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PARALISIA DE BELL A paralisia de Bell é uma fraqueza súbita nos músculos de uma metade do rosto pe lo acometimento de forma espontânea ou traumática do nervo facial (VII par de nervos cranianos). A incidência é maior em pessoas com mais de 70 anos (53 por 100.000) e menor em indivíduos com menos de 10 anos (4 por 100.000). O principal sintoma da paralisia de Bell é a paresia facial súbita, acompanha dor auriculotemporal e profunda dor na região mastoidea, distúrbios orais na fala, mastigação, sucção, deglutição e preensão. Observar durante o exame do nervo facial: - face em repouso, quieta, serena - procurar assimetria dos sulcos de expressão e desigualdade dos orifícios (olhos, narinas, orelhas) - pedir para fechar os olhos, mostrar os dentes e depois “rir" PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA Prevalece mais entre os 15-40 anos, com maior incidência em gestantes e diabéticos. - É uma paralisia aguda completa ou parcial da hemi face , assoc iada ou não com: do r retroauricular. parestesia, disacusia e disgeusia homolaterais. NERVO FACIAL 3 segmentos: 1o segmento (labiríntico): termina na primeira dobra (gânglio geniculado) e origina o nervo petroso superficial maior que vai até a glândula lacrimal 2o segmento (timpânico): emerge o nervo estapédio com função de proteger a orelha de sons altos. A partir do segmento mastoide origina o nervo da corda do tímpano (salivação e gustação). 3o segmento: Extracraniana o nervo facial se divide em: ramos auricular posterior, temporal, zigomático e craniofacial e nos ramos que se dirigem para os músculos digástrico e estiloide. PARALISIA FACIAL ALTERNA São eventos isquêmicos, autoimunes, inflamatórios, infecciosos e tumorais. O nervo facial é mais acometido pela síndrome de Millard-Gubler onde a paralisia facial periférica é associada com hemiplegia contralateral. N a s í n d r o m e d e R a y m o n d e C e s t a n h á comprometimento associado do nervo abducente, gerando estrabismo convergente homolateral à paralisia facial. A síndrome de Foville se origina do comprometimento do tegmento dorsal do 1/3 caudal da protuberância e promove prosopoplegia e hemiplegia contralateral, além de paralisia do olhar conjugado horizontal para o lado da paralisia facial. PARALISIA FACIAL BILATERAL A diplegia facial é causada pela paralisia de múltiplos nervos craniais (doenças como: paralisia de Bell, sarcoidose, doença de Lyme, diabetes, trauma cranial, vírus da imunodeficiência humana, síndromes de Guillain-Barré e Miller Fischer, meningite carcinomatosa, linfomatosa, tuberculosa ou fúngica, tumor pontino, pseudotumor cerebral). DF com abolição dos reflexos profundos é sugestiva de síndrome de Guillain-Barré. Sífilis, mononucleose, leucemia e doença de Lyme. PARALISIA FACIAL NA NEUROPATIA CRANIAL MÚLTIPLA Causas: meningites agudas ou crônicas, carcinoma de nasofaringe, lesões na base do crânio (geralmente traumática), ou lesões primárias ou metastáticas comprometendo a nasofaringe. A síndrome de Garcin cursa com paralisia progressiva global unilateral (ocasionalmente bilateral) dos nervos cranianos. Na síndrome do ângulo pontocerebelar (APC), outra condição de múltiplos nervos, o VII nervo encontra-se envolvido e possui como principais causas: schwannomas dos nervos vestibular ou facial, meningiomas, cistos epidermoides ou colesteatomas congênitos. A síndrome de Möbius e a amiloidose usualmente estão associadas ao comprometimento de múltiplos nervos craniais. A infecção bacteriana causada pela Borrelia burgdorferi e transmitida pela picada do carrapato (doença de Lyme) promove o acometimento de múltiplos sistemas, e as manifestações neurológicas tipicamente se iniciam com PFP, que pode evoluir para o comprometimento de múltiplos nervos craniais. PARALISIA FACIAL RECORRENTE PFP ipsilateral acometem famílias devido a herança autossômica dominante ou recessiva, ou estar associada a resposta imune anormal. Pode haver predisposição da inflamação do nervo facial por: vírus herpes, citomegalovírus ou vírus Epstein-Barr. A síndrome caracterizada por PFP recorrente com edema facial é conhecida como síndrome de Melkersson-Rosenthal .Queilite, glossite, parotidite e enxaqueca podem fazer parte da síndrome. PARALISIA FACIAL TRANSITÓRIA Ocorre em altitudes altas, acompanhada de sensação de adormecimento na hemiface, saliva espessa e “anestesia da língua”. A paralisia facial evolui de minutos a horas (diferente do tipo recorrente), com recuperação espontânea completa e exame clínico- neurológico e otorrinolaringológico normais. Paralisia facial: quantos tipos clínicos você conhece? Péricles Maranhão- Filho1, Eliana Teixeira Maranhão2, Tiago Aguiar3, Renata Nogueira3 PARALISIA FACIAL EMOCIONAL Ocorre impedimento da ativação dos músculos da face durante as emoções, mas com ativação normal deles durante o esforço voluntário A PFE unilateral ocorre nas lesões das áreas: motora suplementar contralateral (lobo frontal), corpo lenticular, tálamo posterior, hipotálamo e mesencéfalo dorsal. PARALISIA FACIAL CENTRAL Causada por lesões supranucleares localizadas no terço inferior do giro pré-frontal ou nas fibras corticobulbares da coroa radiata, joelho da cápsula interna, pedúnculo cerebral e ponte acima do nível do núcleo facial. Há acometimento do andar inferior da face acompanhando hemiparesia braquiocrural ipsilateral sem comprometimento dos componentes sensitivos (salivação e gustação) do nervo facial. Na inspeção há superficialização do sulco nasolabial. ANATOMIA DO NERVO FACIAL O nervo facial origina-se no núcleo facial, situado na ponte, penetra no osso temporal pelo meato acústico interno e exterioriza do crânio pelo forame estilomastóideo, para se distribuir, através de seus ramos. Função sensitiva: Receptores gustatórios nos dois terços anteriores da língua Função motora: Músculos da expressão facial (mímica) e da audição (estapédio), glândula lacrimal, glândulas salivares submandibular e sublingual
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