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Grampos de Oposição - 31 CAPÍTULO 4 – GRAMPOS DE OPOSIÇÃO 1- Definição Grampos de oposição são componen- tes rígidos planejados na superfície dental o- posta aos grampos de retenção, com o objetivo de neutralizar forças laterais nocivas aos den- tes pilares, pela presença ativa do grampo de retenção. Para que o grampo de oposição exerça corretamente sua função e essas forças sejam anuladas, promovendo estabilidade ao dente pilar, o princípio de RECIPROCIDADE deve ser seguido, ou seja: forças iguais em sentidos opostos anulam-se. Desta forma, durante o desenho do grampo de oposição, o dente pilar deve ser analisado de duas maneiras: 1) por oclusal, para a obtenção de reciprocidade hori- zontal; 2) por proximal, para a obtenção de reciprocidade vertical. PRINCÍPIO DA RECIPROCIDADE 1 - Análise Oclusal: Reciprocidade Horizon- tal Quando um dente é analisado por o- clusal, pode ser considerado como uma circun- ferência de 360° (Figura 1A). Se uma linha for traçada no sentido vestíbulo-lingual, o dente será dividido em duas semi-circunferências. Essa linha é considera da como a linha dos 180° (Figura 1B). Para a correta estabilização do dente pilar e neutralização das forças laterais que atuam sobre ele, os grampos de retenção e oposição devem ser desenhados ultrapassando a linha dos 180°. Dessa forma, as forças late- rais serão neutralizadas, com resultante igual a zero, obtendo-se, então, a reciprocidade hori- zontal (Figura 2). Figura 1a - Vista oclusal do molar Figura 1b - Linha dos 180° Figura 2 - Força a é neutralizada por c, e força b é neutrali- zada por d, gerando uma resultante nula. Se os grampos fossem desenhados sem ultrapassar a linha dos 180º, esses com- ponentes poderiam gerar forças laterais, as quais tenderiam a movimentar o dente pilar no sentido de atuação dessas forças (Figura 3). L 180° 180° V B V L 360° A 180° a b c d Grampos de Oposição - 32 Figura 3 - Força F atuando na mesial tende a deslocar o dente para distal. 2 - Análise Proximal: Reciprocidade Vertical A colocação de um grampo de oposi- ção rígido na superfície dental oposta àquela onde está situado o grampo de retenção não é suficiente para promover reciprocidade, mesmo após a análise oclusal (Figura 4). Portanto, é necessária a análise proximal dos dentes pila- res para que as forças laterais sejam neutrali- zadas. A Figura 4 ilustra a trajetória de inser- ção dos grampos nas superfícies dentais, pla- nejada incorretamente em relação à reciproci- dade vertical. Quando o grampo de retenção já está exercendo uma força inicial sobre o dente (F1), no sentido vestíbulo-lingual, o grampo de oposição ainda não está apresentando contato com a superfície dental e, dessa forma, não há força igual, em sentido contrário, para neutrali- zar a força F1. À medida que a prótese é inseri- da, o grampo de retenção atinge o equador protético, que corresponde à área de maior convexidade da coroa dental em relação ao eixo de inserção/remoção planejado. Figura 4 - Trajeto de inserção dos grampos. O desnível existente entre os grampos de retenção e de oposição gera forças horizontais prejudiciais ao dente pilar. d = momento de força. D = direção de inserção. Nesse momento, o grampo de oposi- ção já inicia o contato com a superfície dental, porém ainda de forma insuficiente para estabili- zar o dente pilar. A força F2 exercida pelo grampo de retenção, não sendo neutralizada pelo grampo de oposição, tende a movimentar V mesial distal a Resultante F a + b b L F1 D Grampo de retenção Grampo de oposição F3 F4 d D Grampo de retenção Grampo de oposição F2 D Grampo de retenção Grampo de oposição longo eixo Grampos de Oposição - 33 o dente pilar no mesmo sentido dessa força, ao invés de ocorrer a flexão do grampo de reten- ção para vestibular. Quando a prótese está totalmente inse- rida, durante as atividades funcionais normais, a força exercida pelo grampo de retenção (F3) encontra uma força contrária gerada pelo grampo de oposição (F4). Porém, o desnível existente entre os pontos de atuação dessas forças, nas superfícies vestibular e lingual, permite a formação de um momento de força (representado pela distância d), que causa forças laterais nocivas ao dente pilar. Com a atuação freqüente dessas forças, durante a utilização da prótese, poderão ocorrer lesões no periodonto de sustentação, resultando em mobilidade e até mesmo na perda do dente pilar. Portanto, alguns aspectos devem ser observados durante a análise proximal do den- te pilar, para assegurar que os grampos de retenção e oposição fiquem no mesmo nível, ou o mais próximo possível desse, obtendo a reciprocidade vertical. A seguir, esses aspectos serão descritos, assim como os procedimentos que devem ser realizados para proporcionar reciprocidade vertical. A análise da Figura 5 demonstra que, quando a prótese está sendo inserida, o gram- po de retenção apresenta contato inicial com a superfície vestibular do dente (a). A partir des- se ponto, o grampo desliza em direção ao e- quador protético e, ao atingi-lo, se flexiona a fim de ultrapassar esse maior diâmetro da co- roa dental (p), sendo inserido até o seu assen- tamento final (b). A distância “e” percorrida desde o con- tato inicial (a) até o equador protético (p), é denominada campo de ação expulsiva do grampo de retenção. Denomina-se campo de ação retentiva do grampo de retenção “r” a distância do equador protético (p) ao assenta- mento final (b). A soma dessas duas distâncias (e + r) corresponde ao campo de ação global (g), de fundamental importância para que o grampo de oposição seja corretamente plane- jado. A reciprocidade vertical ideal é obtida quando a distância percorrida pelo grampo de oposição (o) for igual ou maior que o campo de ação global do grampo de retenção (g). Figura 5 - Pontos de contato inicial e final dos grampos de retenção e de oposição. D = direção de inserção. Para a mensuração dessas distâncias, utiliza-se o disco calibrador modificado, que é semelhante ao disco calibrador convencional, porém com a haste vertical milimetrada e um anel móvel com o mesmo diâmetro que o disco horizontal (Figura 6). Figura 6 - Disco calibrador modificado na superfície vesti- bular do dente em análise. D = direção de inserção. a b D p e r g o D d2 d1 e r o 2 1 a b g p Grampos de Oposição - 34 Na análise do dente pilar, o disco cali- brador modificado deve ser posicionado de tal forma que o disco horizontal (d2) e a haste ver- tical milimetrada toquem a superfície dental ao mesmo tempo, para a obtenção das distâncias e+r. O ponto de contato entre o disco e a su- perfície do dente (b) indica o local de assenta- mento final do grampo de retenção, para o eixo de inserção estabelecido, representado pela haste vertical do delineador. O contato da haste vertical milimetrada com a superfície dental evidencia a área de maior convexidade da co- roa, ou seja, o equador protético (p). Nesse momento, o anel móvel (a) que pode se movi- mentar pela haste vertical milimetrada nos dois sentidos (1 e 2), deve ser liberado até manter contato com a superfície do dente. Esse ponto(a) representa o contato inicial do grampo de retenção para essa trajetória programada, visto que, o diâmetro (d1) do anel é igual ao do disco calibrador (d2). Dessa forma, é possível medir a distância, em milímetros, de a até p (e = campo de ação expulsiva), assim como a distância de p até b (r = campo de ação retentiva). A soma dessas duas medidas é o campo de ação glo- bal “g”, o qual deverá ser transportado para a superfície lingual. A distância percorrida pelo grampo de oposição na superfície oposta (o) deve ser igual ou maior ao campo de ação global. Analisando-se a Figura 7, pode-se ob- servar que, entre o ponto p, a haste vertical milimetrada e o ponto b, ocorre a formação de um triângulo, cujo ângulo indica o grau de re- tenção que o grampo irá apresentar. Esse grau de retenção é influenciado tanto pela retenção horizontal (r. h.), que é representada pelo diâ- metro do disco calibrador, como pela retenção vertical (r. v.), representada pela distância em milímetros percorrida de p até b (campo de ação retentiva). A retenção horizontal (r. h.) utilizada é sempre de 0,25 mm (diâmetro do disco calibrador), com o objetivo de minimizar as forças laterais sobre o dente pilar. Além disso, a utilização do disco calibrador 0,25 mm permite que a flexão do grampo de retenção, necessária para ultrapassar o equador protéti- co, permaneça dentro dos limites de flexibilida- de das ligas de cromo-cobalto, evitando a de- formação permanente ou a fratura desses grampos. Figura 7 - Grau de retenção proporcionado pelo ângulo formado entre o disco calibrador e o dente, influenciado pela retenção horizontal (r. h.) e pela retenção vertical (r. v.). D = direção de inserção. R.H. (mm) R.V. (mm) G.R. (°) 0,25 0,50 26°34’ 0,25 1,00 14°3’ 0,25 1,50 9°58’ 0,25 2,00 7°8’ 0,25 2,50 5°24’ 0,25 3,00 4°46’ 0,25 3,50 4°5’ 0,25 4,00 3°34’ Tabela 1- Diferentes valores de grau de retenção (G.R.), obtidos a partir de uma mesma retenção horizontal (R.H.) e diferentes retenções verticais (R.V.). (Retirado de Fiori, 1989) D p b r. h. r. v. ângulo de retenção Grampos de Oposição - 35 Conhecendo-se essa retenção horizon- tal constante, pode-se calcular o grau de reten- ção que será obtido com diferentes retenções verticais (r. v.), ou seja, diversas medidas de campo de ação retentiva. (Tab. 1). Analisando-se a Tabela 1, pode-se ve- rificar que, quando a distância percorrida pelo grampo entre o equador protético (p) e o seu assentamento final (b) é menor que 1 mm, o grau de retenção obtido é muito acentuado, podendo resultar em forças laterais excessivas sobre o dente pilar. Por outro lado, quando a distância do campo de ação retentiva é maior que 2,5 mm, a diminuição no grau de retenção não será tão acentuada. Entretanto, como a esse valor (2,5 mm) deve ainda ser somado o campo de ação expulsiva, ele pode ser consi- derado muito alto e dificilmente reproduzido na superfície dental, uma vez que necessita ser paralelo ou expulsivo em relação ao eixo de inserção da prótese, devido à rigidez do gram- po de oposição. Durante a análise proximal do dente pi- lar, para a localização do grampo de retenção, considera-se que o valor mínimo para a reten- ção vertical (ou campo de ação retentiva) deve ser de 1 mm e o valor máximo de 2,5 mm. É importante salientar que, por se rígi- do, a superfície que o grampo de oposição irá percorrer (o) não poderá ser retentiva. A pre- sença de retenção indica a necessidade de desgastes, tornando a superfície paralela ou expulsiva em relação ao eixo de inserção. GRAMPOS DE OPOSIÇÃO 1- Preparos dentais para grampos de oposi- ção A Figura 8 ilustra em A uma situação freqüentemente observada durante a análise do modelo de estudo no delineador. Se os grampos fossem planejados sobre o dente sem qualquer alteração do seu contorno, o grampo de retenção seria localizado no terço cervical (retentivo), enquanto o grampo de oposição deveria ser desenhado no terço oclusal da face lingual (expulsivo). Como conseqüência, have- ria um momento de força (d), gerado pelo des- nível existente entre os pontos de atuação das forças F1 e F2, resultando em forças laterais nocivas sobre o dente pilar. Para corrigir essa situação é necessá- rio o desgaste da superfície lingual, que pode ser realizado paralelo ao eixo de inserção da prótese (D). Se o desgaste for realizado dessa forma, o grampo de oposição, colocado na superfície lingual preparada, além da reciproci- dade vertical, também irá atuar como plano guia adicional. O contato do grampo com a superfície paralela à direção de inserção pré- estabelecida no delineador (distância o) irá guiar a inserção e remoção da prótese (Figura 8B). Em função desses aspectos, o preparo da superfície, paralelo ao eixo de inserção, pro- porciona estabilidade ao dente pilar e à prótese removível, diminuindo forças laterais, sendo, portanto, mais favorável. O desgaste deve ser realizado no modelo de estudo, em delineador, e será reproduzido durante o preparo dos den- tes pilares do paciente, utilizando-se guias de transferência, cuja técnica será descrita poste- riormente. Um outro procedimento que pode ser realizado é a adequação do equador protético (Figura 8C). Esse tipo de preparo tem como objetivo modificar, por meio de desgaste, a posição do equador protético mais para cervi- cal, tornando a trajetória percorrida pelo gram- po de oposição (o) expulsiva em relação ao eixo de inserção (D). Dessa forma, o grampo Grampos de Oposição - 36 de oposição não irá atuar como guia de inser- ção e remoção. Além disso, a reciprocidade irá ocorrer somente no assentamento final da pró- tese, quando, então, as forças F5 e F6 irão atu- ar no mesmo nível, minimizando as forças late- rais sobre o dente pilar. Essa situação, repre- sentada na Figura 8C, é freqüentemente ob- servada durante a análise dos modelos de estudo. Nesses casos, a superfície de atuação do grampo de oposição apresenta-se expulsi- va, de tal forma que a reciprocidade vertical efetiva só é obtida no assentamento final dos grampos de retenção e oposição. Figura 8 - Em A, momento de força gerado pelo desnível (d) existente entre os grampos de retenção e de oposição; em B, grampo de oposição atuando também como plano guia, além de proporcionar correta reciprocidade vertical; em C, obtenção de reciprocidade vertical somente no assentamento final. D = direção de inserção. A reciprocidade vertical ideal ocorre quando a superfície de atuação dos grampos de oposição é maior que aquelas dos grampos de retenção. Essa situação usualmente é obti- da quando o dente pilar é restaurado com co- roa total, permitindo que, durante o enceramen- to, as superfícies de atuação dos grampos sejam esculpidas com contorno adequado (Fi- gura 9). Figura 9 - Coroa de porcelana com superfície preparada para grampo de oposição na superfície lingual o, em que o > g. É importante salientar que, em algumas situações, mesmo após o preparo dos dentes, a distância percorrida pelo grampo de oposição pode se apresentar menor que aquela do grampo de retenção. Nesses casos, a redução do campo de ação expulsiva do grampo de retenção é necessária, sendo esse preparo realizado diretamente em esmalte com o auxílio de uma ponta diamantada tronco-cônica. Essa ponta deve ser posicionada de maneira inclina- da em relação ao longoeixo do dente pilar, para aumentar a extensão da superfície em que ocorrerá o toque inicial do grampo de re- F1 F2 d D A Grampo de retenção Grampo de oposição F3 F4 D B Grampo de retenção Grampo de oposição o F5 F6 D C o Grampo de oposição Grampo de retenção Grampo de retenção g o Grampos de Oposição - 37 tenção, acima do equador protético (Figura 10). A extensão desse preparo deve ser posterior- mente avaliada durante a análise do modelo mestre em delineador, com o disco calibrador milimetrado, que indicará se a redução na área de atuação do grampo de retenção foi satisfató- ria. Figura 10 - Em A, g > o após preparo para grampo de oposição; em B preparo na superfície vestibular com ponta diamantada tronco-cônica; em C, equador protético deslo- cado mais cervicalmente após o preparo. 2 - Técnica de preparo para grampos de oposição utilizando guias de transferência As guias de transferência, obtidas so- bre o modelo de estudo, em delineador, são indicadas para a realização de preparos de superfícies paralelas ao eixo de inserção. De acordo com essa técnica, as superfícies em que atuarão os grampos de oposição são des- gastadas em delineador por meio de pontas cilíndricas e micromotor, acoplados à haste vertical do delineador (Figura 11A). Dessa for- ma, a superfície da ponta utilizada, paralela à haste vertical, permite a obtenção de desgastes paralelos ao eixo de inserção e remoção previ- amente determinado. Após esse procedimento, as superfí- cies dos dentes pilares devem ser isoladas e a resina acrílica, na consistência plástica, aco- modada sobre os dentes pilares, mantendo uma espessura de 4 a 5 mm e conformação convexa em relação à superfície a ser prepara- da (Figura 11B). Deve ser evitada a colocação de resina acrílica em áreas retentivas dos den- tes pilares, que possam impedir a remoção da guia de transferência, posteriormente. Além disso, sempre que possível, os terços oclusais e médios dos dentes adjacentes aos dentes pilares devem ser recobertos pela resina, per- mitindo maior estabilidade das guias durante a realização dos preparos na cavidade bucal. Após a polimerização, o excesso de resina deve ser desgastado com a ponta cilíndrica utilizada previamente, até que a resina sobre a superfície do gesso desgastado seja totalmente removida. Como resultado desse desgaste, um plano de orientação paralelo ao eixo de inser- ção e remoção é obtido (Figura 11C). A o g B C g o Grampos de Oposição - 38 Figura 11: Técnica de preparo para grampo de oposição utilizando-se guia de transferência. Em A, desgaste reali- zado com ponta cilíndrica paralela ao eixo de inserção (D); em B, avaliação do paralelismo obtido utilizando-se a faca; em C, confecção da guia de transferência e desgaste dos excessos com a mesma ponta utilizada; em D, plano de orientação obtido paralelo ao eixo de inserção. Para a transferência do desgaste pro- gramado no delineador, para os dentes pilares, na cavidade bucal, a guia deve ser posicionada nesses dentes e sua adaptação avaliada. Em caso de dentes isolados, é recomendável a cimentação da guia sobre os dentes com ci- mento provisório, evitando-se, assim, movimen- tações indesejáveis durante os desgastes. Para a realização dos preparos, o pro- fissional deve avaliar a quantidade de desgaste a ser realizada e utilizar ponta diamantada cilíndrica longa, em alta rotação. Essa ponta deve ser posicionada paralela ao plano estabe- lecido pela guia de transferência e o preparo executado, movimentando-a no sentido mésio- distal até que a mesma fique o mais próximo possível da resina acrílica, sem que ocorra contato direto (Figura 12). Porém, em caso de possível exposição dentinária, a extensão da superfície resultante deve ser avaliada. É im- portante mencionar que o terço cervical dos dentes não deve ser desgastado, pois será aliviado durante a confecção da estrutura metá- lica. A extensão da área preparada depende do dente em questão e, durante a realização dos preparos, o contorno anatômico no sentido mésio-distal deve ser mantido. A D D B 4 a 5 mm D C D D Grampos de Oposição - 39 Figura 12: Técnica de preparo para grampo de oposição utilizando-se guia de transferência. Transferência da guia para o dente pilar na boca do paciente e preparo realizado por meio de desgaste com ponta diamantada cilíndrica longa. 3 - Tipos de grampos de oposição A - Dentes posteriores Os grampos que atuam como oposição são os circunferenciais, devendo apresentar diâmetro maior do que os de retenção e uni- formidade em toda sua extensão, de tal forma a proporcionar rigidez (Figura 13). Figura 13 - Grampo circunferencial de oposição. B - Dentes anteriores Os grampos que atuam como oposição são os M.D.L. (mésio-disto-linguais). Usual- mente, esses grampos têm origem em um a- poio localizado no ângulo mésio-incisal, contor- nam a superfície lingual próximo à cervical e terminam em um apoio disto-incisal, apresen- tando diâmetro uniforme em toda sua extensão, a fim de proporcionar rigidez. Podem também estar associados a um apoio no cíngulo, con- tornando, da mesma forma, as superfícies me- sial e distal, porém sem atingir a incisal, resul- tando em melhor estética (Figura14). Figura 14 - Grampos M.D.L. de oposição. Os grampos M.D.L. podem ser de dois tipos: b1) M.D.L. modificado – esse grampo tem ori- gem em um apoio localizado na incisal ou no cíngulo, contorna as superfícies proximal e lingual no terço cervical até atingir área retenti- va na superfície vestibular. A parte do grampo Grampos de Oposição - 40 situada na lingual é rígida, apresenta diâmetro uniforme e atua como grampo de oposição. Por outro lado, o prolongamento que atinge a su- perfície vestibular apresenta diminuição grada- tiva do seu diâmetro proporcionando flexibilida- de e atuando como grampo de retenção. Esse tipo de grampo é utilizado em dentes anteriores vizinhos a espaços protéticos intercalados e tem como objetivo associar função e estética (Figura 15). Figura 15 - Grampo M.D.L. modificado visto por lingual (A), proximal (B) e vestibular (C). b2)Grampo contínuo de Kennedy ou barra den- tária – constituído por vários grampos M.D.L. unidos entre si, proporcionando, além da fun- ção de oposição, estabilização dos dentes pila- res e melhor distribuição de forças. Esse gram- po está indicado quando os dentes pilares ante- riores apresentam comprometimento periodon- tal e espaço suficiente para a colocação da barra (de 9 a 10 mm entre a margem gengival e o fundo de sulco lingual). Se os dentes apre- sentarem alterações periodontais, porém o espaço for insuficiente para a colocação de barra lingual, o planejamento correto é a indica- ção da placa lingual. Essa placa associa as funções de união da conexão maior e estabili- zação dos dentes pilares proporcionada pelo grampo de Kennedy. Referências: 1. KRATOCHVIL, F.J. Influence of oc- clusal rest position and clasp design on movement of abutment teeth. J. Pros- thet. 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