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· MANEJO ODONTOLÓGICO EM PACIENTE ONCOLÓGICO CÂNCER: Crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis. Tipos mais prevalente no Brasil: pele (não-melanoma); próstata no homem; mama na mulher; intestino; pulmão. ORIGEM: mutações genéticas, entre elas, 5% são mutações hereditárias e 95% mutações por causas adquiridas do ambiente e hábitos de vida (fumo e álcool, radiação e poluição, alguns compostos químicos, vírus –HPV, HIV, HTLV, etc-, baixa imunidade crônica). · TRATAMENTO ONCOLÓGICO: Ressecção cirúrgica, radioterapia e quimioterapia. - Ressecção cirúrgica: é ainda a primeira escolha para muitos tumores primários. Implicações em odontologia principalmente para casos de câncer de boca e orofaringe. - Radioterapia: altera o DNA das células. São realizadas frações de 2Gy por dia (5 dias por semana), ao longo de 5 a 7 semanas= 64-70Gy. Conforme a quantidade de Gy tem implicações na atuação odontológica e manejo cirúrgico. Sequelas bucais começam a aparecer com a quantidade total de 60Gy. - Quimioterapia: São fármacos desenvolvidos para ter uma toxicidade seletiva para as células tumorais. Evitam a rápida divisão ou levam a destruição das células malignas, mas não possuem uma alta especificidade. · COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS AO TRATAMENTO ONCOLÓGICO ACÚMULO DE BIOFILME SUPRAGENGIVAL: Principalmente associado a radioterapia, que leva a xerostomia e com isso ocorre o acúmulo excessivo de biofilme CÁRIE DE RADIAÇÃO: comum na face vestibular e está associada ao acúmulo de biofilme supra. OSTEORRADIONECROSE OSTEONECROSE: Associado ao uso de bifosfonatos por via sistêmica. Se não temos o histórico médico do paciente, clinicamente não conseguimos diferenciar se essa lesão é decorrente da radioterapia ou uso de bifosfonatos. MUCOSITE: pode ser seuela tanto da quimio quanto da radioterapia. · COMPLICAÇÕES DO TRATAMENTO ONCOLÓGICO RESSECÇÃO CIRÚRGICA: - Alterações na fala e deglutição - Redução da eficiência mastigatória global (manipulação, trituração e consolidação do bolo alimentar); - Trismo: depende dos músculos que estão associados a ressecção; RADIOTERAPIA: Essas complicações aparecem em 90 à 100% dos pacientes. - Disgeusia- alteração no paladar; - Mucosite; - Osteorradionecrose: mais prevalentes na mandíbula, devido a menor irrigação sanguínea. Está relacionada com a dosagem de radiação que o paciente recebeu e a falta de alguns cuidados tato por parte do paciente, quando do CD; - Cárie de radiação: é consequência da radioterapia, mas é dependente da presença de biofilme. Geralmente localiza-se na cervical e durante a remoção do tecido cariado é possível notar que praticamente toda a dentina se torna amolecida em decorrência da radioterapia. É difícil saber quando parar a remoção pois há uma leve mudança de cor e consistência quando chega ao tecido saudável. - Hipossalivação: quando o feixe principal da radiação incide sobre uma glândula salivar, o dano é irreversível. - Infecções oportunistas. QUIMIOTERAPIA: Mucosite, dor, infecções oportunistas (devido a diminuição das células de defesa), hemorragia (plaquetopenia), xerostomia, osteonecrose e problemas nutricionais. · ADEQUAÇÃO E TRATAMENTO BUCAL DO PACIENTE ONCOLÓGICO 1. Avaliação pré-tratamento oncológico e preparo do paciente (adequação): Geralmente temos no máximo 2 semanas entre o diagnóstico do câncer até o início da terapia. Idealmente o paciente precisa estar livre de infecções bucais no início do tratamento, pois elas podem ser agravadas com o terapia para o câncer, dificultando o tratamento posterior. Necessidade de um laudo odontológico. 2 possíveis situações: - Pessoa já era paciente e tem cavidade livre de infecções. - Nunca vimos o paciente e tem bastente infecçõeos. Necessidade de tratamento mais radical devido ao pequeno tempo para adequação. Exame clínico e periodontal completo. Exame radiográfico: panorâmica para avaliação mais adequada e geral da situação bucal do paciente e também para ficar arquivado para comparação porterior. Próteses desadaptadas propiciam a desenvolvimento de lesões de osteonecrose. - CRITÉRIOS PARA EXTRAÇÃO: Bolsas periodontais profundas (+6mm) e com secreção, levar em consideração o grau de mobilidade; Inflamação periapical; Dentes não restauráveis, não funcional, parcialmente erupcionado, higiene bucal ruim; Paciente sem interessee em manter os dentes; Dentes associados à doenças inflamatórias. - TRATAMENTO PERIODONTAL: dentes com prognóstico duvidoso devem ser extraídos. - TRATAMENTO RESTAURADOR e ajustes de restaurações já existentes - TRATAMENTO ENDODONTICO 2. Cuidados com a saúde bucal durante a terapia para o câncer (tratamento de infecções oportunistas e urgências): Infecções oportunistas podem surgir no momento em que o paciente está com a imunidade mais baixa, ou seja, de 7-14 dias após a terapia e qualquer medicação que tivermos que prescrever, idealmente, devemos conversar com o médico e avaliar as medicações que o paciente está fazendo uso, em qual dia pós-quimioterapia ele está e todas as interações que essas medicações podem causar. Avaliar granulocitopenia e trombocitopenia. O periodo mais seguro para atender o paciente é 1 semana antes ou 21 dias após a quimio, sempre avaliando previamente o número de leucócitos e a contagem de plaquetas. Mas nem sempre conseguimos tratar nesse período pois as infecções devem ser eliminadas o mais breve possível. - Plaquetas abaixo de 50.000 cel/mm3 e leucócitos abaixo de 1000 cel/mm3 o tratamento odontológico é contra-indicado. Em casos de urgência é obrigatório profilaxia antibiótica e conforme o tratamento o uso de antibiótico terapêutico, posterior ao tratamento odontológico. Não realizar cirurgia, medicar o paciente e agrardar os níveis serem normalizados. Entrar em contato com o médico e considerar necessidade de transfusão de plaquetas. Vários estudos afirmam que alguns episódios sépticos em pacientes neutropênicos estão relacionados com a microbiota da cavidade bucal e que a intervenção odontológica precoce (antes do início da terapia) diminui a frequencia e a severidade das complicações bucais decorrentes da terapia antineoplásica. TRATAMENTO DAS COMPLICAÇÕES DA QUÍMIO/RADIO: - MUCOSITE: pode ser consequencia tanto da quimio quanto da radio. É um foco de infecção, onde todo o tecido fica exposto em meio bucal.Laser de baixa potência Estimula o crescimento celular Analgesia local Efeito antiinflamatório Regeneração celular Redução de edema Neovascularização Estágios: 1- dor e eritema 2- eritema, úlceras, mas capaz de comer alimentos sólidos 3- úlceras e requer dieta líquida 4- impossível alimentação oral Tratamento: controle da dor e infecção. Uso de laser de baixa potência preventivo e terapêutico. Também pode ser aplicado anestésicos locais, analgésicos e também a crioterapia (gelo para alívio da dor). - TRISMO: pode ser consequencia da ressecção cirurgica ou também da radioterapia. Tratamento: uso de antiinflamatórios, relaxante muscular, aplicação de calor úmido na região da articulação e exercícios de abertura e fechamento bucal. Tratamenco em conjunto com fisioterapeuta e fonoaudiólogo. - HIPOSSALIVAÇÃO: Consequencia da radioterapia, principalmente quando o feixe principal da radiação inside sobre uma glandula saliva (principalmente parótica e sublingual). Propicia o acúmulo de biofilme. Devemos orientar o paciente a uma maior frequencia de higiene oral, além da utilização de subtitutos da saliva, quando necessário. O pH salivar também diminui. Tratamento: muita hidratação, goma de mascar sem açucar, saliva artificial gel (Biotene) ou stray hidratante. -OSTEORRADIONECROSE: Surge a partir de 60Gy, pode aparecer de forma espontânea ou após trauma. Muito importante não deixar próteses mal adaptadas, pois o trauma pode induzir a osteorradionecrose. Inicia como um eritema na mucosa e com o decorrer do tempo vai expondo o tecido ósseo. Ocorre após altas doses de radiação nos maxilares. Resulta de alterações raioinduzidas (hipocelularidade,hipovascularização e isquemia). Risco maior na região posterior e em mandíbula. Risco continua ao longo da vida. Tratamento: todo o tecido necrosado deve ser removido. O ideal é prevenir com a adequação prévia ao tratameento oncológico, ajuste de próteses e procedimentos cirúrgicos minimamante invasivos. - Preferir tratamento endodôntico à extração em elementos sem lesão periapical; - Utiliza anestésico sem vaso constritor; - Procedimentos cirúrgicos atraumáticos (antibióticos); - Administração de oxigenação hiperbárica prévio a realização de procedimentos invasivos. Protocolo de recução: - OSTEONECROSE PRO BIFOSFONATO: 1. Tratamento atual ou prévio com bifosfonato 2. Apresentar osso exposto ou osso que pode ser sondado por meio de fístula intra ou extra oral, na região maxilofacial por 8 semanas; 3. Não apresentar histórico de radioterapia dos maxilares ou presença de metástase maxilar. Não está disponível até o momento nenhum tratamento definitivo para osteonecros por bifosfonato. Em caso de qualquer infecção o uso de antibiótico é indicado. 3. Manejo pós-operatório do paciente, incluindo orientações a longo prazo (acompanhamento). Colocação de implantes em um período inferior a 12 meses é de grande risco para perda do implante e lesões de osteorradionecrose.
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