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Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região - 1º Grau
Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região - 1º Grau
O documento a seguir foi juntado aos autos do processo de número 0020074-77.2017.5.04.0702
em 27/07/2017 18:24:02 - c9693eb e assinado eletronicamente por:
- FERNANDO FORMOLO
Consulte este documento em: 
https://pje.trt4.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam
usando o código:17072718234541500000040073963
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL 
JUSTIÇA DO TRABALHO - 4ª REGIÃO 
2ª VARA DO TRABALHO DE SANTA MARIA 
Fl. 1 
Sentença 0020074-77.2017.5.04.0702 Rito Sumaríssimo 
 
 
 
 
 
 
AUTORA: DANIELA TOSSIN 
RÉUS: RODROLI SERVIÇOS LTDA. e SERVIÇO DE APOIO ÀS MICRO E 
PEQUENAS EMPRESAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
Vistos, etc. 
Dispensado o relatório nos termos do artigo 852–I da CLT, 
DECIDO: 
I – PRELIMINARMENTE 
DA ILEGITIMIDADE PASSIVA 
O réu SEBRAE alega ser parte ilegítima para figurar no polo passivo da 
lide, ao argumento de que celebrou contrato de prestação de serviços com a 
empresa Rodroli, não tendo mantido relação de emprego com a autora. 
A autora alega expressamente, na inicial, ter sido contratada pela ré 
Rodroli para prestar serviços em benefício do Sebrae. Postula seja declarada a 
responsabilidade subsidiária do SEBRAE pelo pagamento das verbas 
deferidas. 
Em tais circunstâncias, a preliminar de ilegitimidade passiva, calcada na 
inviabilidade de responsabilização do tomador do serviço, não se sustenta. Os 
fundamentos invocados dizem respeito ao próprio mérito da demanda e, 
assim, serão apreciados oportunamente. 
Preliminar rejeitada. 
II - MÉRITO 
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL 
JUSTIÇA DO TRABALHO - 4ª REGIÃO 
2ª VARA DO TRABALHO DE SANTA MARIA 
Fl. 2 
Sentença 0020074-77.2017.5.04.0702 Rito Sumaríssimo 
 
 
 
 
 
 
DA BASE DE CÁLCULO DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE 
A autora alega ter sido admitida pela ré Rodroli em 17.04.2015, para 
laborar na função de auxiliar de serviços gerais, sendo despedida sem justa 
causa em 30.09.2016. Sustenta que, de acordo com as normas coletivas da 
categoria, o valor do adicional de insalubridade devido aos trabalhadores que 
desempenham a função de limpeza é de 20% sobre o salário-base da 
categoria profissional, independentemente da carga horária desempenhada. 
Afirma que a empregadora sempre efetuou o pagamento do adicional de 
insalubridade em desacordo com o convencionado. Postula o pagamento de 
diferenças do adicional de insalubridade, com os reflexos descritos no pedido. 
A ré Rodroli alega que a cláusula coletiva não determina que o 
pagamento do adicional de insalubridade independe da carga horária 
desempenhada pelo trabalhador, mas, pelo contrário, se reporta às 
incorporações previstas em lei. 
Da análise dos recibos de pagamento juntados aos autos é possível 
observar que a autora passou a receber o adicional de insalubridade a contar 
de dezembro de 2015, calculado e pago de forma proporcional à jornada 
reduzida (recibos de 59b66f1 - Pág. 6, por exemplo). 
Contudo, em que pese a autora laborasse em jornada reduzida, o 
adicional de insalubridade em grau médio deve ser calculado e pago tomando-
se por base o salário mensal e integral, nos termos do artigo 192 da CLT. 
Há, inclusive, previsão expressa nas convenções coletivas (cláusula 
quinquagésima nona da convenção coletiva de 2016 - ID 5e27cd0 - Pág. 27 e 
28, por exemplo) dispondo que os adicionais previstos nesta cláusula serão 
calculados sobre o valor do salário normativo da respectiva função para a 
prestação laboral de 220 (duzentas e vinte horas) mensais e sujeitos às 
incorporações previstas em lei. 
A expressão “sujeitos às incorporações previstas em lei” não trata de 
base de cálculo mas, obviamente, das integrações do adicional de 
insalubridade nas parcelas de direito. 
Condeno a demandada Rodroli, portanto, ao pagamento de diferenças de 
adicional de insalubridade a contar de dezembro de 2015 (quando passou a 
ser pago), entre o valor equivalente a 20% do “salário normativo” previsto para 
a função da autora e para a carga horária de 220 horas, e aquele pago no 
curso do contrato (proporcional à jornada reduzida), com reflexos em férias 
com o terço de acréscimo, em 13os salários e no FGTS com a multa de 40%. 
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL 
JUSTIÇA DO TRABALHO - 4ª REGIÃO 
2ª VARA DO TRABALHO DE SANTA MARIA 
Fl. 3 
Sentença 0020074-77.2017.5.04.0702 Rito Sumaríssimo 
 
 
 
 
 
 
Indefiro reflexos em repousos e feriados, pois a autora era mensalista, estando 
os dias de descanso abrangidos pelo deferimento principal. Igualmente indefiro 
reflexos no aviso-prévio, visto que seu período foi trabalhado e, portanto, 
também está abrangido pelo deferimento principal. 
Saliento, por oportuno, que o pedido formulado na inicial se restringe a 
diferenças do adicional de insalubridade pela base de cálculo adotada, não 
havendo pedido com relação aos meses em que a parcela não foi paga no 
curso do contrato (período anterior a dezembro de 2015). 
DAS FÉRIAS 
A autora alega que as férias relativas ao período aquisitivo 2014-2015 
foram gozadas dentro do período concessivo, mas pagas fora do prazo 
estabelecido em lei, uma vez que depositado o seu valor em 02.08.2016. 
Postula o pagamento da dobra das férias do referido período com o terço de 
acréscimo. 
A ré Rodroli alega que, conforme aviso de férias e tabela demonstrativa 
“anexa”, a autora usufruiu férias de 01.08.16 a 30.08.16, recebendo o devido 
pagamento no dia 02.08.16, conforme extrato juntado com a inicial. 
De acordo com o artigo 145 da CLT, o pagamento da remuneração das 
férias e, se for o caso, o do abono referido no art. 143 serão efetuados até 2 
(dois) dias antes do início do respectivo período. 
O aviso de férias de ID f44b37a confirma que a autora usufruiu férias do 
período aquisitivo 2015-2016 de 1º a 30.08.2016, mas o extrato de ID f44b37a 
- Pág. 2 comprova ter ocorrido o pagamento apenas em 02.08.2017, o que, 
aliás, é incontroverso. 
Como não foi efetuado o pagamento com antecedência mínima de dois 
dias em relação ao início das férias, incide na espécie a orientação da Súmula 
450 do TST, in verbis: 
FÉRIAS. GOZO NA ÉPOCA PRÓPRIA. PAGAMENTO FORA DO 
PRAZO. DOBRA DEVIDA. ARTS. 137 E 145 DA CLT. (conversão 
da Orientação Jurisprudencial nº 386 da SBDI-1) – Res. 194/2014, 
DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014 
É devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluído o 
terço constitucional, com base no art. 137 da CLT, quando, ainda que 
gozadas na época própria, o empregador tenha descumprido o prazo 
previsto no art. 145 do mesmo diploma legal. 
Como a autora já recebeu o pagamento das férias em questão de forma 
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL 
JUSTIÇA DO TRABALHO - 4ª REGIÃO 
2ª VARA DO TRABALHO DE SANTA MARIA 
Fl. 4 
Sentença 0020074-77.2017.5.04.0702 Rito Sumaríssimo 
 
 
 
 
 
 
simples, resta pendente a dobra, com o terço de acréscimo. 
Condeno a ré Rodroli, portanto, ao pagamento da dobra das férias do 
período aquisitivos 2015-2016, com o terço de acréscimo. 
DO VALE-TRANSPORTE 
A autora alega que se deslocava ao trabalho utilizando transporte público 
coletivo. Refere que, embora tenha a empregadora realizado o desconto 
integral no seu contracheque, os valores alcançados não satisfaziam a sua 
necessidade mensal em relação ao transporte público necessário. Postula o 
pagamento de dois vales-transporte por dia de trabalho, deduzidos as valores 
eventualmente pagos no curso do contrato, sem realização de novos 
descontos. 
A ré Rodroli alega que sempre depositou o valor correspondente a dois 
vales-transporte por dia de trabalho, conforme tabelademonstrativa juntada 
com a defesa. 
A tabela de ID 7b4f5a3 comprova o pagamento de valores a título de 
vale-transporte nos meses de maio de 2015 a julho de 2016. 
Entretanto, o contrato de trabalho da autora teve vigência no período de 
17.04.2015 a 30.09.2016, tendo ela usufruído férias durante todo o mês de 
agosto. 
Assim, a empregadora não comprovou o pagamento do benefício com 
relação a 14 dias do mês de abril de 2015, bem como com relação a todo o 
mês de setembro de 2016. 
Em sua manifestação sobre a defesa, a autora aponta diferenças a título 
de vale-transporte no valor de R$ 73,49. Considerando o período em que não 
comprovada a concessão do benefício, bem como os valores depositados nos 
demais meses sob os mesmos títulos, acolho o valor apontado pela autora 
como correto. 
Condeno a ré Rodroli, portanto, ao pagamento de diferenças de vale-
transporte no valor de R$ 73,49, já descontada a parcela de participação da 
empregada no custeio do benefício. 
DA GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO 
A autora alega que no início do contrato lhe foi ofertada uma gratificação 
de função no valor de R$ 100,00 por mês. Afirma que, sem explicação 
plausível, a empregadora retirou referida rubrica da sua remuneração. Postula 
o pagamento da gratificação suprimida, com os reflexos descritos no pedido. 
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL 
JUSTIÇA DO TRABALHO - 4ª REGIÃO 
2ª VARA DO TRABALHO DE SANTA MARIA 
Fl. 5 
Sentença 0020074-77.2017.5.04.0702 Rito Sumaríssimo 
 
 
 
 
 
 
A ré Rodroli alega que a autora sempre recebeu a referida gratificação, 
que, no entanto, passou a ter nova nomenclatura (assiduidade), nada mais lhe 
sendo devido. 
De acordo com os recibos de pagamento juntados com a defesa da 
empregadora, a autora recebeu o valor fixo de R$ 100,00 por mês a título de 
gratificação de função no período de abril a outubro de 2015. No mês de 
novembro de 2015 a autora recebeu R$ 75,00 a título de gratificação de 
função, e no período de dezembro de 2015 a março de 2016 passou a receber 
valores aleatórios a título de assiduidade, em quantia inferior àquela até então 
recebida. 
A tese defensiva da empregadora no sentido de que a gratificação de 
função passou a ser paga sob a rubrica “assiduidade” não pode ser acolhida. 
Nada há nos autos que dê amparo à alteração efetivada e tampouco à forma 
como a parcela passou a ser paga, em valores variáveis e menores do que até 
então pagos. Não há nem mesmo alegação, na defesa, de que tenha havido 
alteração nas condições de trabalho da autora, que pudessem autorizar a 
supressão do pagamento da gratificação em tela. 
Condeno a ré Rodroli, portanto, ao pagamento da gratificação de função 
durante todo o período contratual, no valor de R$ 100,00 por mês, com 
reflexos em férias com o terço de acréscimo, em 13os salários e no FGTS com 
a multa de 40%, abatidos os valores pagos e integrados a idênticos títulos. 
Indefiro reflexos em repousos e feriados, pois a autora era mensalista, 
estando os dias de descanso abrangidos pelo deferimento principal. Indefiro, 
igualmente, reflexos no aviso-prévio, visto que seu período foi trabalhado e, 
portanto, também está abrangido pelo deferimento principal. 
Não há falar em abatimento dos valores ora deferidos com aqueles pagos 
a título de assiduidade, uma vez ausente comprovação de que ditas parcelas 
tenham a mesma destinação. 
DA MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT 
A autora alega que, “considerando que a extinção do contrato de trabalho 
se deu por iniciativa do empregador, deveria este adimplir em prol do 
empregado a multa celetista em questão”. Postula o pagamento da multa 
prevista no artigo 477 da CLT. 
Saliento, inicialmente, que a fundamentação do pedido reporta-se não 
aos §§ 6º e 8º mas ao caput do artigo 477 da CLT, o qual trata da indenização 
por tempo de serviço, devida aos empregados cujo contrato de trabalho teve 
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL 
JUSTIÇA DO TRABALHO - 4ª REGIÃO 
2ª VARA DO TRABALHO DE SANTA MARIA 
Fl. 6 
Sentença 0020074-77.2017.5.04.0702 Rito Sumaríssimo 
 
 
 
 
 
 
início antes da Constituição Federal de 1988 e que não manifestaram opção 
pelo FGTS, o que não é o caso da demandante. 
Se a pretensão da autora era a de receber a multa prevista no § 8º do 
artigo 477 da CLT, melhor sorte não lhe assiste. Isso porque, de acordo com a 
documentação juntada aos autos, ela foi pré-avisada acerca do término do 
contrato de trabalho em 31.08.2016, tendo laborado até 30.09.2016 (termo de 
rescisão de ID 96c6d00). 
As verbas rescisórias foram pagas em 28.09.2016, conforme 
comprovante de transferência de ID 649940e - Pág. 4, no valor de R$ 604,30. 
A existência de ínfima diferença reconhecida espontaneamente pela 
empregadora, depositada no dia 28.10.2016, no valor de R$ 12,37, atendido o 
princípio da razoabilidade, não enseja a incidência da multa em questão. 
O fato de não ter sido homologada a resilição contratual tampouco torna 
devida a multa. 
De acordo com a Súmula nº 59 do Eg. TRT da 4ª Região, a multa do § 8º 
do artigo 477 da CLT não é devida quando o valor líquido devido pela extinção 
do contrato de trabalho for disponibilizado ao empregado por meio de depósito 
em conta corrente dentro do prazo previsto no § 6º do referido dispositivo legal, 
ainda que a assistência prevista no § 1º ocorra em data posterior. 
Indefiro, portanto, o pedido. 
DA MULTA PREVISTA NA CONVENÇÃO COLETIVA 
Segundo a autora, a convenção coletiva estabelece que as 
homologações das rescisões de contratos de trabalho devem ocorrer nos 
mesmos prazos previstos em lei para o pagamento das parcelas rescisórias, 
isto é, nos prazos estabelecidos no § 6º do art. 477 da CLT, sob pena de 
incidência de multa em favor do empregado no valor equivalente a um salário-
base, sem prejuízo da multa estabelecida para o caso de atraso no pagamento 
das parcelas rescisórias. Refere a demandante que o contrato foi rescindido 
em 30.09.2016, mas a empregadora compareceu ao sindicato somente em 
10.11.2016. Postula o pagamento da multa em questão. 
A ré Rodroli alega que as verbas rescisórias foram pagas dois dias antes 
do término do contrato de trabalho, bem como que depositou uma ajuda de 
custo para realização da homologação do termo de rescisão na cidade de 
Santa Maria. 
A cláusula trigésima terceira da convenção coletiva de 2016 assim dispõe 
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL 
JUSTIÇA DO TRABALHO - 4ª REGIÃO 
2ª VARA DO TRABALHO DE SANTA MARIA 
Fl. 7 
Sentença 0020074-77.2017.5.04.0702 Rito Sumaríssimo 
 
 
 
 
 
 
(ID 5e27cd0 - Pág. 17): 
As homologações das rescisões de contratos de trabalho devem 
ocorrer nos mesmos prazos previstos em lei para pagamento das 
parcelas rescisórias, isto é, nos prazos estabelecidos no §6, do art. 
477 da CLT. 
Nas rescisões relativas a contratos de trabalho com mais de ano de 
vigência, a empregadora deverá fazer contato com o sindicato dos 
empregados para agendar a homologação no próprio dia da 
concessão do aviso prévio, no dia da comunicação da despedida ou 
no dia do pedido de demissão. 
Caso a empregadora, no prazo de até 10(dez) dias do término do 
prazo legal para o pagamento das parcelas rescisórias, não 
compareça no Sindicato Profissional para homologar rescisão de 
contrato de trabalho com mais de ano de vigência e/ou devolver a 
CTPS com a anotação da baixa do contrato no mesmo prazo de 10 
dias, haverá a automática incidência de multa em favor empregado no 
valor equivalente a um (01) salário-base do mesmo, sem prejuízo da 
multa estabelecida para o caso de atraso no pagamento das parcelas 
rescisórias. Não haverá a incidência da multa se a homologação não 
se realizar no prazo ora estabelecidoem razão do não 
comparecimento do empregado, por falta de agenda do Sindicato 
Profissional ou, ainda, por negativa infundada de 
assinatura/homologação por parte do empregado ou do Sindicato 
Profissional. 
O Sindicato Profissional registrará no verso no Recibo de Rescisão 
Contratual: (a) a data agendada pelo Sindicato Profissional para a 
homologação da rescisão contratual; (b) eventual ausência do 
empregado na data agendada para homologação; (c) o motivo da 
eventual não homologação da rescisão e a presença da empregadora 
no dia e hora agendados. 
Como visto, o pedido não se funda em pagamento intempestivo das 
verbas rescisórias mas, sim, no fato de a homologação da resilição contratual 
não ter sido feita dentro do mesmo prazo previsto em lei para o pagamento das 
parcelas rescisórias, como estabelece a cláusula transcrita. 
O contrato de trabalho foi encerrado em 30.09.2016 e, embora as verbas 
rescisórias tenham sido pagas em 28.09.2016 (ID 649940e - Pág. 4), com 
ínfima diferença paga em 28.10.2016, a rescisão foi homologada pelo sindicato 
apenas em 10.11.2016 (ID 96c6d00 - Pág. 2). 
Além de não haver nenhuma indicação, no termo de rescisão, acerca do 
motivo pelo qual o prazo teria sido ultrapassado, há ressalva expressa no 
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL 
JUSTIÇA DO TRABALHO - 4ª REGIÃO 
2ª VARA DO TRABALHO DE SANTA MARIA 
Fl. 8 
Sentença 0020074-77.2017.5.04.0702 Rito Sumaríssimo 
 
 
 
 
 
 
tocante ao direito da empregada a receber a multa prevista na cláusula 
trigésima terceira da convenção coletiva. 
Condeno a ré Rodroli, assim, a pagar à autora a multa prevista na 
cláusula acima citada, no valor equivalente a um salário-base da empregada. 
DA COMPENSAÇÃO 
Nos itens anteriores foi deferida, no que cabível, a dedução de valores já 
pagos aos títulos compreendidos na condenação. 
De ressaltar que, no caso de condenação em diferenças de verbas já 
pagas, a consideração, para efeito de cálculo, dos valores já satisfeitos aos 
mesmos títulos é da própria natureza da condenação. 
DOS JUROS E ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA 
O Eg. TRT da 4ª Região vem entendendo que os critérios de cômputo de 
juros e correção monetária devem ser fixados na fase de liquidação de 
sentença, sendo impróprio discuti-los na fase de conhecimento. 
Decidindo no mesmo sentido, deixo de conhecer da matéria e remeto à 
fase de liquidação do julgado a definição de índices e critérios de cálculo 
concernentes a juros e correção monetária. 
DA RESPONSABILIDADE DO SEBRAE 
A autora alega ter sido contratada pela reclamada Rodroli para laborar 
em benefício do réu Sebrae e postula a condenação deste, na condição de 
devedor subsidiário, ao pagamento das verbas pleiteadas na inicial. 
É incontroverso o fato de que a autora despendeu sua força de trabalho 
em benefício do Sebrae. 
Incide na espécie, portanto, a Súmula 331 do TST, cuja redação atual é a 
seguinte: 
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE (nova 
redação do item IV e inseridos os itens V e VI à redação) - Res. 
174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 
I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, 
formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo 
no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974). 
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa 
interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da 
Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da 
CF/1988). 
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL 
JUSTIÇA DO TRABALHO - 4ª REGIÃO 
2ª VARA DO TRABALHO DE SANTA MARIA 
Fl. 9 
Sentença 0020074-77.2017.5.04.0702 Rito Sumaríssimo 
 
 
 
 
 
 
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de 
serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação 
e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à 
atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a 
subordinação direta. 
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do 
empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos 
serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da 
relação processual e conste também do título executivo judicial. 
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta 
respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, 
caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das 
obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na 
fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da 
prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade 
não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas 
assumidas pela empresa regularmente contratada. 
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange 
todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período da 
prestação laboral. 
Conforme o item IV da Súmula nº 331 do TST, o tomador do serviço 
responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da prestadora quando 
esta é inadimplente. 
Com tais fundamentos, declaro a responsabilidade subsidiária do Sebrae 
em relação à totalidade dos créditos deferidos à autora. 
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA E HONORÁRIOS 
A posição do Eg. TST a respeito dos honorários advocatícios no processo 
do trabalho está expressa nas conhecidas Súmulas 219 e 329 e no artigo 5º da 
Instrução Normativa 25/2005 daquele Pretório. 
Quando se trata, portanto, de lides decorrentes da relação de emprego, a 
solução adotada pelo Eg. TST, como regra geral, é a constante no item I da 
Súmula 219, verbis: 
I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de 
honorários advocatícios não decorre pura e simplesmente da 
sucumbência, devendo a parte, concomitantemente: a) estar assistida 
por sindicato da categoria profissional; b) comprovar a percepção de 
salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em 
situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do 
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL 
JUSTIÇA DO TRABALHO - 4ª REGIÃO 
2ª VARA DO TRABALHO DE SANTA MARIA 
Fl. 10 
Sentença 0020074-77.2017.5.04.0702 Rito Sumaríssimo 
 
 
 
 
 
 
próprio sustento ou da respectiva família. (art. 14, § 1º, da Lei nº 
5.584/1970). (ex-OJ nº 305 da SBDI-I). 
Como se vê, o Egrégio TST entende que o artigo 14 da Lei 5.584/70 
continua em vigor, não obstante houvesse fundamento razoável para 
considerá-lo tacitamente revogado pela Lei 10.288/2001. 
Além disso, chama atenção o fato de a posição expressa na Súmula 219 
do TST ter sobrevivido: a) ao disposto no artigo 133 da Constituição Federal de 
1988, no sentido de ser o advogado indispensável à administração da justiça; 
b) à tese de que o Estatuto da OAB – Lei 8.906/94 – teria revogado o jus 
postulandi das partes na Justiça do Trabalho; c) à Emenda Constitucional nº 
45/2004, que ampliou a competência da Justiça do Trabalho. 
E considerando o largo espaço de tempo já transcorrido desde a 
promulgação da EC 45/2004, parece absolutamente improvável a hipótese de 
o Eg. TST modificar sua posição a respeito da matéria. 
Nessas circunstâncias, embora ressalve meu entendimento em sentido 
contrário, impende reconhecer que a não aplicação da Súmula 219 do TST 
tem prevalecido, na prática, tão somente em relação aos empregadores menos 
favorecidos economicamente, ou seja, quanto aos que não possuem 
condições de arcar com os ônus de um recurso de revista, situação esta que, 
data venia da Súmula 61 do Eg. TRT da 4ª Região, não é a ideal. 
De assinalar, ainda, que a observação do que ordinariamente acontece 
tem demonstrado que em termos práticos a concessão de honorários de 
assistência judiciáriaa advogados não credenciados pelo sindicato da 
categoria profissional não tem resultado em nenhum benefício efetivo aos 
trabalhadores. 
Com efeito, o advogado que, nos termos do artigo 5º, § 4º, da Lei 
1.060/50, aceita o encargo de prestar a assistência judiciária deveria fazê-lo 
nas mesmas condições em que o faria o advogado credenciado pelo ente 
sindical, ou seja, sendo remunerado apenas pelos honorários pagos pela parte 
demandada, quando o beneficiário da assistência for vencedor na causa, visto 
que a assistência judiciária é gratuita. 
Na realidade, entretanto, embora os profissionais requeiram a assistência 
judiciária a seus clientes tidos como pobres nos termos da lei, contratam com 
eles, via de regra, honorários em elevado percentual sobre o proveito 
econômico da causa, muitas vezes incidente inclusive sobre liberação de 
FGTS já depositado e percepção de seguro-desemprego, somados aos 
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL 
JUSTIÇA DO TRABALHO - 4ª REGIÃO 
2ª VARA DO TRABALHO DE SANTA MARIA 
Fl. 11 
Sentença 0020074-77.2017.5.04.0702 Rito Sumaríssimo 
 
 
 
 
 
 
honorários de assistência judiciária decorrentes da sucumbência da outra 
parte, sem nem mesmo deduzir estes últimos do percentual contratado pela 
prestação do serviço. 
Por tais razões, revejo meu entendimento anterior e passo a decidir de 
acordo com a Súmula 219 do TST. 
No caso dos autos, presente a credencial expedida pelo sindicato da 
categoria profissional (ID 51c543e), e prestando, a demandante, declaração de 
insuficiência econômica nos termos da lei, cujo conteúdo acolho como 
verdadeiro, defiro-lhe a assistência judiciária requerida e condeno as 
demandadas ao pagamento de honorários de advogado decorrentes do 
benefício, equivalentes a 15% sobre o valor final bruto apurado em favor da 
demandante. A responsabilidade do réu Sebrae, também aqui, é subsidiária. 
DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS E DO IMPOSTO DE 
RENDA 
Sobre as parcelas salariais deferidas incide contribuição previdenciária 
nos termos da lei, sendo os demandados responsáveis pelo recolhimento, 
autorizado o desconto da parte de responsabilidade da demandante. Para o 
cálculo devem ser observados os critérios definidos na Súmula 26 do TRT da 
4ª Região, verbis: Os descontos previdenciários apuram-se mês a mês, incidindo sobre o 
valor histórico sujeito à contribuição, excluídos os juros de mora, respeitado o limite máximo 
mensal do salário-de-contribuição, observados as alíquotas previstas em lei e os valores já 
recolhidos, atualizando-se o valor ainda devido. 
Autorizo os réus, igualmente, a procederem à retenção do imposto de 
renda que eventualmente incidir nos termos da lei sobre o crédito da autora, no 
momento em que os valores forem a ela disponibilizados, a teor do artigo 46 
da Lei 8.541/92. Observem-se, para o cálculo e eventual retenção, a Súmula 
53 do Eg. TRT da 4ª Região e o artigo 12-A da Lei 7.713/88. 
 
ANTE O EXPOSTO, rejeitada a preliminar de 
ilegitimidade passiva arguida pelo réu Sebrae, no mérito 
acolho EM PARTE os pedidos deduzidos por DANIELA 
TOSSIN nos autos da ação por ela proposta em face de 
RODROLI SERVIÇOS LTDA. e SERVIÇO DE APOIO ÀS 
MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO ESTADO DO 
RIO GRANDE DO SUL para condenar os réus, sendo a 
demandada Rodroli como devedora principal e o réu 
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Sebrae como devedor subsidiário, a pagarem à autora, 
segundo se apurar em liquidação de sentença, com juros 
e correção monetária na forma da lei, observados os 
limites e critérios definidos na fundamentação, o que 
segue: 
a) diferenças de adicional de insalubridade a contar de 
dezembro de 2015, inclusive, com reflexos em férias 
com o terço de acréscimo, em 13os salários e no 
FGTS com a multa de 40%; 
b) dobra das férias do período aquisitivo 2015-2016, com 
o terço de acréscimo; 
c) diferenças de vale-transporte no valor de R$ 73,49; 
d) gratificação de função durante todo o período 
contratual, no valor de R$ 100,00 por mês, com 
reflexos em férias com o terço de acréscimo, em 13os 
salários e no FGTS com a multa de 40%, abatidos os 
valores pagos e integrados a idênticos títulos; 
e) multa em valor equivalente a um salário-base, prevista 
na convenção coletiva, decorrente do atraso na 
homologação da resilição do contrato de trabalho. 
Os réus pagarão as custas de R$ 70,00, calculadas sobre 
o valor arbitrado à condenação, de R$ 3.500,00, sujeitas 
a complementação, além de honorários de assistência 
judiciária de 15%, na forma da fundamentação. As 
parcelas apontadas nas alíneas “a” e “d” acima, exceto os 
reflexos das verbas principais em férias indenizadas e no 
FGTS com a multa de 40%, estão sujeitas à incidência de 
contribuição previdenciária nos termos da lei. Os 
demandados são responsáveis pelo recolhimento, que 
deve ser feito em guias próprias, sob pena de execução, 
autorizado o desconto da parte de responsabilidade da 
autora. Cumpre aos réus, ainda, proceder ao 
recolhimento do imposto de renda eventualmente 
resultante da sentença, conforme a fundamentação, 
autorizado o oportuno e respectivo desconto do crédito da 
autora. A responsabilidade do Sebrae no tocante ao 
pagamento dos honorários de assistência judiciária, tal 
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como em relação ao principal, é subsidiária. Publicada em 
Gabinete. Intimem-se. Cumpra-se após o trânsito em 
julgado. Nada mais. 
FERNANDO FORMOLO 
Juiz do Trabalho

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