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PRÁTICA SIMULADA II PEÇA 1 - RECLAMAÇÃO TÍCIO[6844]

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PRÁTICA SIMULADA II – TRABALHO
FLÁVIA MARIA DE PAULA XAVIER
PEÇA 1
AO DOUTO JUÍZO DA __ VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE RIO DE JANEIRO-RJ
	TICIO, brasileiro, solteiro, Auxiliar Administrativo, CPF n.º xxx, endereço eletrônico xxxx, RG nº xxxxx, residente e domiciliado na rua ..., nº Bairro:... , CEP:..., São Gonçalo/RJ, vem por intermédio de seu procurador que a este subscreve e com procuração anexa , vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com base no artigo 840, §1º CLT, c/c o art. 319, CPC:
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
	Em desfavor da empresa ALFA LTDA, pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidos:
I. DAS PRELIMINARES
I.I. DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA
	Cumpre salientar que o Reclamante não possui condições financeiras para arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, sob pena de comprometer o próprio sustento e de sua família, requerendo desde já os benefícios da Justiça Gratuita, nos termos do artigo 4º da Lei. Nº 1.060/50 e conforme o artigo 98 do CPC/2015.
I.II. DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA
	O artigo 625-D, § 3º da CLT exige que o Reclamante seja submetido a CCP. Entretanto, a eficácia da referida norma foi suspensa por força das ADIs 2139-7 e 2160-5, o STF declarou inconstitucional a obrigatoriedade de submissão da lide a CCP, razão pela qual o autor recorre diretamente ao Judiciário Trabalhista. Posto isso, requer que seja concebida a presente Reclamação Trabalhista nos termos da fundamentação.
II. DOS FATOS
	Tício, auxiliar administrativo, residente no município de São Gonçalo-RJ, foi contratado pela empresa ALFA LTDA, para trabalhar na filial localizada no Município do Rio de Janeiro-RJ, em 4 de janeiro de 2016. A contratação ocorreu no município de Niterói, local onde está situada a matriz da empresa. Cumpria jornada de trabalho das 8 às 17h, com 1 hora de intervalo para repouso e alimentação. Recebia o salário mensal de R$ 2.000,00 (dois mil reais). Foi imotivadamente dispensado, sem prévio aviso, no dia 26 de janeiro de 2017, ocasião em que nada lhe foi pago a título de verbas resilitórias. Informa que, encontra-se desempregado até o presente momento e que nunca usufruiu férias.
III. DO MÉRITO
III. I. DAS VERBAS RESILITÓRIAS
	Excelência, desde logo, convém registrar que o Reclamante possui o direito de receber as suas verbas resilitórias, não por tão somente terem sido todas elas injustificadamente não pagas, mas, a bem verdade, por tratar de verba alimentícia, faltando então os provimentos as suas mínimas condições de existência. Percebe-se, no caso em tela, que o Sr. Tício foi obstado de receber os valores do aviso prévio (no caso, indenizado), saldo de salário, férias vencidas integrais acrescidas do terço constitucional, o décimo terceiro salário, os depósitos referentes ao fundo de garantia por tempo de serviço (FGTS) com a respectiva multa dos 40% do saldo do aludido fundo.
III.II. DO DANO MORAL
	Por ser, o reclamante, pessoa humilde, e ter o seu salário destinado a subsistência sua e de sua família, o simples fato de o Reclamado atrasar o pagamento das verbas a que tem direito enseja o pagamento de indenização pelos danos sofridos.
Nesse mesmo sentido, colaciono jurisprudências do nosso Egrégio Tribunal Regional do Trabalho:
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. VERBAS RESCISÓRIAS. INADIMPLEMENTO
ACORDAM os Magistrados integrantes da 8ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região: “por maioria, parcialmente vencido o Relator, DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO ORDINÁRIO DO AUTOR para afastar o comando de extinção do processo com resolução do mérito quanto ao pedido "b" formulado na petição inicial e acrescer à condenação o pagamento do valor incontroverso das parcelas rescisórias devidas, com juros e atualização monetária na forma da lei, abatidos os valores já pagos ao mesmo título, além de indenização por dano moral no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais). Valor da condenação acrescido em R$ 3.000,00 (três mil reais), com custas adicionais de R$ 60,00 (sessenta reais).” “...revisando entendimento adotado até então sobre a matéria, passo a considerar que o inadimplemento total das parcelas decorrentes da extinção do contrato de trabalho - caso dos autos - gera a presunção de dano moral indenizável, especialmente pelo fato de o empregado, muitas vezes, contar apenas com esses valores para a manutenção da sua subsistência e de sua família até a obtenção de nova fonte de remuneração. Nesses termos, dou provimento ao recurso para deferir o pedido de indenização por danos morais, arbitrando-a em R$ 3.000,00, tendo em vista o período contratual e o salário percebido.” (TRT da 4ª Região, 2ª Turma, Acórdão do processo 0020499-53.2016.5.04.0019, PARTICIPARAM DO JULGAMENTO: DESEMBARGADOR JOÃO PAULO LUCENA (RELATOR), DESEMBARGADOR LUIZ ALBERTO DE VARGAS E DESEMBARGADORA ANGELA ROSI ALMEIDA CHAPPER.
DANO MORAL. INADIMPLEMENTO DE VERBAS RESCISÓRIAS. MAJORAÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. De acordo com o art. 5º, X, da Constituição da República, a honra e a imagem das pessoas é inviolável, sendo assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. Além disso, nos termos dos arts. 186 e 927 do Código Civil, aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito, ficando obrigado a repará-lo. O não pagamento das verbas rescisórias, as quais possuem natureza eminentemente salarial - por constituírem a última fonte de subsistência do trabalhador, de sua família, e a possibilidade de honrar seus compromissos assumidos, em uma situação de insegurança financeira trazida pelo desemprego, configura ato ilícito apto a ensejar indenização por danos morais presumidos - in re ipsa (decorrentes do próprio fato). (TRT da 4ª Região, 2ª Turma, Processo nº 0020798-07.2017.5.04.0662 (RO), PARTICIPARAM DO JULGAMENTO: DESEMBARGADOR MARCELO JOSÉ FERLIN D AMBROSO (RELATOR), DESEMBARGADORA TÂNIA REGINA SILVA RECKZIEGEL e JUIZ CONVOCADO CARLOS HENRIQUE SELBACH.
III.III. DAS FÉRIAS VENCIDAS EM DOBRO
	O Reclamante tem direito a receber o período incompleto de férias, acrescido do terço constitucional, em conformidade com o artigo 130 e 146, parágrafo único da CLT e artigo 7º, XVII da CF/88.
O parágrafo único do artigo 146 da CLT, prevê o direito do empregado ao período incompleto de férias na proporção de 1/12 por mês trabalhado ou fração superior a 14 dias.
Sendo assim, tendo o contrato iniciado no dia 04/01/2016 e terminado no dia 26/01/2017, o Reclamante faz jus às férias integrais em dobro acrescida do terço constitucional.
III.IV. DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO
	Tendo em vista a inexistência de justa causa para a rescisão do contrato de trabalho, surge para o Reclamante o direito ao aviso prévio indenizado, uma vez que o § 1º do art. 487, da CLT, estabelece que a não concessão de aviso prévio pelo empregador dá direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço.
Dessa forma, o período do aviso prévio indenizado, corresponde a mais 36 dias de tempo de serviço para efeitos de cálculo do 13º salário, férias + 40%.
O Reclamante faz jus, portanto, ao recebimento do Aviso Prévio indenizado.
III. V. DO DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO
	O Reclamante não percebeu o 13º salário integral referente ao seu ano de trabalho, de janeiro de 2016 a janeiro de 2017.
Requer assim, o pagamento do 13º salário integral correspondente ao ano trabalho para o Reclamado, conforme previsão legal dos artigos 7º VIII, CF/88 e artigos 1º e 2º da Lei 4090/62.
III.VI. DA GUIA DO FGTS E A MULTA DE 40%
	O Reclamante não teve seu FGTS recolhido e nem depositado no ato da sua demissão.
Requer-se o recolhimento da guia e a juntada, sob pena de confissão, do comprovante de recolhimento e depósito de FGTS mais 40% do vínculo, de acordo com o art. 818 da CLT cumulado com o art. 333, inciso
II, do CPC.
Requer também a indenização do período não depositado, acrescido da multa pelo atraso no recolhimento, juros e correção monetária, mais multa de 40%, inclusive para fins de cálculo e pagamento das diferenças de férias mais 1/3, 13º salário, parcelas rescisórias, e diferenças postuladas nesta ação conforme artigo 18º da Lei 8036/9
III. VII. DA APLICAÇÃO DA MULTA DISPOSTA NO ARTIGO 477, § 8º, DA CLT
	Excelência, com o devido respeito, mostra-se claramente necessário no caso em tela a aplicação da multa que é exposta no artigo 477, parágrafo 8º da CLT, levando em consideração que o prazo para o pagamento das verbas rescisórias em muito fora desrespeitado pelo empregador, tornando, assim, a premente necessidade de se estabelecer uma punição para aquele que desrespeita a lei. E quando, então, tal desrespeito fere gravemente verbas de natureza alimentícia, mostra-se ainda mais justa a penalidade.
Por fim, pede-se o pagamento no valor total do salário que era de R$2.000,00 (dois mil reais).
IV. DOS PEDIDOS
	Diante do exposto vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência requerer:
Notificação da Reclamada, para que, caso queira, apresente contestação aos termos da presente ação, sob pena de revelia e confissão;
Seja a presente ação reclamatória julgada procedente condenando-se a ré ao pagamento das verbas conforme os pedidos descritos nos respectivos itens no valor de R$xxxxxxxxxxxx;
Pela produção de provas sob todos os meios em direito admitidos, com a juntada dos documentos em anexo, oitiva de testemunhas e realização de perícias técnicas, se necessário;
A concessão da justiça gratuita ao Reclamante;
A condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios ao patrono do autor, à razão de 20% da condenação.
Dar-se-á o valor da causa em R$ xxxxxxxxxxx.
Nestes termos, pede-se deferimento.
Cidade/Data
ADVOGADO
OAB

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