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1 UNIP DISCIPLINA: RECURSOS CIVIS PROFESSOR: VARCILY QUEIROZ BARROSO 2 AULA N. 11 OS RECURSOS EM ESPÉCIE. DOS RECURSOS PARA O STF E STJ Recurso Extraordinário e Especial Art. 1.029 e 1.041 do NCPC 3 ORDINÁRIOS Finalidade: permitir ao tribunal o reexame da matéria RECURSOS EXCEPCIONAIS (LATO SENSU) Finalidade: impedir que as decisões judiciais contrariem a CF ou as leis federais Fundamento: decisão injusta Fundamento: proteção e unidade de interpretações da CF Extraordinário, especial, embargos de divergência 4 São mecanismos de rejulgamento da causa (matéria), pressupondo matéria já decidida, conforme clara disposição dos CF dos artigos 102, III e 105, III da CF. (Nelson Nery) CONCEITO RE e REsp: 5 DISPOSIÇÕES COMUNS (RE e REsp) ENQUADRAMENTO (TIPOLOGIA) FUNDAMENTO REGRAMENTO CONSTITUCIONAL E LEGAL Tanto o RE como o REsp são recursos excepcionais em decorrência de suas funções e hipóteses de cabimento; Estão ligados à organização política do Estado; do ordenamento jurídico pátrio; Previstos na CF, com algumas regras no CPC; 6 REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DO RE E REsp COMUNS TÍPICOS • tempestividade • Preparo • Legitimidade • Interesse • regularidade formal • inexistência de fato impeditivo ou extintivo ao direito de recorrer; • Não exigidos nos recursos comuns Exigidos especificamente em cada um dos recurso: RE e REsp 7 Devem ser apresentados no prazo de 15 dias Pode ser interposto ambos os recursos no prazo legal, desde que atendidos os requisitos. A interposição deve ser simultânea, sob pena de preclusão consumativa; Podem ser interpostos sob a forma comum ou na forma adesiva; a) TEMPESTIVIDADE REQUISITOS COMUNS DE ADMISSIBILIDADE DO RE E REsp 8 Ambos exigem preparo e porte de remessa e retorno; b) PREPARO Os requisitos de admissibilidade de todos os recursos são comuns ao RE e ao RESP: interesse, regularidade formal e inexistência de fato impeditivo ou modificativo; c) OUTROS REQUISITOS REQUISITOS COMUNS DE ADMISSIBILIDADE DO RE E REsp 9 REQUISITOS COMUNS AO RE E AO REsp NÃO EXIGIDOS NOS RECURSOS COMUNS Enquanto houver possibilidade de interposição de algum recurso ordinário, os RE e Resp não serão admitidos; a) ESGOTAMENTO DE INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS Súmula 281 – STF ; Súmula 207 - STJ 10 REQUISITOS COMUNS AO RE E AO REsp NÃO EXIGIDOS NOS RECURSOS COMUNS Exigência expressa dos arts. 102, III e 105,III, da CF; b) QUE SEJAM INTERPOSTOS CONTRA DECISÃO DE ÚNICA OU ÚLTIMA INSTÂNCIA “causas decididas, em única ou última instância” 11 Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. CONSTITUIÇÃO FEDERAL 12 Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. CONSTITUIÇÃO FEDERAL 13 CONSEQUÊNCIAS: No JEC a última instância é o Colegiado Recursal e não tribunal contra os acórdãos por ele proferidos é admitido apenas o RE. Não cabe o REsp. III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: 14 Os recursos excepcionais não se prestam para corrigir injustiça da decisão. Ficam adstritos ao reexame da matéria jurídica. REQUISITOS COMUNS AO RE E AO REsp NÃO EXIGIDOS NOS RECURSOS COMUNS c) QUE NÃO VISEM REDISCUTIR MATÉRIA DE FATO Súmula 279 e 454 - STF ; Súmula 5 e 7 - STJ 15 Em relação a interpretação de cláusula contratual: Súmula 279 – STF: “Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário”. Data de Aprovação: Sessão Plenária de 13/12/1963 STJ Súmula nº 7 - 28/06/1990 - DJ 03.07.1990 Reexame de Prova - Recurso Especial: “A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial”. STJ Súmula nº 5 - 10/05/1990 - DJ 21.05.1990 Interpretação de Cláusula - Recurso Especial: “A simples interpretação de cláusula contratual não enseja recurso especial”. Súmulas do STF e STJ relativas ao cabimento de RE e REsp em reexame de matéria de fato: 16 Art. 102,III e 105,III exigem causas decididas para cabimento do RE e REsp. Só são cabíveis contra decisões judiciais e não administrativas; Que a questão tenha sido suscitada e decidida nas instâncias ordinárias; REQUISITOS COMUNS AO RE E AO REsp NÃO EXIGIDOS NOS RECURSOS COMUNS d) CAUSAS DECIDIDAS – O PREQUESTIONAMENTO 17 1. prequestionamento como manifestação expressa do Tribunal recorrido sobre questão constitucional ou federal. exigência de que a matéria objeto do recurso excepcional seja previamente decidida pelo órgão julgador a quo. 2. prequestionamento como debate anterior à decisão recorrida. o prequestionamento é a manifestação ou provocação das partes, anterior à decisão recorrida no sentido tornar-se controverso determinado ponto atinente ao direito federal ou constitucional. 3. prequestionamento como prévio debate acerca do tema de direito federal ou constitucional, seguido de manifestação expressa do Tribunal a respeito. a configuração jurídica do prequestionamento enquanto pressuposto específico de admissibilidade dos recursos extraordinários e especial decorre da oportuna formulação, no momento procedimental adequado, das questões constitucional ou federal, as quais, ainda, ser ventiladas na decisão recorrida, podendo-se dizer que há uma soma das duas correntes anteriormente citadas. CONCEPÇÕES ACERCA DO PREQUESTIONAMENTO 18 PREQUESTIONAMENTO (ANTES) STF STJ Basta a oposição dos embargos para que a questão constitucional seja considerada prequestionada, ainda que não seja efetivamente apreciada nos embargos. O STF contenta-se com o prequestionamento ficto, sem apreciação da questão constitucional. (súmula 356 do STF) O STJ exige o prequestionamento efetivo, real, isto é, a apreciação da questão constitucional pelo tribunal “a quo”. Necessário que as instâncias ordinárias examinem a questão federal, que será objeto do recurso especial. (Súmula 211 do STJ) 19 STJ Súmula nº 211 Recurso Especial - Questão não apreciada pelo Tribunal a quo – Admissibilidade. “Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo tribunal "a quo". STF Súmula nº 356 - 13/12/1963 - Súmula da Jurisprudência Predominante do Supremo Tribunal Federal - Anexo ao Regimento Interno. Edição: Imprensa Nacional, 1964, p. 154. Ponto Omisso da Decisão - Embargos Declaratórios - Objeto de Recurso Extraordinário - Requisito do Prequestionamento.“O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento.” 20 ● Prequestionamento explícito da questão constitucional como pré- requisito do recurso extraordinário “Está-se diante de conflito de interesse que tem solução final no âmbito do Tribunal local. A par desse aspecto, não foram examinados, na origem, os preceitos constitucionais tidos por violados, padecendo o recurso da ausência do prequestionamento. Atentem não para o apego à literalidade do verbete nº 356 da Súmula do Supremo, mas para a razão de ser do prequestionamento e, mais ainda, para o teor do verbete nº 282 da referida Súmula. O instituto do prequestionamento significa o debate e a decisão prévios do tema jurídico constante das razões apresentadas. Se o ato impugnado nada contém sobre o que versado no recurso, descabe assentar o enquadramento deste no permissivo constitucional. (...) Descabe articular com a aplicação do artigo 1.025 do Código de Processo Civil de 2015, ante o momento de formalização do extraordinário, ainda sob regência do anterior diploma processual.” (AI 671865 AgR, Relator Ministro Marco Aurélio, Redatora do acórdão Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, julgamento em 14.3.2017, DJe de 12.6.2017) "Saliento que esta Corte não tem procedido à exegese a 'contrario sensu' da Súmula STF 356 e, por consequência, somente considera prequestionada a questão constitucional quando tenha sido enfrentada, de modo expresso, pelo Tribunal 'a quo'. A mera oposição de embargos declaratórios não basta para tanto." (ARE 707221 AgR, Relatora Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, julgamento em 20.8.2013, DJe de 4.9.2013) JURISPRUDÊNCIA POSTERIOR AO ENUNCIADO 21 ● Prequestionamento explícito da questão constitucional como pré- requisito do recurso extraordinário "Prequestionamento implícito. Inadmissibilidade. Diz-se prequestionada a matéria quando a decisão impugnada haja emitido juízo explícito a respeito do tema, inclusive mencionando o preceito constitucional previamente suscitado nas razões do recurso submetido à sua apreciação. 3. São ineficazes e tardios os embargos de declaração opostos para fins de prequestionamento se a questão constitucional não foi suscitada oportunamente no recurso interposto perante o Tribunal de origem. Incidência das Súmulas 282 e 356 do STF." (RE 449137 AgR, Relator Ministro Eros Grau, Segunda Turma, julgamento em 26.2.2008, DJe de 4.4.2008) "O requisito do prequestionamento assenta no fato de não ser aplicável à fase de conhecimento do recurso extraordinário o princípio jura novit curia: instrumento de revisão in jure das decisões proferidas em única ou última instância, o RE não investe o Supremo de competência para vasculhar o acórdão recorrido, à procura de uma norma que poderia ser pertinente ao caso, mas da qual não se cogitou. Daí a necessidade de pronunciamento explícito do Tribunal 'a quo' sobre a questão suscitada no recurso extraordinário: Sendo o prequestionamento, por definição, necessariamente explícito, o chamado 'prequestionamento implícito' não é mais do que uma simples e inconcebível contradição em termos." (AI 253566 AgR, Relator Ministro Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, julgamento em 15.2.2000, DJ de 3.3.2000) 22 PREQUESTIONAMENTO IMPLÍCITO OU EXPLÍCITO STF STJ O STF exigia o prequestionamento explícito da matéria constitucional. Recentemente, não tem exigido que o acórdão recorrido indique expressamente o dispositivo constitucional violado, bastando o exame da tese jurídica, ofensiva a CF. O STJ decidiu pela suficiência do prequestionamento implícito, sem necessidade da indicação do dispositivo legal violado. (STJ, REsp 162.608 SP) Súmula 282/STF: "É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada." 23 A admissibilidade dos recursos é feita pelo presidente do tribunal recorrido (a quo); Admitidos, serão remetidos para o STF ou STJ; Art. 1.030, V, CPC REQUISITOS COMUNS AO RE E AO REsp NÃO EXIGIDOS NOS RECURSOS COMUNS e) Juízo de admissibilidade Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá: V – realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, desde que: 24 Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice- presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão: I - a exposição do fato e do direito; II - a demonstração do cabimento do recurso interposto; III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida. REQUISITOS DA P.I. DO RE E REsp a)exposição do fato e do direito; b)cabimento do recurso interposto; c) razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida. 25 Quando interposto os dois recursos os autos serão remetidos ao STJ. Julgado o Resp, os autos serão remetidos ao STF. Caso o relator do Resp considerar prejudicial o RE, sobrestará o julgamento e remeterá os autos ao STF, Art. 1.031, CPC INTERPOSIÇÃO CONJUNTA DE RE E REsp Art. 1.031. Na hipótese de interposição conjunta de recurso extraordinário e recurso especial, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça. 26 PROCEDIMENTO E ADMISSÃO Interposição Opostos RE e REsp Juízo de admissibilidade - fundamentado art. 1.029 Interposto perante o presidente ou vice-presidente do tribunal a quo. Não admitidos Agravo nos autos para o STF ou STJ JEC Cabe apenas o RE Art. 1.042 15 dias Preclusão consumativa simultânea Intimação do recorrido contrarrazões Apresentação das contrarrazões Não atendido Admitidos Remessa ao STF ou STJ Juízo de retratação pelo tribunal recorrido julgamento Art. 1.034, CPC
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