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Dentes inclusos e semi-inclusos Prof. Larissa Gonçalves Cunha Rios Faculdade Pitágoras Uberlândia Odontologia Fundamentos da Propedêutica Cirúrgica II Incluso X Impactado X Semi-incluso • Incluso: todo dente que não está presente na arcada dentária, podendo estar abaixo da mucosa ou osso; • Semi-incluso: dentes que estão parcialmente na cavidade oral (semi-erupcionados); • Impactados: dentes que por alguma causa mecânica estão impossibilitados de erupcionar; • O crescimento da caixa craniana em detrimento dos maxilares e uma dieta que a cada dia exige menos do sistema estomatognático são as principais causas da não erupção dos dentes. • Dentes frequentemente acometidos: terceiros molares, caninos e pré- molares Indicações de exodontia • Falta de espaço. • Posicionamento incorreto, sem possibilidade de correção. • Pericoronarites recorrentes. • Reabsorção radicular ou cárie no segundo molar irrompido. • Indicações protéticas ou ortodônticas. • Processos patológicos associados. • Dor na articulação temporomandibular (ATM), cefaleias sem causa aparente. Pericoronarite -A pericoronarite é uma afeção dos tecidos moles que circundam a coroa de um dente e que se verifica, por norma, durante a sua erupção. Aguda X Crônica Contra-indicações de exodontia • Pacientes com má condição de saúde. • Proximidade com estruturas anatômicas importantes. • Pacientes idosos. • Pacientes muito jovens. • Processos infecciosos agudos. Por que devo indicar a exodontia de terceiros molares inclusos? Prevenção de cistos e tumores •No terceiro molar impactado que é deixado intacto na mandíbula, o saco folicular responsável pela formação da coroa pode sofrer uma degeneração cística e formar um cisto dentígero. •Ele pode também desenvolver um tumor odontogênico ou, em casos bastante raros, um tumor maligno. •Essas possibilidades têm sido citadas frequentemente como uma razão para a remoção de dente assintomático; embora rara, quando a patologia ocorre, ela pode representar uma séria ameaça à saúde. •A incidência geral de alterações neoplásicas na região de molares impactados tem sido estimada em aproximadamente 3%. •Essas patologias são vistas com frequência em pacientes com menos de 40 anos, o que indica que o risco de alterações neoplásicas na região de terceiros molares impactados pode diminuir com a idade. Reabsorção radicular de dentes adjacentes • Os terceiros molares em processo de erupção podem causar reabsorção radicular do dente adjacente. A opinião geral é de que o dente erupcionado em posição desalinhada pode reabsorver a raiz do dente adjacente, da mesma maneira como o dente sucessor reabsorve as raízes dos dentes decíduos durante a sequência normal de erupção. • As atuais ocorrências de reabsorção radicular de dente adjacente não são precisas, embora possam ser mais altas que 7%. Se for notada a reabsorção radicular do dente adjacente, o cirurgião deve considerar a remoção do terceiro molar o mais rápido possível. • Na maioria dos casos, o dente adjacente é reparado sem a intervenção do dentista, com a deposição de camada de cemento sobre a área reabsorvida e a formação de dentina secundária. Entretanto, se a reabsorção é acentuada, é possível que os dois dentes precisem ser extraídos. Prevenção de fratura mandibular • É preciso considerar nos pacientes que se dedicam a esportes de contato, como o futebol e o rúgbi, ou às artes marciais, a remoção de seus terceiros molares impactados para prevenir uma fratura mandibular durante competições. • Um terceiro molar impactado apresenta uma área de baixa resistência à fratura na mandíbula e é, por essa razão, um local mais comum para fratura. • Além disso, a presença de um terceiro molar impactado na linha de fratura pode causar complicações maiores no tratamento da fratura. Nem todo dente incluso tem indicação de exodontia, principalmente outros dentes inclusos como canino, pré- molares… Necessária avaliação ortodôntica em conjunto para melhor definição de plano de tratamento Figura 5.7 A. O canino superior direito não está erupcionado. B. A radiografia mostra que o canino está impactado. C. Bráquete colocado. AC. Reproduzidas com a permissão de Zeitler D. Management of impacted teeth other than third molars. Oral Maxillofac Surg Clin North Am 1993;5:95103. Figura 5.7 A. O canino superior direito não está erupcionado. B. A radiografia mostra que o canino está impactado. C. Bráquete colocado. AC. Reproduzidas com a permissão de Zeitler D. Management of impacted teeth other than third molars. Oral Maxillofac Surg Clin North Am 1993;5:95103. Figura 5.7 A. O canino superior direito não está erupcionado. B. A radiografia mostra que o canino está impactado. C. Bráquete colocado. AC. Reproduzidas com a permissão de Zeitler D. Management of impacted teeth other than third molars. Oral Maxillofac Surg Clin North Am 1993;5:95103. Miloro, 3ª edição Alternativas como racionamento ortodôntico devem ser consideradas Classificações dos terceiros molares Classificação segundo tipo de inclusão • Ósseos • Submucosos • Semi-inclusos Classificação de Pell e Gregory (1933) Utilizada para terceiros molares, baseia- se na relação do dente incluso com o plano oclusal do segundo molar. (Posição) Posição A – a face oclusal do dente incluso está quase ou no mesmo nível do plano oclusal do segundo molar. Classificação de Pell e Gregory (1933) Posição B – a face oclusal do dente incluso está entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo molar. Classificação de Pell e Gregory (1933) Posição C – a face oclusal do dente incluso está abaixo da linha cervical do segundo molar. Classificação de Pell e Gregory (1933) Classificação de Pell e Gregory (1933) Também se classifica quanto à distância da distal do segundo molar à borda anterior do ramo da mandíbula. (Classe) Classe 1 – o diâmetro mesiodistal da coroa do terceiro molar está completamente anterior ao ramo ascendente mandibular. Classificação de Pell e Gregory (1933) Classe 2 – espaço entre a borda anterior do ramo ascendente e a distal do segundo molar menor do que a coroa do terceiro molar, com parte da distal deste dentro do ramo ascendente. Classificação de Pell e Gregory (1933) Classe 3 – terceiro molar inteiramente incluso no ramo ascendente da mandíbula. Classificação de Pell e Gregory (1933) Classificação de Winter (1926) Baseia-se na angulação do longo eixo do dente incluso em relação ao eixo do segundo molar. Classificação de Winter (1926) http://www.angelfire.com/nm/cirurgia/3molares/3molares.html Classificação de Winter (1926) http://www.angelfire.com/nm/cirurgia/3molares/3molares.html Maior nível de dificuldade Classificação de Winter (1926) http://www.angelfire.com/nm/cirurgia/3molares/3molares.html Classificação de Winter (1926) http://www.angelfire.com/nm/cirurgia/3molares/3molares.html Classifique este terceiro: U2 - Diagnóstico e tratamento cirúrgico das retenções dentárias, infecções odontogênicas e alterações do rebordo ósseo52 Exemplificando O dente 38 dessa radiografia pode pertencer à: • Classificação de Pell e Gregory – 1 C. • Classificação de Winter – inclusão mesioangular. • Classificação semi-incluso. Fonte: arquivo pessoal da autora. Figura 2.1 | Imagem radiográfica do dente 38 para classificação Se um molar incluso é removido após a formação do primeiro terço radicular e antes da formação dosegundo terço, o que geralmente ocorre entre 16 e 18 anos, evitamos uma série de fatores que dificulta a remoção de dentes inclusos, como raízes curvas anormais, hipercementose, anquilose, raízes muito próximas ao canal mandibular ou seio maxilar e espaço folicular coberto por osso. Outros fatores podem ser complicantes para a realização do procedimento cirúrgico, como a densidade óssea acentuada (idosos), abertura de boca limitada, músculo orbicular pequeno, língua grande e incontrolável. Além de fatores inerentes aos dentes inclusos, de anamnese e do exame clínico, devemos solicitar exames complementares, laboratoriais, radiográficos ou outros que sejam necessários. É preciso avaliar a saúde sistêmica e local do paciente, a fim de verificar se é oportuno realizar o ato cirúrgico; diagnosticar e estabelecer o prognóstico da doença bucal atual, sua extensão e envolvimento anatomofuncional; determinar o plano de tratamento odontológico, o prognóstico inicial e a conduta terapêutica mais adequada; planejar Classifique este terceiro: U2 - Diagnóstico e tratamento cirúrgico das retenções dentárias, infecções odontogênicas e alterações do rebordo ósseo52 Exemplificando O dente 38 dessa radiografia pode pertencer à: • Classificação de Pell e Gregory – 1 C. • Classificação de Winter – inclusão mesioangular. • Classificação semi-incluso. Fonte: arquivo pessoal da autora. Figura 2.1 | Imagem radiográfica do dente 38 para classificação Se um molar incluso é removido após a formação do primeiro terço radicular e antes da formação do segundo terço, o que geralmente ocorre entre 16 e 18 anos, evitamos uma série de fatores que dificulta a remoção de dentes inclusos, como raízes curvas anormais, hipercementose, anquilose, raízes muito próximas ao canal mandibular ou seio maxilar e espaço folicular coberto por osso. Outros fatores podem ser complicantes para a realização do procedimento cirúrgico, como a densidade óssea acentuada (idosos), abertura de boca limitada, músculo orbicular pequeno, língua grande e incontrolável. Além de fatores inerentes aos dentes inclusos, de anamnese e do exame clínico, devemos solicitar exames complementares, laboratoriais, radiográficos ou outros que sejam necessários. É preciso avaliar a saúde sistêmica e local do paciente, a fim de verificar se é oportuno realizar o ato cirúrgico; diagnosticar e estabelecer o prognóstico da doença bucal atual, sua extensão e envolvimento anatomofuncional; determinar o plano de tratamento odontológico, o prognóstico inicial e a conduta terapêutica mais adequada; planejar O dente 38 dessa radiografia pode pertencer à: • Classificação de Pell e Gregory – 1 C. • Classificação de Winter – inclusão mesioangular. • Classificação semi-incluso. Técnicas cirúrgicas 1º passo: Organização correta do instrumental Técnicas cirúrgicas 2º passo: Planejamento baseado na avaliação minuciosa do exame de imagem • Qual retalho vou utilizar? • Quais dificuldades posso encontrar? • Há necessidade de remoção de tecido ósseo? • Qual técnica anestésica vou utilizar? Técnicas cirúrgicas 3º passo: Confecção de um bom retalho (visualização do campo) Técnicas cirúrgicas 3º passo: Confecção de um bom retalho (visualização do campo) Figura 5.11 A. A incisão em envelope é a mais comum para descolar o tecido mole na mandíbula na remoção de um terceiro molar impactado. A extensão posterior da incisão deverá divergir lateralmente para evitar danos ao nervo lingual. B. A incisão em envelope é rebatida lateralmente para expor o osso que recobre o dente impactado. C. Quando um retalho de três pontas é usado, a incisão de relaxamento é feita na mesial do segundo molar. D. Quando o retalho de tecido mole é afastado por meio de uma incisão relaxante, é possível mais visibilidade, em especial na área apical do campo cirúrgico. AD. Adaptada de Peterson LJ. Principles of management of impacted teeth. In: Peterson LJ, Ellis E III, Hupp JR, Tucker MR, editors. Contemporary oral and maxillofacial surgery. 4th ed. St. Louis: CV Mosby; 2003. p. 207. Miloro, 3ª edição Figura 5.11 A. A incisão em envelope é a mais comum para descolar o tecido mole na mandíbula na remoção de um terceiro molar impactado. A extensão posterior da incisão deverá divergir lateralmente para evitar danos ao nervo lingual. B. A incisão em envelope é rebatida lateralmente para expor o osso que recobre o dente impactado. C. Quando um retalho de três pontas é usado, a incisão de relaxamento é feita na mesial do segundo molar. D. Quando o retalho de tecido mole é afastado por meio de uma incisão relaxante, é possível mais visibilidade, em especial na área apical do campo cirúrgico. AD. Adaptada de Peterson LJ. Principles of management of impacted teeth. In: Peterson LJ, Ellis E III, Hupp JR, Tucker MR, editors. Contemporary oral and maxillofacial surgery. 4th ed. St. Louis: CV Mosby; 2003. p. 207. Técnicas cirúrgicas 3º passo: Confecção de um bom retalho (visualização do campo) Miloro, 3ª edição Figura 5.11 A. A incisão em envelope é a mais comum para descolar o tecido mole na mandíbula na remoção de um terceiro molar impactado. A extensão posterior da incisão deverá divergir lateralmente para evitar danos ao nervo lingual. B. A incisão em envelope é rebatida lateralmente para expor o osso que recobre o dente impactado. C. Quando um retalho de três pontas é usado, a incisão de relaxamento é feita na mesial do segundo molar. D. Quando o retalho de tecido mole é afastado por meio de uma incisão relaxante, é possível mais visibilidade, em especial na área apical do campo cirúrgico. AD. Adaptada de Peterson LJ. Principles of management of impacted teeth. In: Peterson LJ, Ellis E III, Hupp JR, Tucker MR, editors. Contemporary oral and maxillofacial surgery. 4th ed. St. Louis: CV Mosby; 2003. p. 207. Técnicas cirúrgicas 3º passo: Confecção de um bom retalho (visualização do campo) Miloro, 3ª edição Figura 5.12 A. O retalho em envelope é o mais comumente usado para a remoção de dentes impactados superiores. B. Quando o tecido mole é levantado, o osso que recobre o terceiro molar é facilmente visualizado. C. Se o dente está profundamente impactado, uma incisão relaxante pode ser usada para maior acesso. D. Quando um retalho de três pontas é levantado, há mais visibilidade da porção mais apical do osso. AD. Adaptada de Peterson LJ, Ellis E III, Hupp JR, Tucker MR, editors. Contemporary oral and maxillofacial surgery. 4th ed. St. Louis: CV Mosby; 2003. p. 207. O segundo passo é a remoção de osso ao redor do dente impactado. A maioria dos cirurgiões usa caneta de alta rotação, extratorque ou impulsionada por nitrogênio, embora poucos profissionais ainda escolham usar cinzel para remoção óssea. É primordial que a caneta esgote a pressão do ar longe da área cirúrgica, o que previne enfisema subcutâneo ou embolia gasosa, e possa ser esterilizada completamente (em geral, em uma autoclave a vapor). Brocas para alta rotação extratorque têm ganhado grande aceitação e, como os instrumentos impulsionados a nitrogênio, reduzem de modo considerável o tempo gasto na remoção óssea e no seccionamento do dente. O osso na oclusal, vestibular e (prudentemente) distal do dente impactado é removido – a quantidade varia com a profundidade da impacção – abaixo da linha cervical. É recomendável não remover qualquer osso por lingual em virtude da probabilidade de dano ao nervo lingual (Figura 5.13). Uma variedade de brocas pode ser utilizada para remoção óssea, porém as mais usadas são a esférica número 8 e a fissurada 703. Para os dentes superiores, a remoção óssea é feita inicialmente na área lateral do dente,abaixo da linha cervical para expor a coroa clínica inteira. Com frequência, o osso vestibular é fino o suficiente para que possa ser removido com um elevador de periósteo ou por um cinzel fazendo pressão com os dedos. Uma vez que o dente tenha sido suficientemente exposto, ele é seccionado em partes para que possa ser tirado do alvéolo. O sentido em que o dente impactado é dividido depende da angulação da impacção. O dente é seccionado com uma broca ou cinzel; com o surgimento da alta rotação, a broca é mais usada, pois ela fornece um plano de seccionamento mais previsível. Do dente é retirado um quarto no sentido da face lingual e, então, o restante é deslocado com uma alavanca reta ou um Figura 5.12 A. O retalho em envelope é o mais comumente usado para a remoção de dentes impactados superiores. B. Quando o tecido mole é levantado, o osso que recobre o terceiro molar é facilmente visualizado. C. Se o dente está profundamente impactado, uma incisão relaxante pode ser usada para maior acesso. D. Quando um retalho de três pontas é levantado, há mais visibilidade da porção mais apical do osso. AD. Adaptada de Peterson LJ, Ellis E III, Hupp JR, Tucker MR, editors. Contemporary oral and maxillofacial surgery. 4th ed. St. Louis: CV Mosby; 2003. p. 207. O segundo passo é a remoção de osso ao redor do dente impactado. A maioria dos cirurgiões usa caneta de alta rotação, extratorque ou impulsionada por nitrogênio, embora poucos profissionais ainda escolham usar cinzel para remoção óssea. É primordial que a caneta esgote a pressão do ar longe da área cirúrgica, o que previne enfisema subcutâneo ou embolia gasosa, e possa ser esterilizada completamente (em geral, em uma autoclave a vapor). Brocas para alta rotação extratorque têm ganhado grande aceitação e, como os instrumentos impulsionados a nitrogênio, reduzem de modo considerável o tempo gasto na remoção óssea e no seccionamento do dente. O osso na oclusal, vestibular e (prudentemente) distal do dente impactado é removido – a quantidade varia com a profundidade da impacção – abaixo da linha cervical. É recomendável não remover qualquer osso por lingual em virtude da probabilidade de dano ao nervo lingual (Figura 5.13). Uma variedade de brocas pode ser utilizada para remoção óssea, porém as mais usadas são a esférica número 8 e a fissurada 703. Para os dentes superiores, a remoção óssea é feita inicialmente na área lateral do dente, abaixo da linha cervical para expor a coroa clínica inteira. Com frequência, o osso vestibular é fino o suficiente para que possa ser removido com um elevador de periósteo ou por um cinzel fazendo pressão com os dedos. Uma vez que o dente tenha sido suficientemente exposto, ele é seccionado em partes para que possa ser tirado do alvéolo. O sentido em que o dente impactado é dividido depende da angulação da impacção. O dente é seccionado com uma broca ou cinzel; com o surgimento da alta rotação, a broca é mais usada, pois ela fornece um plano de seccionamento mais previsível. Do dente é retirado um quarto no sentido da face lingual e, então, o restante é deslocado com uma alavanca reta ou um Técnicas cirúrgicas 3º passo: Confecção de um bom retalho (visualização do campo) Miloro, 3ª edição Figura 5.12 A. O retalho em envelope é o mais comumente usado para a remoção de dentes impactados superiores. B. Quando o tecido mole é levantado, o osso que recobre o terceiro molar é facilmente visualizado. C. Se o dente está profundamente impactado, uma incisão relaxante pode ser usada para maior acesso. D. Quando um retalho de três pontas é levantado, há mais visibilidade da porção mais apical do osso. AD. Adaptada de Peterson LJ, Ellis E III, Hupp JR, Tucker MR, editors. Contemporary oral and maxillofacial surgery. 4th ed. St. Louis: CV Mosby; 2003. p. 207. O segundo passo é a remoção de osso ao redor do dente impactado. A maioria dos cirurgiões usa caneta de alta rotação, extratorque ou impulsionada por nitrogênio, embora poucos profissionais ainda escolham usar cinzel para remoção óssea. É primordial que a caneta esgote a pressão do ar longe da área cirúrgica, o que previne enfisema subcutâneo ou embolia gasosa, e possa ser esterilizada completamente (em geral, em uma autoclave a vapor). Brocas para alta rotação extratorque têm ganhado grande aceitação e, como os instrumentos impulsionados a nitrogênio, reduzem de modo considerável o tempo gasto na remoção óssea e no seccionamento do dente. O osso na oclusal, vestibular e (prudentemente) distal do dente impactado é removido – a quantidade varia com a profundidade da impacção – abaixo da linha cervical. É recomendável não remover qualquer osso por lingual em virtude da probabilidade de dano ao nervo lingual (Figura 5.13). Uma variedade de brocas pode ser utilizada para remoção óssea, porém as mais usadas são a esférica número 8 e a fissurada 703. Para os dentes superiores, a remoção óssea é feita inicialmente na área lateral do dente, abaixo da linha cervical para expor a coroa clínica inteira. Com frequência, o osso vestibular é fino o suficiente para que possa ser removido com um elevador de periósteo ou por um cinzel fazendo pressão com os dedos. Uma vez que o dente tenha sido suficientemente exposto, ele é seccionado em partes para que possa ser tirado do alvéolo. O sentido em que o dente impactado é dividido depende da angulação da impacção. O dente é seccionado com uma broca ou cinzel; com o surgimento da alta rotação, a broca é mais usada, pois ela fornece um plano de seccionamento mais previsível. Do dente é retirado um quarto no sentido da face lingual e, então, o restante é deslocado com uma alavanca reta ou um Figura 5.12 A. O retalho em envelope é o mais comumente usado para a remoção de dentes impactados superiores. B. Quando o tecido mole é levantado, o osso que recobre o terceiro molar é facilmente visualizado. C. Se o dente está profundamente impactado, uma incisão relaxante pode ser usada para maior acesso. D. Quando um retalho de três pontas é levantado, há mais visibilidade da porção mais apical do osso. AD. Adaptada de Peterson LJ, Ellis E III, Hupp JR, Tucker MR, editors. Contemporary oral and maxillofacial surgery. 4th ed. St. Louis: CV Mosby; 2003. p. 207. O segundo passo é a remoção de osso ao redor do dente impactado. A maioria dos cirurgiões usa caneta de alta rotação, extratorque ou impulsionada por nitrogênio, embora poucos profissionais ainda escolham usar cinzel para remoção óssea. É primordial que a caneta esgote a pressão do ar longe da área cirúrgica, o que previne enfisema subcutâneo ou embolia gasosa, e possa ser esterilizada completamente (em geral, em uma autoclave a vapor). Brocas para alta rotação extratorque têm ganhado grande aceitação e, como os instrumentos impulsionados a nitrogênio, reduzem de modo considerável o tempo gasto na remoção óssea e no seccionamento do dente. O osso na oclusal, vestibular e (prudentemente) distal do dente impactado é removido – a quantidade varia com a profundidade da impacção – abaixo da linha cervical. É recomendável não remover qualquer osso por lingual em virtude da probabilidade de dano ao nervo lingual (Figura 5.13). Uma variedade de brocas pode ser utilizada para remoção óssea, porém as mais usadas são a esférica número 8 e a fissurada 703. Para os dentes superiores, a remoção óssea é feita inicialmente na área lateral do dente, abaixo da linha cervical para expor a coroa clínica inteira. Com frequência, o osso vestibular é fino o suficiente para que possa ser removido com um elevador de periósteo ou por um cinzel fazendo pressão com os dedos. Uma vez que o dente tenhasido suficientemente exposto, ele é seccionado em partes para que possa ser tirado do alvéolo. O sentido em que o dente impactado é dividido depende da angulação da impacção. O dente é seccionado com uma broca ou cinzel; com o surgimento da alta rotação, a broca é mais usada, pois ela fornece um plano de seccionamento mais previsível. Do dente é retirado um quarto no sentido da face lingual e, então, o restante é deslocado com uma alavanca reta ou um U2 - Diagnóstico e tratamento cirúrgico das retenções dentárias, infecções odontogênicas e alterações do rebordo ósseo54 Agora que o paciente está apto para o procedimento e você preparado, vamos iniciar a anestesia e começar a cirurgia. Você deve obedecer às etapas básicas seguintes. 1. Retalho adequado Os retalhos mais utilizados na remoção de dentes impactados são o envelope ou o de Newman, que consiste em um retalho em envelope associado a uma incisão relaxante, pois permitem ampliação do campo operatório, boa visualização e acesso. 2. Osteotomia O osso que recobre o dente que será extraído deve ser removido até mostrar a parte mais bojuda da coroa do dente incluso. A remoção pode ser feita com cinzéis, descoladores, fresas esféricas 4, 5 ou 6 ou a 702. Reflita Na região dos molares inferiores, quando fazemos a extensão distal da incisão dos molares, devemos ter cuidado para não causar injúrias a estruturas importantes dessa região. A qual estrutura anatômica estamos nos referindo? O que pode ser feito para evitar danos a ela? Fonte: Peterson et al. (2005). Figura 2.2 | Esquema demonstrando retalhos utilizados em maxila Figura 5.11 A. A incisão em envelope é a mais comum para descolar o tecido mole na mandíbula na remoção de um terceiro molar impactado. A extensão posterior da incisão deverá divergir lateralmente para evitar danos ao nervo lingual. B. A incisão em envelope é rebatida lateralmente para expor o osso que recobre o dente impactado. C. Quando um retalho de três pontas é usado, a incisão de relaxamento é feita na mesial do segundo molar. D. Quando o retalho de tecido mole é afastado por meio de uma incisão relaxante, é possível mais visibilidade, em especial na área apical do campo cirúrgico. AD. Adaptada de Peterson LJ. Principles of management of impacted teeth. In: Peterson LJ, Ellis E III, Hupp JR, Tucker MR, editors. Contemporary oral and maxillofacial surgery. 4th ed. St. Louis: CV Mosby; 2003. p. 207. Técnicas cirúrgicas 4º passo: Remoção de impacção ou criação de ponto de apoio (osteotomia/odontosecção), se necessário instrumento similar, o que evita danificar a lâmina cortical lingual e reduz a possibilidade de lesionar o nervo lingual. A impacção com inclinação para mesial é geralmente a menos difícil de remover. Depois da remoção de osso suficiente, a metade distal da coroa é seccionada até logo abaixo da linha cervical e retirada do alvéolo e o remanescente do dente é removido com um elevador reto pequeno colocado na mesial da linha cervical (Figura 5.14). Uma alternativa é preparar um ponto no dente com uma broca e usar uma alavanca ou um elevador de Cryer no ponto para retirar o dente. A impacção horizontal geralmente requer a remoção de mais osso do que na impacção com inclinação para mesial. A coroa do dente é com frequência seccionada das raízes e removida com um elevador tipo Cryer. As raízes são deslocadas para o espaço anteriormente ocupado pela coroa e, então, retiradas. Ocasionalmente, elas precisam ser seccionadas e retiradas separadamente (Figura 5.15). A impacção vertical é uma das mais difíceis de ser removida, sobretudo se o dente está profundamente impactado. O procedimento para a remoção e o seccionamento ósseo é semelhante ao usado na impacção com inclinação para mesial, em que o osso da oclusal, vestibular e distal é retirado. A metade distal da coroa é seccionada e removida e o dente é elevado com o uso de um pequeno elevador reto na mesial da linha cervical (Figura 5.16). A opção de preparar um ponto de apoio no dente é também frequentemente usada, como na impacção com inclinação mesial. O dente mais difícil de ser removido é aquele impactado com inclinação distal. Depois da remoção do osso, a coroa é geralmente seccionada da raiz, acima da linha cervical e retirada com um elevador Cryer. Um ponto de apoio é preparado no dente e as raízes são retiradas juntas ou seccionadas e removidas separadamente com um elevador Cryer (Figura 5.17). A extração dessa impacção é mais difícil porque mais osso distal precisa ser removido e o dente tende a estar elevado posteriormente na porção do ramo da mandíbula. Figura 5.13 A. Após o tecido mole ter sido deslocado, o osso que reveste a superfície oclusal do dente é removido com uma broca fissurada. B. O osso das regiões vestibular e distal do dente impactado é removido com uma broca. A e B. Adaptada de Peterson LJ, Ellis E III, Hupp JR, Tucker MR, editors. Contemporary oral and maxillofacial surgery. 4th ed. St. Louis: CV Mosby; 2003. p. 208. Figura 5.14 A. Quando da remoção de impacção com inclinação para mesial, osso vestibular e distal são removidos para expor a coroa do dente até sua linha cervical. B. A distal da coroa é seccionada do dente. Ocasionalmente, é necessário Técnicas cirúrgicas 4º passo: Remoção de impacção ou criação de ponto de apoio (osteotomia/odontosecção), se necessário Instrumental: -Caneta alta rotação com broca 702 longa e/ou - Peça reta com broca 702 (para peça reta) oo broca Zekrya e/ou - cinzéis ou desoladores Técnicas cirúrgicas 4º passo: Remoção de impacção ou criação de ponto de apoio (osteotomia/odontosecção), se necessário Técnicas cirúrgicas 5º passo: Luxação com extratores/ exodontia Técnicas cirúrgicas 6º passo: Caso haja divergência radicular, cárie extensa ou algum tipo de impacção pode ser necessário a realização de odontossecção Técnicas cirúrgicas 6º passo: Caso haja divergência radicular, cárie extensa ou algum tipo de impacção pode ser necessário a realização de odontossecção Figura 5.15 A. Durante a remoção de uma impacção horizontal, o osso que recobre o dente – o osso da distal e vestibular do dente – é removido com uma broca de alta rotação. B. A coroa é seccionada das raízes do dente e removida do alvéolo. C. As raízes são removidas juntas ou separadamente com um elevador Cryer usado com movimento rotacional. Pode ser necessário separar as raízes em duas partes: ocasionalmente, o ponto de apoio para o elevador é feito na raiz para possibilitar que o elevador seja encaixado nele. D. A raiz mesial do dente é retirada de modo semelhante. AD. Adaptada de Peterson LJ, Ellis E III, Hupp JR, Tucker MR, editors. Contemporary oral and maxillofacial surgery. 4th ed. St. Louis: CV Mosby; 2003. p. 209. Figura 5.16 A. Quando da remoção de uma impacção vertical, o osso da oclusal, vestibular e distal da coroa é removido e o dente é seccionado em duas partes, a mesial e a distal. Se a raiz é fusionada, a parte distal da coroa é seccionada de modo semelhante ao da impacção com inclinação mesial. B. A parte posterior da coroa é elevada, primeiro com um elevador Cryer colocado em um pequeno ponto de apoio na parte distal do dente. C. Um pequeno elevador reto número 301 é então usado para levantar a mesial do dente com um movimento giratório de alavanca. AC. Adaptada de Peterson LJ, Ellis E III, Hupp JR, Tucker MR, editors. Contemporary oral and maxillofacial surgery. 4th ed. St. Louis: CV Mosby; 2003. p. 210. O menor tipo de problema de cicatrização da ferida cirúrgica que ocorre após a remoção cirúrgica de terceiro molar inferior Técnicas cirúrgicas 6ºpasso: Caso haja divergência radicular, cárie extensa ou algum tipo de impacção pode ser necessário a realização de odontossecção Técnicas cirúrgicas 6º passo: Caso haja divergência radicular, cárie extensa ou algum tipo de impacção pode ser necessário a realização de odontossecção Figura 5.15 A. Durante a remoção de uma impacção horizontal, o osso que recobre o dente – o osso da distal e vestibular do dente – é removido com uma broca de alta rotação. B. A coroa é seccionada das raízes do dente e removida do alvéolo. C. As raízes são removidas juntas ou separadamente com um elevador Cryer usado com movimento rotacional. Pode ser necessário separar as raízes em duas partes: ocasionalmente, o ponto de apoio para o elevador é feito na raiz para possibilitar que o elevador seja encaixado nele. D. A raiz mesial do dente é retirada de modo semelhante. AD. Adaptada de Peterson LJ, Ellis E III, Hupp JR, Tucker MR, editors. Contemporary oral and maxillofacial surgery. 4th ed. St. Louis: CV Mosby; 2003. p. 209. Figura 5.16 A. Quando da remoção de uma impacção vertical, o osso da oclusal, vestibular e distal da coroa é removido e o dente é seccionado em duas partes, a mesial e a distal. Se a raiz é fusionada, a parte distal da coroa é seccionada de modo semelhante ao da impacção com inclinação mesial. B. A parte posterior da coroa é elevada, primeiro com um elevador Cryer colocado em um pequeno ponto de apoio na parte distal do dente. C. Um pequeno elevador reto número 301 é então usado para levantar a mesial do dente com um movimento giratório de alavanca. AC. Adaptada de Peterson LJ, Ellis E III, Hupp JR, Tucker MR, editors. Contemporary oral and maxillofacial surgery. 4th ed. St. Louis: CV Mosby; 2003. p. 210. O menor tipo de problema de cicatrização da ferida cirúrgica que ocorre após a remoção cirúrgica de terceiro molar inferior Técnicas cirúrgicas 7º passo: Limpeza do alvéolo Nesta fase, executamos a “toalete” do alvéolo, removendo restos dentários, ósseos e do saco pericoronário com a cureta de Lucas e regularizamos as bordas da cavidade com a lima para osso, de forma a remover as espículas ósseas que, se forem mantidas, podem causar lesão ao tecido mole. Técnicas cirúrgicas Obs.: Após exodontia podem ser realizadas duas manobras/ teste. - Teste de Valsalva: diagnóstico de CBS; cuidado ao fazer* - Manobra de Chompret: pressão bidigital vestíbulo-lingual para regularização pós expansão das corticais Técnicas cirúrgicas 8º passo: Síntese: sutura do retalho Técnicas cirúrgicas 9º passo: Recomendações pós-operatórias Técnicas cirúrgicas Complicações pós-operatórias: - Hemorragia; - Fratura de mandíbula; - Infecção; - Parestesia; - Osteíte alveolar Técnicas cirúrgicas Técnicas cirúrgicas Figura 5.15 A. Durante a remoção de uma impacção horizontal, o osso que recobre o dente – o osso da distal e vestibular do dente – é removido com uma broca de alta rotação. B. A coroa é seccionada das raízes do dente e removida do alvéolo. C. As raízes são removidas juntas ou separadamente com um elevador Cryer usado com movimento rotacional. Pode ser necessário separar as raízes em duas partes: ocasionalmente, o ponto de apoio para o elevador é feito na raiz para possibilitar que o elevador seja encaixado nele. D. A raiz mesial do dente é retirada de modo semelhante. AD. Adaptada de Peterson LJ, Ellis E III, Hupp JR, Tucker MR, editors. Contemporary oral and maxillofacial surgery. 4th ed. St. Louis: CV Mosby; 2003. p. 209. Figura 5.16 A. Quando da remoção de uma impacção vertical, o osso da oclusal, vestibular e distal da coroa é removido e o dente é seccionado em duas partes, a mesial e a distal. Se a raiz é fusionada, a parte distal da coroa é seccionada de modo semelhante ao da impacção com inclinação mesial. B. A parte posterior da coroa é elevada, primeiro com um elevador Cryer colocado em um pequeno ponto de apoio na parte distal do dente. C. Um pequeno elevador reto número 301 é então usado para levantar a mesial do dente com um movimento giratório de alavanca. AC. Adaptada de Peterson LJ, Ellis E III, Hupp JR, Tucker MR, editors. Contemporary oral and maxillofacial surgery. 4th ed. St. Louis: CV Mosby; 2003. p. 210. O menor tipo de problema de cicatrização da ferida cirúrgica que ocorre após a remoção cirúrgica de terceiro molar inferior Técnicas cirúrgicas Verdadeiro ou falso??? Os terceiros molares inclusos podem causar apinhamento dos incisivos? Verdadeiro ou falso??? Os terceiros molares inclusos podem causar apinhamento dos incisivos? Certamente uma das discussões mais controversas sobre terceiros molares inferiores tem sido a questão de sua responsabilidade no apinhamento dos dentes incisivos inferiores, sobretudo depois do tratamento ortodôntico. A literatura mais recente inclui o estudo longitudinal de um grande número de pacientes tratados ortodonticamente62,63, e a preponderante evidência agora sugere que terceiros molares impactados não são uma causa significativa de apinhamento anterior depois do tratamento ortodôntico. De fato, o apinhamento está associado à insuficiência do comprimento do arco dentário e não à presença de dente impactado. Verdadeiro ou falso??? Os terceiros molares inclusos podem dificultar o tratamento ortodôntico? Verdadeiro ou falso??? Os terceiros molares inclusos podem dificultar o tratamento ortodôntico? Em algumas situações, o ortodontista tenta movimentar o dente molar para distal, mas a presença de um terceiro molar impactado pode inibir ou até mesmo impedir esse procedimento. Além disso, se o ortodontista tenta mover os segmentos bucais posteriormente, a remoção do terceiro molar impactado pode facilitar o tratamento e permitir resultados previsíveis.
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