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Unidade 5 Sistemas de Controle no Espac¸o de Estados Prof.: Marcelo A Oliveira 2018 Considerac¸o˜es iniciais Sistemas complexos modernos: podem ter muitas entradas e sa´ıdas, que podem estar inter-relacionadas. Teoria de Controle Convencional: baseia-se na relac¸a˜o entrada/sa´ıda do sistema, ou seja, na func¸a˜o de transfereˆncia (FT). Teoria de Controle Moderna: • E´ fundamentada em representac¸a˜o matricial de um sistema, obtida a partir da equac¸a˜o diferencial de ordem n que o descreve, com n equac¸o˜es diferenciais de primeira ordem; • Esta representac¸a˜o baseia-se no teorema pelo qual uma equac¸a˜o dife- rencial de ordem n pode ser descrita por n equac¸o˜es diferenciais de primeira ordem, a partir de uma escolha conveniente de varia´veis de- nominadas estados do sistema; • n representa a ordem do sistema (em geral, igual ao grau da equac¸a˜o caracter´ıstica da respectiva FT que descreve o sistema). Equac¸o˜es no Espac¸o de Estados A ana´lise no espac¸o de estados envolve treˆs tipos de varia´veis na modelagem de sistemas dinaˆmicos: varia´veis de entrada, de sa´ıda e de estado. Varia´veis de Estado: sa˜o as grandezas cujo conjunto de valores deter- mina o estado do sistema. Estado de um sistema dinaˆmico: e´ o menor conjunto de valores de varia´veis (chamadas varia´veis de estado) de forma que o conhecimento dos valores dessas varia´veis em t = t0 junto com o conhecimento dos valores do sinal de entrada para t ≥ t0 determina completamente o comportamento do sistema em qualquer instante t ≥ t0 . De uma forma geral, o equacionamento matricial de um dado sistema e´ representado por: Representac¸a˜o em Espac¸o de Estados: { x˙ = Ax+Bu y = Cx+Du (1) onde: • x e´ o vetor de estados do sistema, de dimensa˜o (n X 1); 1 • u e´ o vetor de entrada do sistema de dimensa˜o (1 X 1) no caso SISO e (r X 1) no caso MIMO; • y e´ o vetor de sa´ıda do sistema (1 X 1) ou (m X 1); • A e´ a matriz dinaˆmica ou de transic¸a˜o de estados (n X n); • B e´ a matriz de entrada do sistema (n X 1); • C e´ a matriz de sa´ıda (1 X n); • D e´ a matriz de transmissa˜o direta (escalar). Obs.: o aumento no nu´mero de varia´veis de estado, do nu´mero de entradas ou do nu´mero de sa´ıdas na˜o aumenta a complexidade das equac¸o˜es. Exemplo 1: Representac¸a˜o em espac¸o de estado de um circuito. 2 . 3 Exemplo 2: Representac¸a˜o em espac¸o de estado de um sistema mecaˆnico. 4 Obtenc¸a˜o da FT de um sistema a partir de sua representac¸a˜o em Espac¸o de Estados Aplicando Transformada de Laplace em (1):{ sX(s)−X(0) = AX(s) +BU(s) Y (s) = CX(s) +DU(s) Supondo X(0) = 0 : [sI − A]X(s) = BU(s) X(s) = [sI − A]−1BU(s) Substituindo X(s) em Y (s) : Y (s) = C[sI − A]−1BU(s) +DU(s) Logo a FT do sistema e´ dada por: Y (s) U(s) = C[sI − A]−1B +D Exemplo 3: 5 Obtenc¸a˜o de uma representac¸a˜o em Espac¸o de Estados a partir de uma FT: representac¸a˜o no Espac¸o de Estados sob formas canoˆnicas. Considere um sistema cuja FT correspondente e´ dada por: G(s) = b0s n + b1s n−1 + ...+ bn−1s+ bn sn + a1sn−1 + ...+ an−1s+ an (2) Esta FT pode ser descrita por n equac¸o˜es diferenciais de primeira ordem mediante escolha conveniente dos estados (esta escolha na˜o e´ u´nica). Pergunta: O que todas estas representac¸o˜es possuem em comum? Existem algumas representac¸o˜es especiais da FT apresentada em (2) de- nominadas formas canoˆnicas: 1) Forma Canoˆnica Controla´vel. Esta forma canoˆnica e´ importante quando se trata do projeto de controle moderno por meio de alocac¸a˜o de polos (fo´rmula de Ackerman). 6 2) Forma Canoˆnica Observa´vel. Observe que esta forma e´ dual da anterior. 3) Forma Canoˆnica Diagonal. A matriz A e´ escrita em func¸a˜o de seus autovalores (ra´ızes da equac¸a˜o caracter´ıstica). No caso de a FT definida em (2) possuir apenas polos distintos, a mesma pode ser escrita como: G(s) = b0s n + b1s n−1 + · · ·+ bn−1s+ bn (s+ p1)(s+ p2) · · · (s+ pn) (3) A FT em (3) pode ser decomposta em frac¸o˜es parciais: G(s) = b0 + c1 s+ p1 + c2 s+ p2 + · · ·+ cn s+ pn (4) em que os valores ci sa˜o denominados res´ıduos. A representac¸a˜o diagonal e´ dada por: 7 Observe que as treˆs representac¸o˜es citadas representam o mesmo sistema e possuem a mesma FT. 4) Forma Canoˆnica de Jordan. E´ utilizada quando a equac¸a˜o caracter´ıstica possui ra´ızes mu´ltiplas. 8 Exemplo 4: Seja o seguinte sistema: G(s) = s+ 3 s2 + 3s+ 2 Represente-o sob as formas canoˆnicas controla´vel, observa´vel e diagonal. 9 . 10 Autovalores de uma Matriz AnXn Seja λ um autovalor e v um autovetor associado de A. Enta˜o: Av = λv (λI − A)v = 0 Como v e´ na˜o-nulo, enta˜o | λI − A |= 0. Os autovalores de A sa˜o tambe´m chamados de ra´ızes caracter´ısticas, pois sa˜o as ra´ızes da equac¸a˜o caracter´ıstica (polos) da respectiva FT. Exemplo 5: 11 Transformac¸a˜o de Modelos de um Sistemas com Matlab Seja a FT dada por: O comando tf2ss do matlab fornece: [A,B,C,D] = tf2ss(num, den) Ou seja, passou-se do domı´nio da frequeˆncia para o temporal. Analogamente, o comando ss2tf fornece: [num, den] = ss2tf(a,B,C,D) Resumo: Controlabilidade de um Sistema Um sistema e´ dito controla´vel no instante t = t0 se for poss´ıvel, por meio de um vetor de controle na˜o limitado qualquer, transferir o sistema de qualquer estado inicial x(t0) para outro estado, em um intervalo de tempo finito. A condic¸a˜o para que o sistema x˙ = Ax + Bu seja controla´vel e´ dada a seguir: O sistema e´ controla´vel se e somente se os vetores B,AB, · · · , An−1B forem linearmente independentes, ou seja, se a matriz de controlabilidade C = [B | AB | · · · | An−1B] for de posto n. 12 Exemplo 6: 13 Exemplo 7: 14 Observabilidade de um Sistema Um sistema e´ dito (completamente) observa´vel se qualquer estado x(t) pode ser determinado a partir da observac¸a˜o de y(t) durante um intervalo de tempo finito. A condic¸a˜o para que um sistema seja observa´vel e´ dada a seguir: O sistema e´ observa´vel se e somente se os vetores C,CA, · · · , CAn−1 forem linearmente independentes, ou seja, se a matriz de observabilidade O = C CA ... CAn−1 for de posto n. Exemplo 8: 15 Projeto de Sistemas de Controle no Espac¸o de Estados Te´cnica de Alocac¸a˜o de Polos • Projeto Convencional: especificac¸a˜o de polos a MF dominantes. • Projeto de Alocac¸a˜o de Polos: especificac¸a˜o de todos os polos de MF. Condic¸a˜o: o sistema deve ser completamente controla´vel. Seja o sistema de controle: x˙ = Ax+Bu Define-se o sinal de controle u a ser realimentado como sendo u = −kx , ou seja, u e´ determinado pelo estado instantaˆneo. Esta te´cnica e´ chamada de ”Retroac¸a˜o de Estado”. SISTEMA EM MA SISTEMA EM MF 16 OBS FO´RMULA DE ACKERMANN Exemplo 9: 17 . Refereˆncias Ogata,Katsuhiko. Engenharia de Controle Moderno. 5 aEd. Pearson, 2010. 18
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