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Componentes: Alexsandra Rodrigues da Silva Anne Priscila Rodrigues Gisele Cristina Pinheiro 1 CÂNCER GÁSTRICO Disciplina: Fisiopatologia da Nutrição e Dietoterapia I Profa.: Belmira Silva Faria e Souza Macapá – Amapá Outubro - 2018 1. INTRODUÇÃO Grande parte desse tipo de tumor ocorre na camada mucosa (a camada de revestimento interna), surgindo na forma de irregulares pequenas lesões com ulcerações (rompimento do tecido mucoso). O Câncer Gástrico é o crescimento de células anormais no órgão desse sistema digestivo e pode ocorrer em qualquer local de sua extensão. 2 2. DESENVOLVIMENTO O surgimento do câncer gástrico por mecanismo biológico Helicobacter pylori Estimativas conservadoras sugerem que mais de 50% da população mundial possui o estômago colonizado por essa bactéria. A H. pylori consegue ultrapassar a barreira de muco que o estômago possui para se proteger da própria acidez, aderindo-se à mucosa, área abaixo do muco, onde a acidez é bem menos intensa. 3 2. DESENVOLVIMENTO Transmissão da H. pylori Sabe-se que a transmissão pode ocorrer de uma pessoa contaminada para uma pessoa sadia através do contato com vômitos ou fezes, este último geralmente sob a forma de águas ou alimentos contaminados. Os seres humanos parecem ser o reservatório principal da bactéria, no entanto, a H. pylori já foi isolada em outros primatas, ovelhas e em gatos domésticos, sugerindo que a transmissão destes para os seres humanos possa ocorrer. 4 H. Pylori e sua relação com o câncer gástrico Sabe-se que a maioria da população se encontra colonizada pela H. pylori, porém, apenas uma pequeníssima parte desenvolve câncer gástrico. Logo, pode-se concluir que esta bactéria aumenta o risco de câncer, mas não é o único fator. 2. DESENVOLVIMENTO 5 2. DESENVOLVIMENTO O surgimento do câncer gástrico por mecanismo químico Nitrosaminas O consumo de farinha de mandioca está bem acima da média nacional nas regiões norte e nordeste (onde o câncer de estômago é segundo mais incidente). O problema da elevada ingestão da farinha de mandioca está relacionada aos corantes à base de anilina, utilizados na sua fabricação. A anilina possui em sua constituição dióxido de nitrogênio (NO2) e radicais de amina (NH2). Importantes substratos para a geração de nitrosaminas (potente agente carcinogênico).6 2. DESENVOLVIMENTO O surgimento do câncer gástrico por mecanismo químico Nitrito e Nitrato Tartrazina Outras substâncias que podem ser transformadas em nitrosaminas, quando metabolizados são o nitrito e o nitrato. Usados na conservação de alimentos embutidos (salsichas, linguiça, entre outros) e alguns enlatados (INCA, 2018). Também alguns corantes artificiais, nomeadamente a eritrosina e a tartrazina, apresentam potencial carcinogênico. 7 2. DESENVOLVIMENTO O surgimento do câncer gástrico por comportamento Uso de cigarros O cigarro pode parecer prejudicial apenas para o sistema respiratório. No entanto, o tabagismo tem efeitos negativos no estômago. “O aparelho digestório começa na boca, é onde fazemos a mastigação. Nela, já há um risco aumentado de ter neoplasia (câncer) por causa dos calcogênios do cigarro”. 8 2. DESENVOLVIMENTO Tipos de Câncer Gástrico 1. Adenocarcinoma; 2. Linfoma; 3. Leiomiossarcoma. O diagnóstico é inicialmente feito com um exame clínico pelo médico. Ele irá avaliar os sintomas iniciais e o histórico do paciente. Dependendo da suspeita, o médico poderá indicar exames adicionais para comprovar a presença da doença. Diagnóstico do Câncer Gástrico - Endoscopia; - Tomografia computadorizada; - Exame radiológico do estômago; - Biópsia; - Avaliação citológica; - Ultrassonografia endoscópica. 9 2. DESENVOLVIMENTO Estágios do Câncer Gástrico 10 Tumor com invasão superficial da parede, confinado ao estômago Tumor que invade a camada muscular, podendo comprometer até seis linfonodos próximos ao estômago 2. DESENVOLVIMENTO Estágios do Câncer Gástrico 11 Tumor que infiltra até a serosa do estômago, podendo comprometer entre sete e 15 linfonodos próximos ao estômago Comprometimento de mais de 15 linfonodos ou órgãos vizinhos ou órgãos distantes: pulmões, fígado e ossos. 2. DESENVOLVIMENTO Tratamento do Câncer Gástrico Os principais tipos de tratamento para o câncer de estômago são a cirurgia, quimioterapia, radioterapia e terapia alvo (imunoterapia). 12 Gastrectomia Total Esta cirurgia é realizada quando o câncer acomete uma grande parte ou todo o estômago, e ainda nos casos quais o tumor está localizado na parte superior ou proximal do estômago, próximo ao esôfago. Gastrectomia Subtotal Esta cirurgia é frequentemente indicada se o câncer está localizado na porção inferior do estômago, em algumas circunstâncias pode ser realizada para cânceres que estão apenas na parte superior do estômago. 3. DADOS SOBRE O CÂNCER GÁSTRICO NO AMAPÁ Estimativas para o ano de 2018 das taxas de incidência de câncer gástrico no Amapá, se expressa em torno de 13,9 % de casos por 100 mil habitantes, entre os homens; e 4,6 % de casos por 100 mil habitantes, entre as mulheres (INCA, 2018). 13,9 4,6 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Homens Mulheres C as o s d e C ân ce r G ás tr ic o ( % ) 13 4. PLANO ALIMENTAR Seja por meio de quimioterapia, radioterapia, o outro tratamento do câncer pode provocar efeitos colaterais que interferem até na alimentação do paciente; Junto a essa dificuldade, o tratamento pode causar náuseas, diarreia, falta de salivação, alteração no paladar e dificuldade de mastigar e digerir os nutrientes; A. Realce o paladar; B. Fracione bem as refeições; C. Varie o cardápio; D. Hidrate-se bem; E. Evite alimentos crus. 14 4. PLANO ALIMENTAR Alimentos Permitidos Frutas em geral; Vegetais em geral; Carnes magras, sem gordura; Leite desnatado; Iogurte natural integral; Grãos integrais; Chás, exceto chá verde, mate e preto, ou outros que tenham cafeína; Café descafeinado; Queijos brancos; Temperos naturais. 15 4. PLANO ALIMENTAR Alimentos Proibidos Carnes processadas; Queijos amarelos e processados; Molhos prontos; Temperos em cubos; Comida pronta congelada e fast food; Bebidas; Bebidas alcoólicas; Açúcar e doces em geral; Alimentos refinados e frituras, como bolos, pães brancos, salgados, biscoitos; Alimentos ricos em gordura. 16 4. PLANO ALIMENTAR Cardápio para pacientes em tratamento de Câncer Gástrico 17 Café da manhã (7:30h a 8:00h) Lanche da manhã (10:00h) Ceia (22:00h) Lanche da tarde 1 (14:30h) Lanche da tarde 2 (16:30h) Almoço (12:30h) • 1 pires pequeno de vegetais cozidos a vapor (abobora, beterraba, cenoura). • 2 colheres de sopa (cheia) de arroz parbolizado. • 1 concha média (100 ml) de feijão branco. • 1 filé (150 g) de peixe cozido com caldo. • 1 copo (200 ml) de suco de acerola (consumir 20 min. depois) Jantar (19:00h) • 1 peito de frango pequeno grelhado e sem pele (100 g). • 1 concha pequena (50 ml) de grão de bico. • 1 pires de salada de alface, rúcula e tomate (temperada com 1 fio de azeite). depois). 5. ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS 18 A alimentação do paciente gastrectomizado é feita somente através de sonda, até o 7º dia, após esse período é introduzido na alimentação somente água, gelatina e chá (dieta de líquidos); A alimentação oral pode começar a ser administrada a partir do 10º dia após a cirurgia com uma dieta pastosa, a transição para dieta com alimentos sólidos vai depender do estado do paciente; Durante o tratamento, o aporte calórico da dieta pode chegara aproximadamente, 1.800 kcal/dia. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS DO GRUPO 19 O câncer gástrico é causado através de danos causados na mucosa do estômago, estes estudos apontaram que a bactéria H. pylori é um elemento de risco biológico bem estabelecido, mas não é causa suficiente para a propagação do câncer. Este tipo de câncer é uma das localizações tumorais mais ocorridas no mundo; Os componentes químicos, como antioxidante BHA, eritrosina, tartrazina, cloropropanois, nitrosamidas, são substâncias cancerígenas para a mucosa gástrica. O seu desenvolvimento e a progressão do câncer gástrico podem ser neutralizados por uma alimentação balanceada e satisfatória, durante um período prolongado, de frutas e verduras frescas; As frutas, legumes e verduras tem o poder de diminuir a carga de agentes oxidantes associados ao surgimento deste câncer, as funções mais importantes que elas exercem na proteção contra este câncer e estimula o sistema imune. 7. CONCLUSÃO Não se sabe a causa, nem porque algumas pessoas adquirem a doença. Observou-se que a soma de alguns fatores de risco aumentam a chance de se desenvolver o câncer gástrico. Acredita- se que uma predisposição genética acrescida com outros fatores acabe levando ao câncer. Observou-se também que alguns tipos de alimentos, se consumidos regularmente durante longos períodos de tempo, podem transformar células saudáveis em células cancerosas. É o caso de alimentos gordurosos, salgados e enlatados. Por isso, deve-se procurar evitar frituras, carnes com gordura aparente e embutidos, como linguiças, salsichas, salames, presuntos, dentre outros. Devido ao prognóstico negativo da doença, torna-se essencial a prevenção através de hábitos saudáveis de alimentação e redução da infecção pela bactéria H. pylori. 20 8. REFERÊNCIAS INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Avaliação nutricional da disponibilidade domiciliar de alimentos no Brasil. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/ (Acessado em: 20/09/2018). INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA. As doenças e agravos não transmissíveis (DANT) já são as principais responsáveis pelo adoecimento e óbito da população no mundo. 2018. Disponível em: https://www.inca.gov.br/ (Acessada em 20/09/2018). KAMANGAR, F.; DORES, G.M.; ANDERSON, W.F. Patterns of cancer incidence, mortality, and prevalence across five continents: defining priorities to reduce cancer disparities in different geographic regions of the world. J. Clin. Oncol., 10:24(14): 2137-2150, 2006. MAHAN, L.K.; ESCOTT-STUMP, S.; RAYMOND, J.L. Krause Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 13ª. Ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. In: Grant, B.L.; Hamilton, K.K. Cap.37: Terapia Nutricional Médica para a Prevenção, Tratamento e Recuperação do Câncer, 832-863 p., 2012. MICHEL, O.R. Saúde Pública: Riscos e humanismo. Rio de Janeiro: Reinvinter, 2002. SILVA, C.C.; AQUINO, R.C.; NOGUEIRA, F.A.; RODRIGUES, F.H.; BARROS, K.V.; GARCIA, M.; BERNARDO, P.S. Suporte Nutricional na Gastrectomia Total: Relato de Caso. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, ano VII, nº 20, 77-81, 2009. 21 22 OBRIGADA!
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