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Aula 14 RECURSO EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL (1)

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UNIP 
DISCIPLINA: 
RECURSOS CIVIS
PROFESSOR: 
VARCILY QUEIROZ BARROSO
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AULA N. 11
OS RECURSOS EM ESPÉCIE. 
DOS RECURSOS PARA O STF E STJ
Recurso Extraordinário e 
Especial
Art. 1.029 e 1.041 do NCPC 
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ORDINÁRIOS
Finalidade: permitir ao 
tribunal o reexame da 
matéria
RECURSOS
EXCEPCIONAIS
(LATO SENSU)
Finalidade: impedir 
que as decisões 
judiciais contrariem a 
CF ou as leis federais
Fundamento: decisão 
injusta Fundamento: proteção 
e unidade de 
interpretações da CF
Extraordinário, 
especial, embargos de 
divergência
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São mecanismos de rejulgamento
da causa (matéria), pressupondo
matéria já decidida, conforme
clara disposição dos CF dos
artigos 102, III e 105, III da CF.
(Nelson Nery)
CONCEITO
RE e REsp: 
5
DISPOSIÇÕES COMUNS (RE e REsp)
ENQUADRAMENTO
(TIPOLOGIA)
FUNDAMENTO
REGRAMENTO 
CONSTITUCIONAL E 
LEGAL
Tanto o RE 
como o REsp
são recursos 
excepcionais 
em 
decorrência de 
suas funções 
e hipóteses de 
cabimento;
Estão 
ligados à 
organização 
política do 
Estado; do 
ordenamento
jurídico 
pátrio;
Previstos 
na CF, com 
algumas 
regras no 
CPC;
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REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE 
DO RE E REsp
COMUNS TÍPICOS
• tempestividade
• Preparo
• Legitimidade
• Interesse
• regularidade formal
• inexistência de fato
impeditivo ou extintivo ao
direito de recorrer;
• Não exigidos nos recursos
comuns
Exigidos 
especificamente em 
cada um dos recurso: 
RE e REsp
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 Devem ser apresentados no prazo de 15 dias
 Pode ser interposto ambos os recursos no
prazo legal, desde que atendidos os requisitos.
A interposição deve ser simultânea, sob pena de
preclusão consumativa;
 Podem ser interpostos sob a forma comum ou
na forma adesiva;
a) TEMPESTIVIDADE
REQUISITOS COMUNS DE 
ADMISSIBILIDADE DO RE E REsp
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 Ambos exigem preparo e porte de remessa e
retorno;
b) PREPARO
 Os requisitos de admissibilidade de todos os
recursos são comuns ao RE e ao RESP: interesse,
regularidade formal e inexistência de fato
impeditivo ou modificativo;
c) OUTROS REQUISITOS
REQUISITOS COMUNS DE 
ADMISSIBILIDADE DO RE E REsp
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REQUISITOS COMUNS AO RE E AO REsp
NÃO EXIGIDOS NOS RECURSOS COMUNS
 Enquanto houver possibilidade de
interposição de algum recurso ordinário,
os RE e Resp não serão admitidos;
a) ESGOTAMENTO DE INSTÂNCIAS
ORDINÁRIAS
Súmula 281 – STF ; Súmula 207 - STJ
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REQUISITOS COMUNS AO RE E AO REsp
NÃO EXIGIDOS NOS RECURSOS COMUNS
 Exigência expressa dos arts. 102, III
e 105,III, da CF;
b) QUE SEJAM INTERPOSTOS CONTRA
DECISÃO DE ÚNICA OU ÚLTIMA
INSTÂNCIA
“causas decididas, em única ou última 
instância” 
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Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,
precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas
decididas em única ou última instância, quando a decisão
recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei
federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em
face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
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Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em
única ou última instância, pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito
Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes
vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face
de lei federal;
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja
atribuído outro tribunal.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
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CONSEQUÊNCIAS:
No JEC a última instância é o Colegiado Recursal e
não tribunal  contra os acórdãos por ele
proferidos é admitido apenas o RE. Não cabe o
REsp.
III - julgar, em recurso especial, as causas
decididas, em única ou última instância,
pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão recorrida:
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 Os recursos excepcionais não se prestam para
corrigir injustiça da decisão.
 Ficam adstritos ao reexame da matéria
jurídica.
REQUISITOS COMUNS AO RE E AO REsp
NÃO EXIGIDOS NOS RECURSOS COMUNS
c) QUE NÃO VISEM REDISCUTIR MATÉRIA
DE FATO
Súmula 279 e 454 - STF ; 
Súmula 5 e 7 - STJ
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Em relação a interpretação de cláusula contratual:
Súmula 279 – STF: “Para simples reexame de prova não cabe recurso
extraordinário”.
Data de Aprovação: Sessão Plenária de 13/12/1963
STJ Súmula nº 7 - 28/06/1990 - DJ 03.07.1990 Reexame de Prova -
Recurso Especial: “A pretensão de simples reexame de prova não
enseja recurso especial”.
STJ Súmula nº 5 - 10/05/1990 - DJ 21.05.1990 Interpretação de
Cláusula - Recurso Especial: “A simples interpretação de cláusula
contratual não enseja recurso especial”.
Súmulas do STF e STJ relativas ao cabimento de 
RE e REsp em reexame de matéria de fato:
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 Art. 102,III e 105,III  exigem causas
decididas para cabimento do RE e REsp.
 Só são cabíveis contra decisões
judiciais e não administrativas;
 Que a questão tenha sido suscitada e
decidida nas instâncias ordinárias;
REQUISITOS COMUNS AO RE E AO REsp
NÃO EXIGIDOS NOS RECURSOS COMUNS
d) CAUSAS DECIDIDAS – O PREQUESTIONAMENTO
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1. prequestionamento como manifestação expressa do Tribunal recorrido
sobre questão constitucional ou federal.
 exigência de que a matéria objeto do recurso excepcional seja
previamente decidida pelo órgão julgador a quo.
2. prequestionamento como debate anterior à decisão recorrida.
 o prequestionamento é a manifestação ou provocação das partes,
anterior à decisão recorrida no sentido tornar-se controverso
determinado ponto atinente ao direito federal ou constitucional.
3. prequestionamento como prévio debate acerca do tema de direito
federal ou constitucional, seguido de manifestação expressa do Tribunal
a respeito.
 a configuração jurídica do prequestionamento enquanto pressuposto
específico de admissibilidade dos recursos extraordinários e especial
decorre da oportuna formulação, no momento procedimental adequado,
das questões constitucional ou federal, as quais, ainda, ser ventiladas
na decisão recorrida, podendo-se dizer que há uma soma das duas
correntes anteriormente citadas.
CONCEPÇÕES ACERCA DO PREQUESTIONAMENTO
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PREQUESTIONAMENTO (ANTES)
STF STJ
Basta a oposição dos 
embargos para que a 
questão constitucional 
seja considerada 
prequestionada, ainda que 
não seja efetivamente 
apreciada nos embargos. 
O STF contenta-se com o 
prequestionamento ficto, 
sem apreciação da 
questão constitucional.
(súmula 356 do STF) 
O STJ exige o 
prequestionamento
efetivo, real, isto é, a 
apreciação da questão 
constitucional pelo 
tribunal “a quo”. 
Necessário que as 
instâncias ordinárias 
examinem a questão 
federal, que será objeto 
do recurso especial.
(Súmula 211 do STJ)
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STJ Súmula nº 211
Recurso Especial - Questão não apreciada pelo Tribunal a
quo – Admissibilidade. “Inadmissível recurso especial
quanto à questão que, a despeito da oposição de
embargos declaratórios, não foi apreciada pelo tribunal "a
quo".
STF Súmula nº 356 - 13/12/1963 - Súmula da
Jurisprudência Predominante do Supremo Tribunal
Federal - Anexo ao Regimento Interno. Edição: Imprensa
Nacional, 1964, p. 154. Ponto Omisso da Decisão -
Embargos Declaratórios - Objeto de Recurso
Extraordinário - Requisito do Prequestionamento.“O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram
opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de
recurso extraordinário, por faltar o requisito do
prequestionamento.”
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● Prequestionamento explícito da questão constitucional como pré-
requisito do recurso extraordinário
“Está-se diante de conflito de interesse que tem solução final no âmbito do Tribunal
local. A par desse aspecto, não foram examinados, na origem, os preceitos
constitucionais tidos por violados, padecendo o recurso da ausência do
prequestionamento. Atentem não para o apego à literalidade do verbete nº 356 da
Súmula do Supremo, mas para a razão de ser do prequestionamento e, mais ainda,
para o teor do verbete nº 282 da referida Súmula. O instituto do prequestionamento
significa o debate e a decisão prévios do tema jurídico constante das razões
apresentadas. Se o ato impugnado nada contém sobre o que versado no recurso,
descabe assentar o enquadramento deste no permissivo constitucional. (...) Descabe
articular com a aplicação do artigo 1.025 do Código de Processo Civil de 2015, ante
o momento de formalização do extraordinário, ainda sob regência do anterior diploma
processual.” (AI 671865 AgR, Relator Ministro Marco Aurélio, Redatora do acórdão
Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, julgamento em 14.3.2017, DJe de 12.6.2017)
"Saliento que esta Corte não tem procedido à exegese a 'contrario sensu' da Súmula
STF 356 e, por consequência, somente considera prequestionada a questão
constitucional quando tenha sido enfrentada, de modo expresso, pelo Tribunal 'a
quo'. A mera oposição de embargos declaratórios não basta para tanto." (ARE
707221 AgR, Relatora Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, julgamento em
20.8.2013, DJe de 4.9.2013)
JURISPRUDÊNCIA POSTERIOR AO ENUNCIADO
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● Prequestionamento explícito da questão constitucional como pré-
requisito do recurso extraordinário
"Prequestionamento implícito. Inadmissibilidade. Diz-se prequestionada a matéria
quando a decisão impugnada haja emitido juízo explícito a respeito do tema,
inclusive mencionando o preceito constitucional previamente suscitado nas razões
do recurso submetido à sua apreciação. 3. São ineficazes e tardios os embargos
de declaração opostos para fins de prequestionamento se a questão constitucional
não foi suscitada oportunamente no recurso interposto perante o Tribunal de
origem. Incidência das Súmulas 282 e 356 do STF." (RE 449137 AgR, Relator
Ministro Eros Grau, Segunda Turma, julgamento em 26.2.2008, DJe de 4.4.2008)
"O requisito do prequestionamento assenta no fato de não ser aplicável à fase de
conhecimento do recurso extraordinário o princípio jura novit curia: instrumento de
revisão in jure das decisões proferidas em única ou última instância, o RE não
investe o Supremo de competência para vasculhar o acórdão recorrido, à procura
de uma norma que poderia ser pertinente ao caso, mas da qual não se cogitou.
Daí a necessidade de pronunciamento explícito do Tribunal 'a quo' sobre a questão
suscitada no recurso extraordinário: Sendo o prequestionamento, por definição,
necessariamente explícito, o chamado 'prequestionamento implícito' não é mais do
que uma simples e inconcebível contradição em termos." (AI 253566 AgR, Relator
Ministro Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, julgamento em 15.2.2000, DJ de
3.3.2000)
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PREQUESTIONAMENTO IMPLÍCITO OU EXPLÍCITO
STF STJ
O STF exigia o 
prequestionamento
explícito da matéria 
constitucional. 
Recentemente, não tem 
exigido que o acórdão 
recorrido indique 
expressamente o 
dispositivo constitucional 
violado, bastando o 
exame da tese jurídica, 
ofensiva a CF.
O STJ decidiu pela 
suficiência do 
prequestionamento
implícito, sem 
necessidade da indicação 
do dispositivo legal 
violado.
(STJ, REsp 162.608 SP)
Súmula 282/STF: "É inadmissível o recurso extraordinário, quando não
ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada."
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 A admissibilidade dos recursos é feita pelo
presidente do tribunal recorrido (a quo);
 Admitidos, serão remetidos para o STF ou
STJ;
 Art. 1.030, V, CPC
REQUISITOS COMUNS AO RE E AO REsp
NÃO EXIGIDOS NOS RECURSOS COMUNS
e) Juízo de admissibilidade
Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será
intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os
autos serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que
deverá:
V – realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao Supremo
Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, desde que:
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Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos
na Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-
presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:
I - a exposição do fato e do direito;
II - a demonstração do cabimento do recurso interposto;
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.
REQUISITOS DA P.I. DO RE E REsp
a)exposição do fato e do direito;
b)cabimento do recurso interposto;
c) razões do pedido de reforma ou
de invalidação da decisão
recorrida.
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Quando interposto os dois recursos os
autos serão remetidos ao STJ.
Julgado o Resp, os autos serão remetidos
ao STF.
Caso o relator do Resp considerar
prejudicial o RE, sobrestará o julgamento e
remeterá os autos ao STF,
Art. 1.031, CPC
INTERPOSIÇÃO CONJUNTA DE RE E REsp
Art. 1.031. Na hipótese de interposição conjunta de
recurso extraordinário e recurso especial, os autos
serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.
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PROCEDIMENTO E ADMISSÃO
Interposição
Opostos RE e REsp
Juízo de admissibilidade - fundamentado
art. 1.029
Interposto perante o presidente ou vice-presidente do tribunal a quo.
Não admitidos Agravo nos autos para o STF ou STJ 
JEC  Cabe apenas o RE
Art. 1.042
15 dias
Preclusão consumativa
simultânea
Intimação do recorrido  contrarrazões
Apresentação das contrarrazões
Não atendido
Admitidos
Remessa ao STF 
ou STJ
Juízo de retratação pelo 
tribunal recorrido
julgamento
Art. 1.034, CPC

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