Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
2° Atividade Moodle DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO – PROFESSOR DALVO LEAL DA ROCHA Fernanda Dantas de Oliveira Barbosa Matricula n° 2181726 Belo Horizonte 2019 SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS INTERNACIONAIS. Em relação à essa matéria o aluno deverá responder e/ou dissertar sobre os seguintes ítens: Definição 2) Citar e explicar sobre a Resolução de Berlim de 1999; 3) Cite e explique os diversos métodos da Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais; 4) Descrever o papel da Corte Internacional de Justiça na Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais; 5) Descrever sobre o papel do Tribunal Penal Internacional. SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS INTERNACIONAIS. Sabemos que entre os seres humanos existem muitas controvérsias e do mesmo modo podemos imaginar que existem conflitos entre os Estados Internacionais. A respeito das relações internacionais, podemos dizer que não existe um órgão superior que todos obedeçam, so existindo então algumas organizações como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Corte internacional de Justiça (CIJ). Essas organizações têm como objetivo resolver controvérsias entre Estados e garantir a paz, todavia alguns membros acabam atrapalhando a concretização desses objetivos. Quando se ocorrem conflitos entre Estados, é dever moral de cada um, tentar uma solução pacifica para que assim não possa alcançar métodos mais coercitivos como por exemplo guerras. Existem vários tipos de controvérsias, sendo divididas em controvérsias jurídicas e controvérsias políticas. As juridicas resultam das violações de tratados e convenções, pode ocorrer de um Estado não conhecer o direito de outro, ofensas à princípios entre outros. As políticas dizem respeito a choques de interesses, podendo ser econômicos ou políticos ou então ocorrendo a desonra ou a dignidade de um Estado. As soluções pacificas de controvérsias tem o objetivo de colocar um fim em conflitos de interesses entre Estados. Resolução de Berlim de 1999 No que tange as soluções pacificas de controvérsias Internacionais, Hildebrando Accioly em seu livro Manual de direito internacional publico, cita que a A Resolução de Berlim (1999) estipula vários princípios. Dentre eles o autor ele diz que o fundamento da competência das cortes e tribunais internacionais é consentimento do Estado, vindo daí a impossibilidade da pronuncia de qualquer corte ou tribunal internacional sobre algum conflito entre mais de dois Estados sem o consentimento de todos os demais e a ausência desse consentimento pode resultar na não resolução completa ou ate mesmo impedindo a solução dessa controvérsia. Todos os dispositivos que regulam a competência e o procedimento figurados nos estatutos e nos regulamentos dos tribunais internacionais e das cortes possuem características especificas e únicas. Segundo Hildebrando, é por conta desse motivo que a interpretação dos textos pertinentes constitui o ponto de partida do exame de qualquer caso, inclusive daqueles contando mais de dois estados. Porem existem maneiras de deduzir princípios e alinhar algumas leis parecidas a respeito da intervenção e outros modos de participação de terceiros. Os princípios e normas sobre a participação de terceiros Estados podem ser aplicadas, na medida que forem adequadas as circunstancias de um caso, sempre perante a corte ou tribunais internacionais. Se dois ou mais Estados possuírem interesses similares eles deverão recorrer em conjunto perante a corte ou o tribunal internacional que tenha competência. Métodos da Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais; Existem duas categorias de métodos de solução pacifica de conflitos internacionais, sendo a as diplomáticas e as jurídicas ou judiciárias, dentre estas a arbitragem e também existem os meios coercitivos, todavia, os meios coercitivos são, sobretudo sanções, e não meios pacíficos de solução pacífica de controvérsias. Os meios diplomáticos são as negociações diretas; os congressos e conferências; os bons ofícios; a mediação e por ultimo o sistema consultivo. As negociações diretas na maioria dos casos correspondem a entendimento verbal entre a missão diplomática e o ministério das relações exteriores local. Todavia existem casos mais graves, onde os entendimentos são entre altos funcionários do governo de cada Estado, existindo a possibilidade onde podem ser os próprios ministros das relações exteriores. Existem também algumas ações dentro dessa modalidade como, por exemplo, se ocorre a renuncia de um desses governos, essa ação é nomeada como desistência, se houver o reconhecimento por um dos Estados da pretensão do outro, ocorre a aquiescência e se houver concessões recíprocas ocorre o que é chamado de transação. Os congressos e conferências resumidamente são reuniões de representantes de estados que possuem autorização para discutirem as questões internacionais e ocorre quando o conflito interessa muitos estados, ou quando se pode resolver muitas questões. Hodiernamente esses conflitos costumam ser resolvidos na Assembléia Geral das nações unidas, podendo ser na Organização dos Estados Americanos (OEA) caso seja uma questão de âmbito latino-americo. Os bons ofícios correspondem a tentativa amistosa de uma terceira pessoa, uma pessoa que não tenha relação alguma com o conflito, com o objetivo de aproximar as partes, ou seja, ele atua como um intermediário. A mediação constitui uma espécie de participação direta nas negociações entre os litigantes através de um terceiro, diferente dos bons ofícios ela não so aproxima os conflitantes, como também propõe uma solução para a contenda. O terceiro pode ser escolhido pelos estados em concordância. O mediador tenta influenciar as partes a aceitar a proposta para a conciliação. O sistema consultivo diz respeito a consulta que podemos caracterizá-lo como um sistema de troca de opiniões entre dois ou mais governos interessados de maneira direta ou indireta no conflito com o objetivo de alcançarem a resolução. O meio jurídico é dividido em a Arbitragem e a Solução Judicial, onde a arbitragem funciona através de um ou mais árbitros que são escolhidos de maneira livre entre as partes, geralmente por meio de um compromisso arbitral que estabelece as normas a serem seguidas e onde as partes contratantes aceitam a decisão a ser adotada. Hildebrando cita em seu livro Manual de Direito internacional Publico que o Brasil já foi árbitro de algumas soluções de conflitos exteriores e também já se submeteu à arbitragem conforme, por exemplo, as controvérsias entre o Brasil e a Grã- Bretanha, a propósito da prisão, no Rio de Janeiro, de oficiais da fragata inglesa Forte, entre outros A arbitragem é aplicável a todas as controvérsias internacionais, sendo elas de qualquer natureza ou causa. A solução Judicial ocorre através de jurisdição voluntária, procura acordo prévio entre as partes para acionar as Cortes Internacionais e solucionar suas controvérsias, onde os litigantes não podem escolher quem julgará. Existem também os meios coercitivos de solução de controvérsias internacionais, que ocorrem quando os meios amistosos não funcionam e ai os Estados decidem solucionar de maneira mais violenta podendo ir ao extremo do ataque armado. Os meios coercitivos mais empregados são, a retorsão, represálias; embargo; bloqueio pacífico; boicotagem e ruptura de relações diplomáticas. A retorsão funciona da maneira que um estado aplica a outro que tenha sido o seu agressor as mesmas medidas ou os mesmos processos que este empregou contra ele.Hildebrando cita em seu livro que para o IDI “As represálias são medidas coercitivas, derrogatórias das regras ordinárias do direito das gentes, tomadas por um estado em conseqüência de atos ilícitos praticados, em seu prejuízo, por outro estado e destinadas a impor a este, por meio de um dano, o respeito ao direito”. Elas se realizam como uma reação contra um delito. No livro, Hidelbrando expõe que o embargo que também é uma forma de represália, consiste ao seqüestro em plena paz, de navios e cargas de nacionais de um estado estrangeiro, ancorados nos portos ou em águas territoriais do estado que lança mão desse meio coercitivo. Outro meio são os bloqueios pacíficos, sendo o ato de impedir através de força armada as comunicações de um pais com os demais países membros da comunidade internacional assim obrigando a nação coagida a proceder de um modo imposto. A ultima maneira de represália é a boicotagem que é basicamente, no meio de proibir o mantimento de mantidas relações comercial com os nacionais de determinado Estado que violou as regras de Direito Internacional. As rupturas com as relações diplomáticas pode resultar da violação, por um deles, dos direitos do outro e também como meio de pressão de algum estado sobre outro, forçando-o modificar sua atitude ou chegar em acordo sobre alguma determinada controvérsia. Papel da Corte Internacional de justiça na Solução Pacifica de Controvérsias Internacionais A função da Corte Internacional de justiça na Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais é julgar os conflitos internacionais, tomando como base, o direito internacional, conforme um processo preestabelecido onde as sentenças são obrigatórias para as partes. Segundo o artigo 36 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça: “A competência da Corte abrange todas as questões que as partes lhe submetam, bem como todos os assuntos especialmente previstos na Carta das Nações Unidas ou em tratados e convenções em vigor”. E também os parágrafos 2º a 5º deste artigo,contendo a cláusula facultativa de jurisdição obrigatória: “Os estados-partes do presente Estatuto poderão, em qualquer momento, declarar que reconhecem como obrigatória, ipso facto e sem acordo especial, em relação a qualquer outro estado que aceite a mesma obrigação, a jurisdição da Corte em todas as controvérsias de ordem jurídica que tenham por objeto: (a) a interpretação de um tratado; (b) qualquer ponto de direito internacional; (c) a existência de qualquer fato que, se verificado, constituiria violação de um compromisso internacional; (d) a natureza ou extensão da reparação devida pela ruptura de um compromisso internacional”19. Quando ocorre alguma divergência, ela pode ser submetida a Corte através das partes, ou seja, dos estados que estão envolvidos na controvérsia mas também pode ocorrer que uma ou as duas partes sejam alguma organização internacional. Papel do Tribunal Penal Internacional O Tribunal Penal Internacional é o primeiro tribunal penal internacional permanente. Criado em 2002 em Haia, e tem como objetivo promover o Direito internacional. Ele situa a responsabilidade criminal, e diferenciar a responsabilidade do indivíduo, e a responsabilidade do estado no que se diz respeito crimes internacionais. Seu mandato é de julgar os indivíduos e não os Estados. Tem como base um estatuto e são no total 106 países que fazem parte. Essa é uma corte de ultima instancia, uma vez que sua competência é somente para crimes cometidos por indivíduos, sendo esses, crimes mais sérios e de interesse internacional como, por exemplo, crimes contra a humanidade, agressão, crime de guerra e genocídios quando os tribunais nacionais não puderem ou não quiserem processar os criminosos. É de grande importância ter uma jurisdição que seja permanente universal pois através dela ocorre a universalidade dos Direitos humanos e também a expansão e aceitação do Direito Internacional. O TPI não faz parte da ONU, mas coopera com a organização. O Tribunal só poderá exercer sua jurisdição em algumas hipóteses como, por exemplo, se o acusado é um nacional ou é um Estado que aceite a jurisdição do tribunal, ou o crime ter ocorrido em um território de um Estado que faça parte ou aceite a jurisdição do tribunal, outro meio é quando o Conselho de Segurança das Nações Unidas apresente o caso ao Procurador, observando também que o crime devera te ocorrido após 1° de julho de 2002, nos casos onde o pais já aderiu ao Tribunal. Referencias bibliográficas CASELLA P.B.; HILDEBRANDO, A.; G.E. do Nascimento e Silva. Manual de direito internacional público. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 859 - 865.
Compartilhar