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DERMATOLOGIA vitiligo O QUE É? Doença crônica que afeta principalmente melanócitos da camada basal, causando lesões hipocrômicas e acrômicas, devido ao desaparecimento de melanócitos funcionantes. Lesões de longa duração podem causar degeneração em nervos cutâneos e estruturas anexiais (glândulas sudoríparas, sebáceas ou folículo piloso). Fatores relacionados: 1) déficit de adesão em toda a epiderme, tanto de melanócitos quanto de queratinócitos; 2) aumento do estresse oxidativo local; 3) citotoxicidade mediada por linfócitos contra os melanócitos. ETIOPATOGENIA Doença varia na gravidade dos sintomas e idade de início, quanto mais jovem o indivíduo, pior/mais rápido é a evolução. Etiopatogenia ainda não foi totalmente esclarecida, mas sabe- se da existência de diversos genes relacionados com a doença. A hipótese etiopatogênica mais aceita é a autoimune, mas ainda existe a de defeito de adesão e bioquímica. Hipótese autoimune Foi constato a coocorrência de doenças autoimunes nesses pacientes e em parentes, como lúpus eritematoso, psoríase, alopecia areata, doenças autoimunes da tireoide; além da boa resposta a imunossupressores, como fotoquimioterapia com UVA (PUVA) e corticosteroides tópicos e orais. Anormalidades humoral, celular e altos níveis de autoanticorpos circulares têm sido detectados nos pacientes. Melanócitos podem apresentar antígenos na presença de MHC II (MHC dos “invasores”, não presente em todas as células), que podem se relacionar com antígeno produzido pelo HLA (antígeno leucocitário humano) presente na área em resposta a trauma ou inflamação local, e levar à destruição autoimune dos melanócitos por linfócitos. Aparecimento de vitiligo em pacientes com melanoma é considerado bom sinal de prognóstico para melanoma. Defeito nos TCD8, que aumenta autorreatividade, e TREG defeituosos, são encontrados em pacientes com vitiligo (principalmente vitiligo instável e segmentar). Teoria do Defeito de Adesão Reforçado pelo fenômeno de Köebner (aparecimento de vitiligo após traumas crônicos ou agudos), apresente em até 31% dos pacientes caucasianos com vitiligo comum. Estresse, como fricção da pele, ou outra perda aguda de melanócitos poderia induzir o destacamento das células e perda transepidérmica. Assim, poderia gerar um fenômeno autoimune durante a migração transepidérmica dos melanócitos afetados, agravando o quadro e causando destacamento e perda de mais melanócitos. Teoria Bioquímica do Vitiligo Doença causada por disfunção das vias metabólicas que produziriam metabólitos tóxicos, como catecolaminas, o- quinonas e EROs. Corroborado por evidências que os melanócitos sofrem danos quando há desequilíbrio entre o sistema oxidante e antioxidante na epiderme em pacientes com vitiligo. Fontes endógenas de produção de H2O2 na epiderme de pacientes com vitiligo: MAO-A, aumento da NADPH-oxidase e desregulação da 6-BH4 (causando defeito na síntese de melanina). CLASSIFICAÇÃO - Vitiligo não segmentar: composto pelas formas acrofacial, mucoso, generalizado/comum, universal, misto e formas raras - Vitiligo segmentar: uni (mais comum), bi ou multissegmentar - Formas inclassificáveis/indeterminada: focal (mancha branca isolada, que pode evoluir) e mucoso (só afeta mucosa). TRATAMENTO Objetivo: controlar dano autoimune aos melanócitos e estimular migração dos reservatórios para adjacências e anexos. Tratamento: farmacológico (tópico e sistêmico), físico e cirúrgico. 1. Tratamento Farmacológico a. Tópico - Corticosteroides: tratamento de primeira linha Ação: inibição do colágeno. Efeitos adversos: locais, como atrofia, estrias e telangiectasias. Maior eficácia: face, cotovelos e joelhos. - Inibidores da calcineurina: imunossupressores (tacrolimo e pimecrolimo, boa absorção na pele) Ação: inibidor da calcinerina, contra ação dos linfócitos T ao inibir citocinas pró=inflamatórias - Calcipotriol e dipropionato de betametasona: boa repigmentação a pacientes resistentes a tratamentos prévios b. Sistêmico - Corticoterapia sistêmica: usada em lesões disseminadas de rápida progressão 2. Tratamento Físico Irradiação ultravioleta, tanto UVA quanto UVB. Pode agir levando a imunossupressão, inibindo destruição de melanócitos ou aumentando número e capacidade de migração deles. 3. Tratamento Cirúrgico Transplante de melanócitos para pacientes com doença estável e que não respondem às terapias clássicas. psoríase O QUE É? Dermatose inflamatória comum, caracterizada pela hiperproliferação da epiderme. Recorrente, crônica, relacionada à transmissão genética e necessita de fatores desencadeantes para aparecimento ou piora. ETIOPATOGENIA Agente causal desconhecido, mas relacionado com predisposição genética. De acordo com o MHC, dois tipos de psoríase: psoríase de início precoce (16~22 anos) e de início tardio (57~60 anos). Cada tipo de psoríase está relacionado com determinados marcadores genéticos. Fatores desencadeantes: traumas cutâneos (físicos, químicos ou elétricos), infecções (por strep B hemolítico, p.e.), drogas (lítio, betabloqueadores), estresse psíquico ou outros fatores (como distúrbios endócrinos e metabólicos, etilismo, variações climáticas). Célula alvo é indeterminada, relacionada a: queratinócitos, fibroblastos e células endoteliais. Alterações: diferenciação anormal, hiperproliferação de queratinócitos e infiltração de componentes inflamatórios. Célula normal na epiderme se divide a cada 13 dias e a maturação e destacamento demora 26 dias. Na psoríase o ciclo células é de 1 dia e meio e a maturação e fase de destacamento é de 4 dias. QUADRO CLÍNICO Principais características: - Lesão: borda externa policíclica, formada pela junção de várias lesões, demarcação nítida e abrupta para a pele normal, halo esbranquiçado ao redor da lesão; eritema, infiltração e escama são elementos típicos. Escama: espessa e tem aspecto prateado; curetagem faz aparecer pontos de sangue Dimensão: variável, pode ser em gotas, placas, etc. - Fenômeno de Köebner: lesões áreas de trauma e cicatrizes em 25~75% dos casos CLASSIFICAÇÃO - Psoríase crônica em placa: manifestação mais comum, lesões eritêmato-pápulo-descamativas bem delimitadas, assintomáticas, distribuição bilateral e simétricas; podem persistir por meses ou anos. Locais de acometimento: cotovelos, joelhos, couro cabeludo, região lombar e umbilical Lesões: únicas, isoladas ou confluentes, formando grandes placas, adquirindo aspectos como anular (psoríase anular), circinado (psoríase girata) e em forma de mata (psoríase geográfica). Couro cabeludo: frequentemente acometido, principalmente área retroauriculas; lesões em forma de placas eritêmato-escamosas, confluentes, formando carapaças, podendo ultrapassar a linha de inserção do cabelo. - Psoríase gutata (eruptiva): lesões pequenas, no tronco e extremidades proximais, numerosas, pouco descamativas e eruptivas. Principalmente em crianças e adultos jovens. Contexto de aparecimento: sintoma febril após infecções estreptocócicas ou virais comuns, acompanhado de rinofaringite. - Psoríase eritrodérmica: lesão típica é substituída por eritema generalizado e descamação fina; acomete 75% ou mais do corpo; pode ser gradual ou súbita. Clínica: associada a fadiga, dores musculares, anemia, desidratação, deficiência de ferro e proteína FORMAS ESPECIAIS Localização especial: palmas e plantas dos pés, regiões de dobras,unhas. Manifestações especiais: psoríase pustulosa localizada e generalizada. Outras: Artrite Psoriática; Psoríase e HIV (piora psoríase) TRATAMENTO Tratamento local, fototerápico e sistêmico.
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