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Pedagogia Hospitalar

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� PAGE \* MERGEFORMAT �2�
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DE BELO HORIZONTE
PEDAGOGIA
Antônia Lúcia de Oliveira
Cristiane Martins Guerra
Chistianno Conceição Silva
Daniele Ribeiro Calado
Maria Inês Alves Nascimento
Pedro Luiz Benedito Junior
A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NO ESPAÇO HOSPITALAR
Belo Horizonte
2010
Antônia Lucia de Oliveira
Cristiane Martins Guerra
Chistianno Conceição Silva
Daniele Ribeiro Calado
Maria Inês Alves Nascimento
Pedro Luiz Benedito Junior
A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NO ESPAÇO HOSPITALAR
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Belo Horizonte no curso de Graduação em Pedagogia como requisito parcial para obtenção de título em licenciatura em Pedagogia
Prof.: Orientador: Anderson Marinho Maia
Belo Horizonte
2010
Dedicamos esta pesquisa ao professor Anderson Marinho Maia, nosso orientador por toda disponibilidade de tempo, paciência e dedicação ao trabalho.
 
AGRADECIMENTOS
À Deus, por nos dar a vida e estar sempre conosco.
Aos hospitais (pedagogos), que colaboraram na coleta de dados para a pesquisa.
Aos filhos (as), por compreenderem nossa ausência durante todos esses anos.
Aos irmãos (as), que sempre nos apoiaram.
Aos sobrinhos (as), sempre presentes em nossas vidas renovando nossas energias.
Ao Marido/Esposa, pela compreenção da ausência, por acrescentar razão e beleza aos nossos dias e pela presença constante.
Aos pais, pelo amor, força, amizade e o carinho em nossas vidas.
Aos mestres que contribuíram para nossa formação que nos transmitiu conhecimentos valiosos sempre nos dando apoio e motivação.
As pessoas queridas com quem compartilhamos nosso dia-a-dia.
A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para realização deste trabalho 
“O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso, os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos."
 Rubem Alves 
RESUMO
A presente pesquisa tem por objeto de estudo a intervenção pedagógica no processo de desenvolvimento da criança hospitalizada, mostrando o histórico da inserção da figura do pedagogo em ambiente hospitalar, bem como a importância da atuação desse profissional. A pedagogia hospitalar é um trabalho especializado bastante amplo é uma nova área de atuação para os educadores que visam oferecer apoio educacionais e pedagógicos a crianças e adolescentes internados, com o propósito de dar continuidade aos seus estudos mesmo em período de internação. O profissional que atua na Pedagogia Hospitalar, por meio de diversas atividades pedagógicas, acompanha e intervém no processo de aprendizagem do educando, além de fornecer subsídios para a compreensão do processo de elaboração da doença, explicar procedimentos médicos e auxiliar a criança e o adolescente na adaptação hospitalar, dando oportunidade para que os mesmos possam exercer seus direitos de cidadãos. Neste sentido, a intervenção pedagógica pode proporcionar à criança não só momentos de aprendizagem como também a minimização dos efeitos da hospitalização, possibilita também ao pedagogo o desenvolvimento de habilidades de relacionamento interpessoal e a construção de uma prática pedagógica diferenciada mais voltada à questão lúdica em função das próprias limitações que a doença impõe. Chegou-se à conclusão que o pedagogo é o mediador e essencial nesse contexto, visto que ele manterá aquecido ou recuperará sentimentos de amor próprio, auto-estima, aceitação, segurança e valorização da vida do paciente, suas ações contribuirão de forma ímpar para o atendimento integral à criança hospitalizada rumo à constante socialização. 
Palavras-chave: Pedagogia Hospitalar. Pedagogo Hospitalar. Criança e adolescente hospitalizados.
LISTAS DE QUADRO
Quadro 1 – Fale um pouco da sua formação	29
Quadro 2 – O que o (a) motivou a optar por está área? E quando tempo você atua como 
pedagogo hospitalar?.......................................................................................................	30�
Quadro 3 – Você está sempre se capacitando para melhorar seu desempenho profissional. Como?.........................................................................................................	30
Quadro 4 – Como você vê o processo de ensino-aprendizagem da criança hospitalizada....................................................................................................................	31
Quadro 5 – Fale um pouco das alternativas pedagógicas ou estratégicas são desenvolvidas para realizar um trabalho com uma criança hospitalizada	32
Quadro 6 – Fale um pouco sobre como é o atendimento na classe hospitalar ou a criança hospitalizada	33
29Quadro 7 – Você tem conhecimento do diagnóstico da criança que frequenta a classe hospitalar? E quais diagnósticos são mais comuns?........................................................	�
Quadro 8 – Qual é a importância do atendimento pedagógico hospitalar? E como ela contribui para o desenvolvimento do paciente enfermo?................................................	34
Quadro 9 – Como são trabalhadas a interdisciplinaridade ou a interação entre a equipe de saúde e educação? 	35
Quadro 10 – Qual a sua expectativa em relação ao ensino fornecido à criança hospitaliza?	36
Quadro 11 – Você visualiza melhora nas crianças que são atendidas pelo pedagogo hospitalar?	37
Quadro 12 – Você percebe alguma melhora no quadro de saúde das crianças que atende?	38�
Quadro 13 – As crianças gostam do que aprendem.  E como aprendem?	38
Quadro 14- Qual a importância do atendimento pedagógico para a socialização da criança hospitalizada?	40
Quadro 15- Relate um caso ou experiência vivenciada com alguma criança no hospital	41
SUMÁRIO
91 INTRODUÇÃO	�
122 REFERENCIAL TEÓRICO	�
122.1 Pedagogia Hospitalar e seu contexto	�
142.2 Enfoques educativos	�
142.2.1 Enfoque formativo	�
152.2.2 Enfoque instrutivo	�
162.3 Bases legais da Pedagogia Hospitalar	�
182.3.1 Demais leis perminentes	�
192.4 A criança no contexto hospitalar	�
212.5 As rupturas impostas pela hospitalização	�
222.6 Teoria e prática do pedagogo hospitalar	�
232.7 A prática pedagógica em contexto hospitalar	�
253 METODOLOGIA	�
294 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS	�
435 CONSIDERAÇÕES FINAIS	�
45REFERÊNCIAS	�
47APÊNDICE A - Questionário para efeito de pesquisa Monográfica	�
49APÊNDICE B - Roteiro de Entrevista	�
51ANEXO 1- Carta de solicitação de visita aos hospitais para pesquisa de Monografia	�
52ANEXO 2- Sobre a classe hospitalar do Hospital Infantil Candido Fontoura	�
�
1 INTRODUÇÃO
A pedagogia hospitalar é um trabalho especializado bastante amplo que não se reduz à escolarização da criança hospitalizada, afirma Fontes (2005), o seu objetivo além de acompanhar a criança no seu processo cognitivo é também de oferecer à essas crianças um certo conforto emocional e levar a elas compreenderem seu cotidiano hospitalar, através de práticas e estratégias da pedagogia hospitalar.
O Profissional que atua na Pedagogia Hospitalar, tem formação de educador. O pedagogo será mediador com diversas atividades pedagógicas, ele irá acompanhar o processo de ensino e aprendizagem do educando uma vez que o aspecto cognitivo relaciona-se o tempo todo com o emocional e com saúde. 
Wolf (2010) cita que a, Pedagogia Hospitalar também busca oferecer assessoria e atendimento emocional e humanístico tanto para o paciente (criança/jovem)como para o familiar (pai/mãe /responsável), o pedagogo irá assegurar a valorização da vida do paciente dando oportunidade para que os mesmos possam exercer seus direitos de cidadãos. A criança por sua vez ao compreender a causa e sintomas de sua doença, pode controlar melhor sua ansiedade e isto dentro de um quadro clínico contribui para a saúde.
Segundo Baldez (2005), a Pedagogia Hospitalar situa-se na modalidade da Educação Especial, basicamente divide-se em três modalidades: Classe hospitalar, Brinquedoteca e Recreação hospitalar.
Classe Hospitalar – Refere-se à escola no ambiente hospitalar na circunstancia de internação temporária ou permanente, garantindo o vínculo com a escola e/ou favorecendo o seu ingresso ou retorno ao seu grupo escolar correspondente.
Brinquedoteca – Brincar é muito importante para a criança, pois é por meio desta ação que ela usufrua de plenas oportunidades que possibilita desenvolver novas competências e aprender sobre o mundo, sobre as pessoas, e sobre si mesma. A brinquedoteca socializa o brinquedo, resgata brincadeiras tradicionais é o espaço onde está assegurado a criança o direito de brincar. 
Recreação Hospitalar – Atividade que oferece a oportunidade da criança brincar, mas brincar não se limita somente ao contato ou interação com o objeto brinquedo, fundamental é constituir a possibilidade de uma atividade que pode ser realizada em um espaço interno ou externo. (BALDEZ, 2005. s.p)
Sendo assim as três modalidades contribuem para o trabalho do pedagogo no processo de aprendizagem da criança hospitalizada.
Fontes (2005) destaca que o pedagogo desenvolve com as crianças hospitalizadas atividades lúdicas de reconhecimento do espaço, de sua doença e de si própria, durante o período de internação no sentido de tranquiliza-lá acerca do ambiente hospitalar.
A presente pesquisa terá como tema central a Pedagogia Hospitalar, visando em princípio como recorte do tema abordaremos atuação do pedagogo na classe hospitalar como modalidade de ensino em educação especial. Segundo Andrade (2009), o surgimento da Classe Hospitalar no Brasil e em alguns países de grande desenvolvimento industrial e econômico, foi com a intenção e preocupação de atender as crianças hospitalizadas. 
Devido ao grande número de crianças atingidas pela 1ª Guerra Mundial surgiu a necessidade da escola dentro dos hospitais e somente com a ajuda de religiosos e voluntários que essa escola teve espaço na sociedade. No Brasil o primeiro hospital a desenvolver atividades escolares foi o Hospital Municipal de Jesus em 1950, com a classe hospitalar (ANDRADE, 2009).
Mas foi somente com a publicação do Estatuto da Criança e do Adolescente na resolução nº 41 de outubro de 1995, que em seu item 9, qual preconiza: “Direito a desfrutar de alguma forma de recreação, programa de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar, durante sua permanência hospitalar” (BRASIL, 1995).
A Pedagogia Hospitalar é um dos campos de atuação do pedagogo fora dos limites da escola, levando – o para diferentes lugares onde a educação se faz necessária e ao mesmo tempo exigindo dele maior preparo e melhor formação. Através do trabalho do pedagogo na instituição hospitalar, surge a possibilidade de oferecer um acompanhamento pedagógico aos pacientes pediátricos internados, e que de alguma forma se encontram fora do convívio social da escola. A abordagem desse trabalho se dará com o intuito de conhecer a maneira que a educação através do pedagogo é trabalhada dentro da classe hospitalar. 
Provavelmente a atuação do pedagogo na área hospitalar com crianças hospitalizadas consegue sanar em grande parte a deficiência de ensino-aprendizagem, principalmente na defasagem do convívio social imposto pela internação. Diversas questões se fazem presentes para melhor compreendemos a Pedagogia Hospitalar, os procedimentos que são comuns aos processos de ensino-aprendizagem regular ficam comprometidos quando as crianças estão hospitalizadas. Surge então a Pedagogia Hospitalar no intuito de compensar, esses procedimentos de ensino-aprendizagem. Por isso, a problematização do tema é: qual o papel do pedagogo no espaço hospitalar?
A proposta inicial de problematização do grupo estava voltada para classe hospitalar, porém devido aos processos burocráticos (Código de Ética dos hospitais) não foi autorizado a pesquisa dentro das classes hospitalares, assim transferiu–se o foco da pesquisa para atuação do pedagogo no processo de ensino-aprendizagem das crianças hospitalizadas. A partir de então pretende-se com a pesquisa:
Descrever e analisar a prática pedagógica em hospital, bem como o atendimento educacional, apontando suas conquistas e dificuldades.
Compreender o papel do pedagogo hospitalar e analisar a forma de atuação desse profissional dentro do espaço hospitalar.
Analisar os métodos e as práticas pedagógicas são utilizadas pelo pedagogo na estrutura hospitalar.
O presente estudo está estruturado em quatro partes: Sendo o primeiro capítulo a introdução, onde foi abordado dados da pesquisa: objetivos, problematização e hipótese. No segundo capítulo foi tratado o referencial teórico na qual está organizado os temas relacionados ao contexto hospitalar. No capítulo, três apresentaremos a metodologia de investigação caracterizada pela abordagem qualitativa e a descrição das etapas de desenvolvimentos dos dados coletados. No quarto capítulo foi apresentada a análise de dados da pesquisa e no quinto capítulo será realizado as considerações finais do grupo e por último apresentaremos as referências, apêndices e os anexos da pesquisa.
Enfim, pretendemos com nossos esforços fazer com que o pedagogo hospitalar seja reconhecido por todos os envolvidos no ambiente hospitalar e pelo os profissionais da educação. 
2 REFERENCIAL TEÓRICO
 2.1 Pedagogia Hospitalar e seu contexto
Para Lopes (2007), o ambiente hospitalar é um centro de referência e tratamento de saúde, que acaba por gerar um ambiente muitas vezes de dor, sofrimento e morte, rompendo o laços de vida social de crianças e adolescentes internados, surge a necessidade da atuação do pedagogo no ambiente Hospitalar. O atendimento pedagógico em ambiente hospitalar é reconhecido pela legislação brasileira como direito da continuidade de escolarização aquelas crianças e adolescentes que se encontrem hospitalizados (CNDCA - Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente,1995 apud LOPES, 2007).
Gil e Moraes (2005) citam que a data da ação pedagógica no hospital deve contribuir para que os alunos hospitalizados consigam realizar em cada etapa de desenvolvimento suas aprendizagens constituindo-se em um importante apoio educativo, ou seja a Pedagogia Hospitalar oferece assessoria ao desenvolvimento emocional e cognitivo da criança e adolescente hospitalizado é mais um recurso contributivo à cura. Matos e Mugiatti (2008, p. 37) realçam que “A Pedagogia hospitalar é um processo alternativo de educação continuada que ultrapassa o contexto formal da escola, pois levanta parâmetros para o atendimento de necessidades especiais transitórias do educando, em ambiente hospitalar e/ou domiciliar”. 
De acordo com Baldez (2005) a Pedagogia é um campo de atuação da educação que lida com o processo de construção do conhecimento, e que o profissional dessa área é o mais apto a mediar e nortear a educação, que por sua vez é guiada pela fixação de regras que só se colocam por conta da existência de objetivos educacionais. 
Entendemos que no ambiente hospitalar a criança juntamente com o apoio pedagógico minimiza e contribui para o processo de (re)inclusão dessas crianças ao ambiente escolar. Ao mesmo tempo esse trabalho pedagógico promove bem estar e resgate da auto-estima da criança.
Segundo Matos e Mugiatti (2008),a pedagogia hospitalar pretende com a prática do pedagogo apoiar a criança hospitalizada, sendo assim oferece à criança hospitalizada a valorização de seus direitos à educação e à saúde comotambém ao espaço que lhe devido como cidadão.
Com a necessidade de uma prática pedagógica nos hospitais, é necessário um saber voltado ao contexto hospitalar, onde os processos de ensino-aprendizagem se fazem presentes, justificando por sua vez a pedagogia hospitalar. Para as autoras Matos e Mugiatti (2008), a construção do saber implica necessariedade, na comunicação entre professores e alunos. A exploração, o diagnóstico e tratamento da criança hospitalizada exigem, de forma efetiva, a comunicação entre a equipe de saúde e as crianças hospitalizadas. Ambos os tipos de comunicação não se sobrepõem, pois têm perfis e características muitos diferentes de acordo com suas finalidades e funções a que se dirigem, por meio de cada uma das seletivas atividades que se integram em suas respectivas profissões.
Uma vez inserido no contexto hospitalar, com a necessidade de desenvolver o trabalho como educador, tendo que relacionar-se com profissionais de diversas áreas, fundamentais à recuperação da criança, o pedagogo hospitalar encontrará diversos interlocutores, com processos comunicativos diversos (aluno, equipe médica, familiares). Assim, deverá lançar mão de uma proposta da pedagogia hospitalar realizada sob uma ótica educacional, fundamentada numa perspectiva multi/ inter/ transdisciplinar e comprometida com uma abordagem inovadora
Desta forma privilegiará a atuação integrada dos diversos profissionais da área de saúde, educação e demais profissionais que se proponham ao desempenho cada vez mais qualificado desta nobre tarefa.
Matos e Mugiatti (2008, p.37) salienta:
Multidisciplinaridade: corresponde aos diversos saberes conferidos em ambiente hospitalar, como sensível resposta à promoção da vida com saúde, para onde convergem as diversas ciências em prol da vida com mais qualidade. Interdisciplinaridade: Assenta-se na integração e na inter-relação de profissionais inseridos em contexto hospitalar. Transdisciplinaridade: Transcende a própria ciência, busca o vislumbre além-corpo, não se concentrando tão somente em aspectos físicos e biológicos, mas em outros tantos olhares que vêm revestidos, em essência, de valores e humanização, com afeto, envolvimento, doação, magia, entre outros atributos essenciais a tantos que permeiam este espaço vital.
No ângulo de possibilidades “Cabe destacar que a doença não pode ser vista como fator de descontinuidade ao processo de educação formal da criança em idade de escolarização, respeitadas as singularidades de cada caso específico, no contexto essencial em que está inserida, ainda que provisoriamente” (MATOS; MUGIATTI, 2008, p. 30).
Para Matos e Mugiatti (2008), historiar e explorar a potencialidade de uma criança hospitalizada nada mais é do que se comunicar com ela. Sem essa comunicação qualquer paciente não será seguro. Os tipos de comunicação que se utilizam para esta construção na maioria das vezes são a comunicação verbal, não-verbal e escrita. A primeira delas é mais frequente no sistema de ensino. A comunicação verbal entre professor e alunos, está privilegiada, seja pelo seu valor da presença física entre eles ou pelo discurso. 
Para ampliar a pedagogia hospitalar há questões imprescindíveis que fundamentam em enfoques a intervenção do pedagogo, sob um eixo técnico, social e ético.
2.2 Enfoques educativos
2.2.1 Enfoque formativo
Para Matos e Mugiatti (2008), o princípio próprio do enfoque formativo aglutina os princípios gerais da educação: o princípio da autonomia, cujo fundamento é liberdade de seu uso adequado. A liberdade é como, com efeito, o centro da educação da pessoa. Autonomia, autogoverno e exercício da liberdade que levem à tomada de decisões, elaboração, execução e manutenção do projeto de vida pessoal.
Mediante a comunicação interpessoal, o pedagogo, como os demais elementos das equipes, com realce ao assistente social, também interage com o enfermo/hospitalizado, criando uma atitude reforço para que este não se deixe abalar diante de sua enfermidade ou que o levou ao internamento em contexto hospitalar, bem como reforçamento a sua capacidade de autonomia, no processo de aprendizagem. (MATOS; MUGIATTI, 2008).
Tal natureza de ajuda encaminha - se especialmente à auto-ajuda, que deve ser meta de toda ação educativa. Essa ajuda se faz essencial para que o sujeito ajudado, revigorado em sua autonomia, prossiga tomando decisões fecundas, tanto em relação à pessoa quanto a manutenção de uma atitude de esforço, de luta e de otimismo para a vida presente e para um possível futuro mais confortável e atraente (MATOS; MUGIATTI, 2008).
2.2.2 Enfoque instrutivo
O enfoque instrutivo da ação pedagógica, nos hospitais pediátricos, nasce de uma convicção de que o doente hospitalizado, em idade escolar, não deve interromper seu processo de aprendizagem no seu trajeto escolar. Trata-se de propiciar à criança, a continuidade de sua caminhada escolar, sem riscos da repetência; ou que interrompam o ritmo de sua aprendizagem dificultando, mais tarde, a recuperação. (MATOS; MUGIATTI, 2008).
A necessidade de continuidade, exigida pelo processo de escolarização, tem conseqüências práticas em curto prazo, como o de encontrar um sentido para a própria vida.
Os procedimentos para organizar o ensino no contexto hospitalar são muitos diversificados: desde o estabelecimento de sistemas escolares na instituição hospitalar até a constituição de hospitais escola , nos quais cabe perfeitamente a atividade docente programada previamente, para cuja realização os órgãos públicos (educação e saúde) devem destinar os recursos necessários, tanto humano como materiais. (MATOS; MUGIATTI, 2008).
Quanto a realização das atividades peculiares ao enfoque instrutivo, pode se dizer que elas se ajustam aos requisitos de todo ensino bem planejado. Os princípios educativos de maior relevância são os da individualização e da socialização. (MATOS; MUGIATTI, 2008).
O enfoque formativo e o instrutivo fundem-se assim, chamando enfoque educativo.
2.3 Bases legais da Pedagogia Hospitalar
O pedagogo trabalhando na classe hospitalar tornou–se primordial devido às transformações da sociedade, e para atender pessoas em fase de escolarização sejam crianças ou adolescentes que algum dia tiveram sua vida interrompida para tratar de alguma enfermidade. Os Estados e os Municípios tentam se adequar as normas e leis nacionais para atender o que a lei lhes impõem. Tem-se tentado valorizar o pedagogo na sua atuação de profissional dentro dos hospitais lhe assegurando garantias e deveres para sua prática de educar em ambiente hospitalar. Na atualidade o número de pedagogos atuando nas classes hospitalares no país é muito pequeno devido à demanda ser muito maior que a realidade dos hospitais do país.
A legislação brasileira traz alguns requisitos e garantias para pessoas terem acesso a sua continuidade na sua educação, conforme o exposto na lei maior que rege o nosso país, a Constituição Federal de 1988, mais precisamente no Título VIII – Da Ordem Social, Capítulo III – Da Educação, da Cultura e do Desporto, Seção I, artigo 205 afirma estas garantias:
A educação é direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL 1988, p.148).
A educação é um direito para todos os cidadãos brasileiros independente de raça, cor ou classe social. Diante do exposto todas as crianças e adolescentes que estão hospitalizados têm esse direito garantido por lei. A lei de diretrizes e bases da educação nacional (LDB) cita em seu titulo III, artigo 4º, inciso III e no capitulo V, Da educação especial, artigo 58, § 2º que “O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular” (Brasil,1996, p.21).
De acordo com a lei acima, conclui-se que, se o estudante não puder frequentar classes de ensino comuns deve-se ter atendimento nos hospitais de acordo com suas limitações, sendo assim, se ele não pode ir até a escola, a escola tem que ir até ele.
A Lei de Diretrizes e Bases na sua construção da redação é o mesmo que cita a Constituição Federal. Porém, a LDB detalha de como a educação deve ser realizada. Demonstra que é um direito de qualquer criança e adolescente que estejam hospitalizadas também devem ter garantido esse direito. 
A esse respeito, Biscaro (2009) no seu artigo lembra algumas leis e decretos, conforme a Lei nº 1.044/69 (que dispõe sobre tratamento excepcional para alunos portadores de afecções, em suas residências) e a Lei nº 6.202/75 (que discorre sobre exercícios domiciliares às estudantes gestantes), mas nada específico para as classes hospitalares.
Na realidade brasileira, somente na década de 90 foram criadas e aplicadas leis inerentes a classe hospitalar, para atender de maneira específica esta necessidade, que anteriormente eram regidas apenas pela Constituição Federal de 1988 e pela LDB 9.394/96, apenas com base na idéia de que a educação é para todos.
Atualmente, com a redação destas novas normas jurídicas a classe hospitalar é reconhecida oficialmente, mas, não é conhecimentos da população, o que faz com que muitas crianças e adolescentes afastem-se da escola durante o período de hospitalização.
Essas leis visam a proteger a infância e a juventude, sendo um instrumento de tentar garantir uma sociedade mais justa.
A classe hospitalar está inserida na LDB 9.394/96 como educação especial, em uma visão de educação inclusiva. Atualmente, incluem-se alunos com necessidades educacionais especiais os deficientes mentais, auditivos, físicos, com deficiências motoras e múltiplas, síndromes no geral e os que apresentam dificuldades cognitivas, psicomotoras e de comportamento, além daqueles alunos que estão impossibilitados de freqüentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar ou atendimento ambulatorial.
A publicação do Ministério da Educação (MEC) mais recente referente à classe hospitalar e ao atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações e tem como orientações:
Tem direito ao atendimento escolar os alunos do ensino básico internados em hospital, em sérvios ambulatoriais de atenção integral à saúde ou em domicilio; alunos que estão impossibilitados de freqüentar a escola por razões de proteção à saúde ou segurança abrigados em casas de apoio, casas de passagem, casas-lar e residências terapêuticas. (BRASIL, 2001, p.5).
Para os alunos nessas condições, os órgãos responsáveis devem oferecer alternativas para que eles continuem estudando até que estejam aptos a retornarem a escola.
2.3.1 Demais leis perminentes
O Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999 regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências, tendo como ponto principal da lei o artigo 24, inciso V que versa sobre 
O oferecimento obrigatório dos serviços de educação especial ao educando portador de deficiência em unidades hospitalares e congêneres nas quais esteja internado por prazo igual ou superior a um ano. (BRASIL 1989, p.7).
No entanto, às leis criadas nem sempre são cumpridas, às vezes, pelo não conhecimento das crianças e adolescentes que estão internados e de seus familiares, ou por omissão e negligência dos órgãos Estatais responsáveis. 
A resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de fevereiro de 2001 em seu Art. 13 §§ 1º 2º estabelece orientações básicas para o atendimento hospitalar:
Os sistemas de ensino, mediante ação integrada com os sistemas de saúde, devem organizar o atendimento educacional especializado a alunos impossibilitados de freqüentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência prolongada em domicílio. (BRASIL 2001, p.4).
As classes hospitalares e o atendimento em ambiente domiciliar devem dar continuidade ao processo de desenvolvimento e ao processo de aprendizagem de alunos matriculados em escolas da Educação Básica, contribuindo para seu retorno e reintegração ao grupo escolar, e desenvolver currículo flexibilizado com crianças, jovens e adultos não matriculados no sistema educacional local, facilitando seu posterior acesso à escola regular.
A certificação de frequência deve ser realizada com base no relatório elaborado pelo professor especializado que atende o aluno. Podemos observar que de acordo com a resolução acima, os alunos que já estão matriculados nas escolas, devem dar continuidade ao ensino, mesmo que estiverem hospitalizados.
Diante do contexto da pedagogia hospitalar afirma-se que:
Desde então, ficou definido que "os sistemas de ensino, mediante ação integrada com os sistemas de saúde, devem organizar o atendimento educacional especializado a alunos impossibilitados de frequentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência prolongada em domicílio. (MEDEIROS, 2009, p. 31).
As leis se tornaram uma ferramenta primordial para a manutenção da educação em classes hospitalares, sendo eficaz ou não, mas, todavia uma garantia que poderá ajudar tantas pessoas em dificuldades em algum momento de sua vida. 
2.4 A criança no contexto hospitalar
De acordo Dias et al (2005, p. 01) “o significado de criança e adolescente vem sendo transformado ao longo dos anos devido às transformações sociais, econômicas, políticas e culturais”. Ariés (1986) afirma que o cuidado e o amor às crianças são práticas relativamente recentes, uma vez que somente a partir do século XVIII é que a criança passou a ser reconhecida com características próprias de acordo com seu estágio de crescimento e desenvolvimento.
Para Silva (2007 p. 171), “no cuidado com a infância, a relação entre pediatra e responsáveis e/ou família está mais estreita o que permite ao profissional buscar, nesse núcleo, o cumprimento das orientações e prescrições médicas”. Para o mesmo autor, a pediatria tem se ocupado, dentre outras, da tarefa de cuidar da “saúde do escolar”, ou seja, de todas as crianças que se encontram em idade escolar. Dessa forma, ocorre uma inter-relação entre o responsável médico e os núcleos de convivência mais importantes para a criança, quais sejam, a família e a escola.
Embora as crianças sejam cuidadas e tratadas, em geral, fora da lógica hospitalocêntrica, muitas vezes, sua internação torna-se necessária. Assim, os pacientes pediátricos que recebem indicação para internação hospitalar apresentam quadros clínicos mais graves, uma vez que as patologias de menor gravidade são tratadas, na maioria dos casos, em regime ambulatorial. 
Nessa situação, argumenta Giamberardino (2007, p. 205), “o hospital [...] deve apresentar características apropriadas para essa clientela”. Além disso, o atendimento não deve se limitar ao paciente, pois é fundamental que haja o relacionamento com os familiares visando ao cuidado e ao conforto da criança, a fim de minimizar sofrimentos e permitir adequação do diagnóstico e do tratamento.
O objetivo de atingir o restabelecimento da saúde dos pacientes deve ser orientado para um atendimento integral à pessoa, “individualizando a atenção a suas necessidades, sendo esse cuidado realizado por uma equipe multidisciplinar”. (GIAMBERARDINO, 2007, p. 206).
Nessa perspectiva, o paciente hospitalizado deve ser considerado sujeito de direitos, levando-se em consideração condições nutricionais e de acompanhamento dos aspectos psicológicos, emocionais e do nível de inclusão objetivando oportunidades de educação e cultura.
A internação hospitalar implica um distanciamento do cotidiano familiar e social e um afastamento do domicílio,o que ocasiona angústia e sofrimento, resultando, em alguns casos, em elevado custo social, emocional e econômico. Além disso, em muitos casos, a doença e/ou a internação despertam o medo e a fantasia a respeito da morte. Dentro desse contexto, a hospitalização pode gerar um impacto negativo sobre o desenvolvimento físico e emocional da criança. Dessa forma, a internação hospitalar deve ser norteada por critérios objetivos, visando à recuperação da criança sem expô-la a outros riscos.
Segundo Vitorino, Linhares e Minardi (2005), para que a criança se desenvolva de maneira sadia e plena, é indispensável que se criem condições adequadas, possibilitando a mesma oportunidades de aprender e brincar. Porém, no momento em que a criança se encontra hospitalizada, essas oportunidades tornam-se restritas. Diante desse quadro, a criança passa a enfrentar grandes desafios no seu processo de desenvolvimento, pois, antes da internação, vivia em um contexto no qual era ser atuante e livre e, agora, “presa” a um leito hospitalar, resta distante de seus parentes, amigos e objetos pessoais. A hospitalização interfere, portanto, nas dimensões emocionais, cognitivas e motivacionais da criança, afetando-a física, social e psiquicamente.
2.5 As rupturas impostas pela hospitalização 
De acordo com Othero (2006), a hospitalização e o adoecimento infantil geram grandes rupturas no cotidiano da criança e de seus familiares. Durante o período de internação, a criança afasta-se do lar, da escola, dos familiares e dos amigos, deixando de realizar atividades rotineiras e cotidianas que eram habituais para elas. A família, por sua vez, também sofre mudanças de acordo com as demandas e necessidades da criança hospitalizada. 
A hospitalização pode afetar o desenvolvimento da criança e interferir na sua qualidade de vida. A criança hospitalizada acaba encontrando dificuldades na sua vida social e familiar como, por exemplo, distanciamento das amizades, ausências escolares, privação de atividades lúdicas e interações com pessoas estranhas a seu mundo, situações que até então não faziam parte da sua vida e que agora se fazem presentes.
Segundo Pazziani (2009), a hospitalização de uma criança significa um momento de sofrimento permeado por sentimentos de medo, ansiedade, insegurança e até depressão. Essas experiências são acompanhadas de perto por sua família. As rupturas que provoca no desenvolvimento infantil podem se configurar como uma experiência traumatizante para ela.
No momento em que a criança adoece, todos os que têm envolvimento com ela passam a vivenciar a mesma situação de apreensão e dor. Em muitos casos, a criança necessita de um tempo considerável de hospitalização, tanto para procedimentos, intervenções e ou recuperação, de forma que o seu cotidiano passa a ser organizado de acordo com o tratamento. Sob essa perspectiva, é importante que o período de hospitalização seja, apesar da situação vivida e das intercorrências ocasionadas, um momento em que a criança seja bem acolhida, rodeada por profissionais que forneçam, além de melhores condições de saúde, apoio, acolhimento e escuta.
As implicações de uma hospitalização precisam ser repensadas com o objetivo de se mapearem possibilidades de desenvolvimento de trabalhos que promovam a humanização do período de adoecimento e de hospitalização. Por isso, torna-se imprescindível promover um ambiente que ajude as crianças hospitalizadas a enfrentar as dificuldades da hospitalização e da doença. 
2.6 Teoria e prática do pedagogo hospitalar
Com o propósito de realizar uma educação continuada, cabe ao educador proporcionar atividades alternadas de acordo com a capacitação diária do paciente, ora educativo-escolares, ora lúdico-educativas.
As propostas educativo-escolares correspondem ao cumprimento de conteúdos formais de educação básica, que são enviadas pelas escolas de origem das crianças internas. Este processo de aprendizagem é realizado gradativamente. Não existe a cobrança rígida e formal da escola, pois o aluno neste momento encontra-se debilitado, por isso que tem que partir dele próprio a vontade de participar das aulas (MATOS;MUGIATTI, 2008).
Já as propostas lúdico-educativas são uma mistura do conhecer-brincar-conhecer, onde utiliza-se os jogos coletivos, contos,caça-palavras,teatros e música, aqui o educador consegue trabalhar seus objetivos através da ludicidade. 
Esse processo de aprendizagem é baseado num ato de companheirismo, trocas e marcada fortemente pelas relações afetivas entre o educador e o paciente, atribuindo à criança uma forma de incentivo para que ela não desista da luta pela saúde e se mantenha esperançosa em sua capacidade de recuperação (MATOS;MUGIATTI, 2008).
É de inteira responsabilidade do educador, inventar e reinventar formas estratégicas para desafiar o enfermo quanto à continuidade dos seus trabalhos escolares, já que muitas vezes depara-se com a falta de auto-estima, auto-confiança e  auto-imagem, sendo ocasionado pelo conflito de imagem da própria criança, no qual este é um sério empecilho para a socialização da mesma. São inúmeras as inseguranças dos pacientes, pois junto à hospitalização carrega-se a dor, o desconforto e o medo, entretanto a atuação pedagógica consegue recuperar os momentos que pareciam estar perdidos, como o estudar e o brincar. (MATOS;MUGIATTI, 2008)
Dependendo da doença que a criança está tratando, são usados inúmeros medicamentos que podem vir a ocasionar sérios problemas de regressão no sistema nervoso central, atingindo a memória, concentração, atenção, coordenação motora fina, linguagem e inteligência, afetando assim a aprendizagem.
2.7 A prática pedagógica em contexto hospitalar
Ao educador, como participante da equipe de saúde não cabe, assim, postura estanque. Construir conhecimentos para abrir novos horizontes significa navegar em águas turbulentas, em que o timoneiro, atento, vive a mutabilidade do fazer e do agir continuamente, tendo em vista as múltiplas possibilidades que emergem e o desafiam em todo momento. (MATOS; MUGIATTI, 2008).
Desta forma, não se pode conceber que o educador fique em compasso de espera, como simples espectador dos fatos. Cabe a ele, sim, descruzar os braços e agir, fazer acontecer, tornando – se um agente de mudanças na produção do conhecimento.
A hospitalização escolarizada se constitui num espaço temporal diferenciado, em que as condições de aprendizagem fogem a rotina escolar e o aluno é uma criança hospitalizada. A condição de aprendizagem, em situação que difere no cotidiano de uma escola formal, requer uma visão mais ampla do profissional, demandando práticas pedagógicas que superem a ortodoxia dos processos atuais. Essa prática deve distanciar se do cartesianismo que por sua vez, rompe com a unidade corpo e mente.
O pedagogo hospitalar deve desenvolver habilidade para exercer suas atividades em sistemas integrados, em que as relações multi/ inter/ transdisciplinares devem ser estreitas. Tal condição requer um fazer e um agir que não devem estar vinculados a processos a processos estanques, deixando o educador livre para desenvolver e criticar a sua ação pedagógica, a fim de fazê-la reflexiva e transformadora da realidade que envolve o escolar atendido em contexto hospitalar. (MATOS; MUGIATTI, 2008).
Para uma pedagogia hospitalar há que se vislumbrar um novo perfil do educador, pois ela demanda necessidades de profissionais que tenham uma abordagem progressista, com uma visão sistêmica da realidade hospitalar e da realidade do escolar hospitalizado. Seu papel principal não será de resgatar a escolaridade, mas de transformar essas duas realidade, fazendo fluir sistemas que as aproximem e as interagem.
O profissional que atua na Pedagogia Hospitalar tem formação de educador e que por meio de diversas atividades pedagógicas, acompanha e intervêm no processo de aprendizagem do educando, além de fornecer subsídios para a compreensão do processo de elaboração da doença eda morte, explicar procedimentos médicos e auxiliar a criança e o adolescente na adaptação hospitalar, dando oportunidade para que os mesmos possam exercer seus direitos de cidadãos. O professor, de um modo geral, mas, principalmente, o professor de Educação Especial precisa estar preparado para trabalhar com a diversidade. 
3 METODOLOGIA
O capítulo da metodologia é muito importante para o desenvolvimento científico de uma pesquisa, pois é ela (a metodologia) que permite desenvolver um caráter de pesquisa. Define-se metodologia como "os procedimentos a serem seguidos na realização da pesquisa” (GIL, 2009, p. 162). Por isso, para se alcançar os objetivos da pesquisa o grupo optou pelo estudo explicativo. Este estudo pode ser entedido da seguinte forma: “tem a preocupação central e também os fatores que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Esse tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razão, o porquê das coisas”, (GIL, 2009, p. 42) , assim pretende-se analisar o papel do pedagogo no ambiente hospitalar.
A abordagem da pesquisa será qualitativa, essa abordagem segundo Minayo� (2006, apud BRACHT, 2008, p. 01)
Caracteriza-se pela empiria e pela sistematização progressiva de conhecimento até a compreensão lógica interna do grupo ou do processo em estudo. Por isso, é também utilizada para a elaboração de novas hipóteses, construção de indicadores qualitativos, variáveis e tipologias.
 
Porque ela se preocupa com os indivíduos e seu meio ambiente, em todas as suas complexidades.
Os métodos utilizados para o desenvolvimento de nossa pesquisa foram as pesquisas bibliográfica que se caracteriza pelo desenvolvimento com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos (GIL, 2009), as fontes bibliográficas nos possibilitam uma rápida obtenção das informações de diversos autores, por meio de livros, artigos científicos nos auxilia também na busca por informações de materiais sobre a Pedagogia Hospitalar.
Inicialmente como campo de pesquisa optamos pelos hospitais: Sarah Kubitschek, Hospital das Clínicas e Hospital Infantil Cândido Fontoura , pelo fato dos mesmos já serem referência no atendimento a crianças hospitalizadas. Pretende-se através nesses hospitais aplicar entrevista e questionário ao pedagogo do hospital.
O questionário nos dará um suporte para informações acerca do trabalho do pedagogo. Para Gil (2009), o questionário consiste basicamente em traduzir os objetivos específicos da pesquisa em itens bem redigidos. Bertucci (2008) alguns cuidados merecem ser destacados quando da elaboração e aplicação dos questionários:
Utilizar uma linguagem acessível ao respondente;
Começar com perguntas faces;
Ter uma grande preocupação com o problema do tamanho do questionário; grande demais cansa o respondente e pequeno demais não atende o pesquisador;
Apresenta as perguntas em blocos temáticos;
Evitar questões que possam suscitar interpretações duplas de cunho ideológico, moral, intimo;
Focar uma pergunta de cada vez;
Ter cuidado para não induzir a resposta que deseja obter;
Deixar o bloco de identificação do correspondente para o final;
Disponibilizar para os respondentes instruções sobre as questões;
Tomar cuidado com as formatações do instrumento;
Assegurar o anonimato dos respondentes;
Informar sobre o objetivo da pesquisa e solicitar cooperação dos respondentes;
O questionário surge como um instrumento para coleta de dados.
A entrevista de nosso estudo será semi-estruturada, com flexibilidade nas perguntas. Sendo estas entrevistas direcionadas aos pedagogos da instituição afim de conhecer comoé o trabalho do pedagogo juntamente com as crianças e como esse trabalho auxilia a própria crianças em seus sentimentos.
Para Bertucci (2008), a entrevista consiste em uma indagação direta, realizada no mínimo entre duas pessoas, com objetivo de conhecer a perspectiva do entrevistado sobre um ou diversos assuntos, Bertucci ainda cita que a entrevista pode ser, semi-estruturadas ou despadronizadas, ou seja, quando é desenvolvido um roteiro de entrevista básico, e o pesquisador tem flexibilidade para introduzir, alterar ou eliminar questões de acordo com a necessidades da pesquisa.
As entrevistas apresentam conforme Bertucci (2008) algumas vantagens e desvantagens: 
As vantagens são:
Oferece grande flexibilidade ao pesquisador;
Permite ao entrevistador observar seu entrevistado; 
Permite que novas indagações sejam introduzidas;
Permite a comparação entre os fatos apresentados pelos entrevistados, com materiais escritos;
Possibilita a realização de análise ricas acerca dos fatos investigados.
As desvantagens são:
Surgir entre entrevistador e entrevistado empatias, simpatias;
O entrevistado pode omitir, falsear a entrevista;
O pesquisador pode perder a atenção da pessoa entrevistada;
O processo de realização de pesquisa demanda disponibilidade de tempo, referente as duas partes.
A aplicação de entrevista e questionário foi realizada diretamente através de carta encaminhada pela faculdade. As identidades das pessoas envolvidas foram preservadas. As entrevistas serão previamente agendadas, o número de entrevistas foi em torno de duas entrevistas e um questionário, com pedagogos dos hospitais: Hospital Sarah, Hospital das Clínicas e Hospital Infantil Cândido Fontoura, o grupo pesquisador conduziu a entrevistas. As entrevistas foram feitas por meio de anotações. 
Neste trabalho, para chegar ao resultado esperado da pesquisa será feito uma análise de todo material adquirido pelo grupo, baseada nos seguintes pontos: nos resultados alcançados através das respostas da entrevista semi-estruturada, e nas pesquisas bibliográficas (fundamentação teórica).
As informações serão sistematizadas e comparadas utilizando apenas as informações relevantes para a pesquisa, os dados serão mensurados para a elaboração do texto final.
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Os dados que se seguem foram coletados em entrevistas realizados instituições hospitalares de Belo Horizonte e um questionário foi aplicado em um hospital em São Paulo, Hospital Infantil Cândido Fontoura. A participação dos profissionais na entrevista e questionário escrito foi colaborativa e espontânea. Os nomes dos colaboradores não serão mencionados nesta análise por motivos de segurança e respeito aos mesmos. A identificação e registro dos dados para trabalho das informações estão identificados por PS - Pedagogo Hospital Sarah, PC - Pedagoga Hospital das Clínicas e PF - Pedagoga do Hospital Infantil Cândido Fontoura e os dados serão apresentados conforme falas dos profissionais.
Desejando compreender/conhecer o processo de atuação do pedagogo em instituições Hospitalar nos dispusemos a estudar sobre a Pedagogia Hospitalar, os aspectos de ensino-aprendizagem como acontecem e como isto ajuda as crianças no processo de melhora dentro do hospital.
O questionário e as entrevistas feitas aos pedagogos serão apresentados em quadros sendo do 01 ao 15 seguidos de pequenos textos para compreensão da análise.
QUADRO 1
Fale um pouco da sua formação.
	
Participante
	
Respostas
	PS
	Pedagoga com especialização em Psicopedagogia. No momento, trabalho como professora da enfermaria da Pediatria.
	PF
	Sou graduada em Pedagogia (1992) e pós-graduada em Atendimento Educacional em Hospitais (2005). Trabalho no Hospital Infantil Cândido Fontoura (São Paulo – SP)
	PC
	Fiz magistério e Técnico em Oftalmologia .
Formei em Pedagogia na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de BH em1992.
Cursei Psicologia até o sétimo período Faculdade Newton Paiva.
Especializei em Informática Educacional , Psicopedagogia e Esporte e atividade Física para Pessoas com necessidades Especiais.
Fonte: Dados da pesquisa (2010)QUADRO 2
O que o (a) motivou a optar por está área? E quando tempo você atua como pedagogo hospitalar?
	
Participante
	
Respostas
	PS
	A área da pedagogia hospitalar era bastante nova quando iniciei e trazia desafios diferentes do
âmbito escolar. Trabalho como professora hospitalar há 5 anos e 6 meses.
	PF
	Eu trabalhava em uma creche da Secretaria Estadual de Saúde que terceirizou, assim tive que buscar outro local p/trabalhar. Entre idas e vindas fui parar no Hosp. Inf. Cândido Fontoura, onde trabalhei durante 5 (cinco) anos no setor de Desenvolvimento de RH. Em2002 fiz, junto com uma psicóloga do hospital, um projeto para implantação de 01 Classe Hospitalar, o qual foi aprovado em meados de 2003 pela Secretaria de Educação. Dois anos depois de implantada, passei a atuar como educadora da classe, juntamente com a outra profª (contratada pela Educação e já atuando desde ago/2003). Fizemos juntas a Pós-graduação em “Atendimento Educacional em hospitais”. Atuo diretamente desde novembro/2005 e, “indiretamente” desde 2003. (PF)
	PC
	Em relação a Pedagogia foi devido ao fato de trabalhar com pessoas com baixa visão e observar as dificuldades que elas apresentavam para desempenhar suas tarefas , como acontecia o processos de aprendizagem das pessoas com necessidades especiais. Depois por sempre trabalhar em Hospitais devido a minha formação técnica e o meu interesse pela questões relacionadas ao desempenho das pessoas doentes , questões sociais , aprendizagem, fui convidada para elaborar e desenvolver projetos educacionais para tal publico. (PC)
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
QUADRO 3
Você está sempre se capacitando para melhorar seu desempenho profissional. Como?
	
Participante
	
Respostas
	PS
	Sim. Semanalmente temos grupos de estudos no hospital, onde discutimos temas de interesse do trabalho, patologias, novidades técnicas e discussões de casos. Também temos a oportunidade de participar de seminários, encontros, congressos, bem como de realizar pós-graduação.
	PF
	Na medida do possível, sim. Leio bastante; busco novas informações na Internet, principalmente no que se refere ao trabalho de outros hospitais q mantêm classes hospitalares; já fiz curso no Hospital A.C Camargo (hospital do Câncer em S.Paulo); procuro participar de fóruns e encontros regionais e/ou nacionais sobre essa modalidade de ensino; pesquiso sobre patologias etc.
	PC
	Sim, sempre grupo de estudos, cursos palestras, simpósios , seminários , por trabalharmos em área que não é da nossa formação básica , participo de congressos das médicos e técnicos, sempre com o objeto de aprender mais.
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
Analisando as primeiras questões em relação ao pedagogo que atua no espaço hospilatar constatamos a importância da formação desse profissional conforme Assis (2009, p.103), “a profissão docente impõe que o professor nunca deixe de estudar, de aprender, já que a prática educativa exige resignificação de saberes e adaptação a novas situações.” Podemos reforçar essa afirmação através das falas dos colaboradores da pesquisa sobre a formação profissional.
Verificamos que os profissionais dos hospitais possuem uma graduação e buscam sempre se especializar através de cursos, “a qualificação do educador hospitalar requer uma formação mais ampla, demandando aportes didáticos que superem a ortodoxia dos processos educativos normais da sala de aula”(ORTIZ, FREITAS, 2005, p. 64). Para os pedagogos entrevistados, a formação se faz presente, é importante que o educador cresça com habilidades através de cursos, palestras, congressos, seminários, simpósios e pesquisa na área da saúde uma vez que esta área não é da formação do pedagogo.
De acordo com as respostas obtidas, os profissionais buscam acrescentar o conhecimento em sua formação, assim no atendimento às crianças hospitalizadas haverá um atendimento especializado. O interesse por atuar na área hospitalar surge devido a várias situações, umas das constatadas é porque a pedagogia hospitalar é uma nova área de atuação do pedagogo e com novos desafios a serem enfretados.
A atuação em hospitais leva o profissional ao amadurecimento, a nova experiência, a reciclagem e vimos isso nos casos acima descrito.
QUADRO 4
Como você vê o processo de ensino-aprendizagem da criança hospitalizada.
	
Participante
	
Respostas
	PS
	A criança hospitalizada tem necessidades diferentes, sendo necessário respeita-la quanto à dor, exames, medicações, limitações cognitivas e/ou motoras. Entretanto, a oportunidade de aprendizagem deve ser ofertada respeitando as limitações do paciente. O professor hospitalar tem que ser flexível na metodologia a ser utilizada no processo.
	PF
	De forma geral, o aluno-paciente aprende como qualquer outra criança ou adolescente, apesar das limitações impostas por algumas doenças. Ter a possibilidade de continuar com uma rotina “normal” (ou o mais próximo dela) melhora muito a auto-estima de cada paciente e, conseqüentemente, seu aproveitamento.
	PC
	Vejo como um processo normal somente e tempo geográfico é diferente, mas está é uma opinião só minha , sociedade e escolas ainda não estão preparados para essa modalidade de ensino
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
O ensino e aprendizado ocorre no hospital de forma diferente respeitando o tempo e a dor do paciente, com isso, a intervenção do pedagogo facilita a aprendizagem do aluno no momento em que se encontra no hospital. 
Os espaços e tempo da aprendizagem para crianças ou adolescentes hospitalizadas seguem regularidade e intensidade diferentes da escola comum e atendem, além das demandas intelectuais, às necessidades de pertencimento a uma comunidade afetiva e de inclusão sociointerativa (CECCIM, FONSECA�,1999apud ORTIZ,FREITAS, 2005, p. 56).
A prática docente é fortemente marcada pelas ações afetivas, servindo de reforço para que a criança não desista da luta por saúde e se mantenha esperançosa em sua capacidade de esforço. (ORTIZ ; FREITAS, 2005).
QUADRO 5
Fale um pouco das alternativas pedagógicas ou estratégicas são desenvolvidas para realizar um trabalho com uma criança hospitalizada.
	
Participante
	Respostas
	PS
	Realizo acompanhamento escolar com as crianças internadas com material próprio encaminhado pela escola ou selecionado no hospital. Faço atendimentos individuais para realização de treino de escrita, reabilitação neuropsicológica, atendimentos em equipe para orientações quanto ao retorno escolar e de patologias. Também realizo contato com escolas para favorecer a reinserção escolar e adaptações curriculares necessárias.
Assim como na escola, a avaliação inicial do paciente no hospital é de extrema importância para conhecermos e propormos estratégias que sejam possíveis de serem realizadas. Identificamos as limitações do paciente e trabalhamos com o seu potencial, ou seja, com suas habilidades naquele momento.
	PF
	O planejamento e as estratégias utilizadas levam em conta as necessidades do aluno, respeitando-se seus limites clínicos. Para tanto, é feita uma sondagem do conhecimento prévio de cada criança, e só então pensamos as estratégias, propondo atividades, sempre com “começo, meio e fim” para cada dia (afinal, não sabemos se a criança estará lá no dia seguinte!).
Os PCNs são nossos referenciais. No entanto, precisamos adaptar as estratégias a fim de fiquem adequadas às condições de nossos alunos.
Às vezes são necessárias adaptações, pois algumas crianças têm necessidades especiais “momentâneas”, o que requer adequação, por exemplo, do mobiliário, do equipamento (computador) ou mesmo das atividades propriamente ditas.
	PC
	Não existe uma receita ou formula devemos conhecer primeiramente o aluno as suas necessidade e patologia para sim podermos propor algo, é muito parecido com quem trabalha com crianças necessidade especiais, só o tempo e o espaço é que são diferentes, mas existe sim um metodologia própria.Fonte: Dados da pesquisa (2010)
Atentando para as alternativas pedagógicas /estratégicas desenvolvidas, para o atendimento à criança hospitalizada, constata-se pelas respostas obtidas pela pesquisa e observa-se que cada caso é um caso; o atendimento é individual, com atividades elaboradas de acordo com a metodologia do hospital, sempre levando em conta a capacidade do aluno, às práticas pedagógicas devem estar centradas em encaminhamentos pedagógicos-educacionais que não deixam de incluir programações lúdicos-educativas.
A formação e o atendimento pedagógico para Andrade (2009) busca modificar situações e atitudes junto ao enfermo, as quais não podem ser confundidas com o atendimento à sua enfermidade. Isso exige cuidado especial no desenvolvimento das atividades. Esse cuidado especial é visível nas estratégicas pedagógicas desenvolvidas para atender as crianças hospitalizadas.
Os pedagogos colaboradores em nossa pesquisa confirmam que é preciso conhecer o quadro clínico das crianças enfermas e aplicar atividades de acordo com suas possibilidades, oferecendo o apoio necessário para cada criança hospitalizada. A atuação do pedagogo nos hospitais consegue sanar as deficiências em relação aos processos de ensino e aprendizagem e a relação de convívio social das crianças com essas estratégias.
QUADRO 6
Fale um pouco sobre como é o atendimento na classe hospitalar ou a criança hospitalizada.
	
Participante
	Respostas
	PS
	Conforme esclarecido durante a visita técnica, o trabalho do pedagogo hospitalar na rede Sarah se diferencia dos demais atendimentos pedagógicos hospitalares, por não sermos profissionais das secretarias de educação que trabalham no hospital. Embora realizemos várias atividades escolares, não temos uma classe hospitalar no hospital. O pedagogo faz parte da equipe de reabilitação que ultrapassa a orientação somente escolar.
	PF
	(vide histórico da C.H – anexo)
	PC
	Não respondeu
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
Nos hospitais pesquisados constatamos que em PS e PC não há classe hospitalar, mas há o atendimento à criança hospitalizada com atividades voltadas as práticas escolares e ou lúdicas. Já o atendimento em PF existe classe hospitalar e com implantação dessa classe hospitalar, houve uma contribuição na melhora do quadro geral e emocional dos pacientes, além do aspecto fundamental que é a humanização no atendimento de internação. Ocupa-se em dar continuidade aos estudos regulares e procura sanar as dificuldades dos paciente/alunos.
QUADRO 7
Você tem conhecimento do diagnóstico da criança que frequenta a classe hospitalar? E quais diagnósticos são mais comuns?
	
Participante
	
Respostas
	PC
	Conhecimento do diagnóstico é fundamental para o trabalho com o paciente. Quando iniciamos o treinamento profissional no hospital, participamos de diversos cursos e também realizamos estudos sobre diversos diagnósticos. Sem contar, que a cada patologia desconhecida, é necessário um estudo aprofundado do caso. Na enfermaria da pediatria, trabalho com crianças que apresentam seqüelas de lesão medular (paraplegia/tetraplegia), traumatismo cranioencefálico, problemas ortopédicos, lesões encefálicas (tumores, por exemplo).
	PF
	Sim. O diagnóstico mais comum em nosso hospital refere-se às doenças respiratórias (ex: pneumonia, derrame pleural , entre outras).
	PC
	Por ser um Hospital de alta complexidade não é possível ter uma classe hospitalar, nosso atendimento contempla a orientação do MEC como atendimento ambulatorial, visão subnormal e múltiplas deficiências
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
O pedagogo das instituições PS e PF afirmam que é indispensável ao profissional conhecer o quadro clínico de cada criança, em Ortiz e Freitas (2005, p. 61):
é necessário ao professor ser sabedor das patologias mais frenquentes na unidade hospitalar em que atua, para que consiga, com sensibilidade, nortear seu ensino respeitando os limites clínicos do paciente-aluno.
QUADRO 8
Qual é a importância do atendimento pedagógico hospitalar? E como ela contribui para o desenvolvimento do paciente enfermo?
	Participante
	Respostas
	PS
	O atendimento pedagógico hospitalar valoriza o paciente como sujeito de sua aprendizagem, independente do contexto onde esteja. É importante para possibilitar formas de aprendizagem diferentes da escola, o que requer maior flexibilidade do profissional. No contexto hospitalar, trabalhamos ainda mais com as diferenças e respeitamos o sofrimento advindo daquela patologia.
	PF
	Ao interagirmos com a criança e/ou com o adolescente, respeitando, sobretudo, o direito q eles têm de serem assistidos educacionalmente, emocionalmente e, claro, naquilo q se refere ao tratamento de saúde, estamos resgatando sua individualidade, acreditando em suas potencialidades, acreditando q além de terem o direito, nós temos o dever de transformar o espaço – muitas vezes frio e impessoal – de um hospital, num espaço acolhedor, num espaço de educação onde poderão continuar aprendendo, trocando conhecimentos, interagindo com outros indivíduos q vivenciam a mesma situação de internação.
	PC
	O atendimento pedagógico é de extrema importância principalmente no departamento de visão subnormal, define condutas, prescrições de alguns recursos e o elo que liga escola hospital com o objeto de ternas as crianças em sujeitos autônomos
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
O atendimento pedagógico hospitalar visa promover o desenvolvimento integral do aluno ou seja garantir os seus direitos enquanto internada e uma boa qualidade de vida . PS afirma que no atendimento pedagogo hospitalar tem se a valorização do paciente como sujeito de aprendizagem e que o profissional deve possibilitar aos alunos formas diferente de aprendizagem da escola, respeitando o sofrimento e trabalhando a diferença. PF fala que é dever do pedagogo transformar o ambiente hospitalar que muitas vezes é frio em um ambiente acolhedor, assim como PS, para PF o paciente deve ser respeitado, resgatando a individualidade e potencialidades de cada criança/adolescente para que o direito conforme a publicação do Estatuto da Criança e do Adolescente na resolução nº 41 de outubro de 1995, que em seu item 9, qual preconiza: Direito a desfrutar de alguma forma de recreação, programa de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar, durante sua permanência hospitalar. (BRASIL, 1995). E assim serem assistidos educacionalmente e no que se refere ao tratamento de saúde. PC acredita que o atendimento pedagógico desenvolve a autonomia das crianças e que esse atendimento é de extrema importância.
O grupo percebe que o atendimento hospitalar requer uma atuação do pedagogo está voltada para a multiplicidade humana, é uma prática de humanização, é um trabalho que promove educação e saúde onde o profissional a partir de vivencias pedagógicas resgata a importância de aspectos humanos como: o bem estar, a valorização e respeito ao aluno. A esse respeito Matos e Mugiatti (2009, p. 13) cita:
Pretende –se, assim, oferecer à criança e ao adolescente hospitalizados, ou em longo tratamento hospitalar a valorização de seus direitos à educação e a saúde, como também ao espaço que lhe devido como cidadão.
QUADRO 9
Como são trabalhadas a interdisciplinaridade ou a interação entre a equipe de saúde e educação?
(continua)
	
Participante
	
Respostas
	PS
	No Sarah, trabalhamos em equipe interdisciplinar e discutimos todos os casos em conjunto com todos os profissionais. As condutas realizadas pelo professor hospitalar são planejadas em equipe e lançadas no prontuário do paciente. Sempre realizamos abordagens em conjunto e discutimos todos os casos com a equipe (médico, enfermeiro, psicólogo, nutricionista, professor de ed. Física, prof. de artes, fonoaudiólogo, pedagogo, entre outros). Sempre quando necessário, o professor hospitalar entra em contato com equipe escolar, secretaria de educação para discussão docaso do paciente, salientando o diagnóstico, seqüelas, necessidades de adaptação física do ambientes, de adaptação curricular. Também realizamos visitas escolares com esses objetivos.
	PF
	Particularmente, nunca imaginei que um dia fosse trabalhar em um hospital, conviver tão de perto com o binômio vida/morte. O trabalho multiprofissional com médicos, enfermeiras, auxiliares de enfermagem, psicólogas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogas, fisioterapeutas, entre outros, é muito diferente da rotina de um educador de escola regular. Aprendemos a conhecer o “ser humano-paciente” de uma forma integral e descobrimos, todos os dias, novas possibilidades e novos caminhos. É um aprendizado constante!
	PC
	Basicamente com estudo de casos, reuniões e muito estudo.
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
Cabe aqui destacar o que Ortiz e Freitas (2005, p. 18), diz a respeito da educação e saúde:
Educação e saúde estão deixando de “formar rivais”, suas diversas correntes, até então antagônicas, começaram as se unir em busca do desenvolvimento integral do ser humano / pessoa / cidadão.
Confirmado pelo trecho acima, PS, PF e PC informou na pesquisa que trabalham com interdisciplinaridade e envolvimento das equipes no contexto hospitalar. Sendo assim, as reuniões, estudo de caso onde todos do ambiente hospitalar se situam a respeito da patologia de cada paciente. PF destaca: “é um aprendizado constante.”.
Com o trabalho das equipes educação/saúde seja por pesquisas, estudos de caso o paciente passe a ser visto como um ser global onde os profissionais envolvidos nas duas áreas vão em uma mesma direção: garantir o direito ao estudo e integridade humana.
A integração dos elementos das equipes de saúde transformam os hospitais, deixando de ser lugares ameaçadores para se tornarem ambientes agradáveis, que ofereçam descontração, tornando, para crianças e adolescentes, um ambiente de confiança, portanto, mais receptivas ao tratamento e ao contato com os médicos. (MATTOS; MUGIATTI, 2008)
QUADRO 10
Qual a sua expectativa em relação ao ensino fornecido à criança hospitaliza?
 (continua)
	Participante
	Respostas
	
PS
	A expectativa da equipe é baseada de acordo com a avaliação inicial realizada. É importante ressaltar que a reabilitação é um processo contínuo que inicia em uma internação e é acompanhada ao longo da vida do paciente através de revisões. A cada revisão é necessária nova avaliação para identificação de novas etapas a serem realizadas. Trabalhamos com o potencial do paciente naquele momento.
	
PF
	A Classe hospitalar é um espaço de socialização, de expressão, onde alunos-pacientes podem expor suas angústias, seja através de desabafo verbal, seja através de um desenho, da elaboração de um texto, de um bilhete etc. A percepção de que, mesmo enfermos, podem aprender, criar e, principalmente, continuar interagindo socialmente, auxilia na recuperação do paciente.
	
PC
	Que ele seja tão respeitado pela escola como é respeitado pela equipe clinica, e que em um futuro breve abranja todas as crianças internadas.
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
PS, PF e PC falam das expectativas do ensino que é oferecido à criança para ambos educar em hospitais sinaliza para novos caminhos. Ortiz e Freitas (2005.p.68):
O ato de educar em hospitais sinaliza para caminhos novos direcionados a atingirem a razão e o coração sem exclusividade de um parâmetro sobre o outro. Assim, as instancias educativas apresentam sensibilidade e o desenvolvimento intelectivo como marcos referenciais de inicio e término da assistência. 
Assim, tem-se a expectativa de trabalhar o potencial de cada criança, que o hospital se torne um espaço de socialização, onde essas crianças hospitalizadas, poderão: aprender, interagir, criar, se expressarem, e dar continuidades para o futuro; sendo acima de tudo respeitadas como sujeitos, portadores de direito à aprendizagem.
QUADRO 11
Você visualiza melhora nas crianças que são atendidas pelo pedagogo hospitalar?
	
Participante
	
Respostas
	PS
	O prognóstico do paciente depende muito da suas seqüelas, lembrando que o hospital Sarah é um hospital de reabilitação. O pedagogo tem um papel importante na reinserção escolar, na orientação à família e escola, na reabilitação cognitiva. Muitas vezes, conseguimos facilitar, melhorar a qualidade de vida do paciente dentre suas limitações (motoras e/ou cognitivas).
	PF
	-
	PC
	Sim, temos registros dos avanços escolares e melhora significativa do desenvolvimento infantil
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
QUADRO 12
Você percebe alguma melhora no quadro de saúde das crianças que atende?
	
Participante
	
Respostas
	PS
	Observo maior envolvimento da família e do paciente com adesão às orientações. 
	PF
	Pela minha experiência, acredito que a educação contribui, sim, com a melhora do paciente internado, pois o ajuda a diminuir o impacto emocional causado pela hospitalização; a adaptação ao ambiente hospitalar se torna mais rápida e mais tranquila, já que o trabalho pedagógico contribui para que o aluno-paciente e seus familiares mantenham o elo com o mundo externo. No HICF, todos dizem que “a escolinha é um santo remédio!” Os profissionais envolvidos (médicos, equipe de enfermagem e outros) comentam que as crianças e os jovens atendidos pela “escola” – mas também pela Brinquedoteca – ficam mais receptivos ao tratamento, menos ansiosos, além de não perderem o vínculo com o dia-a-dia escolar.
	PC
	Nosso foco é no aprendizado , pois muitas vezes a doença já está instalada , não podemos intervir , mas interferimos muito no aspecto psicológico , na auto imagem na valorização do ser e conseqüentemente, crianças melhoram em seu aspecto global.
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
Conforme PS e PC é positivo o atendimento oferecido, contribuindopara que o aluno-paciente e familiares mantenham um elo com o mundo fora do hospital e, consequentemente, tem-se uma melhora na reabilitação infantil que, muitas vezes, facilita e melhora a qualidade de vida de cada paciente. As questões presentes no quadro 11 e 12, reforçam que a Pedagogia Hospitalar tem o papel importante na reinserção escolar das crianças atendidas.
 
PC ainda relata que a interação se dá muito mais no aspecto psicológico, na auto-estima, na valorização do ser e no envolvimento familiar. O aprendizado no hospital conforme PF: “a escolinha é um santo remédio”; enquanto que equipes envolvidas no contexto hospitalar comentam que as crianças atendidas pela pedagogia hospitalar: “ficam mais receptivas ao tratamento, menos ansiosas e não perdem o vinculo com o mundo escolar.”.
QUADRO 13
As crianças gostam do que aprendem.  E como aprendem?
(Continua)
	Participante
	
Respostas
	PS
	As crianças gostam muito de realizar atividades escolares, de artesanato, recreativas no hospital. Também há aquelas que já não gostam muito de estudar e que apresentam rejeição quanto ao trabalho do professor no hospital, semelhante ao comportamento na escola. Surge, então a necessidade de flexibilização do professor. As crianças que não tem alterações cognitivas apresentam o mesmo potencial de aprendizagem de uma criança em idade escolar. Claro que temos que observar os aspectos emocionais advindos da patologia que podem interferir no processo aprendizagem, para isso trabalhamos em equipe.
	PF
	Muitas se sentem maravilhadas apenas por saber da existência de uma escola dentro do ambiente hospitalar, temos inúmeros depoimentos acerca dessa questão. O atendimento pedagógico-educacional, por não ser obrigatório dentro do hospital, é visto como algo prazeroso. As crianças e os adolescentes internados percebem as informações como quaisquer outras fora do ambiente hospitalar. Claro, há exceções, alguns demoram mais para reelaboraressas informações. O contexto hospitalar, seus procedimentos invasivos, o afastamento momentâneo do lar, da família, dos amigos e da escola, muitas vezes deixa a criança confusa, porém à medida que ela retoma minimamente o contato com o mundo externo, seja através da visita de um familiar, seja indo à Brinquedoteca ou à “escolinha”, ela atribui novo significado àquela situação de internação.
	PC
	Não ensinamos nada que ela na esteja estudando na escola , damos o suporte necessário para que a desvantagem devido a doença seja minimizado ,as vezes elas apresentam alguma resistência em relação a adaptação dos matérias , mas em contra partida outras crianças adoram as novidades. As nossas crianças são iguais a todas as crianças, só estão doentes e criança doente também estuda e aprende
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
O processo de internação hospitalar precisa ser bem conduzido, como alerta Ortiz e Freitas, (2005, p.34), para minimizar a situação de crianças hospitalizadas:
Tais reações dependem muito da maneira como foram respeitados os fatores de adaptação da criança ao processo da internação, e é aconselhável a vigilância de suas reações após alta, pois a ocorrência de sinais de pertubação emocional pode se manifestar até os três meses, já no regresso da vida familiar.
Neste contexto, entendemos que todos tem direito e capacidade de aprender, independente do tempo e ambiente, “o processo educacional deve organizar de modo a permitir que as pessoas tenham oportunidade de mostrar seu valor e suas realizações.” (BAUMEL; RIBEIRO�,2003 apud ASSIS, 2009, p. 90). 
PS e PC falam que as crianças hospitalizadas gostam do que aprendem são atividades escolares, artesanato, atividades de recreativas, etc. Embora algumas crianças apresentam uma certa resistência é necessário à flexibilização do professor. Para PF por não ser obrigatório, o ensino para muitas crianças, é prazeroso e difere dos casos de PS e PC.
PS e PF ainda relatam que algumas crianças têm dificuldades no processo de aprendizagem, mas que deve ser observado os aspectos emocionais, pois esses aspectos podem interferir na apredizangem.
PC finaliza: “As nossas crianças são iguais a todas as crianças, só estão doentes e, criança doente também estuda e aprende.”
QUADRO 14
Qual a importância do atendimento pedagógico para a socialização da criança hospitalizada?
	
Participante
	
Respostas
	PF
	Propomos além de atividades de socialização no hospital, como festas, teatros, apresentações culturais, atividades recreativas, também eventos fora do ambiente hospitalar, quando podemos orientar e avaliar o enfrentamento do paciente frente ao olhar do outro, uso de auxílios externos (bengala, cadeira de rodas), deslocamento em ambientes desconhecidos e com barreiras arquitetônicas. Essas atividades de socialização são importantes para preparar o paciente para o retorno às atividades realizadas previamente (escola, passeios a shoppings, igreja, clubes, por exemplo.).
	PF
	A própria devolutiva das crianças e de seus pais e/ou responsáveis, que valorizam nosso trabalho, considerando-o um facilitador na socialização do aluno-paciente, na reinserção daquela criança à escola de origem mostra o quanto o nosso trabalho contribui para o bem estar da criança enferma.  O aluno-paciente, à medida que se sente seguro, aprende a criar mecanismos que o ajudam a minimizar a dor, a enfrentar o sofrimento e até a compartilhar com outros pacientes essa “aprendizagem”. E o educador é um mediador dessa prática.
	PC
	Muitas vezes é o único local em que ela tem oportunidade de conhecer outra criança com a mesma doença ou limitação isto as fazem ficar mais seguras
Fonte: Dados da pesquisa (2010)
Acerca do atendimento pedagógico, Ortize Freitas, (2005, p. 30), salientam que são cuidados de intervenção preventivas oportunizando à criança doente:
É necessário desmistificar as informações e dar à criança a oportunidade de experimentar a hospitalização com maior aceitabilidade, pontuando um encontro humanizado com a ambiência da saúde deixando nela boas impressões de crescimento pessoal.
Ainda para estes autores, o atendimento pedagógico pelo profissional da educação oferece as crianças explicação sobre sua internação, orientá-la sobre sua permanência no hospital, apresentar à outras crianças, conduz atividades de socialização e evita que as mesmas sofram no período de internação, deixando nessas crianças hospitalizadas, boas expectativas de vida. (ORTIZ; FREITAS, 2005). 
Comprovamos a fala dos autores acima através dos relatos de PS, PF e PC. O atendimento pedagógico contribui para o bem estar das crianças, uma vez que elas participam de festas, teatros, apresentações e atividades recreativas que visam retorno ao mundo externo e, também, faz com que as crianças conscientizem que existem outras crianças com a mesma patologia, ou seja, a aceitação pode ser um grande passo para a melhora da criança.
QUADRO 15
Relate um caso ou experiência vivenciada com alguma criança no hospital.
 
	
Participante
	
Respostas
	PS
	Adolescente com 16 anos de idade, apresenta lesão medular em nível cervical (C3) devido a traumatismo raquimedular por mergulho em águas rasas. Não consegue realizar escrita manual e está afastado da escola neste ano. O professor hospitalar realizou avaliação do uso de computador como recurso funcional para a escrita com uso de uma adaptação para manuseio do mouse com a cabeça (chama-se trackball). Realizamos visita escolar para orientar a equipe pedagógica sobre as necessidades de adaptações curriculares (disponibilização de mais tempo, provas orais, etc.) e uso de recursos externos como o computador para a realização das atividades escolares.Este paciente retornou para a escola e utiliza transporte adaptado da prefeitura.
	PF
	Todos nós temos experiências marcantes na nossa vida, seja no campo pessoal ou profissional. No meu caso profissional, lembro-me q minha parceira de trabalho estava de férias durante o mês de Janeiro, quando recebi uma solicitação de uma fisioterapeuta p/;atender uma garotinha de 4 anos na UTI de nosso hospital. Fui informada q ela era portadora de Síndrome de Guillain- Barre*. Ao me deparar com aquela garota, já internada há um mês, dependente de ventilação mecânica, traqueostomizada, com dificuldade p/manter pescoço e tronco, rodeada de apoios p/os braços, pensei: O que eu como professora posso fazer por ela? Ela foi muito receptiva à minha visita, logo ficou empolgada com o fato de receber atendimento de uma professora. Descobri q ela nunca havia manuseado um computador; conversei com a fisioterapeuta e decidimos levar um notebook até o seu leito. Lembrei-me de um CD-Rom do Coelho Sabido (Maternal), cujo funcionamento não necessitava de “click” no mouse. Fizemos algumas adaptações no leito da criança, colocamos o notebook em cima de uma placa “emprestada” de outro setor, direcionamos a mãozinha dela até q ficasse em cima do mouse e... só Deus sabe como aquela criaturinha com tantas limitações olhou p/o “coelhinho”, sorriu e quis logo começar a jogar! Fomos nos conhecendo, estabelecendo um vínculo de confiança. Nossas visitas se tornaram mais freqüentes, fomos inserindo conteúdos, trabalhando estratégias mais flexíveis – sempre nos adequando às suas limitações. Ela teve alta da UTI e foi para uma enfermaria “comum”, onde continuamos a atendê-la; teve também a oportunidade de frequentar a sala de aula, de interagir com outros pacientes. Foi um grande aprendizado!
	PC
	Meu maior desafio foi atender um casal de crianças uma menina com cinco anos com baixa visão e um menino de dois anos cego de um olho e visão residual do outro,o qual passou por várias cirurgias, irmãos, pais cegos totais. O papel da pedagogia deveria ser em fazer o elo hospital X escola X família.
A

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