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Classificação Doutrinária dos arts. 250 a 266 do Código Penal

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TÍTULO VIII
DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM
   Incêndio
  Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
        Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
        Aumento de pena
        § 1º - As penas aumentam-se de um terço:
        I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio;
        II - se o incêndio é:
        a) em casa habitada ou destinada a habitação;
        b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura;
        c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;
        d) em estação ferroviária ou aeródromo;
        e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
        f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
        g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;
        h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
        Incêndio culposo
        § 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis meses a dois anos.
Objeto Jurídico: A incolumidade pública;
Elemento do tipo: (Verbo) Causar; 
Objeto material: Substância ou objeto incendiado;
Sujeito Ativo: Qualquer Pessoa; 
Sujeito Passivo: A sociedade (crime vago); 
Elemento Subjetivo: O Dolo; 
Tentativa: Admite-se. Possui natureza plurissubjetiva admitindo-se fracionamento do iter criminis e ocorrência teórica da tentativa; 
Ação Penal: Pública Incondicionada.
 Explosão
        Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos:
        Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
        § 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
        Aumento de pena
        § 2º - As penas aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses previstas no § 1º, I, do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas no nº II do mesmo parágrafo.
        Modalidade culposa
        § 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos análogos, a pena é de detenção, de seis meses a dois anos; nos demais casos, é de detenção, de três meses a um ano.
Objeto Jurídico: A incolumidade pública;
Elemento do tipo: (Verbo) Expor; 
Objeto material: O objeto material é o engenho de dinamite ou a substância de efeitos análogos;
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa; 
Sujeito Passivo: A coletividade;
Elemento Subjetivo: Dolo;
Tentativa: Admite-se;
Consumação: Com a criação de situações de perigo próximo e imediato; 
Modalidade culposa: Advém quando alguém não toma os cuidados necessários em definida situação e, por consequência, provoca explosão que expõe a perigo a incolumidade física ou o patrimônio de número indeterminado de pessoas. 
 Ex: Estocagem de fogos de artifício ou pólvora sem observar as cautelas necessárias;
Modalidade privilegiada: a substância utilizada pelo agente não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos, ou seja, tem eficácia explosiva me nor. Obviamente, a constatação do crime na forma privilegiada dependerá de análise pericial. 
Ação Penal: Pública Incondicionada.
 Uso de gás tóxico ou asfixiante
        Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando de gás tóxico ou asfixiante:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
        Modalidade Culposa
        Parágrafo único - Se o crime é culposo:
        Pena - detenção, de três meses a um ano.
Objeto Jurídico: A incolumidade pública; 
Elemento do tipo: (Verbo) Expor;
Objeto material: gás tóxico ou asfixiante; 
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa;
Sujeito Passivo: A coletividade;
Elemento Subjetivo: O dolo;
Consumação: Com o surgimento da situação de perigo próximo e imediato para a integridade física ou patrimônio de indiscriminado número de pessoas; 
Forma culposa: O parágrafo único diminui a pena para detenção de três meses a um ano se o uso do gás tóxico ou asfixiante é culposo;
Tentativa: Admite-se;
Ação Penal: Pública Incondicionada.
Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosivos ou gás tóxico, ou asfixiante
 Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade, substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação:
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa
Objeto Jurídico: A incolumidade pública;
Objeto Material: substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa;
Sujeito Passivo: a coletividade;
Elemento Subjetivo: É o dolo de perigo, a vontade de gerar um risco não tolerado a terceiros;
Consumação: Consuma-se o delito com a prática de qualquer uma das ações nucleares do tipo;
Tentativa: Admissível;
Ação Penal: Pública incondicionada. 
Consumação: Com a efetiva situação de perigo comum;
Inundação
 Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
        Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou detenção, de seis meses a dois anos, no caso de culpa.
Objeto Jurídico: A incolumidade pública;
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa;
Sujeito Passivo: a coletividade; bem como eventuais atingidos pela inundação provocada pelo agente; 
Elemento Subjetivo: É o dolo de perigo, a vontade de gerar um risco não tolerado a terceiros;
Consumação: Consuma-se o delito com a prática de qualquer uma das ações nucleares do tipo;
Tentativa: Admissível;
Ação Penal: Pública incondicionada. 
Inundação com o fim de causar a morte de alguém: Deverá ser responsabilizado pelas duas infrações penais, vale dizer, o delito de homicídio qualificado (art. 121, § 2º, III, quarta figura), em concurso formal impróprio com o delito de inundação, devendo haver o cúmulo material de penas. 
Usurpação de águas: Se o fato praticado pelo agente não criar uma situação de perigo comum, bem como se tiver sido praticado com a finalidade de desviar ou represar, em proveito próprio ou alheio, águas alheias, deverá ser responsabilizado pelo delito de usurpação de águas, tipificado no art. 161, I, do Código Penal. 
Dano: se o alagamento for “de pouca monta, incapaz de produzir perigo extensivo, poderá constituir tão somente crime de dano (art. 163, CP).
Forma culposa: O art. 254 comina pena de seis meses a dois anos nos casos em que a inundação resulta de imprudência, negligência e imperícia por parte do agente.
Perigo de inundação
        Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a impedir inundação:
        Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Objeto Jurídico: A incolumidade pública, mas em razão do perigo e não da inundação;
Elemento do tipo: remover (deslocar, tirar), destruir (eliminar, estragar) ou inutilizar (anular, tornar inútil), em prédio próprio ou alheio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural (margem de um rio) ou obra destinada a impedir inundação (barragem, comporta etc.). 
Objeto Material: é o obstáculo natural ou obra destinada a impedir inundação, contra o qual é dirigida a conduta praticada pelo agente.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, inclusive proprietário do prédio em perigo;
Sujeito Passivo: a coletividade; bem como aquele que, individualmente, forem ameaçados pela ação criminosa; 
Elemento Subjetivo: É o dolo, ou seja, a vontade livre e consciente de praticar uma das ações típicas, ciente o agente de que causa o perigo de inundação. Ressalva-se que nessa figura criminosa o agente não quer causara inundação, mas há possibilidade da sua ocorrência;
Consumação: Consuma-se o delito com a efetiva remoção, destruição ou inutilização de obstáculo natural ou obra destinada a impedir inundação que, no caso concreto, traga perigo para a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem.
Tentativa: É admissível.
Ação Penal: Pública incondicionada. 
 Desabamento ou desmoronamento
        Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
        Modalidade culposa
        Parágrafo único - Se o crime é culposo:
        Pena - detenção, de seis meses a um ano
Objeto Jurídico: A incolumidade pública;
Elemento do tipo: causar (provocar) desabamento (queda, total ou parcial, de construção) ou desmoronamento (derrocada, deslizamento, ainda que parcial, do solo), expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem (número indeterminado de indivíduos).
Objeto Material: é o “morro, pedreira ou semelhante”.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa;
Sujeito Passivo: a coletividade, e secundariamente, o indivíduo lesado pela conduta do agente. 
Elemento Subjetivo: É o dolo.
Consumação: Para a consumação do delito de desabamento não basta a simples ameaça, o perigo de que ele possa ocorrer, é imprescindível a ocorrência efetiva da queda do prédio ou de parede, com ameaça concreta a pessoas e coisas. 
Tentativa: É admissível na forma plurissubsistente dolosa.
Ação Penal: Pública Incondicionada.
Subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento
        Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza:
 Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Objeto Jurídico: A incolumidade pública; especificamente o perigo comum que pode decorrer das condutas proibidas. 
Elemento do tipo: Consiste o crime em subtrair (apropriar- se, retirar), ocultar (fazer desaparecer) ou inutilizar (tornar imprestável), por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir (tornar impraticável) ou dificultar (estorvar, tornar trabalhoso) serviço de tal natureza. É pressuposto para a ocorrência do delito que esteja em andamento, por ocasião da conduta, incêndio, inundação, naufrágio, ou outro desastre ou calamidade. Inexistentes essas circunstâncias, outro poderá ser o crime, como, por exemplo, furto ou dano. 
Objeto Material: Aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento constituem o objeto material do delito em estudo. 
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa; 
Sujeito Passivo: A sociedade. 
Elemento Subjetivo: É o dolo, ou seja, a vontade livre e consciente de praticar uma das ações típicas.
Consumação: O delito de subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento se consuma quando o agente, após praticar um dos comportamentos previstos pelo tipo do art. 257 do Código Penal, expõe a perigo a incolumidade pública, vale dizer, a vida, a integridade física ou o patrimônio de um número indeterminado de pessoas.
Tentativa: Admite-se a tentativa.
Ação Penal: Pública Incondicionada. 
Formas qualificadas de crime de perigo comum
        Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.
Objeto Jurídico: A incolumidade pública.
Preterdolo: A primeira parte do artigo 258 do Código penal determina que se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. Agindo o agente com dolo em relação aos crimes de perigo comum, e culposamente em relação à morte ou lesão corporal de natureza grave ou morte, o agente terá sua pena majorada, estamos diante de um crime preterdoloso. Conforme lições de Rogério Greco: “Assim, estamos diante do chamado crime preterdoloso, em que o agente atua com dolo na sua conduta e culpa no resultado agravador”. Caso tenha atuado com dolo nos dois crimes haverá concurso formal impróprio. De acordo com as lições Rogério Greco “Caso tenha atuado, também, com dolo no que diz respeito à obtenção dos resultados lesão corporal de natureza grave e morte, deverá responder pelo delito de perigo comum, em concurso formal impróprio ou imperfeito com essas infrações penais, levando a efeito o raciocínio do cúmulo material, conforme preconiza a parte final constante do caput do artigo 70 do Código penal”.
Majorantes nos crimes culposos de perigo comum: A segunda parte do referido artigo determina a aplicação da pena no caso de culpa, isso significa que a segunda parte será aplica somente quando o crime é praticado de forma culposa, os seguintes delitos, incêndio, explosão, uso de gás tóxico ou asfixiante, inundação e desabamento e desmoronamento, não se aplicando as previstas nos artigos 253, 255 e 257, pois não há previsão para a modalidade culposa. E também não se aplica ao artigo 259, pois, está inserido após as causas de aumento de pena.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.
Sujeito Passivo: A sociedade.
Elemento Subjetivo: Dolo e culpa. 
 Difusão de doença ou praga
        Art. 259 - Difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta, plantação ou animais de utilidade econômica:
        Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
        Modalidade culposa
        Parágrafo único - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a seis meses, ou multa.
Objeto Jurídico: A incolumidade pública.
Elemento do tipo: Infrator que, embora sabendo que o animal era portador de doença infectocontagiosa, o vende.
Objeto Material: É a doença ou praga difundida pelo agente.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.
Sujeito Passivo: A sociedade.
Elemento Subjetivo: O dolo é o elemento subjetivo exigido pelo tipo penal que prevê o delito.
Modalidade culposa: O parágrafo único do art.259 do Código Penal prevê a modalidade culposa de difusão de doença ou praga. Aplicam-se também as regras do 258.
Consumação: Consuma-se quando a doença ou praga se difunde ou se propaga por obra do agente, configurando-se perigo para a floresta, plantação ou animais de utilidade econômica.
Tentativa: Tratando-se crime plurissubsistente é possível a tentativa.
Ação Penal: Iniciativa Pública Incondicionada.
Revogação tácita do art.259 do Código Penal pelo art.61 da Lei nº 9.605/1998: A Lei 9.605/98, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Em seu capítulo V, estão os chamados crimes contra o meio ambiente. No artigo 61 seção III (Da poluição e outros crimes ambientais) foi prevista figura típica semelhante e mais abrangente, conforme se verifica in verbis: 
 “Art. 61- Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas:
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa”. 
CAPÍTULO II
 DOS CRIMES CONTRA 
SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
E TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS
 Perigo de desastre ferroviário
        Art. 260 - Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:
        I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha férrea, material rodante ou de tração, obra-de-arte ou instalação;
        II - colocando obstáculo na linha;
        III - transmitindo falso aviso acerca domovimento dos veículos ou interrompendo ou embaraçando o funcionamento de telégrafo, telefone ou radiotelegrafia;
        IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre:
        Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
        Desastre ferroviário
        § 1º - Se do fato resulta desastre:
        Pena - reclusão, de quatro a doze anos e multa.
        § 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
        § 3º - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer via de comunicação em que circulem veículos de tração mecânica, em trilhos ou por meio de cabo aéreo.
Objeto Jurídico: Incolumidade Pública.
Elemento do tipo: A respeito do artigo em questão e seus incisos, traduzindo o delito de perigo de desastre ferroviário, apontam a conduta de impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro. O núcleo impedir deve ser entendido no sentido de impossibilitar, interromper, obstruir, obstacular; perturbar não importa na interrupção do serviço, mas na sua prática de modo anormal, alterado, atrapalhado, dificultado pela ação do agente.
Objeto Material: É a linha férrea, material rodante ou de tração, obra de arte ou instalação, telégrafo, telefone ou radiotelegrafia.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa
Sujeito Passivo: A sociedade, e principalmente aquelas pessoas que foram expostas ao perigo.
Elemento Subjetivo: Dolo e culpa. 
Consumação: O delito de perigo de desastre ferroviário se consuma quando o agente, após praticar qualquer dos comportamentos previstos pelos incisos do art.260 do Código Penal, coloca efetivamente, em perigo a incolumidade pública, ou seja, o seu comportamento coloca em risco a vida, a integridade física ou o patrimônio de um número indeterminado de pessoas.
Tentativa: É admissível.
Ação Penal: Iniciativa pública incondicionada.
Modalidade qualificada (preterdoloso): É prevista pelo § 1º do art.260, que diz que se do fato resulta desastre, a pena será de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos, e multa. O agente não pode querer, direta e imediatamente, o desastre, pois que estamos diante de um crime "Exige-se, para a consumação do crime, que se instale a probabilidade real de dano considerável a indeterminado número de pessoas e bens". A tentativa, na hipótese qualificada, é inadmissível, pois, além de o resultado ser culposo, a conduta inicial já configura o crime básico. 
Modalidade culposa: O § 2° traz hipótese em que o agente é punido a título de culpa, ou seja, quando causa o desastre por ter agido com manifesta negligência, imprudência ou imperícia.
Majorantes de pena: De acordo com o disposto no art. 263 do Código Penal, "Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no caso de desastre ou sinistro, resulta lesão corporal ou morte, aplica-se o disposto no art. 258". 
 a) se do crime doloso resulta desastre, que, por sua vez, causa lesão corporal grave, a pena é aumentada de metade; 
b) se do crime doloso resulta desastre, que, por sua vez, causa morte, a pena é dobrada; 
c) se do crime culposo resulta desastre, que, por sua vez, causa lesão corporal grave, a pena é aumentada de metade; 
d) se do crime culposo resulta desastre, que, por sua vez, causa morte, a pena é a do homicídio culposo, aumentada de um terço.
Atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo
        Art. 261 - Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea:
        Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
        Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo
        § 1º - Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação ou a queda ou destruição de aeronave:
        Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
        Prática do crime com o fim de lucro
        § 2º - Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente pratica o crime com intuito de obter vantagem econômica, para si ou para outrem.
        Modalidade culposa
        § 3º - No caso de culpa, se ocorre o sinistro:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Objeto Jurídico: Incolumidade Pública, no que diz respeito ao transporte marítimo, fluvial e aéreo. 
Elemento do tipo: consiste o crime em expor a perigo embarcação (qualquer construção flutuante destinada ao transporte de pessoas ou bens, independentemente do meio e tração ou propulsão) ou aeronave (qualquer aparelho capaz de se sustentar e se conduzir, com função de transportar pessoas ou cargas), própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima (mar), fluvial (rio) ou aérea (ar).
Objeto Material: A embarcação ou aeronave, contra a qual é dirigida a conduta do agente. 
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa pode praticar o delito em questão. 
Sujeito Passivo: A coletividade, e secundariamente, em caso de desastre, os eventualmente lesados. 
Elemento Subjetivo: dolo do caput. 
Consumação: crime de perigo concreto, quando se verificar a situação de perigo.
Tentativa: É possível.
Ação Penal: Pública incondicionada, cujo julgamento compete à Justiça Federal (art. 109, IX, CF/88).
Atentado contra a segurança de outro meio de transporte
        Art. 262 - Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento:
        Pena - detenção, de um a dois anos.
        § 1º - Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de dois a cinco anos.
        § 2º - No caso de culpa, se ocorre desastre:
        Pena - detenção, de três meses a um ano.
Objeto Jurídico: Incolumidade Pública, no sentido de manter a segurança dos meios de transporte rodoviário e lacustre.
Elemento do tipo: -Expõe a perigo; Impede o funcionamento; Dificulta o funcionamento; Servindo ao público, em nome do estado ou mediante concessão da Administração Pública.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa
Sujeito Passivo: A coletividade e eventualmente as pessoas lesadas. 
Elemento Subjetivo: Dolo. 
Consumação: Com a verificação do risco, sendo delito plurissubsistente.
Tentativa: É admissível. 
Ação Penal: pública incondicionada.
 Forma qualificada
        Art. 263 - Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no caso de desastre ou sinistro, resulta lesão corporal ou morte, aplica-se o disposto no art. 258.
Formas qualificadas de crime de perigo comum
Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. 
No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.
Arremesso de projétil
 Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao transporte público por terra, por água ou pelo ar:
 Pena - detenção, de um a seis meses.
 Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção, de seis meses a dois anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º, aumentada de um terço.
Objeto Jurídico: Incolumidade Pública, segurança de qualquer veículo em movimento, destinado a transporte público em geral, ameaçados pelo arremesso de projétil
Elemento do tipo: Arremessar, atirar, jogar um projétil.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa
Sujeito Passivo: A coletividade e a pessoa atingida ou colocada em situação de perigo.
Elemento Subjetivo: Dolo. (Se o agente pretende atingir pessoa determinada, há concurso formal (art.70) com o crime que causar).
Consumação: Com o arremesso, crime de perigo abstrato.
Tentativa: É admissível. 
Ação Penal: Pública incondicionada. JECRIM, exceto nas formas qualificadas com resultado morte.
 Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública
        Art. 265 - Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de água, luz, força ou calor, ou qualqueroutro de utilidade pública:
        Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
        Parágrafo único - Aumentar-se-á a pena de 1/3 (um terço) até a metade, se o dano ocorrer em virtude de subtração de material essencial ao funcionamento dos serviços.     (Incluído pela Lei nº 5.346, de 3.11.1967)
Objeto Jurídico: Incolumidade Pública, no sentido da manutenção dos serviços de utilidade pública.
Elemento do tipo: O núcleo do tipo é atentar contra a segurança ou funcionamento dos serviços de utilidade pública. Pode o atentado consistir na destruição ou inutilização dos meios de produção ou captação.
Objeto Material: É o serviço de utilidade pública contra o qual é dirigida a conduta praticada pelo agente.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa
Sujeito Passivo: A sociedade.
Elemento Subjetivo: Dolo, não havendo previsão para a modalidade de natureza culposa. 
Consumação: Consuma-se o ilícito com o ato capaz de lesar a segurança ou o funcionamento dos serviços, ainda que um desses resultados não ocorra, visto que trata-se de crime de perigo presumido.
Tentativa: É possível.
Ação Penal: É de iniciativa pública incondicionada.
Causa especial de aumento de pena: prevê a lei a majoração de pena se houver subtração: “Aumentar-se-à a pena de um terço até a metade se o dano ocorrer em virtude de subtração de material essencial ao funcionamento dos serviços” (acrescentada pela lei nº 5346/67) 
Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, informático, telemático ou de informação de utilidade pública. 
        Art. 266 - Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico, impedir ou dificultar-lhe o restabelecimento:
        Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
§ 1o Incorre na mesma pena quem interrompe serviço telemático ou de informação de utilidade pública, ou impede ou dificulta-lhe o restabelecimento
§ 2o Aplicam-se as penas em dobro se o crime é cometido por ocasião de calamidade pública.      
Objeto Jurídico: Incolumidade Pública.
Objeto Material: O objeto material é o serviço telegráfico, radiotelegráfico, telefônico, telemático ou de informação de utilidade pública contra o qual é dirigida a conduta praticada pelo agente. 
Elemento do tipo: Interromper; paralisar; perturbar; impedir; dificultar. - Serviço telegráfico(sinais), radiotelegráfico (ondas eletromagnéticas), telefônico(som) ou telemático (som e imagem). Crime de perigo abstrato, plurissubsistente, dirigido a número indeterminado de pessoas. (Não admite interpretação extensiva).
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa
Sujeito Passivo: A coletividade. 
Elemento Subjetivo: Dolo.
Consumação: Com a prática das condutas típicas do delito.
Tentativa: `E possível. 
Ação Penal: Pública incondicionada.
Forma majorada: ocasião de calamidade pública

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