deve-se identificar o tipo histológico primeiro, salvo casos de crianças, em que a imunossupressão pode ser iniciada antes do diagnóstico etiológico por biópsia. Remissão completa: proteinúria neg. OU <0,3g/dia Remissão parcial: proteinúria entre 0,3 e 2g/dia OU <3,5g/1,73m2 (nível não nefrótico) Recidiva frequente: resposta inicial ao corticoide seguida de 2 recidivas em 6 mese ou 4 em 1 ano. SD. NEFRÍTICA -Caracterizada por hematúria súbita + pelo menos um outro sintoma (proteinúria, oligúria, déficit renal, HAS ou edema). -Sinais e sintomas: urina escura (marcohematúria), oligúria, edema, hipertensão -É uma inflamação glomerular aguda focal (<50% glomérulos) ou difusa (>50%), causando hematúria, leucocitúria e diminuição da função renal; a oligúria decorre da diminuição da FG e consequente redução do vol. urinário. O edema é consequência da retenção de Na, o qual também atua no aumento pressórico. -Exames: Urina I – hematúria (macro ou micro) na maioria das vezes com dismorfismo eritrocitário (>5% de acantócitos e/ou codócitos), cilindrúria (menos frequente), proteinúria (presente ou não, se sim realizar nova coleta de 24h, geralmente estará <3g/dia) e leucocitúria, em geral, estéril (indica inflamação). Creatinina sérica – aumentada quando houver déficit de função renal. Complemento sérico – permite classificar em normo ou hipocomplementemia, geralmente são dosados o CH50 e as frações C3 e C4. Pesquisa de doença de base – dosagem de anticorpos (antiestreptococos, antinucleares – FAN, ANCA, anti- MBG), pesquisa de crioglobulinas sanguíneas, hemocultura, HBsAg anti-HBs anti-HBc, anti-HCV, sorologia para Epstein- Barr, CMV, anti-HIV e outros Ultrassonografia – solicitada quando houver déficit de função renal e necessidade de biópsia renal -TRATAMENTO: dieta hipossódica, repouso, diurético, anti-hipertensivo e, em casos de oligúria prologada, proteinúria nefrótica com hipoalbuminemia ou GNRP, imunossupressores. GLOMERULONEFRTE RAPIDADEMENTE PROGRESSIVA (GNRP) -Evolução da sd. nefrítica -Caracterizada por rápido declínio da função renal (ao longo de dias ou semanas), associado à achados sugestivos de sd. nefrítica – presença de macro ou microhematúria, edema, redução do vol urinário e, eventualmente, proteinúria e alteração da creatinina -Sinais e sintomas: pode ser assintomático ou apresentar hematúria, edema, olugúria e, eventualmente, urina espumosa, HAS -À histopatologia, se apresenta como uma glomerulopatia crescêntica (lesão formada por acúmulo de céls epiteliais parietais, inflamatórias ou fibrose no espaço urinário com aparência de semilua ao MO em >50% dos glomérulos avaliados) -Seu diagnóstico e classificação é dado por biópsia renal -Exames: Urina I – proteinúria (<3,5g/1,73m2), hematúria (em geral, macro - >1.000.000hemácias/ml) e leucocitúria Creatinina sérica – aumentada (>3mg/dL) Ultrassonografia – para realização de biópsia; geralmente rins normais ou aumentados Outros: proteinúria de 24h, dosagem de anticorpos e imunocomplexos -Classificação quanto aos achados da biópsia IF: característica do depósito de IC -tipo I: presença de depósitos lineares- GN anti-MBG, dç de Goodpasture -tipo II: presença de depósitos granulares difusos– GNPI, GNL, GN idiopática, GN da crioglobulinemia e dç de Berger, púrpura de Henoch-Schonlein -tipo III: ausência de depósitos significativos – GN PAUCI-IMUNE *por ser uma clínica rapidamente evolutiva, é necessário um rápido diagnóstico para realização de biópsia o quanto antes. -TRATAMENTO: específico para cada categoria →GN crescêntica por anti-MBG: Pulsoterapia endovenosa: adm de metilprednisolona 7-15mg/kg/dia até um máximo de 1g/dia por 3 dias, seguido de prednisona 60mg/dia VO, com redução progressiva + Plasmaférese: (salvo pacientes anúricos sem hemorragia pulmonar) troca de 4L de plasma/dia por albumina por 14 dias ou até os Ac anti- MBG desapareçam + ciclosfosfamida (dosagem com base na função renal) VO por 8 semanas -- tto até anti-MBG não ser detectável →GN crescêntica por IC: Pulsoterapia endovenosa com metilpredinisolona + seguimento do protocolo de acordo com cada doença base →GN crescêntica Pauci-imune: -se ANCA + →uso prolongado de corticoide e ciclofosfamida ou adm de rituximab -se ANCA – →adm de metilprednisolona 7-15mg/kg/dia até um máximo de 1g/dia por 3 dias, seguido de prednisona 1mg/kg/dia por 30 dias, com redução gradual nos próximos 6 a 12 meses + ciclosfosfamida por 6 a 12 meses sendo: 2mg/kg/dia VO, ajustada para manter contagem de leucócitos entre 3.000 e 5.000/mL OU 0,5g/m2/mês, aumentando mensalmente 0,25mg atá um máximo de 1g/m2/mês, sendo a sode ajustada para manter o menor valor possível de leucócitos entre 3.000 e 5.000/mL (dosagem feita 2 semanas após o tto) Recidivas: tto semelhante ALTERAÇÕES ASSINTOMÁTICAS -Proteinúria assintomática: -Investigar conforme sd. nefrótica; -A causa é determinada, em geral, por biópsia, porém indicadacaso a caso; causas: sd. de Fanconi, intoxicações por metais pesados, nefrite túbulo-intersticial, proteinúria de Bence-Jones (aparecimento súbito em adultos > 40anos). -Hematúria isolada/assintomática: -Pode ser manifestação de lesão glomerular (hematúria microscópica - > 2 hemácias/CGA) ou do trato urinário (micro ou macroscópica - > 1.000.000 hemácias/mL); -Diagnóstico: exame do sedimento de urina (ouro), exame de fita reagente (confirmar com sedimento); deve ser confirmada em dois ou mais exames de urina. -Investigar: -dismorfismo eritrocitário (origem glomerular se ampla faixa de variação morfológica – codócitos >4% e acantócitos >1%), -glicosúria (DM?), -leucocitúria (ITU?), -proteinúria, -níveis de creatinina, -urocultura, -dosagem de complemento, -dosagem de Ac e crioglobulinemia, -sorologias (hep B e C, HIV, sífilis, ASLO), -cultura para BK, -calciúria e uricosúria de 24h, -citologia urnária, -coagulograma, -protoparasitológico, -US, -RX com e sem contraste, -arteriografia renal, -venocavografia, -RM e TC. -Biópsia → analisar por três métodos (imunofluorescência, MO e ME); -Causas: glomerulares (NIgA, sd. de Alport, dç de membrana fina, dç sistêmica, ...) e extraglomerulares (reação medicamentosa, infecção, rins policísticos, litíase, neoplasia, anemia falciforme, traumas, ...). Sempre manter seguimento mesmo que a causa não seja estabelecida, e também para o caso de surgir complicações (proteiúria, HAS). Urina alaranjada → rifampicina e fenazopiridina *sempre antes de realizar biópsia: US, coagulograma e HMG; pedir 3 colorações diferentes (IF, MO, ME) GLOMERULONEFRITES – classificação quanto à patologia GLOMERULONEFRITE PÓS INFECCIOSA (GNPI) -Secundária a infecções: estreptocócica (mais comum - GNPE), endocardite infeciosa, nefrite por shunt, sífilis, TB, hanseníase, riquéstsia, clamídia, micoplasma, HIV, hep B e C, CMV, Epstein-Barr, herpes zoster, Plamodium, toxoplasma, esquistossomose, leishmaniose visceral, filaria, triquinose, estrogiloidíase, tripanossomo -Ocorre com lesão e inflamação glomerular aguda com proliferação celular e exsudação -Antígeno: SpeB (é capaz de ativar o sist. Complemento via lectina e alternativa e os mecanismos ligadores da plamina) -Mecanismos: deposição de IC circulantes e formação in situ – intensa exsudação, proteólise da membrana basal glomerular e formação de humps (corcovas formadas no espaço subendotelial pelo imunodepósito) devido a ativação da via alternativa do complemento. -Tem característica autoimune devido à presença de fator reumatóide, anti-DNA e ANCA. -Apresenta-se clinicamente como sd. nefrítica ou GNRP -Hipocomplementemia do C3 (nível sérico de complemento diminuído) NEFROPATIA POR IgA (NIgA) -Secundária a outras injúrias -Não foi reconhecido antígeno ainda quando primária -Causas: Púrpura de Henoch-Schonlein -Mecanismo: deposição de IC circulante (?) e formação in situ – IgA1 depositado em mesângio, cels mesangiais produzem resposta inflamatória e são diferenciadas em cels. mioflibroblastos-like (IL-6, 1 e TNF-alfa), resultando em proliferação celular e produção de matriz mesangial. -Apresenta-se clinicamente como hematúria (podendo ser assintomática, macro ou micro, associada a proteinúra), sd. nefrítica ou nefrótica ou GNRP -À biópsia (diagnóstico): dominância de deposição de IgA e C3 na IF, independente dos achados da MO -Normocomplementemia -TTO: → NIgA com HA associada: tratar a hipertensão com bloqueio do SRAA de preferência → NIgA com função renal normal e proteinúria >1g/dia: prednisona 1mg/kg/dia por 4-6 meses, após 8 semanas do início do tto -> utilizar em dias alternados e retirada gradual nos responsivos → NIgA com perda de função renal: esquema de Ballardie e Roberts – prednisolona 40mg/dia (redução da dose de 10mg/dia com dois anos de uso) + ciclofosfamida 1,5mg/kg/dia por 3 meses (ataque) e manutenção com azatioprina 1,5mg/kg/dia após os 3 meses, por no mínimo 2 anos *Ômega-3 para pacientes com depuração de creatinina >70mL/min **Tonsilectomia para pacientes com NIgA e amidalite recorrentes GLOMERULONEFRITE LÚPICA (GNL) -Secundária ao LES -Causa: perda de tolerância à auto-antígenos, hiperatividade de linf B com aumento da produção de auto-anticorpos e regulação defeituosa dos linf T. -Mecanismo: depósito de IC circulante e formação in situ – IgA, IgG, IgM e C3 são depositados no espaço mesangial (classe I e II), subendotelial (classe III e IV) e subepitelial (classe V), ativando o sist. complemento via clássica e alternativa. -Apresenta-se clinicamente como sd. nefrítica ou GNRP -Hipocomplementemia de C3 e C4 GLOMERULONEFRITE MEMBRANOPROLIFERATIVA (GNMP) -Mais frequente em adolescentes e adultos jovens -Causas: infecções crônicas (hepatite C ou B, HIV), esquistossomose, dçs autoimunes (artrite reumatoide, sd. Sjogren, LES), anemia falciforme e gamopatias monoclonais. -Glomerulopatia primária ou secundária -Mecanismo: deposição de IC circulantes e formação in situ – IgM, IgG e C3 são depositados no espaço subepitelial e mesangial. -Apresenta-se clinicamente como síndrome nefrótica, nefrítica ou proteinúria assintomática -Hipocomplementemia de C3 e C4 pela ativação da via clássica do complemento. -Tipo histológico: Tipo I – MO: aumento de céls endocapilares; expansão mesangial; MBG com duplo contorno; glomérulo om aspecto lobular IF: depósito difuso de Igs e C3, granular, em parede capilar e sobretudo em mesângio ME: depósitos eletrodensos subendoteliais, podendo estar em outros locais também Tipo II (ou DDD) – MO: similar à tipo I IF: C3 ao longo da parede capilar e no mesângio ME: material eletrodenso ontramembranoso (no interior da lâm densa) em geral Tipo III – MO: similar à anterior IF: depósitos granulares abundantes de C3, predominando na parede capilar, também presentes em mesângio, por vezes em outros locais ME: depósitos na MBG em posição irregular e não característica; depósitos subendoteliais e subepiteliais difusos e frequentemente contíguos -Achados da biópsia: classificação em GNMP com depósito de Igs (com ou sem complemento) ou GNMP com depósito apenas de complemento -TTO: GNMP com proteinúria de nível não nefrótico → renoproteção GNMP idiopática → ciclofosfamida VO ou micofenolato VO + corticoide de baixa dose em dias alternados ou diariamente por até 6 meses. GLOMERULONEFRITE ANTIMEMBRANA BASAL GLOMERULAR (anti-MBG) -Caracterizada por glomerulonefrite aguda e necrotizante -Causas: sd. de Goodpasture -Antígeno: colágeno tipo IV da MBG (alteração da conformacional da cadeia alfa-3) -Mecanismo: formação in situ – depósito de IgG e C3 pela MBG e ativação do complemento e quiomiotaxia de neutrófilos -Apresenta-se clinicamente como GNRP ou sd. nefrítica -Pode apresentar hemoptise quando o Ac migra para os alvéolos provocando uma lesão da MB alveolar. -Normocomplementêmia DOENÇA DE LESÃO MÍNIMA (DLM) -Tem como caraterística a desregulação da função podocitária -É muito comum em crianças -Glomerulopatia primária devido há fator circulante genético -Causas da desregulação: infecção, drogas e neoplasia maligna, mutações -Normocomplementêmica -Apresenta-se clinicamente como sd. nefrótica, sendo incomum hematúria, déficit de função renal e HAS -Achados da biópsia: MO – alterações histológicas mínimas ou ausentes IF – negativa (ausência de depósitos de IC) ME – fusão dos pedicelos dos podócitos, vacuolização de céls epiteliais – diagnóstico -Doenças associadas: linfomas, anti-HIV+, secundária ao uso de AINEs -TTO: se não responsivo → realizar biópsia Para crianças – prednisona VO 60mg/m2/dia (máximo: 80mg/dia) por 4-6 semanas, seguindocom 40mg/m2/dia em dias alternados durante 4-6 semanas. (efeitos colaterais: prejuízo na formação óssea) Para adultos – prednisona VO 1mg/kg/dia (máximo: 80mg/dia) por até 16 semanas -Recidiva: Isolada - prednisona VO 60mg/m2/dia (máximo: 80mg/dia) até negativar a proteinúria e mantida por mais 3 dias, seguindo com 40mg/m2/dia em dias alternados por 4 semanas. Frequentes - ciclofosfamida 2mg/kg/dia por 8 semanas OU clorambucil 0,1-0,2mg/kg/dia por 8 semanas OU prednisona dose de ataque OU prednisona em dias alternados por tempo prolongado. Córtico-dependência: duas recidivas consecutivas que ocorrem durante o tto ou nos 14 dias após o fim da corticoterapia. Córtico-resistência: DLM em adultos mesmo completadas 16 semanas de medicação em dose plena. → Tto: ciclofosfamida 2mg/kg/dia por 12 semanas OU ciclosporina A 4-5mg/kg/dia para adultos por tempo indetermindo. GLOMERULOESCLEROSE SEGMENTAR E FOCAL (GESF) -Tem como caraterística a desregulação da função podocitária -Glomerulopatia primária ou secundária -Causas: infecção, drogas, neoplasia maligna, mutações, dç de Churg-Strauss, anemia falciforme, HIV, parvovírus, obesidade, redução de parênquima renal (agenesia renal unilateral, displasia renal, dç policística...), hiperfiltração glomerular - <50% dos glomérulos – focal >50% dos glomérulos – difusa -Apresenta-se clinicamente como sd. nefrótica (com ou sem hematúria, HAS e déficit de função renal) ou proteinúria assintomática -Hipocomplementemia -Achados da biópsia: MO – hialinose e/ou esclerose segmentar e focal; aderência à cápsula de Bowman; colapso de alças capilares e áreas de atrofia tubular IF – negativo ou positivo para IgM e C3, segmentar ME – fusão dos pedicelos dos podócitos em áreas sem esclerose glomerular; vacuolização de céls epiteliais -Doenças associadas: linfomas, esquistossomose e anti-HIV+ -TTO: dieta hipossódica, restrição hídrica cuidadosa, uso de diuréticos, controle da PA (IECA, BRA, IR), controle da dislipidemia e imunossupressão (avaliar risco-benefício!!!): -1ª opção: prednisona 1mg/kg/dia por 4 a 6 meses; se remissão → redução para 0,5mg/kg/dia, no mínimo após 3 meses -2ª opção: ciclosporina A* 4-5mg/kg/dia em 2 tomadas; responsivo → reduzir 25% da dose a cada 2 meses e suspensão total em 12 meses não responsivo → suspender com 6 meses -3ª opção: terapia citotóxica – ciclofosfamida ou clorambucil *nefrotóxica: monitorar a função renal do paciente, níveis sanguíneos do medicamento e efeitos colaterais GLOMERULONEFRITE ANCA RELACIONADA (ou PAUCI-IMUNE) (GN-ANCA) *ANCA: anticorpo anti-citoplasma de neutrófilo – mais especificamente contra mieloperoxidase (MPO) e proteinase 3 (PR3) -Caracteriza-se por ser uma glomerulonefrite crescêntica necrotizante sem deposição de IC -Causas: vasculites ANCA (granulomatose compoliangeíte - granulomatose de Wegener; sd. de Churg-Strauss; poliangeíte microscópica) -Mecanismo: formação in situ sem deposição – agentes infecciosos induzem a liberação de citocinas resultando no aumento das moléculas de adesão (selectinas) e recrutamento de neutrófilos (cujas MPO e PR3 são redistribuídas para a superfície), os quais são atacados pelo ANCA IgG e pela ativação de linf. T e opsonizados pela ativação da via alternada do sist. complemento -Apresenta-se clinicamente como GNRP -Normocomplementemia GLOMERULOPATIA MEMBRANOSA – nefrite de Heymann (GPM) -Caracterizada por não ser uma doença inflamatória, porém com imunodepósitos -Glomerulopatia primária na maior parte dos casos em adultos, porém pode ser também secundária (hepatite B, LES, artrite reumatoide, neoplasia, sífilis, malária, medicações) -mais comum em idosos >50anos -Mecanismo: formação de IC in situ – deposição de anticorpos IgG que se ligam a um complexo de proteínas podocitárias levando a ativação do complemento via lectina e consequentemente a proteinúria. -Apresenta-se clinicamente como sd. nefrótica (com proteinúria muito elevada – muito frequente) ou proteinúria assintomática -Hematúria ocorre nas formas primárias; HAS pode ser detectada e dificilmente há déficit na função renal -Achados da biópsia: MO – espessamento da MBG (fase I a IV), envolvimento glomerular uniforme e difuso; presença de espículas na impregnação por prata IF – IgG e C3, granular ao longo das paredes das alças capilares ME – depósitos eletrodensos subepiteliais -DX entre primária e secundária: 75% dos casos de GMP primária apresentam anti-PLA2R (receptor de fosfolipase 2) -TTO: em pacientes com perda de função renal Esquema de Ponticelli: agentes alquilantes + corticoides 1º mês: pulsoterapia por 3 dias com metilprednisolona, seguido de prednisona 0,5mg/kg/dia VO dose única pela manhã 2º mês: ciclofosfamida VO + prednisona 3º mês: pulsoterapia por 3 dias com metilprednisolona, seguido de prednisona 0,5mg/kg/dia VO dose única pela manhã 4º mês: ciclofosfamida VO + prednisona 5º mês: pulsoterapia por 3 dias com metilprednisolona, seguido de prednisona 0,5mg/kg/dia VO dose única pela manhã 6º mês: ciclofosfamida VO Em casos de risco elevado para insuficiência renal progressiva utilizar ciclosporina A 4-5mg/kg/dia por 12 meses em associação com corticoide A proteinúria prolongada leva à deficiência de proteínas da coagulação, vitaminas, predispondo o paciente à trombose *realizar anticoagulação profilática em pacientes com alto risco para TV, uma vez que as complicações tromboembólicas são frequentes na sd. nefrótica em geral. **mau prognóstico → indicar terapia citotóxica ***Renoproteção: IECA, BRA, inibidor da Aldosterona→diminuem pressão intraglomerular, levando à diminuição da proteinúria GLOMERULOPATIAS DO C3 (GPC3) -Etiologias: formas genéticas específicas e/ou autoanticorpos entre outras -Subdivididas em: • Glomerulonefrite do C3 • Doença do depósito denso (DDD) - DDD: glomerulopatias de C3 cujo depósito são osmiofílicos, muito densos e característicos, sendo o padrão-ouro para diagnóstico a ME -é mais comum em crianças - GN do C3: demais casos que não possuem as características da DDD -Em ambas há o predomínio do depósito de C3 na análise da biópsia renal por IF -Mecanismo: é uma desregulação da via alternativa do complemento com deposição de C3 no mesângio e na MBG. Essa desregulação pode ser induzida pelo fator néfrico – C3NeF, em geral, ou mutações nas proteínas reguladoras d complemento, fator H (CFH) e fator (CFI) ou no C3 -Quadro clínico: proteinúria, hematúria, HÁ, déficit de FG e algumas vezes sd. nefrítica -Hipocomplementemia do C3 -O prognóstico é ruim e em 50% dos casos evolui para DRC -É comum os depósitos aparecerem após transplante renal, levando à perda do enxerto renal. -TTO: renoproteção com bloqueio do SRAA (BRA, IECA), imunossupressão (?) e adm de Ac monoclonais anti-C5 (?) ALTERAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL LESÃO RENAL AGUDA (LRA) -Caracterizada por diminuição abrupta da função renal com comprometimento da excreção de metabólitos e manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico e ácido-básico. -Antigamente determinada Insuficiência Renal Aguda (IRA), hoje, IRA refere-se a uma LRA grave -Parâmetros para diagnóstico: • Aumento da creatinina > 0,3mg/dL em 48h; • Aumento de 50% da creatinina basal nos últimos 7 dias; • Débito urinário < 0,5mL/kg/hora nas ultimas 6h para pacientes em UTI -Classificação: de acordo com o mecanismo anátomo e fisiopatológico -Pré-renal: quando há hipovolemia ou redução do DC, levando a uma hipoperfusão renal; ex. hemorragias, queimaduras, vômito e diarreia, ICC -Renal: quando há lesão da unidade funcional renal (glomérulo, túbulos, vasos ou interstício); ex: trauma, necrose tubular aguda decorrente de isquemia por LRA pré-renal, sepse, intoxicação, GN, vasculites -Pós-renal: quandohá obstrução de via urinária pós-pelve renal, seja nos ureteres, bexiga ou uretra; ex: cálculos, coágulos, doença prostática, neoplasia, bexiga neurogênica -Sintomatologia: muitas vezes assintomática; pode haver oligúria (80%) e sinais e sintomas de sd. urêmica mais brandos que na DRC (hipervolemia, vômitos, náuseas, hipopotassemia, acidose metabólica, anorexia, letargia, agitação, torpor, convulsões, coma, flapping, pericardite, serosite, hemorragias). -Exames: urina, US e outros para investigação de doença base suspeita; biópsia somente para suspeita de glomerulopatia. DOENÇA RENAL CRÔNICA -Define-se DRC quando há pelo menos uma das condições por pelo menos 3 meses • Lesão renal: alteração na histologia, alteração no exame de imagem ou anormalidade no sangue/urina; evidenciada por diminuição da FG, albuminúria <30mg/g, hematúria, alteração de imagem renal ou transplante • Redução isolada da FG <60mL/min/1,73m2 de área corporal -Caracteriza-se por alteração estrutural e/ou funcional renal, cuja sintomatologia depende da etiologia e da gravidade do estágio da doença -É classificado de acordo com o ritmo de filtração glomerular (RFG) e proteinúria (relação creatinina/albumina) -Causas mais comuns: DM, HAS, glomerulopatias, dçs. hereditárias -Sintomatologia: oligo ou assintomática na fase inicial; os sintomas progressivos podem ser hipervolemia, hipertensão anemia, distúrbio mineral ósseo e sd. urêmica -Complicações: risco aumentado para DCV, intoxicação, infecções e déficit cognitivo INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO -Definição: colonização microbiana do TU por bactérias, fungos ou vírus. Os agentes etiológicos mais comuns são bactérias: Escherichia coli, Staphylococcus saprophyticus, Klebisiella sp, Proteus mirabilis e enterococos. -É mais comum em mulheres devido à exposição do óstio uretral no períneo e maior proximidade da região anal, uretra curta (em relação aos homens) e presença de apenas um esfíncter uretral. -Pode ser dividida clinicamente em: • Baixa (cistite aguda): disúria, polaciúria, urgência, dor suprapúbica e/ou uretral, urina fétida e turva, macrohematúria o Dx: vaginite, uretrite e cervicite • Alta (pielonefrite e complicações – abcesso renal e abcesso perinefrético): dor em região lombar geralmente unilateral que pode irradiar para flancos, febre alta, calafrios, MEG, taquicardia, dor muscular generalizada, sinal de Giordano +. Os sintomas de cistite podem ou não estar presentes. o Pode evoluir para sepse -Exames: Urina I (leucocitúria, hematúria), bacterioscopia, urocultura (ouro)
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