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FACULDADE PITÁGORAS MARCELA F REGIANE C MUCOSITE POÇOS DE CALDAS – MG 2019 MARCELA F REGIANE C MUCOSITE Trabalho apresentado no curso de graduação da Faculdade Pitágoras - Odontologia Orientador: Fernanda POÇOS DE CALDAS – MG 2019 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 01 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 02 3 4 CONCLUSÃO 05 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 06 1 1. INTRODUÇÃO A mucosite é considerado um efeito adverso da terapia antineoplásica, por ser de alta toxicidade, devido ao tratamento de radioterapia e quimioterapia, e são clinicamente semelhantes. Classificando-se como um tipo de estomatite. Acometem também pacientes que são submetidos a transplantes de medula óssea. Existem também alguns fatores de risco, tais como sexo feminino, higiene oral deficiente, foco oral de infecção, alimentação deficiente, xerostomia e consumo de álcool e cigarro. As alterações na mucosa começam a se desenvolverem após alguns dias de intervenção, levando até semanas, e desaparecem lentamente de 2 a 3 semanas após o tratamento. As lesões associadas a quimioterapia envolvem as superfícies não- queratinizadas (mucosa jugal, superfície ventro-lateral da língua, palato mole e assoalho oral). Já as da radioterapia afetam as superfícies mucosas voltadas para o foco de radiação. Os sinais e sintomas incluem dor, sensação de ardência, desconforto e eritema, e aumentam a sensibilidade durante a alimentação quente ou ácida e a higiene oral. As lesões são caraterizadas pelo desenvolvimento de coloração esbranquiçada, e se desenvolvem como ulcerações dolorosas recobertas por exsudato fibrinoso, levando a má nutrição e a desidratação e acometendo no tratamento antineoplásico, sendo que em alguns casos necessita de interrupção do mesmo. 2 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Na década de 80 surgiu o termo “mucosite” para designar a inflamação da mucosa da boca induzida pelo tratamento da quimioterapia e radioterapia em pacientes oncológicos. As causas das lesões são multidimensional, e as células são agredidas causando uma injúria direta sobre as células basais do epitélio em replicação. Histologicamente, ocorre uma diminuição da espessura do epitélio, da queratinização, a descamação superficial e as alterações vasculares, com o aumento da permeabilidade e a congestão dos vasos sanguíneos. Os primeiros sinais incluem uma coloração esbranquiçada, pela falta de escamação adequada de queratina. Em seguida ocorre a perda dessa camada, com reposição pela mucosa atrófica, que é edematosa, eritomatosa e friável. Consequentemente, áreas de ulceração são expostas com a formação de uma membrana superficial fibrino-purulenta amarelada e removível. As áreas centrais das úlceras podem se apresentar necrosadas, apresentando ou não sangramento. Na fase ulcerativa ocorre uma perda da integridade da mucosa ocasionando uma porta de entrada para bactérias fungos e vírus. Classificação A mucosite é dividida em 4 fases: 1. Fase Inflamatória: tecido epitelial libera interleucina 1 (IL-1), interleucina 6 (IL-6) e fator de necrose tumoral-alfa (TNF-alfa) causando aumento da vascularização local. 2. Fase Epitelial: ocorre a redução da renovação das células em função da radioterapia e da quimioterapia, ocasionando ulceração do epitélio. 3. Fase Ulcerativa: quando ocorre a colonização por microorganismos e intensificação das lesões 4. Fase Curativa: corresponde à renovação celular e posterior cicatrização da mucosite. 3 4 Algumas classificações são utilizadas para mensurar a gravidade da mucosite, para avaliar a sua incidência e para ajudar na escolha do tratamento adequado. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, pela Radiation Therapy Oncology, quando as lesões são provenientes da quimioterapia, elas se manifestam mais frequentemente associada a agentes farmacológicos específicos, tais como o Metotrexato, 5-fluoruoracil, Bleomicina, Doxorrubicina, Cisplatina, Vinblastina e Vincristina. Essas drogas causam toxicidade direta de alguns de seus antimetabólicos, e outros agentes sintéticos como hidroxiuréia e hidrocloridrato de procarbazina, que levam à degeneração glandular, alterações no colágeno e à displasia epitelial7-9. Já a mucosite por radiação, é parecida ao da mucosite por quimioterapia, embora dependa de múltiplos fatores como tipo de radiação, volume de tecido irradiado, doses diárias e totais, esquema de fracionamento; e ainda fatores de risco, como a idade do paciente, hábitos gerais e condição clínica. A mucosite oral também pode ocorrer devido ao transplante de medula óssea, uma vez que o regime mieloablativo, adotado para se receber o transplante, pode ser o quimioterápico e/ou o radioterápico. Dentre os sintomas da mucosite oral, a dor, a queimação e o desconforto aparecem de forma significativa durante a alimentação e na realização da higiene oral. No tratamento da radioterapia, os primeiros sintomas aparecem na terceira ou quarta semana, quando as doses atingem 200 cGy. E no tratamento da quimioterapia, seu aparecimento geralmente ocorre entre 5-10 dias e depende do tipo de fármaco administrado. A conduta no tratamento da mucosite oral varia de acordo com a severidade das lesões apresentadas. No caso de suporte e paliativa, para minimizar os sintomas e impedir outras complicações, como desidratação, caquexia e infecções, são recomendadas dietas não irritativas e produtos de higiene oral, anestésicos tópicos, analgésicos opióide e antiinflamatórios não esteróides. Nos casos mais graves, pode haver a necessidade de passagem de uma sonda nasoenteral e até mesmo de hospitalização. Dependendo ainda, pode ser necessário a interrupção da terapia antineoplásica. Também é utilizado o laser de baixa frequência de hélio-neônio e de diodo através de técnica simples e atraumática, reduzindo a dor e a lesão. 5 3. CONCLUSÃO É de suma importância que o cirurgião-dentista esteja familiarizado com os primeiros sinais e sintomas das lesões provenientes da mucosite, a fim de estabelecer um tratamento precoce, evitando agravamento do caso. Juntamente com o médico do paciente, o dentista deve planejar um protocolo de abordagem para prevenção, tratamento e monitoramento da mucosite oral, promovendo qualidade de vida para o paciente. 6 4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS https://www.researchgate.net/profile/Fernanda_Lopes/publication/277154042_Mucosit_ oral_efeito_adverso_da_terapia_antineoplasica/links/5824ef1a08ae61258e42a39d/Muco site-oral-efeito-adverso-da-terapia-antineoplasica.pdf http://revistargo.com.br/include/getdoc.php?id=3957&article=914&mode=pdf http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:T9K4CqKMT8gJ:revistargo.co m.br/include/getdoc.php%3Fid%3D3957%26article%3D914%26mode%3Dpdf+&cd=2 &hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br NEVILLE , B; DAMM,D; ALLEN, C; BOUQUOT, J. 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