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Farmacologia Farmacologia ADMINISTRAÇÃO ABSORÇÃO BIODISPONIBILIDADE DISTRIBUIÇÃO AÇÃO DO FÁRMACO EFEITO FARMACOLÓGICO FARMACO- CINÉTICA FARMACODINÂMICA oral i.m i.v outras Farmacocinética: absorção e biodisponibilidade Farmacocinética: absorção e biodisponibilidade [ ] Farmacocinética x Farmacodinâmica É a passagem da substância ativa da corrente sanguínea para os tecidos que são os locais de ação dos fármacos. Como um fármaco alcança células de áreas teciduais alvo? 1. Difusão simples, comum para moléculas lipossolúveis. 2. Difusão facilitada por proteínas. transportadoras (proteínas carreadoras que levam a molécula para o interior da célula. 3. Transporte ativo através de canais proteicos, com gasto de energia. Fatores que influenciam o sucesso terapêutico A forma farmacêutica administrada. A via de administração (oral, tópica, injetável – intramuscular, intravenosa etc.). Biodisponibilidade. Distribuição. Alvos de ação dos fármacos As principais alvos de ação dos fármacos são: Alvos de ação dos fármacos Ações dos fármacos: agonistas Os fármacos chamados de agonistas são aqueles que, ao ligarem em seus respectivos receptores, estimulam o mesmo efeito da substância endógena, ativando o receptor e favorecendo a cascata de sinalização no meio intracelular. Exemplo: se um indivíduo apresenta asma, é importante que haja broncodilatação. Como sabe-se que a adrenalina age como broncodilatador, podemos utilizar um fármaco semelhante quimicamente que é capaz de ligar aos mesmos receptores nas fibras lisas das vias aéreas, favorecendo a broncodilatação. Ações dos fármacos: antagonistas Os antagonistas são fármacos que ao ligarem aos seus receptores, bloqueiam a ação da substância endógena. Exemplo: os fármacos beta bloqueadores ligam aos receptores beta para adrenalina em fibras musculares cardíacas, assim bloqueiam a ação da adrenalina, impedindo o aumento da frequência cardíaca e reduzindo a força de contração do coração. Ações: agonistas e antagonistas Agonista Agonista + Antagonista Antagonista Ativação total Ativação Parcial Bloqueio Ações dos fármacos: sinérgicos Fármacos são sinérgicos quando em conjunto com outras moléculas favorecem um único efeito por mecanismos semelhantes ou diferentes. Exemplos : reguladores de oleosidade e adstringentes, quando administrados em conjunto, favorecem a eliminação de comedões, no tratamento de acne. A atividade farmacológica pode sofrer interferência por outras substâncias que agem antagonicamente. Essas substâncias podem desempenhar: Antagonismo competitivo: quando há duas substâncias que devem ser ligadas a um mesmo tipo de receptor ou alvo. Vai predominar a ligação da substância que quimicamente terá maior afinidade pelo receptor. Antagonismo químico: um fármaco pode sofrer alteração química ao entrar em contato, perdendo a função original. Antagonismo fisiológico: ocorre alteração da função de um fármaco por outra substância, sem que haja mudanças na estrutura química do fármaco; Antagonismo farmacocinético: ocorrem mudanças das características farmacocinéticas de um fármaco por outra substância durante a absorção, metabolismo, distribuição e excreção. Conhecendo a natureza da atividade farmacológica das substâncias é possivel evitar erros de prescrição: Quando duas ou mais substâncias apresentam antagonismo, não devem ser administradas em conjunto na mesma formulação ou mesmo simultaneamente. É possível que um fármaco, ao ser administrado por longo período, perca seu efeito por alterações químicas ou mesmo perda dos alvos no organismo. CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DOS PSICOFÁRMACOS PSICOFARMACOLOGIA Estudo dos efeitos de fármacos no afeto, cognição e comportamento. Efeitos dos fármacos no SNC > desafio: - Classe de fármacos mais comumente “auto-administrados’. - Complexidade do SNC: difícil entender e predizer efeitos dos fármacos. PSICOFÁRMACOS – CLASSIFICAÇÃO (OMS) Ansiolíticos e sedativos-hipnóticos: - Causam sono e reduzem a ansiedade (barbitúrico, bezodiazepínico). Antipsicóticos (neurolépticos): - “Alívio dos sintomas esquizofrênicos” (clozapina, risperidona). Antidepressivos (timolépticos): - “Alívio dos sintomas depressivos” (iMAO – inibidor de , tricíclicos). Psicoestimulantes: - Produzem vigília e euforia (anfetamina, metilfenidato, cafeína). Psicomiméticas: - Causam distúrbio da percepção e comportamento (LSD, fenciclidina) OBJETIVO TERAPÊUTICO Atingir concentrações da droga no local de ação (tecido alvo) que sejam suficientemente altas para produzir o efeito pretendido sem produzir reações adversas. FARMACOCINÉTICA Efeito de primeira passagem - Metabolismo de primeira passagem (também conhecido como metabolismo pré-sistêmico ouefeito de primeira passagem) é um fenômeno do metabolismo dos fármacos no qual a concentração do fármaco é significantemente reduzida (e inativada) pelo fígado antes de atingir a circulação sistêmica. 23 VIA DE ADMINISTRAÇÃO ORAL: - Mais utilizada. - Conveniente - auto-administração. - Segura. - Absorção lenta - ineficaz em emergência. - Variabilidade individual. - Irritação gástrica. - Efeito de primeira passagem. ENTERAL pode ser: a) SUBLINGUAL - Alto fluxo sanguíneo. - Absorção mais rápida que a oral. - Evita o efeito de primeira passagem. b) RETAL - Vômito. - Irritação GI. - Pacientes agitados, inconscientes. PARENTERAL pode ser: a) INTRAVENOSA - Inicio do efeito rápido. - Controle da concentração plasmática. - Infusão constante. - Inadequada para soluções não aquosas. b) SUBCUTÂNEA - Absorção lenta. - Inadequada para soluções pouco solúveis em água. infusãoResultado de dicionário para infusão substantivo feminino 1. ato de verter um líquido qualquer dentro de um recipiente. 2. processo de mergulhar em água fervente qualquer substância para dela extrair princípios medicamentosos ou alimentícios; líquido que se obtém por este processo. 26 ABSORÇÃO DOS FÁRMACOS Fatores que influenciam a velocidade de absorção: - Via de administração - Circulação no local da administração - Dose da droga - Formulação da droga - Propriedades fisicoquímicas da droga (ácido ou base) - Estado físico (tamanho da partícula, estado físico vs líquido) - Tipo de transporte - Ligação a proteínas LIPOSSOLUBILIDADE Ionização é o principal fator associado à lipossolubilidade: - Drogas ionizadas (com carga) são menos lipossolúveis. - Mais ionizada - menor lipossolubilidade - menor absorção - menor efeito. BIODISPONIBILIDADE Quantidade de droga que atinge a circulação sistêmica inalterada. Utilizado para comparar fármacos - Geralmente quanto maior a biodisponibilidade, melhor será. DISTRIBUIÇÃO Quantidade de fármaco encontrada nos vários tecidos. Psicofármacos devem passar pela barreira hemato-encefálica. Fatores que afetam a distribuição: - Tamanho do órgão - Fluxo sanguíneo - Solubilidade - Ligação a proteína plasmática - Barreiras anatômicas BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA Difusão passiva: - Fármacos devem se dissolver na estrutura da célula. - Lipossolubilidade necessária. Ligação a outras moléculas: - Quanto maior a ligação com proteínas, menor a atividade do fármaco. Pode ligar-se a outras células, especialmente células adiposas. METABOLISMO Processo pelo qual a droga é alterada e dividida em substâncias menores (metabólitos) que são geralmente inativos. Maior parte ocorre no fígado. BIOTRANSFORMAÇÃO Transformação de uma substância química em outra mediada por enzimas. Conversão de fármacos em compostos mais hidrossolúveis, para eliminação pelo rim. Locais de biotransformação: - Fígado - Rim, pulmão, epitélio GI - Outros tecidos FÁRMACOS INDUTORES ENZIMÁTICOS Certos fármacos “induzem” e elevam as quantidades de formas especificas da enzima. - Resulta no metabolismo acelerado de outros fármacos metabolizados pela enzima induzida. - Ex.: Fenobarbital O fenobarbital, princípio ativo deste medicamento, éum barbitúrico com propriedades anticonvulsivantes, devido à sua capacidade de elevar o limiar de convulsão. Este é um medicamento que age no sistema nervoso central, utilizado para prevenir o aparecimento de convulsões em indivíduos com epilepsia ou crises convulsivas de outras origens. O princípio ativo deste medicamento é o fenobarbital, um barbitúrico utilizado como medicamento anticonvulsivante e sedativo. O mecanismo de ação do fenobarbital é semelhante ao dos benzodiazepínicos. Sua principal função é aumentar a atividade do neurotransmissor GABA (Ácido gama-aminobutírico) que induz a inibição do sistema nervoso central causando sedação. Nos vertebrados, o GABA atua em sinapses inibitórias no cérebro através da ligação aos receptores específicos transmembranares na membrana plasmática de ambos os neurônios, pré e pós-sináptico, em processos neuronais. Essa ligação provoca a abertura de canais iônicos para permitir o influxo de íons de carga negativa como íons cloreto na célula ou íons potássio carregados positivamente para fora da célula. Esta ação resulta numa mudança negativa no potencial transmembrana, normalmente causando hiperpolarização. 34 FÁRMACOS INIBIDORES ENZIMÁTICOS Fármacos capazes de inibir enzimas - Importante quando paciente em um regime inicia segunda droga metabolizada pela mesma enzima. - Ex: Valproato O valproato sódico ou ácido valproico é um anticonvulsivantes e estabilizador de humor muito usado no tratamento de epilepsia (generalizadas ou focais), convulsões,transtorno bipolar e enxaqueca. Usado no transtorno bipolar, serve para prevenir episódios de mania (euforia) e de depressão, do que decorre o fato de ser um ótimo estabilizador de humor, aplicado muitas vezes quando o lítio não pode ser utilizado. O mecanismo de ação do valproato de sódio consiste no aumento da neurotransmissão GABAérgica, através da intensificação da síntese e liberação do GABA ao atuar nos receptores GABAA, por meio da ativação da enzima glutâmica descarboxilase e da inibição das enzimas que degradam o GABA. 35 ELIMINAÇÃO Dois órgãos principais de eliminação: fígado e rins - Eliminação na urina e/ou por inativação por enzimas Hepáticas. Clearance: A quantidade total de sangue, soro, ou plasma a partir do qual um medicamento é completamente removido por unidade de tempo. Meia-vida: Tempo necessário para as concentrações plasmáticas do fármaco ser reduzida em 50%. FARMACODINÂMICA 4 possíveis sítios de ação: - Receptores - Canais iônicos - Enzimas - Proteínas de transporte RECEPTORES - Tipos de ação: - Agonista: mesma ação biológica. - Antagonista: efeito oposto. - Interação com receptor: - Seletividade: específico de um receptor. - Afinidade: grau de atração. - Atividade intrínseca: capacidade de produzir resposta biológica uma vez ligado ao receptor. Tipos de receptores: - Ionotrópicos - Metabotrópicos Os receptores ionotrópicos estão relacionados a alterações nos canais iônicos e seus neurotransmissores ligam-se diretamente à proteínas receptoras integradas aos canais citados, gerando modificações na configuração destas e consequente abertura ou fechamento do canal. Essa interação caracterizará uma alteração rápida e de duração reduzida no potencial de membrana da célula pós-sináptica. Os receptores metabotrópicos, por sua vez, necessitam da produção de uma segundo mensageiro para a ativação dos canais iônicos específicos. Dessa forma, a ligação com o neurotransmissor irá ativar a resposta de uma proteína de membrana, a proteína G. Quando ativada essa proteína, sua subunidade alfa de libera das subunidades beta e gama, migrando na membrana para ativar (em uma atividade à base de GTP) a enzima adenilato ciclase, o que culmina com a produção do segundo mensageiro em questão: AMP cíclico (cAMP). O efeito de excitação ou inibição induzido por essa forma de recepção indireta dos neurotransmissores gera um potencial resultante mais lento e de maior duração. Neurotransmissores como acetilcolina, glutamato, acido amino-gamabutirico (GABA), serotonina podem ligar-se a proteínas de receptores inonotópicos ou metabotópicos, gerando respostas diretas ou indiretas. As catecolaminas (norepinefrina, dopamina, epinefrina), por sua vez, bem como os neuropeptídeos, irão ocasionar somente respostas diretas. 39 CANAIS IÔNICOS Fármacos podem ativar ou bloquear canais iônicos. ENZIMAS Catalisam reações bioquímicas específicas dentro das células. Alvo de alguns psicofármacos. Monoamino oxidase: enzima que degrada neurotransmissores (NE, DA, 5-HT). Enzimas podem ser inibidas com a finalidade de aumentar o efeito do neurotransmissor. 5-HT são receptores para o neurotransmissor e mediador de sinais periféricos, serotonina, também conhecida como ...Receptor 5-HT1 · Receptor 5-HT1A · Receptor 5-HT4 · 5-HT2A 41 PROTEÍNAS DE TRANSPORTE Transportam neurotransmissores através da membrana plasmática. Fármacos podem bloquear ou inibir esse transporte. AÇÃO E PSICOFÁRMACOS Agonistas - Estimula a liberação - Ligação ao receptor - Inibição da recaptação - Inibição da desativação - Promoção da síntese Antagonistas - Bloqueio da liberação - Bloqueio do receptor - Inibição da síntese EFETIVIDADE DO FÁRMACO Curva de resposta de dose: - Retrata a relação entre a dose e a magnitude do efeito do medicamento. Fármacos podem ter mais de um efeito. A efetividade é considerada relativa a sua segurança (índice terapêutico). TOLERÂNCIA E SENSIBILIZAÇÃO Administrações repetidas de um fármaco podem alterar sua efetividade subsequente. Tolerância: administração repetida do fármaco diminui seu efeito (ou requer aumento de dose). Tolerância pode refletir diminuição da ligação fármaco-receptor ou redução na ação pós-sináptica do medicamento. Sensibilização: administração repetida do fármaco resulta em aumento da efetividade do mesmo. SISTEMA NERVOSO CENTRAL SISTEMA NERVOSO CENTRAL 1. Encéfalo Possui cerca de 1,4 kg nos adultos Está localizado na caixa craniana Dividido em 3 partes: cérebro, cerebelo e tronco encefálico Encéfalo cérebro cerebelo Tronco encefálico 1.1 Cérebro Dividido em dois hemisférios (esquerdo e direito) Dividido em duas partes: a)Córtex (externo) – substância cinzenta (corpos neuronais) e b) Região interna – substância branca (dendritos e axônios). Funções do cérebro Sensações Atos conscientes e voluntários (movimentos) Pensamento Memória Inteligência Aprendizagem Sentidos Equilíbrio Regiões do cérebro 1.1.1. Tálamo Reorganização dos estímulos nervosos Percepção sensorial (consciência) 1.1.2. Hipotálamo Regulador da homeostase corporal Temperatura Apetite Balanço hídrico Controle da hipófise e outras glândulas Tálamo e Hipotálamo (presentes na região inferior do cérebro) Tálamo Hipotálamo 1.2. Cerebelo Responsável pelo equilíbrio do corpo Tônus e vigor muscular Orientação espacial Coordenação dos movimentos Cerebelo 1.3. Tronco encefálico 3 divisões: Mesencéfalo; Ponte e Bulbo Mesencéfalo Ponte Bulbo 1.3.1. Mesencéfalo Recepção e coordenação da contração muscular Postura corporal 1.3.2. Ponte Manutenção da postura corporal, equilíbrio do corpo e tônus muscular. Mesencéfalo Ponte 1.3.3. Bulbo Controle dos batimentos cardíacos Controle dos movimentos respiratórios Controle da deglutição (engolir) Bulbo 2. Medula Espinhal (raque) Cordão cilíndrico que parte da base do encéfalo e percorre toda a coluna vertebral. Aloja-se dentro das perfurações das vértebras. Da medula espinhal partem 31 pares de nervos raquidianos. Funções da medula Recebe as informações de diversas partes do corpo e as enviam para o encéfalo e vice-versa. Responsável pelos atos reflexos (reflexo medular). Reflexo Medular Meninges São três delicadas membranas que revestem e protegem o sistema nervoso central (SNC). Dura-máter Aracnóide Pia-máter Medula espinhal 60 SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO Sistema nervoso periférico(SNP) Constituído por: Nervos Gânglios nervosos Terminações nervosas (receptores para dor, tato, frio, pressão, calor, paladar, etc.). Nervos São fios finos formados por vários axônios de neurônios envolvidos por tecido conjuntivo. Transmitem mensagens de várias partes do corpo para o sistema nervoso central ou destes para as regiões corporais. Classificação dos nervos Quanto ao tipo de neurônio: a) Sensitivos ou aferentes (contém apenas neurônios sensitivos) b) Motores ou eferentes (contém apenas neurônios motores) c) Mistos (contém neurônios sensitivos e motores) Quanto à posição anatômica: a) Cranianos (ligados ao encéfalo) – 12 pares b) Raquidianos ou espinhais (ligados à medula) – 31 pares Terminações Nervosas - Captam estímulos do meio interno ou externo e os levam para o sistema nervoso central. Divisão do sistema nervoso periférico Sistema Nervoso Voluntário(somático) Ações conscientes:andar, falar, pensar, movimentar um braço, etc. Sistema Nervoso Autônomo (visceral) Ações inconscientes:controleda digestão, batimentos cardíacos, movimento das vísceras, etc. Simpático Parassimpático Diferenças entre os sistemas nervosos simpático e parassimpático: Sistema Nervoso Autônomo Simpático Parassimpático Fibrapré-ganglionar curta longa Fibra pós-ganglionar longa curta Origem dos nervos Região torácica e lombar da medula (somente nervos raquidianos) Regiãocervical (nervos cranianos) e região sacral da medula (nervos raquidianos) Mediador químico Fibraspré-ganglionares: Acetilcolina Fibras pós-ganglionares: Adrenalina Fibras pré-ganglionares: Acetilcolina Fibras pós-ganglionares: Acetilcolina TRANSMISSÃO SINÁPTICA TRANSMISSÃO SINÁPTICA “Neurotransmissores”: liberados por terminações pré-sinápticas; produzem respostas excitórias ou inibitórias rápidas nos neurônios pós-sinápticos. “Neuromoduladores”: liberados por neurônios; produzem respostas pré ou pós sinápticas lentas (mediadas principalmente por receptores acoplados a proteína G). “Fatores Neurotróficos” (provocam crescimento , diferenciação e plasticidade nos neurônios - os macrófagos e as células de Schwann liberam fatores neurotróficos ): liberados principalmente por células não neuronais; atuam sobre receptores ligados a tirosina quinase (propriedades morfo-funcionais dos neurônios). Os neuromoduladores são substâncias que possuem a capacidade de prolongar ou reduzir o efeito de um neurotransmissor. Exemplo de moduladores peptídicos temos a gastrina, colecistocinina (CCK), os hormônios da neuro-hipófise como a vasopressina e ocitocina, as insulinas, os opioides como as encefalinas, nociceptinas, dinorfinas e as endorfinas, as secretinas dentre elas temos o glucagon, secretina e o peptídeo intestinal vasoativo, as somatostatinas, e as taquicininas como a substância P e a substância K. No caso de neuromoduladores gasosos temos o óxido nítrico (NO) e o monóxido de carbono (CO), Fatores neurotróficos (NTFs, do inglês neurotrophic factors) são uma família de biomoléculas – quase todos sendo peptídeos ou pequenas proteínas – que apoiam o crescimento, sobrevivência e diferenciação dos neurônios tanto em desenvolvimento como maduros.[1][2][3] A maioria dos NTFs exercem os seus efeitos tróficos nos neurónios através da sinalização de tirosina quinases, usualmente um receptor tirosina quinase.[2] No sistema nervoso maduro, promovem a sobrevivência neuronal, induzem plasticidade sináptica e modulam a formação de memórias de longo prazo.[2] Fatores neurotróficos também promover o crescimento inicial e o desenvolvimento dos neurônios no sistema nervoso central e sistema nervoso periférico e são capazes de fazer crescer novamente neurônios danificados em tubos de ensaio e modelos animais.[1][4] Alguns fatores neurotróficos são também liberados pelo tecido alvo, a fim de orientar o crescimento dos axônios em desenvolvimento. A maioria dos fatores neurotróficos pertencem a uma de três famílias: (1) neurotrofinas, (2) ligandos da família do fator neurotrófico derivados da linha celular glial (GFLs) e (3) citocinas neuropoiéticas.[4] Cada família tem seus próprios mecanismos de sinalização celular, embora as respostas celulares suscitadas frequentemente se sobreponham.[4] 69 AÇÃO DOS PSICOFÁRMACOS: TRANSMISSORES Aminoácidos excitatórios - Glutamato (Ácido glutâmico) Aminoácidos inibitórios GABA (Ácido gama-aminobutírico , glicina) Acetilcolina Catecolaminas - Dopamina - Noradrenalina - Adrenalina Indolaminas - Serotonina - Histamina GLUTAMATO Interage com 4 tipos de receptores: - Receptor NMDA (N-metil-D-aspartato – é ionotrópico): altamente permeáveis ao Ca2+ - Ativação requer ligação a glicina e deslocamento de íons de magnésio - Receptor AMPA (α-amino-3-hydroxy-5-methyl-4-isoxazolepropionic acid receptor – é ionotrópico) - Receptor cainato (é ionotrópico) - Receptor metabotrópico de glutamato (são acoplados a proteínas G, e modificam a resposta dos canais de membrana e as concentrações de segundos mensageiros como o diacilglicerol ou cAMP). 71 GLUTAMATO - DISTRIBUIÇÃO DE RECEPTORES IONOTRÓPICOS Fornix, tálamo e o septo pelúcido que está entre o corpo caloso e o fórnix. Sua função esta ligada à cognição. GLUTAMATO - DISTRIBUIÇÃO DE RECEPTORES METABOTRÓPICOS Receptores NMDA (ionotrópico) e metabotrópicos ( A ligação do neurotransmissor ativa uma via de sinalização, que pode indiretamente abrir ou fechar canais (ou possuem algum outro efeito).: - Participam em eventos adaptativos e fisiopatológicos - plasticidade sináptica - Excitotoxicidade - patogenia da epilepsia Glutamato e excitotoxicidade A excitotoxicidade (ocorre pela perda de sensibilidade de recaptadores de glutamato, elevando os níveis de glutamato nas sinapses) tem sido implicada como mecanismo fisiopatológico em muitas doenças, incluindo síndromes neurodegenerativas, acidente vascular cerebral e traumatismo, hiperalgesia e epilepsia. Embora as aplicações clínicas da interrupção da excitotoxicidade permaneçam limitadas, espera-se que o melhor conhecimento da excitotoxicidade induzida pelo glutamato possa levar ao desenvolvimento de novas abordagens para o tratamento dessas doenças. ÁCIDO GAMA-AMINOBUTÍRICO (GABA) Sintetizado a partir do glutamato. Principal neurotransmissor inibitório. Liberado principalmente por interneurônios curtos. Tratos GABAérgicos longos: trajeto até o cerebelo e estriado. Recentemente, sua pesquisa tornou-se cada vez mais importante para o seu papel na gênese da ansiedade e outros transtornos psiquiátricos. A ação de neurônios GABAérgicos em neuropsiquiatria é importante porque um bom número de ansiolíticos, sedativos e anticonvulsivantes exercem a sua acção farmacológica, agindo sobre seus receptores. GABA - DISTRIBUIÇÃO DE RECEPTORES Age via 2 receptores: 1. GABAA: receptor ionotrópico. - Pós-sináptico (inibição pós-sináp2ca rápida). - Canal seletivamente permeável Cl-. 2. GABAB: receptor metabotrópico. - Pré e pós-sináptico. - Inibição de canais de Ca2+ mediados por voltagem. - Abertura de canais de K+. GABA tem sido implicado na patogénese de diversos estados patológicos, tais como a epilepsia, distúrbios do movimento e do tônus muscular, a dor, ansiedade, depressão e esquizofrenia, abuso de álcool e outras substâncias, desordens de memória, distúrbios do sono, encefalopatias metabólicas, tumores cerebrais, o edema cerebral e isquemia. ACETILCOLINA ACh: principal NT secretado por células eferentes do SNC. SN periférico: ACh > gânglios autônomos; junção neuromuscular. SNC: ACh > - Ponte dorsolateral - Septo medial - Prosencéfalo basal Liberação de ACh no cérebro resulta em efeitos facilitadores. No SNC acetilcolina é um neurotransmissor excitatório. ACh é degradada pela AChE (ACETILCOLINESTERASE). ACETILCOLINA - RECEPTORES Receptores nicotínicos são encontrados no músculo esquelético (efeito inotrópico):- Agonistas: ACh, nicotina. - Antagonistas: d-tubocurarina e curare. Receptores muscarínicos são encontrados no SNC, coração e músculo liso (efeitos metabotrópicos): - Agonistas: ACh, muscarina. - Antagonistas: Atropina e escopolamina. ACETILCOLINA - DISTRIBUIÇÃO DE RECEPTORES No interior do cérebro, o papel da Ach é menos claro, embora ela provavelmente desempenhe funções essenciais na aprendizagem e na vigília. As drogas que bloqueiam a Ach podem produzir déficits de cognição, em doses tóxicas, produzem sintomas psicóticos. Esses efeitos podem ser encontrados em alguns psicotrópicos, como os antidepressivos tricíclicos, bem como em uma série de drogas não-psiquiátricas. Os neurônios centrais da acetilcolina deterioram-se na doença de Alzheimer, embora tratar a demência com agonistas Ach tenha apresentado resultados variados. MONOAMINAS Estrutura comum; família de neurotransmissores: - Catecolaminas: dopamina (DA), norepinefrina (NE) e epinefrina (EPI). - Indolaminas: serotonina (5-HT). Corpos celulares de neurônios monoaminérgicos estão localizados no tronco cerebral e dão origem aos terminais de axônios que estão distribuídos extensamente por todo o cérebro. MONOAMINA - DOPAMINA Utilizada por vários sistemas neurais: (VEREMOS AS REGIÕES NO PROX. SLIDE) - Sistema nigroestriatal: projeções da SN para o núcleo caudado e Putâmen. - Sistema mesolímbico: projeções da área tegmental ventral para o sistema límbico (núcleo accumbens, amígdala e hipocampo). - Sistema mesocortical: projeções da área tegmental ventral para o Córtex. Os receptores de dopamina são metabotrópicos: - Receptores D1 são pós-sinápticos e D2 são pré- e pós-sinápticos. DOPAMINA - DISTRIBUIÇÃO DE RECEPTORES O modelo mais comumente citado para explicar a patogenia da esquizofrenia é a hipótese da dopamina, segundo a qual a doença é causada por níveis elevados ou desregulados de neurotransmissão DA no cérebro. Essa hipótese surgiu da observação empírica de que o tratamento com antagonistas dos receptores DA, especificamente antagonistas D2, alivia vários dos sintomas da esquizofrenia em muitos dos pacientes com a doença, mas não em todos. MONOAMINA - NORADRENALINA Sintetezada a partir de dopamina no interior de vesículas. NA interage com quatro tipos de receptores no cérebro. - α-adrenérgicos (subtipos 1 e 2) - β-adrenérgicos (subtipos 1 e 2) Os receptores adrenérgicos são metabotrópicos NA aplicada a células individuais no cérebro geralmente causa inibição (ativação de receptores β-adrenérgicos), mas pode exercer efeito excitatório mediado por receptores α- ou β-adrenérgicos. Transmissão NA importante no sistema de “reatividade”: - Controle do estado de vigília e alerta. - Regulação da PA. - Controle do humor e sistema de recompensa. NORADRENALINA - DISTRIBUIÇÃO DE RECEPTORES INDOLAMINA - SEROTONINA Serotonina possui origem no aminoácido Triptofano. Células serotoninérgicas (5-HT - 5-hydroxytryptamine) estão localizadas principalmente no intestino (98%), com apenas 2% no cérebro. Corpos celulares localizados nos núcleos da rafe do tronco cerebral e se projetam para o córtex. Sistemas serotoninérgicos: - Sistema D: tem origem no núcleo dorsal da rafe, mas não formam sinapses (5-HT como um neuromodulador). - Sistema M: tem origem no núcleo mediano da rafe e formam sinapses. SEROTONINA - DISTRIBUIÇÃO DE RECEPTORES Liberação da serotonina: - 8-OHDPAT é um auto-receptor agonista que reduz a libertação de 5-HT. - Sem bloqueador de liberação seletiva. - Fenfluramina é uma droga de libertação de 5-HT. Eliminação da serotonina: - Recaptação é bloqueado pela fluoxe2na (eleva 5HT) - Degradação: MAO (monoamina oxidase) converte a serotonina em 5-HIAA (ácido 5 hidroxi indol acético). Receptores: - Há pelo menos 9 tipos de receptores de 5-HT: 5-HT1: 1A, 1B, 1D, 1E e 1F (metabotrópicos). 5-HT2: 2A, 2B e 2C (metabotrópicos). - 5-HT3 (ionotrópicos). - 5-HT1B e 5-HT1D são autoreceptores pré-sinápticos. PEPTÍDEOS Compostos por 2 ou mais aminoácidos (conectados por ligações pepfdicas). São sintetizados no soma e transportados para o terminal axonal em vesículas. São liberados a partir de todas as partes do botão terminal. Após liberação são enzima2camente degradados (sem recaptação). Podem ser co-liberados com outros neurotransmissores. Podem atuar como neuromoduladores. Fármacos - antidepressivos Sabe-se que os antidepressivos de primeira geração, tais como a tranilcipromina e a fenelzina, inibem irreversivelmente a MAO, e os tricíclicos, tais como a imipramina, amitriptilina e clomipramina, inibem a recaptura de NA e 5-HT, em diferentes proporções. As gerações seguintes de antidepressivos são compostas por grupos heterogêneos de drogas. Estas inibem seletivamente a recaptura de 5-HT (fluoxetina, paroxetina, sertralina), ou NA (reboxetina), ou ambas (venlafaxina), antagonizam receptores serotonérgicos (mirtazapina, nefazodona), ou inibem reversivelmente a isoenzima MAO-A (moclobemida). Benzodiazepínicos Os benzodiazepínicos são comumente usados para o manejo da ansiedade e da insônia, e são utilizados geralmente pela via oral na forma de comprimidos. Os benzodiazepínicos potencializam as ações inibitórias do GABA, através da ligação a receptores específicos, localizados em um complexo molecular envolvendo o receptor de GABAA, o receptor de benzodiazepínico e o ionóforo de cloro. Benzodiazepínicos: Clordiazepóxido (Librium, Psicossedin); Diazepam (Valium); Clonazepam(Rivotril), Bromazepam (Lexotam), Alprazolan (Frontal), Lorazepam (Lorax), Cloxazolan, entre outros. Psicoestimulantes Os psicoestimulantes, tais como a anfetamina e a fencanfamina, aumentam a liberação de DA e NA. Os antipsicóticos antagonizam receptores dopaminérgicos centrais, com ação preferencial por receptores D2 (clorpromazina, haloperidol, flufenazina, olanzapina, risperidona) ou D4 (clozapina), além de bloquearem receptores 5-HT2A (ex. risperidona, olanzapina). A partir dessa aula iremos abordar mais especificamente os diferentes transtornos, a ação de diferentes psicofármacos e tratamento. Obrigado!
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