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Conceito Direitos Consum

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CONCEITOS E DIREITOS BÁSICOS DO DIREITO DO CONSUMIDOR
AUTORES:
Alice Wisniewski1
Iuri Bolesina2
XI Seminário de Direito Internacional de demandas sociais e políticas públicas na sociedade contemporânea.
VII mostra de trabalhos jurídicos científicos.
1 - LUANA/ LIDIANE – INTRODUÇÃO
Os autores realizaram uma análise a respeito do Direito do Consumidor,
demonstrando o surgimento das relações de consumo e a importância da manutenção dessas relações na sociedade. Demonstraram as primeiras leis que surgiram para regular as relações de consumo. 
Estudaram os elementos basilares de consumo e do direito do consumidor, pois é necessário o conhecimento dos mesmos para entender esse direito. Por fim, de maneira precisa, dissertaram sobre cada direito básico do consumidor. 
2 - DANIELE / PAULO CESAR
Daniele - Diante das mudanças que ocorreram devido à industrialização em meados do século XX. O âmbito jurídico também mudou, pois surgiram novas áreas do Direito, entre elas o Direito do Consumidor. Essas mudanças na sociedade fizeram com que as relações de consumo aumentassem. Além do crescimento do consumo, a industrialização acarretou também a produção em massa, para satisfazer as necessidades da sociedade. 
Porém, não havia normas suficientes que acompanhassem e resolvessem os problemas que estavam aumentando. Houve então a necessidade de criar-se leis próprias. 
Parágrafos 5º e 6º do CDC.
Paulo Cesar – Com a produção em massa, começaram a surgir algumas necessidades na sociedade que se formou em torno das empresas, que careciam de leis que regulamentassem o consumo. 
Assim, começaram a surgir movimentos sociais em defesa do consumidor. 
Nos Estados Unidos criou-se a associação chamada “New York Consumers League”, que publicou a denominada ‘lista branca’, na qual constava os nomes das empresas que os consumidores deveriam priorizar.
Os critérios de escolha das empresas relacionadas na lista basearam-se no salário justo aos trabalhadores, condições de higiene e respeito ao direito dos trabalhadores. 
Na década de 1960, o Presidente Kennedy afirmou que os consumidores faziam parte do maior grupo econômico que ainda não era organizado. 
Em 1973, foram reconhecidos pela Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) os direitos básicos do consumidor, sendo eles: o direitos à segurança, à integridade física, à intimidade, à honra, à informação, o respeito e a dignidade humana dos consumidores.
Em 1985, a Assembleia da ONU através de consenso, utilizou-se da Resolução 39/248, para estabelecer padrões internacionais de defesa ao consumidor e também nortear os demais países para que implantassem políticas de defesa do consumidor.
3 - Solange 
2.1 – O consumidor e o Código de Defesa no Brasil.
Durante a vigência do Código Criminal, criado em 1839, no Brasil, era proibido vender produto com valor superior ao seu valor. A mercadoria não podia ser adulterada, sendo o fornecedor punido com a morte, caso fosse descoberto. 
Em 26 de dezembro de 1951, foi publicada a Lei de Economia Popular, n. 1.501/1951, que previa penas ao crime contra o consumidor. Essa medida foi um avanço jurídico.
A Lei previa punição ao fornecedor que incorresse nos seguintes crimes:
- Vender produtos que desatendam às determinações oficiais quanto ao peso e à composição.
- Negar nota fiscal à fornecedores ou clientes quando o produto adquirido possui valor igual ou superior a Cr 15,00 (cruzeiros), sendo necessário na nota endereço do estabelecimen/. comercial, nome, preço do produto, data, local, nome e residência do freguês. 
 Misturar mercadorias de diferentes gêneros com o intuito de vender as de baixa qualidade pelo mesmo preço das de melhor qualidade.
Fraudar os pesos e as medidas propositalmen/.
Penalidade – seis meses a dois anos de detenção e multas.
Em 1970, no Brasil, surgiram as primeiras preocupações acerca da defesa do consumidor, com a criação do Conselho de Defesa do Consumidor (CONDECON). Em Curitiba, surgiu a Associação de Defesa e Orientação do Consumidor (ADOC). Em Porto Alegre foi sediada a Associação de Proteção ao Consumidor (APC). 
Em São Paulo foi criado pelo Governo do Estado o Sistema Estadual de Proteção ao Consumidor, denominado PROCON.
Brasileiros passaram a conhecer seus direitos, como consumidores, a partir do Plano Cruzado. A Constituição Federal de 1988 garante a Defesa do Consumidor, em seu art. 5º, XXXIII, e exigiu a elaboração de um Código de Defesa do Consumidor.
O consumo no Brasil intensificou-se em meados de 1930, início da industrialização, tendo um Estado caracteristicamente intervencionista.
4 - Rafael F. Tschöke
No subtítulo sobre o Consumidor e o Código de Defesa, os autores destacam que na CF/88 as relações de consumo eram tuteladas pelo Código Civil de 1916, tornando-se, ao longo do tempo, insuficiente para reger as relações de consumo que se tornaram mais complexas e específicas. Nesse contexto surgiu o espaço para amplo debate social e conscientização sobre a necessidade de um código próprio para defesa do consumidor, compromisso da CF/88, cumprido dois anos depois. 
5 - Tarso C. dos Santos
3 Os conceitos de consumidor, fornecedor, produto e serviço.
Dois elementos são observados nas relações de consumo, um subjetivo relativo à relação entre consumidores e fornecedores e, outro, objetivo que consiste no objeto da relação como produto e serviços. 
Consumidor
O art. 1º do CDC estabelece como objetivo da legislação proteger e defender o consumidor. 
Consumidor vem a ser todo aquele que se utiliza de bens e de sua produção, não necessitando de uma relação direta. 
O art. 2º preleciona que “consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquiri ou utiliza bem ou serviço como destinatário final”. 
Por sua vez o destinatário final na doutrina divide-se em duas linhas de entendimento, maximalista e finalista.
Maximalista define o destinatário final toda a sociedade, pessoa física ou jurídica, sendo importante o destino fático do serviço ou produto. 
O entendimento finalista defende que o destinatário final é aquele que adquiri o bem para necessidades individuais privadas, não querendo buscar lucros. 
Por exemplo, uma costureira que compra uma máquina para confeccionar roupas não é considerada consumidora final. 
6 - Mayara Alessandra Nisz
A doutrina maximalista pode ser interpretada por mais de uma forma.
Exemplo da máquina de café. O destino fático do produto é produzir o café; quem bebe é o cliente que vem a ser o destinatário final. Caso a máquina seja retirada do mercado e for usada pelos funcionários da empresa, mos funcionários serão os destinatários finais e não mais o cliente. 
Dessa forma, a corrente finalista concebe o destinatário final sendo todo aquele que utiliza o bem como consumidor final fático e econômico.
O art. 2º, no parágrafo único estabelece que independente de teorias, o CDC compreende no grupo de consumidores a pessoa física, individual, coletividade, universalidade e a pessoa jurídica. Todos que são prejudicados pelo consumo devem ser protegidos pelo CDC. 
Conforme o art. 2º conceitua-se consumidor a coletividade e também todos aqueles que sofrem os danos.
7 - Helena Maria 
3.2 Fornecedor
A conceituação de fornecedor é definida pelo Art. 3º do CDC que assim expressa ser o fornecedor toda a pessoa física ou jurídica, pública e privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. 
Em resumo, o fornecedor é todo aquele que sustenta o mercado de consumo. Estão genuinamente ligados ao comércio, pois é por meio da ação do fornecedor que os produtos e serviços são ofertados à população. 
O fornecedor deve auferir fins lucrativos, ou seja, produção, montagem, criação, etc deve ser realizada de forma profissional e com fim de remuneração. 
Um atributo do fornecedor é a habitualidade, pois quem participa da cadeia produtiva,direta ou indiretamente, visando lucro, pessoa física ou jurídica, desde que oferte bens e serviços de forma habitual e profissional, é fornecedor. 
7.1 - Cleunice Leão
Fornecedor
De acordo com o art. 3º do CDC, fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira e entes despersonalizados que desenvolvam atividade de produção, montagem, criação, construção, importação, exportação e distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. 
8 - Dioni Henrique Heler
Sobre os entes despersonalizados. 
São aqueles que, de certa forma, fazem parte do meio de produção de determinado produto, de forma direta ou indireta, praticando os atos com viés econômico. Independe a forma de distribuição e venda dos produtos, podendo ser vendidos por lojas autorizadas ou vendedores ambulantes. Faz com que a linha econômica ande acelerada e cumpra o papel de relação de consumo, gerando benefícios a todos os setores de produção e até mesmo os que fornecem matéria prima. 
9 – Diego J. dos Santos
Os autores apontam para a vulnerabilidade do consumidor, razão porque o Direito do Consumidor deve buscar manter o equilíbrio entre as partes, evitando possíveis desigualdades. Para harmonizar essa igualdade é necessário tratar os desiguais de forma desigual, conforme previsão no art. 6º do CDC. 
Aponta o inciso I a proteção do direito à vida, saúde e segurança. Com isso o fornecedor de produtos e serviços de atentar para a integridade do consumidor não o expondo a ...
... riscos quando o produto ou serviço mostrar-se nocivo, perigoso ou destrutivo ao consumidor ou ao seu patrimônio.
A proteção à integridade física estende-se também à proteção ao aspecto moral, pois ao tratar desse Direito Básico o CDC está levando em consideração o princípio da dignidade da pessoa humana, devendo a cadeia produtiva e após esta a fruição do bem ou serviço garantindo o direito mais importante do consumidor. 
10 – Vanessa Fernanda 
4.2 Direito à educação para consumo.
Uma das características que fazem o consumidor mais vulnerável é o fato do conhecimento e informação acerca dos produtos fornecidos pelo fornecedor. Aquele que compra o produto não é detentor de todas as informações, deixando claro que boas escolhas pelo consumidor necessitam de informação e conhecimento. 
O Art. 6º do CDC, remete, portanto, ao direito do consumidor à educação e divulgação do consumo adequado dos produtos e serviços, para diminuir a vulnerabilidade do consumidor. 
- Isabella Carolina Chaves
Direito à informação.
O inciso III do Art. 6º do CDC, traz como Direito Básico o direito à informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços com todas as especificações, bem como os riscos que apresentam.
Ao mesmo tempo levanta-se a dúvida quanto à exposição e à violação dos segredos industriais e de produção, correndo o risco de plágio de produtos e, assim, a violação dos direitos de terceiros. A solução é informar os elementos que compõem o produto, sem especificar a quantidade. 
12 – Daniele M. 
Produtos.
O Art. 3º, § 1º, subdivide os bens em móvel, imóvel, material ou imaterial, sendo previsto CDCivil, nos Arts. 79 e 82.
Bens imóveis são o solo e aqueles que estiverem incorporados. 
Bens móveis se sucedem de movimento próprio ou remoção por força alheia sem que haja alteração de sua substância ou de sua destinação econômico-social, bem como os definidos em lei (art. 83 e 84 do Código Civil).
Também, em materiais e imateriais, duráveis e não duráveis. 
Entretanto, seu conceito individual faz-se, por vezes, desnecessário, já que o real intuito do CDC, em classificá-los de tal forma, é
deixar estabelecido também que todo tipo de bem, material (tal como um carro) ou
imaterial (como por exemplo, uma aplicação financeira) são bens de consumo.
Os bens duráveis
(aqueles feitos para que sejam utilizados por várias vezes, como livros e
automóveis), não duráveis (estes tais que se referem aos que cessam, acabam,
como alimentos, remédios, bebidas) por estarem acompanhados de serviços, 
são bens de consumo e devem ser abrigados também pela legislação consumerista. 
12.1 – Amadeus Z. da Silva 
Proteção contra publicidade enganosa ou abusiva.
A publicidade consiste em um conjunto de técnicas com o intuito de promover diretamente determinada atividade econômica. 
A publicidade enganosa prevista no Art. 37, caput e § 1º do CDC dispõe sobre a proibição para evitar que o consumidor seja induzido ao erro. A publicidade enganosa pode se dar de forma comissiva ou omissiva. 
Comissiva por ação direta na campanha e omissiva quando há ausência de informação essencial a respeito do produto ou serviço (Art. 37, § 3º). A concretização desta publicidade torna o fornecedor responsável objetivamente.
A publicidade abusiva prevista no Art. 37, § 2º, do CDC, dispõe sobre sua proibição, seja discriminatória, incentivando à violência, medo ou superstição, desrespeitando valores ambientais e nocivos à saúde do consumidor.
O consumidor pode buscar a reparação de danos causados, assim como os órgãos fiscalizadores estabelecerem sanções.
13 – Herik Felipe de Andrade
Direito à proteção contratual.
Nesse contexto o consumidor acaba por ficar em situação de hipossuficiência diante de um fornecedor com conhecimento técnico e fortalecido economicamente. 
Desta forma, o contrato passa a ter função social pois além do fornecedor passa a proteger o consumidor. 
A hipossuficiência do consumidor é prevista no Art. 6º, V que estabelece a mudança de cláusulas contratuais onerosas. 
O inciso VI, do Art 6º, prevê a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos. 
A reparação de danos pode-se pautar no prejuízo sofrido pelo consumidor (material ou moral), bem como ter caráter punitivo e repressivo para o fornecedor, para evitar reincidências. 
Danos patrimoniais, morais que ferem a integridade ou imagem do consumidor, individuais prejudicam um indivíduo ou grupo familiar e coletivos que atingem vários indivíduos. 
14º - João Andrade
Direito à facilitação e à inversão do ônus da prova. 
O Art. 6º, VIII, trata da facilitação da defesa dos direitos do consumidor, inclusive com a inversão do ônus da prova a seu favor, no processo civil, quando a critério do juiz, for verossímel a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência. 
Na relação jurídica o consumidor é mais frágil em se tratando da relação de consumo, podendo o juiz decretar a inversão do ônus da prova quando o consumidor for hipossuficiente para produzir provas.
Tal inversão visa assegurar a igualdade nas relações de consumo, visando assegurar uma defesa eficaz. Resta ressaltar que o pedido será analisado pelo juízo competente, cabendo-lhe a decretação da inversão do ônus da prova, devendo o fornecedor provar sua inocência. 
O Art. 6º, VII, do CDC assegura o direito do consumidor na via administrativa ou judiciária, visando prevenir reparação de danos patrimoniais, morais, individuais, coletivos e difusos. Assegura ainda a defesa técnica aos necessitados. 
Para a defesa do consumidor existem órgãos públicos com advogados, procuradores que atuam na área. 
Atualmente, a defesa do consumidor é realizada pela Defensoria Pública dos Estados e União.
15 – Julio Cesar Dias e Jaqueline Vieira.
Serviços públicos, considerações finais.
Os autores trata da evolução do direito do consumidor, bem como dos desafios que se levantaram ao fornecedor , sendo o Estado definido como fornecedor de determinados serviços que são indispensáveis à vida.
Os autores adotam uma concepção ampla de serviço público, não observando que os serviços são fruíveis individualmente ou pela coletividade indistintamente. 
Este detalhe não restou bem aprofundado, porquanto o CDC também dita normas de caráter processual, visando a efetiva vanguarda teórica que representa o CDC.
Os desafios foram pontuados quando o Estado, na figura de fornecedor, não é efetivo nas prestaçõesdos serviços de caráter essencial, no tocante à sua efetividade e adequação, apontando que o artigo X do CDC deve ser observado pelo ente estatal. 
 
O texto não menciona o entendimento das cortes brasileiras as respeito do corte de fornecimento de serviços por inadimplemento dos entes estatais, já que a interrupção de serviços essenciais a hospitais, escolas, creches etc. trará imensuráveis prejuízos, principalmente ao usuário que não deu causa ao corte. 
Nesse caso cabe ressaltar que tema desta natureza tem que estar respaldado pela jurisprudência dominante. 
Afinal, os autores limitaram-se a elencar princípios e a dignidade da pessoa humana ...
... que se sobrepõem à falta de recursos.
Os direitos atinentes à dignidade humana serão sempre atingidos pela ineficácia da prestação de serviços públicos, principalmente aqueles que, por si mesmos, são considerados essenciais.

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