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FÍSICA EXPERIMENTAL I ENGENHARIA CIVIL ANA CLARA PEDRAS BUENO MOVIMENTO DE PROJÉTEIS CURVELO 2017 INTRODUÇÃO: Uma partícula que se move em um plano vertical com velocidade inicial �⃗�0 e com aceleração constante, igual à aceleração em queda livre �⃗�, dirigida para baixo é denominada projétil. Denomina-se então de movimento dos projéteis o movimento livre de um corpo lançado em um campo gravitacional uniforme, onde a aceleração da gravidade é constante vertical, sendo desprezível a resistência do ar. Este movimento é também chamado de movimento balístico. No experimento em questão, será estudado o caso particular em que o projétil é lançado horizontalmente, onde a partir de um ponto situado a uma altura ℎ ,acima do solo, o móvel é lançado e percorre uma trajetória parabólica. (Figura 1: Trajetória parabólica de um móvel lançado horizontalmente.) O movimento de um projétil pode ser sempre decomposto em dois movimentos, sendo um horizontal e outro vertical, onde cada um destes movimentos podem ser tratados separadamente, já que são independentes. Para um lançamento horizontal, tem-se: Movimento Horizontal: desprezando-se qualquer força de arrasto do ar, o movimento horizontal é uniforme. Uma vez que não existe aceleração com componente horizontal o projétil se desenvolve com velocidade constante. Logo, em um lançamento que se dá na horizontal, tem-se: 𝑣𝑥 = 𝑣0𝑥 = 𝑣0 (1) 𝑥 = 𝑥0 + 𝑣0𝑡 (2) Onde, 𝑥 e 𝑥0 são a posição horizontal final e inicial, respectivamente, do projétil e 𝑡 é o tempo. Movimento Vertical: o movimento na vertical é uniformemente variado com uma aceleração igual à da gravidade (�⃗�). Considerando-se que a velocidade vertical do móvel é inicialmente nula (𝑣0𝑦 = 0), o movimento na direção vertical pode ser descrito pelas seguintes equações: 𝑣𝑦 = 𝑔𝑡 (3) 𝑦 = 𝑦0 + 𝑔𝑡2 2 (4) Onde, 𝑦 e 𝑦0 são a posição vertical final e inicial, respectivamente, do projétil, 𝑔 é a aceleração da gravidade e 𝑡 é o tempo. Para efeitos de simplificação, considera-se que 𝑥0 e 𝑦0 serão nulos. Ao isolar o tempo na equação (2) e substituir na equação (4), obtém-se a equação que descreve a trajetória da partícula, dada por: 𝑦 = 𝑔 2 ( 𝑥 𝑣0 ) 2 = ( 𝑔 2𝑣0 2) 𝑥 2 (5) OBJETIVO: O experimento teve por objetivo determinar graficamente a velocidade de uma esfera ao abandonar uma calha. Além de se obter uma segunda expressão para velocidade a partir do princípio da conservação de energia mecânica. Por fim, comparar os dois valores da velocidade obtidos. MATERIAIS E MÉTODOS: Os materiais utilizados para realização da prática são listados abaixo: Suporte com haste; Canaleta; Esfera metálica; Prumo; Trena; Papel carbono; Fita crepe; Papel A4; Software Origin 8.5 ®. Inicialmente ajustou-se a canaleta na posição mais alta possível na haste. Em seguida com a ajuda do prumo localizou-se no chão o ponto diretamente abaixo da extremidade da calha, com o auxílio de uma fita crepe demarcou-se este ponto no solo. A partir da maior altura da canaleta (ℎ), liberou-se a esfera metálica e localizou no chão a região onde a esfera caiu. Nesta região, mais uma vez com o auxílio da fita crepe, prendeu-se uma folha de papel branco sob uma folha de papel carbono. O esquema a seguir representa a montagem final, para execução do procedimento experimental: (Figura 2: Esquema da montagem experimental.) Dividiu-se a haste em cinco intervalos, e para cada uma das alturas correspondentes a estes intervalos liberou-se a esfera metálica na posição A, e então localizou-se na folha branca o local onde a esfera tocou o solo, posição C. Para cada um dos lançamentos feitos, mensurou-se o valor de 𝑦 e o valor de 𝑥 . Repetiu-se este procedimento três vezes para cada uma das alturas, os valores obtidos foram devidamente anotados. Os dados foram lançados no software Origin 8.5 ® e o gráfico foi plotado. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados obtidos ao mensurar os valores de 𝑥 e os valores de 𝑦 para cada um dos lançamentos horizontais, são mostrados na tabela a seguir: 𝑀𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑦 (𝑚) 𝑀𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑥 (𝑚) 𝑀𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑥2(𝑚2) 𝑦1 = 0,8240 ± 0,0005 𝑥1 = 0,459 ± 0,003 𝑥1 2 = 0,210681 ± 0,000009 𝑦2 = 0,6850 ± 0,0005 𝑥2 = 0,427 ± 0,002 𝑥2 2 = 0,182329 ± 0,000004 𝑦3 = 0,5170 ± 0,0005 𝑥3 = 0,3660 ± 0,0005 𝑥3 2 = 0,1339560 ± 0,0000003 𝑦4 = 0,3550 ± 0,0005 𝑥4 = 0,306 ± 0,001 𝑥4 2 = 0,093636 ± 0,000001 𝑦5 = 0,1890 ± 0,0005 𝑥5 = 0,2250 ± 0,0005 𝑥5 2 = 0,0506250 ± 0,0000003 (Tabela 1: Resultados experimentais das medições de y e das medições de x.) Obs.: Para possível verificação das incertezas dos dados apresentados na Tabela 1, o rascunho dos cálculos foi anexado ao final deste relatório. Os dados apresentados na Tabela 1 foram inseridos em um software de análises gráficas, e obteve-se o seguinte gráfico de 𝑦 em função de 𝑥2: (Figura 3: Gráfico experimental de y em função de x2.) (Figura 4: Dados referentes ao gráfico experimental apresentado na Figura 3.) O gráfico apresentado na Figura 3, é uma função linear e expressa a relação dada pela equação (5): 𝑦 = ( 𝑔 2𝑣0 2) 𝑥 2 Onde, 𝑦 é a posição vertical final da esfera metálica, 𝑥 é a posição horizontal final da esfera metálica, 𝑔 é a aceleração da gravidade dada por 𝑔 = (9,78 ± 0,01)𝑚/𝑠2 e 𝑣0 é a velocidade da esfera ao deixar a calha. Dessa forma, conclui-se que o valor da velocidade da esfera ao deixar a calha (𝑣0) pode ser estimado graficamente a partir da inclinação da função linear (5). Sendo assim, a partir dos dados expressos na Figura 4, tem-se que: ( 𝑔 2𝑣0 2) = 3,92925 ± 0,09513 Que pode ser mais corretamente escrito na forma: ( 𝑔 2𝑣0 2) = 3,9 ± 0,1 Ao rearranjar os termos, obtém-se: 𝑣0 2 = 𝑔 2(3,9 ± 0,1) Substituindo o valor de 𝑔: 𝑣0 = (1,11975 ± 𝜎) 𝑚/𝑠 Onde, 𝜎 é a incerteza do valor obtido para 𝑣0. Que após ser calculado, é dado por: 𝑣0 = (1,12 ± 0,01) 𝑚 𝑠 (6) Obs.: O valor da incerteza de 𝑣0 está apresentado no rascunho dos cálculos, anexado ao final deste relatório. Vale observar ainda o valor obtido para interceptação da função linear com o eixo das ordenadas. Como apresentado na Figura 4, tem-se que: 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑐𝑒𝑝𝑡 = −0,01 ± 0,01 Este valor expressa um ótimo resultado experimental, tendo em vista que o valor obtido se aproxima muito do valor ideal, que seria: 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑐𝑒𝑝𝑡 = 0 ± 𝜎 Onde, 𝜎 expressaria a incerteza deste valor. Já que um valor nulo de 𝑥 resultaria de um valor nulo de 𝑦. Como parte do objetivo proposto, faz-se necessário obter uma expressão de 𝑣0 a partir do princípio de conservação da energia mecânica , que possibilite estimar um segundo valor de 𝑣0 e consequentemente um critério de comparação. Para tal, analisou- se a seguinte situação: (Figura 5: Esquema situação inicial do procedimento experimental.) O esquema apresentado acima representa a situação inicial do procedimento experimental, onde a esferametálica sai da posição A e segue até posição B, quando deixa a calha. Tomando o eixo dado por 0 como o eixo de referência, e aplicando os princípios da conservação de energia mecânica, tem-se a seguinte relação: 𝑚𝑔ℎ = 𝑚𝑣0 2 2 (7) Onde, 𝑚 é a massa da esfera metálica, 𝑔 é a aceleração da gravidade, ℎ é a altura referente a posição inicial da esfera e 𝑣0 é a velocidade da esfera ao deixar a calha. A equação (7) pode ser simplificada e reescrita na forma: 𝑣0 2 = 2𝑔ℎ 𝑣0 = √2𝑔ℎ Substituindo os valores 𝑔 = (9,78 ± 0,01)𝑚/𝑠2 e ℎ = (0,1800 ± 0,0005)𝑚/𝑠2 ,tem-se: 𝑣0 = 1,8764 ± 𝜎 Onde, 𝜎 é a incerteza do valor obtido para 𝑣0. Que após ser calculado, é dado por: 𝑣0 = (1,876 ± 0,003) 𝑚 𝑠 (8) Obs.: O valor da incerteza de 𝑣0 está apresentado no rascunho dos cálculos, anexado ao final deste relatório. Comparando os dois valores obtidos para 𝑣0, dados pelas equações (6) e (8), respectivamente: 𝑣0 = (1,12 ± 0,01) 𝑚 𝑠 𝑣0 = (1,876 ± 0,003) 𝑚 𝑠 Verifica-se uma certa divergência entre os valores apresentados. Não é possível afirmar com veemência qual dos resultados obtidos se aproximou mais do valor real. No entanto, é possível e necessário observar quais dos resultados foi o mais passível de erros experimentais. Para plotagem do gráfico da função linear 𝑦 em função de 𝑥2, fez-se necessário mensurar vários valores de 𝑦 e vários valores 𝑥. Embora a repetição da medição de uma mesma medida diminua sua incerteza, realizar tantas medições diretas propícia eventuais erros experimentais como a subjetividade de interpretação das medidas ou falta de ideal horizontalidade da trena ao realizar as medições. Destacando-se ainda que, os valores inseridos no software de análises gráficas foram calculados e arredondados sem nenhum cuidado ou técnica quanto ao número de algarismos significativos e suas devidas incertezas (a incerteza só foi calculada ao final de todo o procedimento experimental). Já ao se estimar o valor de 𝑣0 através do princípio da conservação de energia mecânica, fez-se necessário apenas mensurar o valor da altura ℎ, fato que também foi passível de erros experimentais. No entanto, neste caso, verifica-se uma menor dependência de 𝑣0 com as grandezas medidas diretamente, e consequentemente um menor efeito da propagação da incerteza quando comparado à estimativa anterior. Por conseguinte, espera-se que valor de 𝑣0 dado pela equação (8) se aproxime mais do valor experimental ideal. CONCLUSÃO: Finalizado o experimento, foi possível se estimar a velocidade de uma esfera metálica ao abandonar uma calha de duas maneiras distintas: graficamente e com o auxílio dos princípios da conservação de energia. Onde, o valor obtido a partir da equação da conservação de energia apresentou uma provável melhor estimativa da velocidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Roteiro Física Experimental I. Alfa Connection. Disponível em: <http://www.alfaconnection.pro.br/fisica/movimentos/decomposicao-e- composicao/movimento-dos-projeteis/> .Acesso em: 13 de setembro de 2017. Colégio Web. Disponível em: <https://www.colegioweb.com.br/composicao- dos-movimentos/movimentos-de-projeteis.html> .Acesso em: 13 de setembro de 2017.
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