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2018 1 RESUMO AULA 05 D EMPRESARIAL II SA UCAM

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CURSO DE DIREITO - Disciplina: Direito de Empresa II - Professora: Sandra Kiefer 1 
UCAM Niterói - SOCIEDADES POR AÇÕES – 2018.1 
SEMANA 051 
5 CONSTITUIÇÃO DA COMPANHIA (art. 80 a 99 LSA) 
- a constituição de uma S/A requer a observância de requisitos preliminares e providências complementares. A 
constituição pode ser por subscrição pública e subscrição particular. O tema é fracionado em 3 níveis distintos, mas 
suas medidas se intercruzam. 
 
5.1 Requisitos preliminares 
FASE PRÉ-CONSTITUTIVA (arts. 80 e 81 LSA) 
- formada por procedimentos que devem ser observados por todas as S/As, abertas ou fechadas. 
1º Requisito preliminar (art. 80, I LSA): subscrição por, no mínimo, 2 pessoas, de todas as ações em que se divide o 
capital social fixado no estatuto. Exceção: a sociedade unipessoal é admitida em 2 hipóteses (arts. 251, 252 e 206, I, d 
LSA). Atentar ao disposto no art. 2o par. único do DECRETO 8.945/16. É necessário que todas as ações 
representativas do capital social estejam subscritas. A subscrição é irretratável. 
- subscrição: “é o contrato plurilateral complexo pelo qual uma pessoa se torna titular de uma ação emitida por uma 
sociedade anônima.” Fábio Ulhoa. 
- “ações subscritas”: ocorre a subscrição na constituição ou no aumento de capital da companhia, envolvendo 
operação direta entre acionistas e a sociedade; os valores pagos afluem diretamente ao capital da companhia. 
- “ações adquiridas”: operação envolvendo ações já subscritas e que se encontram em circulação. 
2º Requisito preliminar (art. 80, II e par único LSA): realização, como entrada, em dinheiro, de 10% (dez por cento), 
no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas. Na subscrição a prazo, em dinheiro, pelo menos 1/10 do preço 
da ação deve ser integralizado como entrada. Obs.: algumas sociedades anônimas, como as instituições financeiras 
(art. 27 da Lei nº 4.595/1964), precisam de uma integralização, como entrada, de 50% das ações subscritas. 
3º Requisito preliminar (arts. 80, III e 81 LSA): depósito no Banco do Brasil ou outro estabelecimento bancário 
autorizado pela CVM (ato declaratório AD nº 2/78), da parte do capital realizado em dinheiro. O depósito deverá ser 
feito pelo fundador no prazo de 5 dias contado do recebimento das quantias, em nome do subscritor e a favor da 
sociedade em organização, que só poderá levantá-lo após haver adquirido personalidade jurídica. É o “depósito de 
entrada”. Se a companhia não se constituir dentro de 6 meses da data do depósito, o banco restituirá as quantias 
depositadas diretamente aos subscritores. 
 
5.2 – Formas de constituição: por subscrição pública e subscrição particular 
CONSTITUIÇÃO PROPRIAMENTE DITA- FASE CONSTITUTIVA (arts. 82 a 93 LSA) 
- a formação do capital social tem 2 fases: subscrição e integralização. O ato de subscrição garante ao indivíduo o 
direito de adquirir ações, através da integralização. A integralização é o ato de efetiva disposição patrimonial. 
- observados os procedimentos preliminares, a companhia poderá ser constituída sob 2 formas: subscrição pública e 
subscrição particular, conforme haja ou não apelo ao público investidor. 
- obs: estatuto social (art. 83 LSA): existe nas companhias abertas e fechadas; suas normas formam o sistema jurídico 
particular da S/A. Só pode ser criado pelos subscritores das ações na constituição da companhia e só pode ser alterado 
pela AG. É a “lei interna” da companhia. O art. 997 é aplicável às sociedades anônimas e traz as cláusulas mínimas 
que devem constar do estatuto (nas omissões da LSA, art. 1.089 CC). 
• SUBSCRIÇÃO PÚBLICA ou CONSTITUIÇÃO SUCESSIVA (arts. 82 a 87 da LSA): os fundadores não 
possuem todo o capital desejado e, para completá-lo, buscam recursos com investidores para a constituição da S/A. 
Há diversas e sucessivas fases. Destinada às companhias que negociarão seus valores mobiliários no mercado de 
capitais. O início da constituição por subscrição pública se dá com o registro e autorização na CVM. Para tanto, 
é necessário o pedido de prévio registro na CVM, para que ela autorize a emissão pública de ações. A subscrição 
de ações deve ser intermediada por uma instituição financeira. A caracterização da emissão pública se dá pela 
verificação dos pressupostos do art. 19, par. 3º, da Lei nº 6.385/76. O pedido de registro de emissão de ações na 
CVM deve conter (art. 82, par. 1º LSA): 
 a. estudo de viabilidade econômica e financeira do empreendimento; 
 b. projeto do estatuto social (art. 83 LSA); (ver arts. 997 e 1.089 CC) 
c. prospecto organizado e assinado pelos fundadores e pela instituição financeira intermediária. O prospecto existe 
só nas hipóteses de subscrição pública, para divulgar o empreendimento e atrair investidores (art. 84 LSA). 
																																																													
1	OBS: este material foi elaborado com base na legislação, jurisprudência e doutrina de referência para a matéria em questão, 
especialmente os ensinamentos de Fabio Konder Comparato, Fábio Ulhoa Coelho, Fran Martins, Gladston Mamede, Haroldo 
Malheiros Duclerc Verçosa, José Edwaldo Tavares Borba, Modesto Carvalhosa, Nelson Eizirik, Rubens Requião, Salomão 
Calixto Filho, Waldirio Bulgarelli, dentre outros. Por não esgotar a matéria, é importante que o aluno complemente seus estudos 
nos livros pertinentes. 
	
	
- a CVM poderá condicionar o registro a modificações no projeto de estatuto ou no prospecto, e também poderá 
denegá-lo (indeferimento do registro) por inviabilidade ou temeridade do empreendimento, ou ainda, por 
inidoneidade dos fundadores (art. 82 LSA). Se atendidas as exigências, é concedido o registro e autorizada a 
emissão. 
- após obter o registro e a autorização da CVM, passa-se para a etapa da subscrição das ações representativas do 
capital; é a subscrição propriamente dita das ações (art. 85 LSA). As ações são oferecidas ao público pela 
instituição financeira. Para subscrever as ações, o interessado deve procurar a instituição financeira intermediária 
autorizada, para assinar a lista de subscrição ou boletim individual, que instrumentalizam o negócio jurídico e são 
autenticados pela instituição. A subscrição também poderá ser feita por carta endereçada à instituição, nas 
condições previstas no prospecto, acompanhada do valor da entrada (art. 85, par. único LSA). A instituição 
financeira anotará a qualificação (se pessoa física: dados pessoais; se pessoa jurídica: firma, denominação e local 
da sede), especificando o número de ações subscritas, sua espécie, e classe, se houver mais de uma, e o total de 
entrada em dinheiro. O subscritor pagará em dinheiro, a entrada inicial, se a integralização for em dinheiro. A 
subscrição poderá ser realizada em bens, que deverão ser avaliados e essa avaliação deverá ser aprovada em AG. 
- última etapa da subscrição pública: quando ocorrer a subscrição de todo o capital social, os fundadores devem 
convocar Assembleia Geral Constitutiva/ AG de Fundação da qual fazem parte todos os subscritores. A 
convocação da AG se dá conforme as regras do art. 124 LSA. Nessa AG, cada ação dá direito a um voto, 
independente da espécie ou classe (art. 87, par. 2º LSA). Seu objetivo é deliberar pela constituição da S/A e 
avaliação de bens (arts. 86 e 87 LSA). Visa: 
 a. avaliar eventuais bens oferecidos para a integralização das ações subscritas; 
 b. deliberar sobre a constituição da companhia; 
 c. aprovar o estatuto social por mais da metade do capital social; 
 d. observadas as formalidades legais e não havendo oposição de subscritores que representem mais da metade do 
capital social, o presidente da assembleia declara constituída a companhia, sendo feita, em seguida, a eleição dos 
administradores e fiscais. 
- a ata da AG será assinadapor todos, sendo certo que o projeto de estatuto só poderá ser alterado por deliberação 
unânime dos subscritores. 
- importante: os fundadores e as instituições financeiras que participarem da subscrição pública das ações 
responderão, no âmbito de suas atribuições, pelos prejuízos resultantes da inobservância de preceitos legais (arts. 
84 V, VI e XI e 92 LSA). 
 
• SUBSCRIÇÃO PARTICULAR ou CONSTITUIÇÃO SIMULTÂNEA: os próprios fundadores já têm o capital 
necessário (art. 88 LSA). É mais simples e não há fases sucessivas. Os atos ocorrem de forma concentrada, em um 
único procedimento, que poderá ser por AG ou Escritura Pública. Para as S/As que NÃO irão oferecer ao público 
suas ações, as quais serão totalmente subscritas pelos próprios fundadores. Não há instituição financeira 
responsável pela intermediação de negociação de ações, nem registro e autorização da CVM. É feito o depósito em 
dinheiro em banco e as ações são subscritas pelos fundadores. A AG ou a Escritura Pública definirão o estatuto, a 
nomeação dos primeiros administradores e outras providências. Pode se dar de 2 formas, considerando-se 
fundadores todos os subscritores (art. 88 LSA): 
a. Por deliberação dos subscritores em Assembleia Geral de Constituição (arts. 86, 87 e 88 par. 1º e 124 
LSA): todos os subscritores deverão assinar o projeto de estatuto. Segue as mesmas regras da AG da 
subscrição pública (art. 88, par. 1º LSA). A convocação de AG deve observar o disposto no art. 124 LSA. 
Presença de acionistas (50% capital). Há discussão e votação do estatuto, bem como a eleição dos 
administradores, além da avaliação de bens (art. 86 LSA). 
b. Por escritura pública (art. 88 LSA): todos os subscritores deverão assinar a escritura pública, que conterá os 
requisitos fixados em lei (art. 88 caput e par. 2º LSA). 
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