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CASOS CONCRETOS ANTIGOS INTERNACIONAL

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CASOS CONCRETOS ANTIGOS 
 
DIREITO INTERNACIONAL 
 
CASO CONCRETO 
 
01- O DIP e interdependência e cooperação entre Estados “Os Estados Unidos desistiram de apelar da 
decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) que deu vitória ao Brasil no processo contra as 
medidas antidumping aplicadas pelo governo americano na exportação de suco de laranja brasileiro. 
Com isso, as sobretaxas ao produto nos últimos quatro anos terão de ser retiradas em um prazo 
máximo de nove meses, tornando o produto novamente competitivo." Essa foi a primeira vez que os 
EUA desistiram de um processo na OMC antes de esgotar todas as possibilidades de apelação. O fato 
foi comemorado pelo Itamaraty como uma inclinação do governo americano de rever uma prática 
comum nas relações comerciais, o chamado "zeroing" ou "zeramento". 
Com base no texto acima, retirado da página da Organização Mundial do Comércio 
(http://www.wto.org/spanish/news_s/news11_s/news11s.htm), discorra sobre a vertente do Direito 
Internacional que se ocupa da relação jurídica apresentada, seu objeto e a relevância da questão na 
contemporaneidade. 
 
RESPOSTA: O caso refere-se a atuação do Direito Internacional Publico, que tem como premissa ser uma 
regra de vida social, aplicável a Sociedade Internacional, objetivando o bem comum e a manutenção da 
ordem social, que deve reinar no âmbito internacional. Essa fonte de direito prima por tutelar as mais 
variadas relações entre nações, entre elas as comerciais e políticas. No Direito Internacional, as relações 
ocorrem entre pessoas internacionais (Estados Soberanos, Organizações Internacionais, etc). As relações 
internacionais, assim como as relações internas, objetivam a harmonia entre os entes da sociedade, 
permitindo um justo e adequado desenvolvimento da pessoa humana. 
A Sociedade Internacional caracteriza-se por ser: 
a) Universal: abrange todos os entes do globo terrestre; 
b) Paritária: uma vez que nela existe igualdade jurídica; 
c) aberta: significa que todo ente, ao reunir determinados elementos, se torna seu membro sem que 
haja necessidade dos membros já existentes se manifestarem sobre o seu ingresso; 
d) descentralizada: posto não existir organização institucional como na sociedade interna dos Estados. 
Assim, não existe poder legislativo da sociedade internacional; 
e) O Direito que nela se manifesta é originário e não se fundamenta em nenhum outro ordenamento 
jurídico. 
 
 
 
CASO CONCRETO 
 
 O DIPRI e a globalização. 
Convenção de Direito Internacional Privado de Haia Uma organização mundial... Com mais de 60 
Estados membros representando todos os continentes, a Conferência de Haia de Direito Internacional 
Privado é uma organização intergovernamental de caráter global. Mescla de diversas tradições 
jurídicas, ela desenvolve e oferece instrumentos jurídicos multilaterais que correspondem às 
necessidades mundiais. Um crescente número de Estados não-membros está aderindo às Convenções 
da Haia. Assim, mais de 120 países participam hoje nos trabalhos da Conferência. Que estende pontes 
entre os sistemas jurídicos... As situações pessoais, familiares ou comerciais que estão relacionadas a 
mais de um país são habituais no mundo moderno. Estas podem ser afetadas pelas diferenças que 
existem entre os sistemas jurídicos vigentes nesses países (...) (Disponível na íntegra em 
http://www1.stf.gov.br/convencaohaia/conferenciaDireito/conferenciaDireito.asp>). 
Com base no texto acima, retirado do site do STF, discorra sobre a vertente do Direito Internacional 
que se ocupa da relação jurídica apresentada, seu objeto e a relevância da questão na 
contemporaneidade. 
 
RESPOSTA: O Direito que regula a relação jurídica acima narrada é o Direito Internacional Privado. O 
Direito Internacional privado tem como objeto estudar as relaçõe s jurídicas que possuem conexão 
internacional pois, com o fenômeno da globalização, cada vez mais surgem relações jurídicas que ligam 
diversos sistemas jurídicos. Desta forma, o DIPRI é o direito que rege situações que possuem conexão 
internacional, ou seja, que ligam mais de um sistema jurídico. Isto ocorre em razão do mundo 
globalizado. 
 
O Direito Internacional Privado é classicamente visto como o ramo do direito interno que regula, direta 
ou indiretamente, as relações privadas internacionais. Seu desafio é dar respaldo eficiente e justo a esta 
crescente internacionalidade das vidas privadas, das relações civis, comerciais ou de consumo, dentre 
outras. 
As circunstâncias atuais da Sociedade Internacional, marcadas pelos signos da globalização econômica 
(velocidade, ubiquidade e liberdade) apontam para a necessidade da cooperação entre os Estados 
soberanos, especialmente porque o atributo da soberania deixa de ser considerado em sua forma 
absoluta e ilimitada, por força da consagração de outros sujeitos de Direito Internacional, como os 
organismos internacionais, as empresas transnacionais e, principalmente a pessoa humana, c uja 
dignidade constitui o eixo epistemológico do Direito Internacional Contemporâneo, consagrado pela 
convergência dos ramos do Direito Internacional Público, do Direito Internacional Privado e de todas as 
áreas correlatas ao estudo da complexidade da vida internacional. 
Conforme se pode constatar, o direito contemporâneo é marcado pelo dinamismo das instituições, 
incrementado pelo aumento da circulação das construções jurídicas carreadas nos variados fluxos das 
atividades cotidianas que extravasam as fronteiras dos Estados soberanos. Reafirma-se, nesse contexto, 
o Direito Internacional Privado como importante ferramenta para compreensão da realidade jurídica 
contemporânea em visão convergente, entre o público e o privado, em vertente inspirada em um direito 
cosmopolita. Portanto, a análise do conteúdo do Direito Internacional Privado revela-se de importância 
estratégica para o domínio do conhecimento jurídico nesse Terceiro Milênio cuja primeira década acaba 
de ser superada. Reitera-se aqui o ape lo à comunidade jurídica brasileira a fim de sintonizar-se com a 
necessidade de abertura e recuperação do atraso na internalização de importantes tratados e 
convenções internacionais, bem como a atualização das normas de Direito Internacional Privado. 
 
 
 
QUESTOES OBJETIVAS 
 
(CESPE / Consultor Legislativo - Área 18 - Senado Federal / 2002) Em relação à sua denominação, pode-
se afirmar que a expressão direito transnacional, embora mais ampla que a denominação direito 
internacional público, já consagrada, tem como mérito a superação da dicotomia entre direito público e 
direito privado. 
( X )certo ( ) errado 
 
 
(CESPE / Consultor Legislativo - Área 18 - Senado Federal / 2002) O direito civil influenciou em grande 
medida a formação de institutos do direito internacional público. 
( X )certo ( ) errado 
 
 
(Exame 2007/II Unificado) Com relação a tratados, acordos e convenções no âmbito do direito 
internacional, assinale a opção correta. 
A) Tratado é todo acordo internacional concluído apenas entre Estados e regulado pelo direito 
internacional. 
B) A extinção de um tratado por ab-rogação ocorre sempre que a intenção terminativa emana de uma 
das partes por ele obrigadas. 
C) A Convenção de Viena de 1969 destina-se a regular toda a legislação relacionada com as organizações 
internacionais. 
X) O Brasil submete-se à jurisdição de tribunal penal internacional a cuja criação tenha manifestado 
adesão. 
 
 
Sobre o direito internacional privado pode-se afirmar: (XI CONCURSO JUIZ FEDERAL 2006 1ª REGIÃO) 
a) Direito internacional privado trata basicamente das relações humanas vinculadas a sistemas jurídicos 
autônomos e convergentes; 
b) Direito uniforme espontâneo resulta de esforço comum de dois ou mais Estados no sentido de 
uniformizar certas instituições jurídicas; 
X) O direito internacional uniformizado é fruto de entendimento entreEstados que muitas vezes se 
concentram nas atividades econômicas de natureza internacional; 
d) A uniformização de normas disciplinadoras de comércio internacional é realizada por meios de 
acordos unilaterais, multilaterais, tratados e convenções, até onde isto seja aceitável para os países 
interessados. 
 
 
Diante de uma sentença desfavorável não unânime da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que 
lhe condenou ao pagamento de determinada quantia em dinheiro, pretende a República Federativa do 
Brasil insurgir-se contra a mesma. 
A partir da hipótese sugerida, assinale a afirmativa correta. 
A) A sentença da Corte pode ser modificada mediante recurso de embargos infringentes, diante da falta 
de unanimidade da decisão a ser hostilizada. 
B) A sentença da Corte somente pode ser modificada por intermédio de uma ação rescisória.. 
X) A sentença da Corte é definitiva e inapelável. 
D) A sentença da Corte pode ser modificada graças a um recurso de apelação. 
 
 
 
 
CASO CONCRETO 
 
 “...Precisamos nos assegurar de estarmos oferecendo às nossas forças militares e de segurança os 
meios para realizarem suas missões, nos locais aos quais são enviadas. É nesse aspecto que a França e 
o Reino Unido trabalham em parceria por intermédio de um conjunto de sistemas, o que é útil não só 
para nossas forças, mas também para nossas indústrias, nossas economias e nossas populações. Uma 
etapa importante será vencida hoje, com a assinatura de um protocolo de acordo que lança nossa 
cooperação sobre nossos futuros porta-aviões pelos próximos 12 meses. Mas existem também 
numerosos programas importantes como, por exemplo, o sistema PAAMS (Principal Anti Air Missile 
System), o míssil ar-ar Meteor e o avião de transporte A 400M..” (Artigo da ministra francesa da 
defesa, Michèle Alliot-Marie, e do ministro britânico da defesa, John Reid, publicado no jornal “Le 
figaro”(Paris, 6 de março de 2006). 
Analise o texto e os aspectos que destaca, dissertando sobre as forças que atuam na relação entre as 
pessoas de Direito Internacional e sua importância na modelagem da sociedade internacional, em 
especial sobre os três sentidos de Fred Halliday para o termo “sociedade internacional” - realismo, 
transnacionalismo e homogeneidade. 
 
RESPOSTA: 
1- A visão realista do Direito Internacional trás a idéia de que os países interagem por questões de 
interesse próprio. Tanto é que quando não é do interesse dessas potências, as Potencias veta a ação e 
ninguém faz nada. Em um mundo constituído por potências soberanas e independentes, a guerra é o 
único meio pelo qual cada uma delas pode, em última instância, defender seus interesses vitais. 
2- Transnacionalismo – A SI tem como importância as relações que vão alem do Estado, as relações 
comerciais, as relações dos laços entre as pessoas. Então, Tudo que fala de uma visão que não é uma 
visão centrada dos interesses dos Estados, é uma visão Transnacionalista. 
3- Homogeneidade – Diz o seguinte: o que acontece lá fora, influencia o que acontece no Direito 
Internacional, influencia a realidade sobre os países. A visão da Homogeneidade interagem, não se 
excluem. 
 
CASO CONCRETO 
 
Considere o texto abaixo feito a partir da compilação de obras de importantes doutrinadores: 
O eminente jurista Celso de Albuquerque Mello via no pensamento de Ignácio Ramonet a melhor 
descrição da sociedade internacional após a queda do muro de Berlim. Segundo esta descrição: 
“Após 1989 já houve cerca de 60 conflitos armados com mais de 17 milhões de refugiados. As 225 
maiores fortunas do globo representam 100 bilhões de euros, que é o equivalente à renda anual de 
45% dos mais pobres da população mundial (2,5 bilhões de pessoas). As pessoas estão mais ricas que 
os Estados. As 15 pessoas mais ricas ultrapassam o PIB da África Subsaárica. Em 1960 os 20% da 
população que vivia nos países mais ricos tinham uma renda 30 vezes superior a dos 20% mais pobres. 
Em 1995 a renda é 80 vezes superior. 
Para atender às necessidades sanitárias e nutricionais fundamentais custaria 12 bilhões de euros, isto 
é, o que os habitantes dos EUA e União Européia gastam por ano em perfume e menos do que gastam 
em sorvete. Morrem anualmente 30 milhões de pessoas por fome. Esta é uma arma política, uma 
arma de guerra e cria o "charité business". As fusões de empresa têm permitido diminuir o número de 
empregos. Cada uma das 100 principais empresas globais vende mais do que exporta cada um dos 
120 países mais pobres. As 23 empresas mais importantes vendem mais que o Brasil. Elas controlam 
70% do comércio mundial.(Cf. MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Internacional Público. 
Rio de Janeiro: Renovar, 14 ed, vol I, 2002, p.57).” 
O texto acima descreve as consequências danosas de uma inserção internacional assimétrica feita a 
partir de relações verticalizadas com relação aos centros mundiais de poder, representados pelos 
países desenvolvidos. É melancólica aquela imagem dos gastos com perfumes e sorvetes no mundo 
desenvolvido em comparação com as necessidades básicas de saúde, educação e alimentação no 
mundo periférico. Igualmente forte, o registro de que as pessoas estão mais ricas do que os Estados 
nacionais. Tudo isso a refletir a complexa sociedade internacional contemporânea. 
A partir da leitura do texto, disserte acerca das características da sociedade internacional que são 
idealmente apontadas pela melhor doutrina do direito internacional e que encontram respaldo na 
Carta na ONU e em outros documentos internacionais. 
 
RESPOSTA: Aberta – não existe rol taxativo estabelecendo quem será Sujeito de Direito Internacional no 
futuro. É universal. 
O Direito que nela se manifesta é sempre originário porque não existe uma Constituição Internacional. 
É Paritária – o maior pais e o menor pais, o mais rico e o mais pobre tem os mesmos direitos. 
Há uma ação por coordenação, pois os organismos internacionais não tem soberania. Eles tem 
experiências, especialização em determinadas áreas. 
Não existe hierarquia entre o Direito Internacional e o Direito Nacional. 
 
 
 
 
QUESTOES OBJETIVAS 
 
(TRT 7ª Região – Juiz – 2005) A propósito da personalidade jurídica do Estado e das organizações 
internacionais, na percepção da doutrina, especialmente em Francisco Rezek, pode-se afirmar que, 
X) a personalidade jurídica do Estado é originária e a personalidade jurídica das organizações 
internacionais é derivada. 
b) porque o Estado tem precedência histórica, sua personalidade jurídica é derivada; e porque as 
organizações resultam de uma elaboração jurídica resultante da vontade de alguns Estados, sua 
personalidade jurídica é originária. 
c) a personalidade jurídica do Estado fundamenta-se em concepções clássicas de Direito Público, 
formatando-se como realidade jurídica e política; a personalidade jurídica das organizações 
internacionais centra-se na atuação de indivíduos e de empresas, que lhes conferem personalidade 
normativa, assumindo feições públicas e privadas. 
d) a personalidade jurídica do Estado é definida por seus elementos normativos internos, aceitos na 
ordem internacional por tratados constitutivos de relações nas esferas públicas e privadas; a 
personalidade jurídica das organizações internacionais decorre da fragmentação conceitual do Estado 
contemporâneo, decorrência direta de crises de ingovemabilidade sistêmica e de legitimidade 
ameaçada pelo movimento de globalização; não se lhes aplicam referenciais convencionais, e 
conseqüentemente não se vislumbram personalidades jurídicas distintas. 
e) o direito das gentes não identifica a personalidade jurídica das organizações internacionais, dado que 
aplicado, especialmente, aos Estados, que detém natureza jurídica definida por elementos de Direito 
Público. 
 
 
(TRT 16ª Região – Juiz – 2005) As organizações internacionais contemporâneas, 
 
a) são sujeitos soberanos de Direito Internacional.b) são sujeitos de Direito Internacional em decorrência das normas da Carta da ONU. 
X) são sujeitos de Direito Internacional por terem capacidade jurídica própria. 
d) não são sujeitos de Direito Internacional. 
e) só adquirem personalidade jurídica depois de homologadas pela Corte Internacional de Justiça. 
 
 
Comparando-se as instituições do direito internacional público com as típicas do direito interno de 
determinado país, percebe-se que, no direito internacional, 
a) há uma norma suprema como no direito interno. 
b) há órgão central legislativo para todo o planeta. 
X) há cortes judiciais com jurisdição transnacional. 
d) há um governo central, que possui soberania sobre todas as nações. 
 
 
 
Há aqueles que afirmam que sem coercibilidade e poder de sanção o direito internacional público não 
é direito, baseados na doutrina de Rudolf Von Ihering, a qual postula que "norma sem sanção é como 
fogo que não queima". Sustentam que somente um "Governo Mundial" com normas revestidas de 
legitimidade em dimensão espacial capaz de abarcar o planeta seria a solução para garantir a certeza 
e segurança nas relações internacionais. Afirmam a necessidade de imposição, independente de 
aceitação dos sujeitos internacionais em tratados ou costume. Explique de forma bem fundamentada 
por que o Direito Internacional é sim direito, explicando que características o tornam diferente do 
direito nacional: 
DIANTE DAS AFIRMATIVAS ABAIXO, MARQUE O GABARITO CORRETO. 
I - O Direito Internacional tem como premissa básica a soberania dos Estados, o que implica maior 
dificuldade na aplicação das regras jurídicas. Ao contrário do que ocorre no ordenamento interno dos 
países, nos quais os indivíduos estão subordinados a regras constitucionais e ao poder de jurisdição do 
Estado, na ordem internacional não há força superior, capaz de determinar condutas. Podemos dizer 
que os Estados soberanos se encontram no mesmo nível hierárquico e que as relações entre eles se 
manifestam mediante coordenação, oriunda de acordos de vontade. 
II - Não existe um poder supranacional dotado de poder para definir regras ou aplicar sanções sem a 
concordância dos envolvidos. Essa característica do direito internacional tem sido, ao longo dos anos, 
objeto de diversas críticas, no sentido de que a ausência de normas abrangentes e coercitivas poderia 
invalidar ou até mesmo tornar desnecessário o estudo da matéria. O grande desafio do direito 
internacional diz respeito à eficácia das regras jurídicas. Os Estados soberanos submetem-se apenas às 
obrigações que tiverem assumido, dentro de parâmetros que considerem razoáveis. A ausência de uma 
força externa e superior exige que o direito internacional tenha algum elemento de vinculação entre as 
partes, capaz de atribuir obrigações e conferir direitos recíprocos. O princípio que garante a coerência 
do tecido normativo internacional é conhecido como pacta sunt servanda, que pode ser traduzido como 
"o que foi pactuado deve ser obedecido". 
III - O pacta sunt servanda está diretamente relacionado à boa-fé, mediante a qual uma parte se 
compromete a cumprir as regras que aceitou, ante a expectativa de que a outra parte proceda da 
mesma forma. O vínculo formado entre os Estados normalmente se consolida com a celebração de um 
tratado, documento que representa o acordo de vontades soberanas destinado a estabelecer normas 
recíprocas e obrigatórias para os signatários. Existe, ainda, a possibilidade de comprometimento 
mediante a aceitação de costumes, práticas reiteradas e dotadas de validade jurídica, que possuem 
grande relevância, em razão do baixo nível de codificação do direito internacional. 
 IV - As organizações internacionais são criadas pelos Estados, nos termos do seu tratado de 
constituição, e possuem personalidade jurídica própria, distinta da dos seus membros. Contudo, não 
possuem capacidade para celebrar tratados, participar de conferências internacionais e postular, em 
nome próprio, perante tribunais internacionais. 
 
A) Se todas as afirmativas estiverem falsas. 
B) Se todas as afirmativas estiverem corretas. 
X) Se as afirmativas I, II, III estiverem corretas. 
D) Se as afirmativas I, III e IV estiverem corretas. 
 
 
 
CASO CONCRETO 
Analise o texto abaixo retirado do voto de A.A. Cançado Trindade, proferido na Corte Interamericana 
de Direito Humanos no caso da Comunidade Indígena Sawhoyamaxa versus Paraguay: 
“...No universo do Direito Internacional dos Direitos Humanos, é o indivíduo quem alega ter seus 
direitos violados, quem alega sofrer os danos, quem tem que cumprir com o requisito do prévio 
esgotamento dos recursos internos, quem participa ativamente da eventual solução amistosa, e quem 
é o beneficiário (ele ou seus familiares) de eventuais reparações e indenizações. 
(...). No presente domínio de proteção, todo jus internacionalista, fiel às origens históricas de sua 
disciplina, saberá contribuir para o resgate da posição do ser humano como sujeito de direito das 
gentes dotado de personalidade e plena capacidade jurídicas internacionais". 
Responda a pergunta abaixo: 
No que se refere ao trecho do voto de Antônio Augusto Cançado Trindade, responda: 
- Com base no conceito de sujeito de direito internacional e no de uma sociedade internacional 
aberta, como defende Celso Mello, discorra sobre a posição do ser humano como sujeito de Direitos, 
refletindo sobre sua personalidade e sobre sua capacidade para agir no plano internacional. 
 
RESPOSTA: A pessoa Humana é considerada hoje, sujeito do Direito Internacional pela doutrina mais 
moderna. Sendo que o ser humano é a razão do DI. Por isso, pela importância do ser humano, pelas 
atrocidades já cometidas aos grupos de pessoas. O ser humano é um sujeito de direito internacional 
mas não tem capacidade de agir sozinho, ele precisa de representação de outros sujeitos de Direito 
Internacional. 
Reeseke por exemplo, é tradicional. Para ele a pessoa humana não é sujeito do Direito Internacional. 
Uma das características do sujeito de DI é ter direitos e deveres no cenário internacional. O ser humano 
não tem capacidade de agir, não tem direitos e deveres completos, são autores. 
 
 
 
 
QUESTÕES OBJETIVAS 
 
XIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO O sistema global de Direitos Humanos foi pensado para proteger 
as vítimas de violações ou ameaças de violações dos direitos humanos. Daí os variados mecanismos 
que buscam proteção ou reparações em face de diferentes violências. Contudo, dentro do sistema 
global há um tratado internacional que instituiu um órgão de caráter permanente e independente 
voltado especificamente para o julgamento e a punição de indivíduos agressores e não diretamente 
para a proteção das vítimas. Assinale a opção que indica esse órgão. 
A)Corte Internacional de Justiça “Corte de Haia” instituída pela Carta das Nações Unidas. 
B) Conselho de Segurança da ONU, instituído pela Carta das Nações Unidas. 
X) Tribunal Penal Internacional, instituído pelo Estatuto de Roma. 
D) Corte Europeia dos Direitos dos Homens, instituída pela Convenção Europeia dos Direitos do Homem. 
 
 
FCC - 2012 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Juiz do Trabalho - Pela doutrina tradicional, qual dos entes abaixo 
NÃO é considerado sujeito de direito internacional: 
a) Estados 
b) Organizações Internacionais 
c) Santa Sé 
X) Empresas multinacionais 
 
 
 
Com relação à chamada “norma imperativa de Direito Internacional geral”, ou jus cogens, é correto 
afirmar que é a norma: 
(A) prevista no corpo de um tratado que tenha sido ratificado por todos os signatários, segundo o 
direito interno de cada um. 
(X) reconhecida pela comunidade internacional como aplicável a todos os Estados, da qual nenhuma 
derrogação é permitida. 
(C) aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas e aplicável a todos os Estados membros, salvo 
os que apresentarem reserva expressa. 
(D) de direito humanitário, expressamentereconhecida pela Corte Internacional de Justiça, aplicável a 
todo e qualquer Estado em situação de conflito. 
 
 
Segundo o Art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, são fontes do direito internacional as 
convenções internacionais; 
a. o costume, os atos unilaterais e a doutrina e a jurisprudência, de forma auxiliar. 
b. o costume internacional, os princípios gerais de direito, os atos unilaterais e as resoluções das 
organizações internacionais. 
c. o costume, princípios gerais de direito, atos unilaterais, resoluções das organizações internacionais, 
decisões judiciárias e a doutrina. 
X. o costume internacional, os princípios gerais de direito, as decisões judiciárias e a doutrina, de 
forma auxiliar, admitindo, ainda a possibilidade de a Corte decidir ex aequo et bono, se as partes 
concordarem. 
 
 
 
 
CASO CONCRETO 
 
 
Pierre de Oliveira nasceu na França, filho de pai brasileiro (que à época se encontrava em viagem 
privada de estudos) e mãe francesa. Viveu até os 25 anos em Paris, onde se formou em análise de 
sistemas e se pós-graduou em segurança de rede. Em 2007, Pierre foi convidado por uma universidade 
brasileira para fazer parte de um projeto de pesquisa destinado a desenvolver um sistema de 
segurança para uso de instituições financeiras. Embora viajasse com frequência para a França, Pierre 
passou a residir no Brasil, optando, em 2008, pela nacionalidade brasileira. No início de 2010, uma 
investigação conjunta entre as polícias brasileira e francesa descobriu que Pierre fez parte, no 
passado, de uma quadrilha internacional de hackers. Detido em São Paulo, ele confessou que, entre 
2004 e 2005, quando ainda vivia em Paris, invadiu mais de uma vez a rede de um grande banco 
francês, desviando recursos para contas localizadas em paraísos fiscais. 
Diante dos fatos acima e à luz da temática que envolve o Direito Internacional, Pierre poderá sofrer 
alguma medida de saída compulsória do território brasileiro? Qual? Explique: (1.0 ponto) 
 
RESPOSTA: Pierre não poderá ser extraditado, expulso ou deportado em qualquer hipótese. 
 
 
 
 
CASO CONCRETO 
 
O litígio se dá entre Portugal e Índia. O primeiro Estado aparelhou perante a Corte Internacional de 
Justiça procedimento judicial internacional contra o Estado indiano, relativo a certos direitos de 
passagem pelo território deste último Estado de súditos portugueses (militares e civis), assim como de 
estrangeiros autorizados por Portugal com a intenção de dirigir-se a pontos encravados situados perto 
de Damão, para acesso aos encraves de Dadra e Nagar-Aveli. O Estado português alega que havia um 
costume [internacional] local que concedia um direito de passagem pelo território indiano a seus 
nacionais e às forças armadas até Dadra e Nagar-Aveli. A alegação de fundo é a de que o Estado 
indiano quer anexar estes dois territórios portugueses, ferindo seus direitos soberanos sobre eles. Os 
indianos sustentam que, segundo o Tratado de Pooma, realizado em 1779 entre Portugal e o 
governante de Maratha e posteriores decretos exarados por este governante, os direitos portugueses 
não consistiam na soberania sobre os mencionados encraves, para os quais o direito de passagem é 
agora reclamado, mas apenas num "imposto sobre o rendimento". 
Quando o Reino Unido se tornou soberano naquele território em lugar de Maratha, encontraram os 
portugueses ocupando as vilas e exercendo um governo exclusivo. Os britânicos aceitaram tal 
posição, não reclamando qualquer tipo de soberania, como sucessores de Maratha, mas não fizeram 
um reconhecimento expresso de tal situação ao Estado português. Tal soberania foi aceita de forma 
tácita e subseqüentemente reconhecida pelo Estado indiano, portanto as vilas Dadra e Nagar-Aveli 
foram tidas como territórios encravados portugueses, em território indiano. 
A petição portuguesa coloca a questão que o direito de passagem foi largamente utilizado durante a 
soberania britânica sobre o Estado indiano, o mesmo ocorrendo no período pós-britânico. Os indianos 
alegam que mercadorias, com exceção de armas e munições, passavam livremente entre o Porto de 
Damão (território português) e ditos encraves, e que exerceram seu soberano poder de 
regulamentação impedindo qualquer tipo de passagem, desde a derrubada do governo português em 
ditos encraves. (Pereira, L. C. R. Costume Internacional: Gênese do Direito Internacional. Rio de 
Janeiro: Renova, 2002, p. 347 a 349 – Texto adaptado). 
Diante da situação acima e dos dados apresentados, responda: 
 
1) De acordo com entendimento da Corte Internacional de Justiça, qual a fonte de direito internacional 
Público é aplicável a fim de dar solução ao litígio? 
RESPOSTA: Os costumes internacional. 
 
 
2) Como ela é definida? 
RESPOSTA: Atos repetidos ao longo do tempo, reconhecido e aceitos como um direito a ser respeitado. 
 
3) Qual o elemento que a torna norma jurídica? 
RESPOSTA: Objetivos ou material – repetição de uma prática ao longo do tempo. 
Subjetivo ou psicológico – a opinião de que aquilo é necessário, aceitação daquilo como um direito.Ex: 
Direito de Passagem de Inocente das Embarcações pelo mar territorial; a expulsão dos nacionais; a 
proibição do trabalho infantil. 
 
 
COSTUMEINSTANTANEO:________________________________________________________________
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QUESTÕES OBJETIVAS 
 
No âmbito do direito internacional, cada vez mais são debatidos temas ligados ao domínio público 
internacional, conjunto de espaços cujo uso interessa a mais de um Estado ou à sociedade 
internacional como um todo. Nesse sentido, não é tema de domínio público internacional 
a) o espaço aéreo. 
b) o espaço sideral. 
c) o continente antártico. 
d) a Internet. 
X) a Sibéria. 
 
 
Com relação aos tratados internacionais, assinale a opção correta à luz da Convenção de Viena sobre 
Direito dos Tratados, de 1969. 
a) Ainda que a existência de relações diplomáticas ou consulares seja indispensável à aplicação de um 
tratado, o rompimento dessas relações, em um mesmo tratado, não afetará as relações jurídicas 
estabelecidas entre as partes. 
X) Uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o 
inadimplemento de um tratado. 
c) Reserva constitui uma declaração bilateral feita pelos Estados ao assinarem um tratado. 
d) Apenas o chefe de Estado pode celebrar tratado internacional. 
 
 
Considerando o sentido jurídico de território, tanto em direito internacional público quanto em 
direito constitucional, assinale a opção incorreta. 
a) Em sentido jurídico, o território nacional é mais amplo que o território considerado pela geografia 
política, pois abrange áreas físicas que vão além dos limites e das fronteiras ditadas por esta. 
X) O território nacional, em sentido jurídico, pode incluir navios e aeronaves militares, 
independentemente dos locais em que estejam, desde que em espaço internacional e sob a condição 
de que não se trate de espaço jurisdicional de outro país. 
c) O território nacional, em sentido jurídico, pode possuir contornos inexatos, conforme ocorre na 
delimitação da projeção vertical do espaço aéreo. 
d) O território, em sentido jurídico, pode ser mais ou menos abrangente, a depender de manifestações 
unilaterais dos Estados soberanos. 
 
 
Sobre as denúncias e o sistema de Responsabilização por violação de Direitos Humanos, perante a 
Comissão Interamericana de Direitos Humanos, assinale a afirmativa correta. 
a) A Comissão poderá responsabilizar tanto o Estado como as pessoas naturais e jurídicas, de direito 
públicoou privado, que cometeram a violação, solidariamente. 
b) A Comissão não possui competência para responsabilizar as pessoas naturais, podendo apenas 
determinar a responsabilidade das pessoas jurídicas, de direito público ou privado, que cometeram a 
violação. 
c) A Comissão poderá responsabilizar tanto o Estado como as pessoas naturais e jurídicas, de direito 
público ou privado, que cometeram a violação. Neste caso a responsabilidade do Estado será 
subsidiária. 
X) A Comissão não possui competência para atribuir responsabilidades individuais, podendo apenas 
determinar a responsabilidade Internacional de um Estado membro da OEA. 
 
 
No parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça sobre o caso Bernadotte (1949) ficou 
assentado que: 
X) tanto o Estado patrial de um funcionário das Nações Unidas quanto a própria organização têm, em 
princípio, legitimidade para protegê-lo contra o Estado que lhe tenha causado dano mediante ato 
ilícito. 
b) só o Estado patrial do funcionário tem legitimidade nessa mesma hipótese. 
c) a proteção funcional é impossível se o causador do dano, mediante ato ilícito, não for membro das 
Nações Unidas. 
d) a proteção funcional é impossível se o causador do dano, mediante ato ilícito, for o próprio Estado 
patrial do funcionário das Nações Unidas. 
 
 
Rafael é brasileiro naturalizado e casado com Letícia, de nacionalidade italiana. Rafael foi transferido 
pela empresa onde trabalha para a filial na Argentina, estabelecendo-se com sua esposa em Córdoba. 
Em 02/03/2009, lá nasceu Valentina, filha do casal, que foi registrada na repartição consular do Brasil. 
De acordo com as normas constitucionais Vigentes, assinale a afirmativa correta. 
a) Valentina não pode ser considerada brasileira nata, em virtude de a nacionalidade brasileira de seu 
pai ter sido adquirida de modo derivado e pelo fato de sua mãe ser estrangeira. 
b) Valentina é brasileira nata, pelo simples fato de seu pai,brasileiro, se ter deslocado por motivo de 
trabalho, em nada influenciando o modo como Rafael adquiriu a nacionalidade. 
c) Valentina somente será brasileira nata se vier a residir no Brasil e fizer a opção pela nacionalidade 
brasileira após atingir a maioridade. 
X) Valentina é brasileira nata, não constituindo óbice o fato de seu pai ser brasileiro naturalizado e 
sua mãe, estrangeira. 
 
 
No que tange ao direito de nacionalidade, assinale a alternativa correta. 
a)O brasileiro nato não pode perder a nacionalidade. 
X) O filho de pais alemães que estão no Brasil a serviço de empresa privada alemã será brasileiro nato 
caso venha a nascer no Brasil. 
c) O brasileiro naturalizado pode ser extraditado pela prática de crime comum após a naturalização. 
d) O brasileiro nato somente poderá ser extraditado no caso de envolvimento com o tráfico 
de entorpecentes 
 
 
João, residente no Brasil há cinco anos, é acusado em outro país de ter cometido crime político. Nesse 
caso, o Brasil 
a) pode conceder a extradição se João for estrangeiro. 
b) pode conceder a extradição se João for brasileiro naturalizado e tiver cometido o crime antes da 
naturalização. 
X) não pode conceder a extradição, independentemente da nacionalidade de João. 
d) não pode conceder a extradição apenas se João for brasileiro nato.

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