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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz do Trabalho da contestação

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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz do Trabalho da ___ Vara de Guarabira-PB
 
 
Eduarda Gabriely Coelho Gomes, brasileira, casada, desempregada, filha de Antônio José de Oliveira e Maria das Graças Oliveira, portador do RG nº 9882830, CPF nº 707.898.664-47, CTPS (em anexo) e PIS nº 8765646, residente e domiciliado na Rua Joaquim Borba Filho nº 318, Bairro Água Fria/Guarabira, endereça eletrônico eduardagabriely.g@hotmail.com, por meio de sua advogada, conforme procuração anexa, com escritório na Rua 25 de agosto nº25/ Guarabira- Centro, Brito e Nunes Advogados Associados, vem a presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 840 da CLT, ajuizar a presente:
 
 
Reclamação Trabalhista
 
Em face da Sociedade empresária Bradesco S/A, inscrita no CNPJ nº 60.746.948/0001-12, com sede na Rua Duque De Caxias, 401 - Centro - Cep: 58010-821/João Pessoa, na pessoa do seu representante legal, pelas razões que passa a expor:
 
 
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
 
Cumpre, de início, registrar a hipossuficiência do Autor para custear as despesas processuais e os honorários advocatícios, sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família. Desta forma, valendo-se da Lei nº 1.060/50, cabíveis os auspícios da Justiça Gratuita, conforme declaração de pobreza ora anexada.
 
 
DOS FATOS:
 
A reclamante foi contratada em 17 de dezembro de 2017 para exercer a função de auxiliar de serviços gerais; na parte de anotações gerais, entretanto, exercia função diferente da qual foi contratada, na prática, atuava no cargo de técnico de informática. Em sua função, desenvolvia suas atividades das 20h ás 5h de segunda a sábado com intervalo de 20 min, com jornada de oito horas teria que ter no mínimo uma hora para refeição, mas a reclamante desfrutava de apenas vinte minutos. Realizava trabalhos noturnos e, portanto, detém direito de adicional noturno, pois exercia atividade durante a noite e, horas extras por prestar serviço aos sábados. Oportuno relatar também que a reclamante tinha difícil acesso ao local de trabalho, não havia transporte público disponível, a empresa fornecia transporte, porém a mesma descontava do seu salário uma quantia referente ao vale-transporte. Foi demitida por justa causa sem justo motivo no dia 28 de abril de 2018, sem receber nenhuma indenização. O trabalhador ainda exibe copias da sua CTPS, no qual consta a causa da sua demissão, a prática é considerada pena adicional ao trabalhador e gera a obrigação de indenizar por danos morais. 
 
 
 
DOS DIREITOS:
 
 
I- MÉRITO
I.1- Justa Causa 
O reclamante foi demitido por justa causa apesar de não ter cometido nenhum ato errado. Consta ainda na sua CTPS, o registro de que o reclamante foi dispensado por justa causa em razão de conduta inadequada.
Nos termos do art. 842 da CLT, constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador o rol de alíneas do art. 482 da CLT, especificando as condutas pelo qual o empregador poderá demitir por justa causa, entretanto não há nas alíneas a razão.
Ademais o reclamante firma que foi despedido por justa causa apesar de não ter feito nada que justificasse e conforme dispõe a súmula 212 do TST, o ônus de provar o término do contrato de trabalho quando negados a prestação de serviço e o despedimento é do empregador, que no caso em tela se manteve inerte. 
Diante disso, requer a anulação da justa causa, pois o trabalhador não cometeu nenhuma irregularidade.
 
I.2- Verbas Rescisórias
O reclamante foi dispensado por justa causa e recebeu apenas o saldo salarial do último mês.
Contudo, após afastamento da justa causa do reclamante, são devidas verbas rescisórias contratuais de:
a) Aviso prévio indenizado conforme preceitua o art 487 da CLT, de 30 dias com integração desse período no seu tempo de serviço e reflexos nas verbas contratuais resilitórias.
b) Férias proporcionais de 5/12 (cinco doze avos) acrescido do terço constitucional, conforme súmula 328 do TST, art, 7º XVII da Constituição Federal e súmula 171 do TST.
c) Décimo terceiro proporcional de 4/12 ( quatro doze avos) conforme art. 3º da Lei n° 4.090/1961
d) Multa do FGTS de 40%, conforme estabelece o art.18 da Lei n° 8.036/90.
e) Liberação das Guias do saque FGTS. 
Diante do exposto, requer a procedência dos pedidos das verbas rescisórias descritas anteriormente.
 
I.3- Horas Extras 
 
O reclamante tinha jornada de trabalho das 20 (vinte) horas às 5 (cinco) horas, de segunda a sábado. Assim, percebe-se de que sua jornada eram de 48 horas ( quarenta e oito) hpras semanais.
O reclamante requer, as horas extras devidas com adicional de 50% (cinquenta por cento) superior da hora normal, tendo em conta o labor superior de 44 (quarenta e quatro) horas semanais em 4 (horas), sendo devidas essas horas extras, conforme dispõe o art. 59, parágrafo 1º da CLT, art. 58, CLT e art. 7º, XIII, CRFB/88. 
 
I.4- Intervalo Intrajornada 
O reclamante laborou de segunda-feira a sábado das 20h às 5h, com intervalo de 20 minutos para refeição.
No que se refere o art 71 da CLT, o trabalho cuja duração exceda 6 horas, é obrigatória de intervalo mínimo de uma hora.
Contudo, o reclamante tinha intervalo de apenas 20 minutos, sendo assim suprimidos 40 minutos de descanso. Logo, conforme estabelece o art. 71, parágrafo 4º da CLT, implica o pagamento de natureza indenizatória do período suprimido (40 minutos) com acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração hora normal do trabalho. 
I.5 Adicional Noturno 
Nos termos do art. 73 da CLT, o trabalho noturno terá remuneração superior à do diurno de pelo menos 20% sobre a hora diurna. De acordo com parágrafo 2º, do art. 73 da CLT, compreende-se como noturno, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia a as 5 horas do dia seguinte.
Sendo assim, o reclamante faz jus ao adicional noturno, pois o seu labor compreendia a jornada das 20h às 5h.
Diante do exposto , requer o provimento do adicional noturno a luz do art.7º, IX, da Constituição Federal e art,73 e parágrafo 2º da CLT, com o adicional de 20% sobre as horas diurnas das 7 horas em que o reclamante laborava conforme explicado anteriormente.
 
I.6- Retificação do CTPS para constar a verdadeira função e o pagamento da diferença salarial
 
O reclamante exercia função de técnico de informática em salario de R$ 1.200,00, entretanto em sua CTPS consta a função de auxiliar de serviços gerais. Consta na convenção Coletiva da categoria do reclamante que o piso normativo para a função desempenhada de fato o valor de R$ 1.800,00.
Diante do exposto, requer as diferenças salariais perante o piso salarial apresentado, condenando o reclamado ao pagamento de diferenças de todo o período em que o reclamante exerceu a função de técnico de informática e a retificação da CTPS a fim de que conste o real valor e a função, conforme estabelece o art. 29 da CLT.
I.7- Indenização por Dano Moral pela anotação da penalidade na CTPS do autor  
O reclamante exibiu sua CTPS na qual conta na parte destinada as anotações gerais , de que o reclamante foi dispensado por justa causa em razão da conduta inadequada.
Nos termo do art. 29 § 4º da CLT, é vedado ao empregador efetuar anotações desabonadoras à conduta do empregado em sua CTPS. Contudo, o reclamado na observou o § 4º, do art.29 da CLT, e realizou anotações infamadoras. 
Ademais, acreditando que seja afastado a justa causa pelas razoes de fato e de direito alhures, requer que seja retificada a CTPS do reclamante a fim de que seja retirado a anotação de "conduta inadequada".
Diante de todo o exposto, requer a condenação do reclamado ao pagamento de Dano Moral pela anotação de penalidade na CTPS do autor, conforme preceitua o art. 223-C da CLT.
 
I.8- Devolução do FGTS 
O reclamante apresentou copias de contracheques em que consta descontos do FGTS. 
Nos termos do art.15 da Lei n° 9.036/90, é de obrigação do empregador o pagamento correspondente a 8% para o FGTS.
Diante disso, requer a devolução do FGTS.
 
II- PEDIDOS 
 
Diante do exposto requer:
 
 
a) que seja anuladaa justa causa da demissão;
b) pagamento do aviso prévio indenizado a luz do art.487 da CLT, de 30 dias com a integração desse período no seu tempo de serviço e reflexos nas verbas contratuais e rescisórias.
c) pagamento das férias proporcionais de 5/12 (cinco doze avos) acrescido de terço constitucional, conforme súmula de 328 do TST, art. 7º, XVII da CF e súmula 171 do TST.
d) pagamento de décimo terceiro proporcional de 4/12 ( quatro doze avos) conforme art.3º da Lei n° 4.090/1961.
e) multa do FGTS de 40%, conforme estabelece o art. 18 da Lei n°8.036.
F) liberação das guias do saque do FGTS
g) as horas extras devidas com adicional de 50% superior das hora normal, haja vistas o labor superior de 4 horas, sendo essas horas extras, conforme dispõe o art. 59 § 1º da CLT, art 58, CLT e art. 7, XIII, CRFB/88.
h) pagamento de natureza indenizatória do período suprimido de 40 minutos com acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração hora normal do trabalho.
i) o provimento do adicional noturno a luz do art.7, IX da CFe art.73 e § 2º da CLT, com o adicional de 20% sobre as horas diurnas das 7 horas em que o reclamante laborava conforme explicado anteriormente.
j) as diferenças salariais diante do piso salarial apresentado, condenando o reclamado ao pagamento das diferenças de todo o período em que o reclamante exercia a função de técnico de informática e a retificação de CTPS a fim de que conste o real valor e a função, conforme estabelece o art. 29 da CLT.
 k) a condenação do reclamado ao pagamento de Dano Moral pela anotação de penalidade na CTPS do autor, conforme dispõe o art.223-C da CLT.
l) devolução do desconto do FGTS.
 
 
III- Requerimentos Finais 
 
Diante do exposto, requer a procedência dos pedidos, a intimação do reclamado para apresentar contestação à reclamação , sob pena de revelia e confissão quanto a matéria de fato.
A produção de todos os meios de provas em direito admitidos, em especial a prova documental e testemunhal.
E por fim, a procedência dos pedidos e a condenação do reclamado ao pagamento de honorários advocatícios no importe de 15% conforme estabelece o art.791-A da CLT.
 
Nestes termos,
 
Pede deferimento.
 
Guarabira, 21/03/2019
Natanny Oliveira
 
OAB n° 1610014167/PB
 
	
	Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a:
[NATANNY SOUZA DE OLIVEIRA]

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