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Sentença da Revisao Criminal - IMPRIMIR

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO
ACÓRDÃO N: 264/2019
REVISÃO CRIMINAL N. 145-16.2018.6.22.0000 - CLASSE – BARRETOS-SP
RELATORA: MARIA DE FÁTIMA DA SILVA
RECORRENTE: JUSTIÇA PÚBLICA
REVISIONANDO: ALBINO PINTO 
ADVOGADO: JOÃO DA SILVA – OAB/SP 150160
ADVOGADO: VINICIUS PEREIRA – OAB/SP 135200
PENAL. PROCESSUAL PENAL. REVISÃO CRIMINAL. ARTIGO 621, I, II DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. SENTENÇA CONTRÁRIA À EVIDÊNCIA DOS AUTOS E CONDENAÇÃO QUE SE FUNDOU EM DEPOIMENTOS FALSOS. PEDIDO REVISIONAL PROCEDENTE.
I – A presente ação foi ajuizada com fundamento no artigo 621, inciso I, do Código de Processo Penal. A revisão criminal é cabível na hipótese do artigo 621, inciso I, do Código Penal, diante da sentença condenatória do juízo de origem se mostrar contrária a evidência dos autos. 
II – Ademais, restam verdadeiras as alegações do revisionando ante a existência de provas que demonstram a falsidade do depoimento e de alguns documentos constantes nos autos, sendo cabível a incidência do inciso II, do artigo 621, do Código de Processo Penal.
ACORDAM, os membros da 4ª Câmara de Direito Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, nos termos do voto da relatora, à unanimidade, julgar procedente o pedido de revisão criminal.
RELATÓRIO
Trata-se de revisão criminal ajuizada por Albino Pinto com o objetivo de constituir a decisão do juiz de Direito da Comarca de Guaíra Estado de São Paulo que condenou o revisionando pelo crime tipificado no artigos 306, parágrafo 1ª, inciso II, do Código de Trânsito Brasileiro (doc. em anexo), nos autos do processo nº 1500220-12.2017.8.26.0210, à pena de 6 meses de detenção, mais 10 dias multa, bem como fixou pelo mesmo prazo o período de suspensão da habilitação para dirigir.
O revisionando alega que no inquérito policial e termo de interrogatório do réu consta que o mesmo foi direcionado a Santa Casa de Barretos, no entanto seria Santa Casa de Guaíra. Menciona também que as bebidas alcoólicas e drogas foram encontrados em veículo diverso, em delito apurado totalmente estranho aos autos de origem. Aduz que a condenação não pode se basear unicamente no documento de declaração do médico Dr. Antônio Nogueira Lelis Filho, que atestou a embriaguez e o possível uso de entorpecentes. Suscita o revisionando que o depoimento do senhor Luiz Fernando Rozo não configura prova autêntica de embriaguez e uso de substâncias entorpecentes tendo em vista que a data de sua feitura e autenticação é pretérita ao acidente ocorrido.
O Ministério Público Estadual manifestou-se pela procedência da revisão para a absolvição do revisionando nos termos do pedido revisional. 
É o breve relatório ao qual submeto ao eminente juiz revisor nos termos do artigo 39, III, do Regimento Interno deste Tribunal.
VOTO
Considerando o que nos autos constam, especialmente porque restou comprovado que as bebidas alcóolicas e drogas na verdade foram encontrados em veículo diverso, em delito apurado totalmente estranho ao debatido nos autos penais que envolve o Sr. Albino Pinto, conforme verificado no auto de exibição.
Além do mais, e/restou comprovado que o laudo de verificação de embriaguez / indireto nº 90936/2017 juntado aos autos, principal prova que ensejou na convicção do r. Juízo, refere-se a pessoa diversa, Sr. “Jonas Gimenes de Paula”, e não ao Sr. Albino. 
Já conforme se infere do depoimento anexado aos autos criminais de origem, do Sr. Luiz Fernando Rozo, comprova-se que o selo do Primeiro Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais do Sub. De Barretos-SP encontra-se datado de 25 de setembro de 2016, data esta pretérita à ocorrência do acidente envolvendo o condutor Albino, ora revisionando. 
Portanto, inexistem provas suficientes capazes de demonstrar que o Réu, ora revisionado, de fato estava embriagado na data no aciedente.
Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE a presente Revisão Criminal, nos termos do art. 626, I, II do Código de Processo Penal, para absolver o Réu ALBINO PINTO, tendo em vista a contrariedade da sentença condenatória proferida pelo Juízo de 1ª Grau, à evidências dos autos. 
São Paulo, 20 de agosto de 2019.
Desembargador, WILSON TEIXEIRA - Presidente
Juíza Relatora, MARIA DE FÁTIMA DA SILVA 
Leonardo Sampaio Vieira – Procurador Geral do Estado

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