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AVALIAÇÃO CINÉTICO FUNCIONAL: Avaliação do Movimento Avaliação do Movimento • Antes de iniciar o exame físico, o examinador deverá ter elaborado uma hipótese de trabalho / diagnóstico preliminar • Testar inicialmente o lado normal • Objetivo: Avaliar as características gerais dos movimentos e padrões de compensação funcional • Importante utilizar abordagem sistemática para o exame • Variações permitidas apenas para complementar o diagnóstico • Exemplos: Histórico de lesão discal: exame com ênfase em todos os tecidos potencialmente afetados pela raíz nervosa e mínimo nas articulações adjacentes • Histórico de artrite no quadril: exame com ênfase na articulação alvo e mínimo nas regiões adjacentes 1. Exame dos Movimentos • Durante o exame de movimentos o terapeuta deve buscar: ✓Respostas subjetivas do paciente ✓Achados clínicos objetivos • Usar dessas informações para moldar sua hipótese e decisões subsequentes 1. Exame dos Movimentos • Tecidos inertes e contráteis - examinados ao se colocar tensão sobre eles • Tecidos inertes - estruturas de estabilidade: cápsula articular, bursas, ligamentos, cartilagem • •Tecidos contráteis - músculos, tendões e ênteses ➢Êntese é a união de um tendão, cápsula articular, ligamento ou fáscia muscular a um osso ➢ Entesopatias -patologias que envolvem inserções tendíneas, musculares e osteoligamentares no osso. Podem ser degenerativas ou inflamatórias 1. Exame dos Movimentos • Durante o exame físico, notar se a dor ou restrição são predominantes • Se a dor predomina: a condição é mais aguda e os testes devem ser mais suaves • Se a restrição predomina: a condição é subaguda ou crônica e uma avaliação mais vigorosa deve ser realizada 1. Exame dos Movimentos • Movimentos realizados ativamente pelo paciente • •Combina teste de amplitude articular, controle motor e força muscular • •São referidos como movimentos fisiológicos e o final do movimento é conhecido como a barreira fisiológica (end fell) 1.1 Movimentos Ativos • Garantir no movimento testado: ➢Velocidade constante ➢Direção específica ➢Amplitude completa • Motores principais e sinergistas serão avaliados de forma integrada e sincronizada • Cuidado ao avaliar ativamente fraturas ou lesões de tecidos moles em recente estado de recuperação 1.1 Movimentos Ativos • Avaliar quais movimentos causam dor ou outros sintomas relacionados (Quantidade / Qualidade) • Se a condição clínica é muito irritável, pode não ser possível explorar todos os movimentos: realizar os movimentos que forneçam informações mais úteis 1.1 Movimentos Ativos • Notar em que região do arco de movimento os sintomas surgem: • Dor em 60º a 120º de abdução do ombro pode ser pinçamento subacromial • Notar aumento na intensidade ou qualidade da dor durante o teste 1.1 Movimentos Ativos O terapeuta deve notar especificamente: ✓Quando e onde ocorre o início da dor ✓Se o mov. a intensidade e qualidade da dor ✓A reação do paciente a dor ✓A magnitude da restrição observável e sua natureza ✓O padrão do movimento ✓Ritmo e qualidade do movimento ✓Instabilidade ✓Compensação do movimento ✓Músculos ou cadeias funcionais hipersolicitadas MAGGE, 2010 1.1 Movimentos Ativos ➢Se o paciente se queixa de dor específica a algum movimento, este deve ser avaliado por último para não comprometer o teste ➢O examinador deve tentar reproduzir movimentos repetidos (repetir o padrão 5 a 10 vezes) ou posturas sustentadas (manter em 20 segundos) relatadas pelo paciente • Casos em que a as articulações não são muito reativas ou irritáveis a sobrepressão pode ser aplicada no final da ADMA • Se esse teste for assintomático e o end-feel for normal: O movimento é considerado normal ( Movimentos passivos são desnecessários) 1.1 Movimentos Ativos • Terapeuta testa a amplitude articular enquanto o paciente está relaxado • São conhecidos como movimentos anatômicos e o final do movimento é referido como barreira anatômica • Geralmente, a barreira fisiológica ocorre antes da barreira anatômica • São geralmente mais amplos que os ativos 1.2 Movimentos Passivos • Contração muscular •Espasmo muscular •Deficiência muscular •Déficit neurológico •Contraturas • Dor Diferenças na ADM ativa e passiva podem ser causadas por: Mensuração ➢Goniometria / Inclinometria • Difícil demonstrar diferenças consistentes inferiores a 5º •Goniometria - útil para medir deformidades por fraturas ou articulares • Hipermobilidade não patológica Ginastas (flexíveis) • Hipomobilidade articular Idosos A mobilidade normal é relativa... Em casos de populações específicas, a amplitude de movimento pode ser considerada normal • Cada movimento deve ser comparado ao lado contralateral • O terapeuta deve determinar a presença de: ➢ Limitação de movimento (hipomobilidade) ➢ Excesso de movimento (hipermobilidade ou lassidão) ➢Dor 1.2 Movimentos Passivos Articulações Hipermóveis Suscetíveis a ➢ entorses ligamentares ➢ dor crônica ➢ instabilidade ➢ degeneração precoce Suscetíveis a: ➢ lesões musculares ➢ compressões nervosas ➢ síndromes de overuse 1.2 Movimentos Passivos Articulações Hipomóveis • Hipomobilidade miofascial: Resulta de encurtamento adaptativo dos tecidos moles devido a aderências ou cicatrizes • Hipomobilidade pericapsular: Restrições teciduais de origem ligamentar ou ligamentar • Hipomobilidade patomecânica: Ocorrem em decorrência de trauma articular (mudança de conformação da articulação) 1.2 Movimentos Passivos • Quando e em que momento a dor se inicia • Se o movimento aumenta a qualidade e intensidade da dor • O padrão de limitação de movimento • A sensação final de movimento • O movimento das articulações associadas • A amplitude de movimento disponível Observações do examinador • “Sensação que o examinador percebe no momento que a articulação atinge o final da amplitude” ✓ Localização da barreira de movimento passivo e colocação em tensão • Deve ser avaliado com cuidado para não provocar dor intensa • Deve ser testado se o terapeuta conseguir sustentar a posição da articulação sem desencadear sintomas ou se os sintomas desaparecem logo após o retorno a posição normal 1.3 End fell – sensação final do movimento • Determinar o tipo de patologia presente • Determinar o prognóstico da condição clínica • Detectar a severidade do caso • Selecionar a técnica de tratamento 1.3 End fell - Objetivos Duro →Osso com osso • sensação rígida não-dolorosa • Extensão do cotovelo Suave (macia) → limitação feita por partes moles (Aproximação de tecidos moles) • Flexão de cotovelo e joelho Firme→ Estiramento tecidual (muscular, capsular e ligamentar) sensação firme que permite leve movimento ao final (sensação elástica) Dorsoflexão do tornozelo, extensão dos dedos 1.3 End fell fisiológico FIRME - Espasmo muscular precoce ou tardio, fibroses, retrações ESTIRAMENTO TISSULAR “SUAVE” – encurtamento muscular • Espasticidade – lesão de neurônio motor superior DURO → contato osso- osso compressão articular, osteoartrose, fratura (deformidade),– formação de osteófitos CAPSULAR DURO OU MOLE (MACIO): ocorre precocemente na ADM (ombro congelado/ sinovite, edema de tecido mole) VAZIO – dor impede o alcance da ADM – nenhuma resistência é sentida – IMOBILIDADE PROTETORA Bursite subacromial aguda, fratura BLOQUEIO ELÁSTICO Laceração de menisco 1.3 End fellpatológico • Todo tecido que não é considerado contrátil ou neurológico • Quando lesionados os movimentos ativos e passivos são dolorosos na mesma direção • A dor ocorre na medida que a limitação do movimento se aproxima 1.4 Tecidos Inertes • 1. Se a ADM é completa e não há dor - Não existe lesão - Pode haver comprometimento em outra direção ou em torno de articulações adjacentes - 2 .Dor e limitação em todas as direções - Toda a articulação é acometida, indicando artrite ou capsulite 1.4 Tecidos Inertes – padrões clássicos de lesões • 3. Dor e limitação em algumas direções, mas não em outras - O padrão é variável e depende da região articular acometida. Exemplos: estiramento ligamentar ou aderência articular focal • 4. Movimento limitado sem dor - Comum em padrões osso com osso anormais - Modificação na estrutura da articulação 1.4 Tecidos inertes AVALIAÇÃO CLÍNICA E MENSURAÇÃO DA DOR– AULA4 FISIOTERAPIA DA DOR MOVIMENTOS ISOMÉTRICOS RESISTIDOS AVALIAÇÃO CINÉTICO FUNCIONAL ➢Últimos a serem testados ➢Consiste de uma contração muscular forte, estática e voluntária ➢Utilizado para detectar se o tecido contrátil é o envolvido, embora o nervo seja também testado ➢Achados – dor e fraqueza relacionadas com o grau da lesão e limiar de dor AVALIAÇÃO CLÍNICA E MENSURAÇÃO DA DOR– AULA4 FISIOTERAPIA DA DOR AVALIAÇÃO CINÉTICO FUNCIONAL ➢Observação: ➢ Importante para detectar se a lesão é no tecido inerte ou no contrátil • Colocar a articulação em posição neutra para que uma tensão mínima seja aplicada sobre o tecido inerte MOVIMENTOS ISOMÉTRICOS RESISTIDOS AVALIAÇÃO CLÍNICA E MENSURAÇÃO DA DOR– AULA4 FISIOTERAPIA DA DOR ➢Solicitar contração do músculo, o mais forte possível contra resistência para impedir ocorrência do movimento e garantir esforço máximo Método de sustentação isométrica – GRAU 3 - 5 Caso força inferior ao grau 3 – usar teste muscular ❖ Para distinguir grau 4 e 5 utilizar teste muscular de resistência excêntrica MOVIMENTOS ISOMÉTRICOS RESISTIDOS: Como testar? AVALIAÇÃO CINÉTICO FUNCIONAL AVALIAÇÃO CLÍNICA E MENSURAÇÃO DA DOR– AULA4 FISIOTERAPIA DA DOR ➢Observação! Músculos testados em posição completamente alongadas enrijecem seu componente inerte e coloca-se mais estresse sobre os tecidos contráteis ➢Testar em posição encurtada MOVIMENTOS ISOMÉTRICOS RESISTIDOS AVALIAÇÃO CLÍNICA E MENSURAÇÃO DA DOR– AULA4 FISIOTERAPIA DA DOR ➢Outros testes: ➢Palpação ➢Teste de movimentos ativos ( dolorosos a contração) ➢Movimentos passivos ( usualmente normais, completos e indolores/doloroso no estiramento) ➢Teste funcional ➢Testes específicos MOVIMENTOS ISOMÉTRICOS RESISTIDOS AVALIAÇÃO CINÉTICO FUNCIONAL AVALIAÇÃO CLÍNICA E MENSURAÇÃO DA DOR– AULA4 FISIOTERAPIA DA DOR ➢Observação! Lembrar que os testes musculares são feitos quando a fraqueza não está associada a dor ➢Em qualquer condição, o mais adequado é aplicar os testes isométricos resistidos. ➢Nele, o examinador procura detectar problemas no tecido contrátil(músculos, tendões e suas fixações, e tec. nervoso que o supre) MOVIMENTOS ISOMÉTRICOS RESISTIDOS AVALIAÇÃO CLÍNICA E MENSURAÇÃO DA DOR– AULA4 FISIOTERAPIA DA DOR ➢Observação! Nem todos os movimentos são acometidos, exceto em pacientes que apresentam dor psicogênica e em casos de lesão articular aguda MOVIMENTOS ISOMÉTRICOS RESISTIDOS AVALIAÇÃO CINÉTICO FUNCIONAL AVALIAÇÃO CLÍNICA E MENSURAÇÃO DA DOR– AULA4 FISIOTERAPIA DA DOR GRADUAÇÃO DO TESTE MUSCULAR • NORMAL ------------------------------------------- 5 • MOV. ATIVO CONTRA RESISTÊNCIA ---------- 4 • MOV. ATIVO CONTRA A GRAVIDADE ---------- 3 • MOV. ATIVO ELIMINADA A GRAVIDADE------ 2 • CONTRAÇÃO MUSCULAR SEM MOVIMENTO-- 1 • AUSÊNCIA DE CONTRAÇÃO --------------------- 0 AVALIAÇÃO CINÉTICO FUNCIONAL AVALIAÇÃO CLÍNICA E MENSURAÇÃO DA DOR– AULA4 FISIOTERAPIA DA DOR CAUSAS DA FRAQUEZA MUSCULAR ➢Distensão muscular ➢Dor/inibição reflexa ➢ Lesão do nervo periférico ➢ Lesão da raiz nervosa (miótomo) ➢ Lesão do neurônio motor superior (mesmo na presença de tônus aumentado) ➢Patologia do tendão ➢Avulsão ➢Componente psicológico AVALIAÇÃO CINÉTICO FUNCIONAL AVALIAÇÃO CLÍNICA E MENSURAÇÃO DA DOR– AULA4 FISIOTERAPIA DA DOR AVALIAÇÃO CINÉTICO FUNCIONAL NA PRESENÇA DE FRAQUEZA MUSCULAR: Lesão de NMS TESTAR COM TESTE DE FORÇA Lesão de Nervo periférico TESTAR COM TESTE DE FORÇA Patologia da junção neuromuscular TESTAR COM TESTE DE FORÇA Lesão de raiz nervosa ou de doença do músculo TESTAR COM TESTE DE MIÓTOMO AVALIAÇÃO CLÍNICA E MENSURAÇÃO DA DOR– AULA4 FISIOTERAPIA DA DOR PADRÕES CLÁSSICOS DE LESÃO EM TECIDO CONTRÁTIL E NERVOSO 1. MOVIMENTO FORTE E INDOLOR ( músculos e nervos funcionam de modo indolor e não são fonte do desconforto do paciente) 2. MOVIMENTO FORTE E DOLOROSO ( a lesão é localizada no músculo ou tendão. Ex:.distensão de 1º e 2º graus, tendinite, fraturas por avulsão parcial) Limitação primária do mov passivo em tecido contrátil lesado: em casos de laceração muscular macroscópica com hematoma que leva o músculo ao espasmo quando distendido AVALIAÇÃO CLÍNICA E MENSURAÇÃO DA DOR– AULA4 FISIOTERAPIA DA DOR PADRÕES CLÁSSICOS DE LESÃO EM TECIDO CONTRÁTIL E NERVOSO 3. MOVIMENTO FRACO E DOLOROSO – lesão grave em toda a articulação (ex fratura). A fraqueza é causada por inibição reflexa do músculo que circunda a articulação 4. MOVIMENTO FRACO E INDOLOR Ruptura do músculo ( distensão de 3º grau ou de seu tendão secundária a dor),ou comprometimento de nervo periférico o raiz nervosa AVALIAÇÃO CLÍNICA E MENSURAÇÃO DA DOR– AULA4 FISIOTERAPIA DA DOR PADRÕES CLÁSSICOS DE LESÃO EM TECIDO CONTRÁTIL E NERVOSO 3. MOVIMENTO FRACO E DOLOROSO – lesão grave em toda a articulação (ex fratura). A fraqueza é causada por inibição reflexa do músculo que circunda a articulação 4. MOVIMENTO FRACO E INDOLOR Ruptura do músculo ( distensão de 3º grau ou de seu tendão secundária a dor),ou comprometimento de nervo periférico o raiz nervosa AVALIAÇÃO CINÉTICO FUNCIONAL MÚSCULOS TÔNICOS ➢ Tônicos – (estabilizadores primários) ➢ Elevado % fibras lentas/tipo I ➢ Profundos e monoarticulares ➢ Manutenção da postura – tendem a se tornar contraído e hipertônico ➢ Fixam as articulações e previnem movimento ➢ Resistentes e pouco fatigáveis ➢ Encurtamentos e fraqueza quando pouco utilizados ➢ Fásicos – (estabilizadores secundários) ➢ Elevado % fibras rápidas/tipo II ➢ Superficiais e biarticulares ➢ Predomina nos MMSS e MMII ➢ Movimentos rápidos ➢ Criam movimento / produzem força ➢ Pouco resistentes e muito fatigáveis ➢ Fraqueza quando inibidos MÚSCULOS FÁSICOS AVALIAÇÃO CINÉTICO FUNCIONAL Movimentos Involuntários Ou hipercinesias são movimentos anormais e involuntários que surgem em consequência de distúrbios ou lesões em diferentes pontos do sistema motor Quase sempre resultantes de comprometimento funcional, ou estrutural, dos gânglios da base Cada tipo resulta de mecanismos fisiopatológicos diferentes AVALIAÇÃO CINÉTICO FUNCIONAL Movimentos coréicos - rápidos, arrítmicos, bruscos, irregulares, com tendência a comprometer diversas partes de um segmento. Têm preferência para as articulações distais, face e língua Balismos - são movimentos amplos e abruptos, rápidos e ritmados, contínuos. Localizam-se predominantemente nas articulações proximais dos membros AVALIAÇÃO CINÉTICO FUNCIONAL Distonias - secundárias a contrações tônicas intensas, caracterizam-sepor serem lentas, amplas e arrítmicas, geralmente afetando pescoço, tronco ou regiões proximais dos membros, e conferindo posturas anômalas Tremores - são rítmicos e resultantes da contração alternada de grupos musculares opostos. Podem acontecer no repouso ou durante o movimento AVALIAÇÃO CINÉTICO FUNCIONAL Tremor parkinsoniano - tremor postural, com melhora à realização de movimentos voluntários # Tremor essencial que piora em situações de movimentação ou posturas mantidas Mioclonias - contrações súbitas, intensas, rápidas e bruscas, comparáveis a descargas elétricas. Podem acontecer em um grupo muscular, apenas um músculo ou alguns feixes musculares
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