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Tópicos Especiais em Administração Aula 3: Gestão de pessoas orientada para resultados Apresentação Nesta aula, abordaremos a importância do alinhamento da área de Recursos Humanos com a estratégia da organização. Estudaremos o avanço da Tecnologia da Informação e seus impactos na diversi�cação da força de trabalho. Para compreender essas mudanças, examinaremos os baby boomers, a geração X e a geração Y. Em seguida, trataremos a gestão do conhecimento no contexto dos desa�os organizacionais. Conheceremos a criação de ambientes colaborativos, como o coworking e autogerenciamento de equipes. Objetivos Esclarecer os desa�os ambientais para a área de gestão de pessoas, TI, diversi�cação da forma de trabalho e geração Y; Distinguir os desa�os organizacionais para a área de gestão de pessoas, gestão do conhecimento, criação em ambientes colaborativos e autogerenciamento de equipes; Identi�car os desa�os individuais para a área de gestão de pessoas, identi�cação com a empresa, empowerment e retenção de talentos. De recursos humanos para a gestão de pessoas A área de gestão de pessoas evoluiu de acordo com as necessidades das organizações e ganhou importância, na medida em que o pensamento em Administração reconheceu a relevância das pessoas na construção das capacidades organizacionais, fundamentais para a competitividade. O uso da expressão gestão de pessoas implica considerar as pessoas não como recursos da organização, mas valorizá-las na condição de colaboradores das empresas. De acordo com Gil (2019), gestão de pessoas tornou-se a forma preferida para designar tanto a disciplina acadêmica quanto as práticas voltadas à obtenção da cooperação das pessoas no âmbito das organizações. Emprega-se essa expressão, desde que as pessoas sejam reconhecidas pelas organizações como fornecedores de conhecimentos, habilidades, capacidades e principalmente de inteligência. A mudança do nome, por si só, não altera a posição dos trabalhadores na empresa no que se refere às relações de produção. Mas o gestor de pessoas tem que agir no novo contexto social, buscando oportunidades iguais para todos. Conceito de Gestão de pessoas. Fonte Shuttestock Captação de recurso humano. Fonte: Shuttestock A transição da administração de recursos humanos para a gestão de pessoas não constitui tarefa simples. A adoção de um modelo centrado na gestão de pessoas implica também mudanças no status do órgão de pessoal. Nesse novo contexto, o gestor não é mais um funcionário alocado no órgão de pessoal. Gestor de pessoas é qualquer funcionário que, de alguma maneira, tenha encargos relativos a pessoas no âmbito da organização. A atribuição de responsabilidades aos gestores não signi�ca, no entanto, a eliminação de um órgão especí�co para tratar da gestão de pessoas. É necessário que ele se modernize e, para isso, o órgão precisa dispor de uma nova estrutura organizacional, estar preparado para enfrentar vários desa�os e promover sua transição para um novo modelo. Para que essa transição ocorra satisfatoriamente, é necessário que o órgão central de gestão de pessoas altere seu foco e assuma novos papéis, além das principais rotinas do Departamento Pessoal, como contratação, documentos e registros da empresa, salário, remuneração e adicionais, duração do trabalho, folha de pagamento e seus re�exos trabalhistas, 13º salário, férias, rescisão do contrato de trabalho, obrigações trabalhistas, entre outros. 1 Desa�os ambientais Tecnologia da informação O avanço da Tecnologia da Informação (TI) exerce notável impacto nos mais diversos campos da gestão de pessoas. As novas ferramentas de Tecnologia da Informação tornam muito mais simples o processo de aferição das habilidades de seus candidatos. A avaliação dos funcionários, assim como as decisões para promover, manter ou demiti-los, torna-se menos traumática em virtude dos registros mais imparciais e dos sistemas de avaliações de desempenho que podem ser mais objetivamente veri�cados. A TI facilita o processo de treinamento e desenvolvimento dos funcionários, com a utilização de vídeos e de programas de computador. Como esses recursos, o treinamento também pode ser praticado à distância, torna-se menos custoso e pode ser oferecido a um número maior de funcionários, ao mesmo tempo, e com elevado nível de interatividade. Também em decorrência da TI, a comunicação nas empresas �ca muito mais facilitada, já que pode ser fornecida a qualquer tempo e sem as limitações decorrentes da distância. Os gestores podem a qualquer momento comunicar-se com seus subordinados, mesmo que estejam fora de local de trabalho. As reuniões e conferências podem ser realizadas virtualmente, possibilitando a participação de pessoas que di�cilmente poderiam participar de reuniões presenciais. É comum aos funcionários executarem múltiplas tarefas e escolherem horários mais favoráveis, o que pode ser visto como importante contribuição para reduzir os problemas de deslocamento, com grande impacto sobre a produtividade. Além disso, é preciso considerar o impacto que a TI exerce sobre os funcionários, como pausas nas tarefas em decorrência do acesso aos jogos virtuais e às redes sociais. Entretanto, é preocupante a invasão da privacidade, o monitoramento das atividades e a redução das relações interpessoais, em detrimento do relacionamento virtual. Facebook investe US$ 1 bilhão em seu primeiro data center na Ásia Diversi�cação da força de trabalho A força de trabalho, ao longo das últimas décadas, vem passando por uma crescente diversi�cação em termos de gênero, etnia, idade, religião, orientação sexual e condições físicas (GIL, 2019). Essa situação vem provocando mudanças expressivas nas empresas, gerando a necessidade não apenas de compreender, mas de gerenciar a diversidade. As exigências legais relativas à discriminação no trabalho constituem apenas um dos aspectos relativos a essa diversidade. O fato é que nenhuma organização, em um mundo globalizado, consegue sobreviver sem a pluralidade da força de trabalho. Para os gestores de pessoas, a diversidade cultural deve ser entendida como vantagem competitiva. São muitas as vantagens das empresas que promovem a diversi�cação cultural da força de trabalho: 1. Ajustam-se melhor às mudanças decorrentes da globalização; 2. Ampliam sua capacidade de reconhecer e de contratar pessoas com maior amplitude de talentos; 3. Estimulam-se para apoiar o desenvolvimento de novos produtos, serviços e estratégias de mercado; 4. Exercitam a responsabilidade social; 5. Promovem sua imagem e reputação. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Geração Y Quantos anos você tem? Você sabe a qual geração pertence? Adima (2014) explica as gerações e como elas se relacionam. Embora alguns autores discordem sobre o tempo e a duração de cada geração, em geral, no mundo corporativo, são encontradas três faixas: baby boomers, geração X e geração Y. Beatles Clique nos botões para ver as informações. São as pessoas nascidas após a Segunda Guerra Mundial, entre 1945 e 1960. Nos países desenvolvidos, tiveram acesso às universidades e entraram no mercado de trabalho, em recuperação, com uma mentalidade de lealdade e �delidade às organizações. Seus objetivos eram construir carreiras sólidas e preparar a aposentadoria, para que pudessem desfrutar a vida. Assim, permaneciam na mesma organização por toda a vida pro�ssional. Baby boomers Inclui os nascidos entre o começo dos anos 1960 e o início dos anos 1980. Trata-se de uma época de transformações, em que as famílias demoravam mais a se consolidar, as pessoas investiam mais nas carreiras e nas conquistas pessoais, privilegiando o desenvolvimento pro�ssional e pessoal, não a empresa. A �delidade e a lealdade dão lugar à mobilidade e aos interesses próprios. Geração X Inclui os nascidosa partir de 1983, também é conhecida como geração digital e geração milênio. É a geração conectada mundialmente e que vive em redes sociais, é autocon�ante, acredita muito em si mesma e gosta de aventuras e inovações. Relaciona-se com o mundo de maneira diferente das outras gerações, fazendo várias coisas ao mesmo tempo, como ouvir música, conversar e digitar mensagens. Foi criada acreditando que poderia ser o que quisesse e entrou no mercado de trabalho com essa atitude. Geração Y Atividade 1. Quais processos a Tecnologia da Informação pode facilitar? a) Treinamento e desenvolvimento. b) Comunicação. c) Reuniões e conferências. d) Problemas de deslocamento. e) Aumenta a privacidade. 2. Sobre o período de cada geração, assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F): ( ) baby boomers, 1945 e 1960 ( ) geração X, a partir de 1983 ( ) geração Y, 1960 e o início dos anos 1980 a) V; V; V b) V; V; F c) V; F; F d) V; F; V e) F; F; F Desa�os organizacionais Gestão do conhecimento A cada dia surgem máquinas melhores e softwares mais inteligentes. A revolução da informática vem proporcionando com frequência maior troca de operadores por computadores e robôs (GIL, 2019). Como o ritmo de mudança é cada vez mais veloz, logo após a introdução de novas tecnologias já se percebe a necessidade de inovar. Por exemplo, um computador de última geração, ao ser adquirido, já começa a se tornar obsoleto. As mudanças ambientais costumam determinar o aperfeiçoamento tecnológico das máquinas, equipamentos e ferramentas das empresas, bem como, muitas vezes, a transferência da organização para outra localidade ou mesmo a desativação de alguns de seus setores. Além disso, não basta a uma empresa ajustar-se ao ambiente mediante a incorporação de tecnologia. Para as empresas prosperarem, deverão ajustar-se rapidamente ao ritmo de mudança. Para tanto, precisarão de trabalhadores cada vez mais quali�cados. E o conhecimento passa a ser visto como um importante recurso estratégico para as empresas. Geração, armazenamento, disseminação, compartilhamento e gestão do conhecimento tornam-se, portanto, um novo desa�o a ser enfrentado pelas empresas. As organizações são desa�adas a promover a gestão do conhecimento, o que não constitui tarefa simples, visto que este se encontra não apenas em arquivos, mas também em processos e, principalmente, na mente das pessoas. Uma das premissas da gestão do conhecimento é que todo esse conhecimento pertence à organização e, portanto, precisa ser gerenciado. Criação de ambientes colaborativos A colaboração está se tornando cada vez mais importante para a sobrevivência de empresas e pro�ssionais em um mundo que muda cada vez mais rápido, de intensa competição e que exige renovação constante de ideias. Essa preparação passa pelo uso intensivo de redes sociais corporativas, pela instituição de grupos de trabalhos multidisciplinares e pela criação de um sistema de recompensas coletivo. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Saiba mais Assista ao trailer <https://youtu.be/lqgM8ZdAqKo> da série americana Silicon Valley, que mostra como seis pro�ssionais desenvolvedores de softwares conseguiram construir uma carreira brilhante no Vale do Silício, polo do empreendedorismo inovador na Califórnia, Estados Unidos. A história mostra como nasce uma startup, como conseguir investidores para um projeto e como crescer rápido. Nossas habilidades relacionadas ao trabalho apresentam-se em uma pirâmide que tem como base a obediência, seguida pela diligência, pela perícia e encimada pela iniciativa, pela criatividade e pela paixão. O diferencial das pessoas está nas habilidades de iniciativa e criatividade. Iniciativa A iniciativa faz com que o funcionário tome uma ação diante dos problemas. CriatividadeA criatividade faz com que ele questione asregras internas, propondo novas soluções. Essas habilidades, que são as mais difíceis de serem aprendidas em sala de aula, são estimuladas pela colaboração. Assim, cabe à empresa implantar um sistema de gestão colaborativa para aproveitar toda a gama de talentos de seu pessoal, o que requer uma abordagem transformativa em sua cultura, tecnologia e seus processos. Saiba mais Coworking é uma nova forma de pensar o ambiente de trabalho. Seguindo as tendências do freelancing e das start-ups, os coworkings reúnem diariamente milhares de pessoas a �m de trabalhar em um ambiente inspirador. Assista ao vídeo <https://youtu.be/w_H9GaNhONM> . Autogerenciamento de equipes Muitas das organizações mais bem-sucedidas do mundo estão descobrindo que o antigo conceito de um chefe único pode ser efetivamente substituído pelo conceito de equipe. A existência dessas equipes não signi�ca, porém, que as empresas não precisem mais de gerentes ou de líderes. A liderança é um dos principais ingredientes para o funcionamento das equipes. Contudo, são os líderes, e não os chefes, que permitem a autogerência das equipes. Desa�os individuais Identi�cação com a empresa Por meio de processos seletivos, a organização escolhe os funcionários para seu quadro. Em um primeiro momento, a empresa conta com funcionários selecionados quase exclusivamente por seu fundador. Entretanto, com o passar do tempo, o setor de RH assume essa incumbência (MAEMURA; SALA, 2014). O objetivo do processo seletivo é identi�car e contratar pessoas que tenham conhecimentos e habilidades necessários à plena realização das tarefas do cargo. Como critério de desempate, as organizações acabam selecionando as pessoas que parecem ter maior ligação com os valores da organização, e com isso, se adaptem melhor à �loso�a da empresa. Os empregados mais produtivos são os que mais se identi�cam com a cultura da empresa , são os que vestem a camisa. Assim, a empresa necessita desenvolver estratégias para atrair e manter empregados com essas características. 2 O mundo corporativo está de olho nesses pro�ssionais, muitas organizações perdem talentos, que acabam sendo seduzidos por concorrentes com melhores salários e benefícios, mas o que mais seduz um talento é a possibilidade de enfrentar e resolver problemas e desa�os. Empowerment Um desa�o importante, que vem sendo apresentado às empresas, refere-se à redução da dependência dos empregados em relação aos superiores e ao controle individual sobre o trabalho. Sua adoção requer uma verdadeira revolução na organização, pois envolve uma das dimensões mais críticas nas organizações, que é a do poder (GIL, 2019). Empowerment é mais uma palavra adotada do mundo corporativo. Ela signi�ca dar poder a alguém. É a habilidade em permitir que outros assumam as responsabilidades, os riscos e as recompensas associadas à tomada das próprias decisões (ADAMI, 2014). Assim, mais do que delegar tarefas, o empowerment transfere poder, que pode estar ligado a uma escolha, a uma decisão ou a um caminho a seguir. Enquanto alguns gestores não fazem isso por medo de perder o poder, outros, que querem se manter competitivos, entendem o valor de delegar. Muitas vezes, é mais fácil seguir ordens e, quando as coisas dão errado, existe alguém acima para culpar. É a história já conhecida, ele mandou fazer assim ou eu só sigo ordens, e outras desculpas parecidas. No entanto, a estrutura da organização deve estar preparada para a transferência de autonomia para execução de tarefas ou para exercer o poder. Retenção de talentos À medida que se reconheça que o capital intelectual é o principal capital da empresa, é razoável admitir que ela estará cada vez mais sujeita a perder seus empregados para outras empresas. As organizações que empregam alta tecnologia são particularmente sensíveis a esse problema. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online A evasão de talentos pode afetar negativamente os processos de inovação e provocar atrasos no lançamentode novos produtos. Por isso, as empresas são desa�adas a desenvolver mecanismos capazes de amenizar essas defecções. Fica claro, porém, que a evasão de talentos não poderá ser evitada apenas mediante compensação salarial ou oferecimento de benefícios indiretos. É necessário criar condições para que os empregados desejem realmente permanecer na empresa, sintam a contribuição signi�cativa para seu desenvolvimento pro�ssional e pessoal. A globalização também afetou a disputa, o que antes era uma busca local começa a acontecer de maneira mundial. Uma forma de preparação encontrada pelas empresas para essa situação é a criação do banco de talentos. A partir desse banco, as organizações passam a conhecer seus potenciais e suas necessidades e conseguem desenhar planos sucessórios mais realistas. Com o banco criado e alimentado, é possível ter respostas rápidas para o aproveitamento de cada empregado, de acordo com seu potencial, e isso gera impactos nos resultados e na produtividade (ADAMI, 2014). Notas Gestão de pessoas 1 Os maiores desa�os à gestão de recursos humanos são gestão da mudança, desenvolvimento de lideranças, e�cácia organizacional, compensação, recrutamento, sucessão, aprendizagem e desenvolvimento, retenção de pessoal e custo dos benefícios referentes à saúde e ao bem-estar. Culta da empresa 2 Requer-se das empresas muita transparência no estabelecimento das bases de sua política de pessoal. Somente dessa forma poderão dizer que não estão mais administrando recursos, mas pessoas. Referências ADAMI, E. Gestão de talentos. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. GIL, Antonio Carlos. Gestão de pessoas: enfoque nos papéis estratégicos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2019. MAEMURA, M.; SALA, O. Gestão integrada de RH. Rio de Janeiro: SESES, 2014. Próxima aula Conceito de produção mais limpa e ecoe�ciência; Fatores que afetam a adoção de tecnologias mais limpas; Casos práticos de produção mais limpa e ecoe�ciência. Explore mais Assista aos �lmes: APOLLO 13: Do Desastre ao Triunfo. Dir.: Ron Howard. Estados Unidos, 1995. (140min). CAPITÃO PHILLIPS. Dir.: Paul Greengrass. Estados Unidos, 2013. (134min). O RESGATE do soldado Ryan. Dir.: Steven Spielberg. Estados Unidos, 1998. (169min). Leia o texto Gestão e desenvolvimento de carreiras, no livro Gestão de talentos, organizado por Elisabete Adami.
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