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Fundac¸a˜o Centro de Cieˆncias e Educac¸a˜o Superior a Distaˆncia do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educac¸a˜o Superior a Distaˆncia do Estado do Rio de Janeiro 2o EP 2008/1 AR Lic. em Matema´tica Semana 2 - Aulas 4 e 5 Versa˜o Tutor Coord. H. Clark Estimados Tutores Como recomendac¸a˜o geral, considerando as caracter´ısticas da Disciplina, lembre-se de orientar o(a) estu- dante a trabalhar detalhadamente as demonstrac¸o˜es. Em especial, enfatize aos estudantes que em Ana´lise Real requerera´ a todo momento o entendimento dos conceitos relevantes e sua expressa˜o em linguagem matema´tica, exigindo deles mais do que apenas procedimentos operacionais com objetos matema´ticos abstratos. Ex. 1 Determine o supremo e o ı´nfimo (observe se eles pertencem ou na˜o ao conjunto) dos seguintes conjuntos, caso existam. (a) A = {1/n;n ∈ N}; (b) B = {(−1)n/n;n ∈ N}; (c) C = ∞⋃ n=1 [1− 1/n, n]; (d) D = ∞⋃ n=1 {1− 1/n, n}. Resoluc¸a˜o- Fazendo n variar em N descreve-se cada conjunto como segue: (a) A = {1, 1/2, 1/3, · · ·}. Note que para n ∈ N bastante grande, o nu´mero racional 1/n torna-se muito ”pro´ximo”de 0 (zero). Assim, tem-se inf A = 0, o qual na˜o pertence a A. O supA = 1 e 1 ∈ A. (b) B = {−1, 1/2,−1/3, 1/4, · · ·} Note tambe´m que para n ∈ N bastante grande, o nu´mero racional (−1)n/n torna-se muito ”pro´ximo”de 0 (zero), pela esquerda e pela direita. Todavia, o menor dos nu´meros de B e´ o -1, logo, inf B = −1, e o maior e´ 1/2, e assim, supB = 1/2. (c) C = ∞⋃ n=1 [1− 1/n, n) = [0, 1) ∪ [1/2, 2) ∪ [2/3, 3) · · ·. Note que o cojunto C e´ um intervalo semi- fechado, o qual pode ser representado por C = [0,∞). Logo, inf C = 0 ∈ C e na˜o ha´ um supremo. (d) D = ∞⋃ n=1 {1− 1/n, n} = {0, 1}∪{1/2, 2}∪{2/3, 3} · · · = {0, 1/2, 1, 2/3, 2 · · ·}. Logo, infD = 0 ∈ D e na˜o ha´ um supremo. Ex. 2 Se um subconjunto A de R tem uma cota inferior, enta˜o A tem ı´nfimo. Demonstrac¸a˜o- Seja α uma cota inferior de A, i.e´, α ≤ β para todo β ∈ A. Assim, β − α ≥ 0. Seja B = {x ∈ R;x = β − α, ∀β ∈ A}. Note que B ⊂ R+, assim B tem um ı´nfimo. Seja γ = inf B. Enta˜o dado ² > 0 arbitra´rio, existe δ ∈ B tal que δ < γ + ². Portanto, β − α < γ + ². Assim, β < γ + α+ ². Logo, γ + α = inf A Ex. 3 Use as propriedades de R e mostre, para todo x, y ∈ R que: (a) x0 = 0; (b) (−x)y = −(xy); (c) (-x)(-y)=xy. Demonstrac¸a˜o- De fato, 1 (a) x0 = x(0 + 0) = x0 + x0⇐⇒ x0− x0 = x0. Como x0− x0 = 0, enta˜o, x0 = 0 (b) (−x)y + xy = [(−x) + x]y = 0y = 0. Adicionando −(xy) a esta identidade, tem-se [(−x)y + xy]− (xy) = 0− (xy)⇐⇒ (−x)y + [xy − (xy)] = −(xy)⇐⇒ (−x)y + 0 = −(xy). Logo, (−x)y = −(xy) (c) Usando (b) e associatividade, respectivamente, tem-se (−x)(−y) + [−(xy)] = (−x)(−y) + (−x)(y) = (−x)[(−y) + y] = (−x)0 = 0. Adicionando xy a` u´ltima identidade tem-se {(−x)(−y) + [−(xy)]}+ xy = xy ⇐⇒ (−x)(−y) + [−(xy) + xy] = xy ⇐⇒ (−x)(−y) + 0 = xy. Logo, (−x)(−y) = xy Ex. 4 Mostre que: (a) se y < x e t < z, enta˜o y + t < x+ z para todo x, y, z, t ∈ R; (b) se 0 < a < b, enta˜o 0 < 1/b < 1/a para a, b ∈ R. Demonstrac¸a˜o- De fato, (a) sendo y < x e t < z, enta˜o x− y > 0 e z − t > 0 respectivamente. Da´ı, (x− y) + (z − t) > 0⇐⇒ (x+ z)− (y + t) > 0. Logo, y + t < x+ z para todo x, y, z, t ∈ R; (b) Sendo 0 < a e a ∈ R, existe a−1 ∈ R e aa−1 = 1. Como a > 0 e 1 > 0, enta˜o a−1 > 0. Similarmente para b. Multiplicando a hipo´tese por 1/ab > 0 tem-se 0 < a/ab < b/ab⇐⇒ 0 < 1/b < 1/a Ex. 5 Sejam A e B dois subconjuntos de R tais que α ≤ β para todo α ∈ A e para todo β ∈ B. Enta˜o supA = supB se, somente se, para qualquer ² > 0 existem α ∈ A e β ∈ B tais que β − α < ². Demonstrac¸a˜o- Deve-se provar, sendo α ≤ β para todo α ∈ A e para todo β ∈ B, que supA = supB ⇐⇒ β − α < ², para todo ² > 0. De fato, • =⇒) Hipo´tese: supA = supB. Pela definic¸a˜o de sup, para todo ² > 0 existe α ∈ A tal que α+ ² > supA. Como por hipo´tese supA = supB, enta˜o α+ ² > inf B. Assim, usando a definic¸a˜o de inf, existe β ∈ B tal que β < α+ ². Logo, β − α < ². • ⇐=) Hipo´tese: para todo ² > 0 existem α ∈ A e β ∈ B tais que β − α < ². Sera´ usado um racioc´ınio que levara´ a` uma contradic¸a˜o. De fato, seja supA < inf B e suponha ² = inf B − supA. Note que ² > 0. Como β ≥ inf B e −α ≥ − supA, enta˜o β − α ≥ inf B − supA. Portanto, β − α ≥ ² para qualquer α ∈ A e qualquer β ∈ B. O que contradiz a hipo´tese. Logo, supA = supB 2
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