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Análise da argumentação do filme "12 Homens e uma sentença"

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Centro Universitário de Itajubá - FEPI 
Curso de Direito 
 
 
 
Amanda Larissa dos Santos Silva 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA NO FILME 12 HOMENS E 
UMA SENTENÇA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Itajubá - MG 
2019 
 
 
 
 
Análise e argumentação jurídica do filme 12 homens e uma 
sentença 
 
 
O filme “12 Homens e uma sentença” se decorre em uma sala de júri, em que 12 
sujeitos debatem o veredito que será atribuído ao réu, julgado por matar o pai 
friamente a facadas. Na condição de ser considerado culpado, a sanção estabelecida 
ao jovem - 18 anos - será a pena de morte. 
Em prévia à relação de argumentação dos indivíduos, é indispensável a análise do 
meio e as condições em que o julgamento se processa. O momento do filme se passa 
no sexto dia de audiência e, obrigatoriamente, os 12 jurados acompanharam todo o 
processo. A princípio, a comissão demonstra-se inquieta e indiferente a seus deveres 
como júri, visto que outros assuntos são pautados, como: a temperatura do dia em 
questão, o trabalho de cada indivíduo - um deles trabalha em um jingle durante a 
discussão -, as ações de mercado e esporte. Deste modo, aludo que o caso era 
tratado pela grande maioria com desapreço, e por outros, como um emblema social. 
Não obstante, a defesa do réu não foi efetiva. O advogado de defesa - acabara de se 
formar, estava no caso porque foi nomeado - não incitou testemunhas e declarou o 
caso como perdido. Em contrapartida, o advogado de acusação dispôs dos fatos - 
não apurados pela defesa – e apresentou testemunhas. Ele era compreendido como 
um sujeito inteligente, e que fez um trabalho de ética. Assim, o júri estava convicto da 
culpabilidade do réu. 
Após a organização do júri, é feita uma votação preliminar. Dos 12 juristas presentes, 
somente um alega inocência do indivíduo e, ao ser questionado, ele apresenta um 
simples argumento de escolha: “Quando há 11 votos culpados não é fácil levantar a 
minha mão e mandá-lo para morte. Estamos aqui para falar sobre a vida de alguém, 
imagine se estamos errados”. Não obstante, ele ressalta características infelizes da 
vida do réu: um garoto periférico que perdeu a mãe aos 8 anos de idade, e viveu 
durante 1 ano e meio no orfanato enquanto o pai esteve detido. Ao fazer uso deste 
argumento, ele não se baseia em fatos, contudo, convence aqueles que se deixam 
levar pela emoção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diante da relutância em acreditar na inocência do réu, propõe-se que cada um dos 
11 homens tente convencer o outro de que ele está errado. As ideias que decorrem 
são pautadas nos fatos e testemunhas demonstrados no tribunal, entretanto, abrem 
espaço para retóricas que serão esclarecidas no recorrer do filme. 
O jurista número 6 levanta um argumento causal, defendido pelo advogado de 
acusação, ele diz: “Se não houver motivo, não há um caso”. Ele se baseia no 
depoimento das pessoas que estavam no corredor do apartamento, no qual eles 
afirmam que, por volta das 19:00 horas, houve uma discussão entre o pai e o filho. 
Essa altercação fez com que o pai agredisse o filho e o garoto, por sua vez, sai furioso 
de casa. Contudo, em defesa, um dos juristas apresenta um argumento de igualdade, 
na qual ele diz que o réu já apanhou muitas vezes, portanto, isso não seria motivo 
para cometer o crime. 
No decorrer da longa-metragem, é notório, por parte de alguns juristas, o preconceito 
que há a respeito do meio vivente do réu. Assegurando que o acusado é marginal, 
fruto de favela, sendo, portanto, um problema em potencial para a sociedade, um dos 
jurados faz uso do argumento de figuratividade - generalização -. Em resposta, um 
deles se opõe e estabelece um argumento de córax, na qual ele afirma ter analisado 
o decorrer do caso e estranha o fato de que todos afirmam que ele é culpado, 
integralmente os fatos estão positivados, ressalta que o advogado de defesa não 
incitou testemunhas, consequentemente, isso o invalida. 
O idoso que vivia no andar de baixo da cena do crime alegou ter ouvido ruídos de luta 
e o garoto jurando, em alto e bom som, a morte do pai, logo após, ouve o barulho do 
corpo caindo ao chão. Ele se levanta - em 15 segundos -, vai até a porta e vê o 
culpado descendo as escadas. Simultaneamente, uma mulher que mora do outro lado 
da rua - havia uma linha de trem entre eles -, declara que na noite do ato, em razão 
do calor excessivo, estava com dificuldade para dormir. Olhou para a janela e viu o 
garoto esfaqueando o pai e fugindo, ela grita e aciona as autoridades. Esses 
argumentos pautados na descrição das testemunhas são de autoridade, contudo 
revelam fragilidade. Em resposta, os juristas refazem toda a cena do crime, e 
levantam argumentos descritivos que tornam os testemunhos suspeitos ao revelar 
segurança na argumentação e descrição dos fatos que foram comprovados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
No desfecho do caso, um dos juristas faz alegação de marcas do uso de contínuo de 
óculos na senhora que afirma ter visto - através do trem, com as luzes apagadas - o 
garoto matar e fugir. Esse argumento ad hominem – atacar quem apresenta o 
argumento em vez do argumento em si – faz com que a decisão de absolvição do réu 
seja quase unanime. 
Para finalizar o caso, o último jurista transparece seu envolvimento emotivo com o 
caso, visto que ele julgava baseado em seu desacordo com o filho. Destarte, ele 
declara o réu inocente. 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
Filme 12 Homens e uma Sentença 
https://www.youtube.com/watch?v=Qm3rXuKptn8 
 
Artigo: DIREITO E CINEMA: uma análise da argumentação jurídica do filme “12 
Homens e uma sentença”

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