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Sistema Endócrino 1. Patologia do pâncreas endócrino A maioria das massas pancreáticas surge da parte exócrina. Pâncreas é um órgão retroperitoneal = difícil acesso. Exame de imagem de preferência: tomografia computadorizada. O pâncreas endócrino é composto pelas ilhotas de Langerhans. Células alfa – produtoras de glucagon; Células beta – produtoras de insulina. Células delta – produtoras de somatostatina. Diferenciação das células: imuno-histoquímica ou microscopia eletrônica. Diabetes Melito Grupo de desordens metabólicas, com a hiperglicemia como característica comum. • Diagnóstico: - Glicemia ao acaso > 200 mg/dl - Glicemia de jejum > 126 mg/dl - TOTG > 200 mg/dl - Hb glicada > 6,5% • Classificações etiológicas - Diabetes tipo 1 (5-10%) – autoimune - Diabetes tipo 2 – associado à síndrome metabólica (obesidade, dislipidemia e resistência periférica à insulina) - Defeitos genéticos de função das células beta - Defeitos genéticos no processamento de insulica ou na sua ação - Destruição do pâncreas (etilismo crônico à pancreatite crônica; PA hemorrágica) - Infecções - Drogas - Diabetes Melito gestacional • Patogênese do Diabetes Melito tipo 1 - Suscetibilidade genética (locus MHC) - Fatores ambientais (infecção viral) • Patogênese do Diabetes Melito tipo 2 Resistência à insulina - Defeitos genéticos no receptor de insulina e na via de sinalização da insulina - Obesidade Disfunção das células beta à por exaustão Maior influência genética que no DM tipo 1. • Fisiopatologia do DM glicemia = estímulo inflamatório - Doença macrovascular: aterosclerose Inflamação crônica à alterações no endotélio à maior permeabilidade ao colesterol. Consequências: infarto agudo do miocárdio gangrena de extremidades aneurismas - Doença microvascular: lesão dos capilares, permeabilidade capilar. 1. Retinopatia à hemorragias, edema e esxudato na retina + opacificação do cristalino (catarata) 2. Nefropatia - Lesões glomerulares: esclerose mesangial e glomeruloesclerose nodular à proteinúria síndrome nefrótica, DRC Linfócitos Citocinas Auto-anticorpos Destruição das células beta - Arteriolosclerose hialina à espessamento da parede dos vasos e consequente redução do lúmen à Causa isquemia crônica nos tecidos à Rins = nefroesclerose vascular à Sistema RAA à HAS. - Pielonefrite: pode causar necrose de papilas (porção distal das pirâmides) à IRA 3. Neuropatia à Extremidades e vísceras • Aspectos clínicos - DM tipo 1 Poliúria, polidipsia e polifagia Cetoacidose à corpos cetônicos no SNC à edema à coma - DM tipo 2 Assintomáticos Complicações tardias Coma hiperosmolar à glicose no SNC à edema cerebral *Fator principal nas complicações: tempo que o paciente permanece com controle glicêmico inadequado. Neoplasias • Insulinoma Pouco comum Neoplasia benigna e solitária (80%) Nódulos pequenos (2cm) Clínica: hipoglicemia Granulações finas nos rins à Nefroesclerose vascular benigna • Gastrinoma Pancreático Tumor produtor de gastrina Hipergastrinemia à Hipercloridria (excesso de HCl) à bolo alimentar mais ácido à úlceras pépticas à Síndrome de Zollinger-Ellison 2. Patologia da Tireoide Órgão de fácil acesso: palpação, US, PAAF Cintilografia da tireoide: utilizando iodo radioativo é possível observar se há hiper, hipo ou captação normal do iodo. Além de ser possível a ablação da glândula para reduzir sua atividade. Hipertireoidismo Hiperfunção da glândula à hipercaptação de iodo pela cintilografia. Tireotoxicose Síndrome clínica devido aos efeitos de T3 e T4 em excesso. Mulheres jovens (30 anos) T4 + ¯ TSH (primário = tireoide) T4 + TSH (secundário = hipófise – raro) • Etiologias - Exógena: ingestão de medicamentos - Endógenas com hipertireoidismo: Primárias - Bócio tóxico (incluindo Doença de Graves) - Neoplasias da tireoide (adenoma tóxico) Secundária - Adenoma hipofisário secretor de TSH Terciária - Doenças do hipotálamo à TRH - Endógena sem hipertireoidismo: - Tireoidite subaguda - Fonte extratireoidiana de hormônios (síndrome paraneoplásica) • Alterações funcionais - Circulatórias: taquicardia, arritmia, DC - Pele: textura firme, queda de cabelos - Olhos: exoftalmia (Doença de Graves); D ificuldade de movimentar pálpebra e globo ocular - Intestinos: hipermotilidade = diarreia - SNC: encefalopatia Hipotireoidismo • Etiologias - Congênito à cretinismo (hipodesenvolvimento do SNC): endêmico (carência de iodo materna) ou esporádico (defeito genético) - Adquirido - Primário: redução do tecido e/ou função da glândula devido à tireoidite crônica, deficiência de iodo, tireoidectomia total, radiação ou medicamentos. - Secundário: causas hipofisárias à ¯ TSH - Terciário: causas hipotalâmicas à ¯ TRH Células com aspecto monomórfico Hipertireoidismo/Tireotoxicose Hipotireoidismo Dg Clínico- Laboratorial Dg Morfológico Neoplasias Bócio Tireoidite - Periférico: baixa resposta em órgãos-alvo (problema no receptor de T4) • Alterações funcionais - Tecido conjuntivo: mixedema - Tecido ósseo: nanismo tireoidiano - Tecido nervoso: cretinismo - Outros: fadiga crônica, fraqueza, constipação intestinal, pele seca, insuficiência cadíaca. Tireoidites Inflamação da tireoide, aguda ou crônica, de origem infecciosa, autoimune ou incerta. • Classificação - Aguda - Subaguda (de De Quervain) - Crônica - Autoimune (de Hashimoto) - Tireoidite de Riedel • Tireoidite Aguda - Etiologia bacteriana: estafilococos ou estreptococos - Por bacteremia ou por contiguidade - Clínica: febre, taquicardia, dor cervical, disfagia, odinofagia, linfadenomegalia. - Exames complementares: Função normal ou aumento transitório de T3 e T4 Captação normal de iodo na cintilografia • Tireoidite Subaguda (granulomatosa, de células gigantes ou de De Quervain) - Etiologia viral: adenovírus, coxsackie, influenza - Clínica: febre, mialgia, dor cervical, odinofagia - 50% apresenta sinais de hipertireoidismo • Tireoidite de Hashimoto (crônica) - Etiologia: autoimune (associação genética e com outras doenças autoimunes) - Causa mais comum de hipotireoidismo em regiões sem carência de iodo - Muito mais comum em mulheres, 45-65 anos - Clínica: perda progressiva da função tireoidiana. Inicialmente pode haver hipertireoidismo transitório. - Risco aumentado para carcinomas e linfomas - Aumento de tamanho da glândula: hiperplasia linfoide, agregados linfoides parecendo nódulos. Folículos atróficos contendo pouco ou nenhum coloide Intenso infiltrado inflamatório Superfície nodular. Volume normal ou pode estar aumentado Bócio Aumento de volume da tireoide (sentido amplo) Hiperplasias (sentido estrito) • Classificação - Difusos ou nodulares (uni ou multi) - Hiperfuncionantes (tóxicos) ou não-funcionantes (atóxicos) - Endêmico ou esporádico * Bócio multinodular: pode ser mergulhante, causando efeito de massa, sintomas compressivos. * É preciso análise dos nódulos em busca de malignidade: US à PAAF • Bócio (hiperplásico) difuso tóxico – Doença de Graves - Etiologia: autoimune à auto-anticorpos agonistas do receptor de TSH (anti-receptor TSH) à hipertireoidismo primário à Tireotoxicose - Clínica:tireotoxicose, exoftalmo, mixedema pré-tibial, captação de iodo difusa na cintilografia - Morfologia: aumento simétrico por hiperplasia e hipertrofia difusa (células foliculares formando tufos). Lisa, macia, intacta. Células colunares altas, micropapilas. Fagocitose de coloide (aumento da reabsorção de coloide, vacúolos no entorno do folículo), linfócitos. - TTO: propiltiuracil, cirurgia, radioterapia com iodo radioativo. • Bócio difuso atóxico (endêmico) ¯ Iodo à TSH à Hiperplasia/hipertrofia folicular à Acúmulo de coloide e hipotrofia do epitélio - Clínica: paciente eutireoideo ou hipotireoideo - Na macroscopia não é possível diferenciar da doença de Graves. Neoplasias 90% origem de células foliculares 10% de células parafoliculares ou linfomas • Classificação Neoplasias benignas - Adenomas Neoplasias malignas - Epitélio folicular (papilar, folicular, anaplásico) - Epitélio parafolicular (medular) Outros: linfomas • Adenomas Foliculares - Mulheres, 3a e 5a décadas - Nódulos encapsulados, sem invasão da cápsula ou de vasos sanguíneos - Morfologia: microfolículos - DD com bócio (hiperplasias) e carcinoma – não têm cápsula espessa e bem definida - Funcionante (tóxico): doença de Plummer à tireotoxicose • Carcinoma Papilar - Neoplasia maligna mais comum (melhor prognóstico) - Adultos (maioria) e crianças - Antecedentes: radiação, tireoidite de Hashimoto - Núcleo claro, “aspecto lavado”, microcalcificações (corpos psamomatosos), pseudoinclusão nuclear e fenda na membrana nuclear. - Prognóstico depende da idade, sexo, extensão extratireoidiana, grau histológico, irradiação prévia, tamanho, cápsula, metástases hematogênicas. Aspecto infiltrativo • Carcinoma Folicular - 20-25% das neoplasias - Mulheres > 40 anos - Microfolículos - Divisão de acordo com invasão da cápsula: Minimamente invasivo Invasivo Tumor folicular de potencial maligno incerto • Carcinoma Medular - 5-10% das neoplasias - Incidência similar em mulheres e homens - 50 - 60 anos - Origem nas células parafoliculares (células C) secretoras de calcitonina à sem efeito clínico - Associação com outras neoplasias linfoides. • Carcinoma Anaplásico - 10-15% das neoplasias - > 50 anos - Prognóstico reservado - Pode ser necessária imuno-histoquímica para dg Células formando ninhos 3. Patologia das Paratireoides - As paratireoides localizam-se posteriormente à tireoide. Se estiverem aumentadas podem ser palpadas indiretamente, causando a impressão de “tireoide aumentada” à confirmação por US - Pode ser realizada PAAF (presença de PTH na amostra confirma que é das paratireoides), ou a retirada cirúrgica da glândula (biópsia excisional) - Histologia: Células principais (claras): produzem PTH Células oxífilas (eosinofílicas) Adipócitos (quanto mais velho o paciente, maior o número de adipócitos; neoplasias não têm adipócitos) Medida do PTH, cálcio, fosfato. Não possui relação com o eixo hipotálamo-hipófise (regulação pelos níveis de cálcio séricos) São causas de hiperparatireoidismo primário. Hiperparatireoidismo • Clínica - Maioria assintomática - Alterações no remodelamento ósseo à fraturas - Poliúria, polidipsia, anorexia, dispepsia, depressão - Nefrolitíase bilateral à hidronefrose, IRC - Nefrocalcinose (calcificação metastática no parênquima renal) à IRC • Laboratorial - PTH - Hipercalcemia + hipercalciúria DD: hipercalcemias malignas (PTH ¯), síndrome paraneoplásica (PTH ¯ ou normal). - Hipofosfatemia + hiperfosfatúria *Na IRC: hipercalcemia com hiperfosfatemia (ou fosfato normal) à devido à redução da excreção. • Tipos - Primário: adenoma, hiperplasia, carcinoma - Secundário: Insuficiência Renal Crônica - Terciário: (IRC + adenoma ou hiperplasia) • Hiperparatireoidismo primário - Etiologia: adenoma da paratireoide (80%) hiperplasia primária (15%) carcinoma da paratireoide (5%) - Mais frequente em mulheres 1. Adenoma da paratireoide - Neoplasia benigna - Peso: 0,5-5,0 gramas - Cápsula, bem definido, área sem adipócitos - Mais comum em mulheres Dg Morfológico Carcinoma Adenoma Hiperplasia Hiperparatireoidismo Hipoparatireoidismo Dg Clínico- Laboratorial II. Hiperplasias da paratireoide - Primária (idiopática) - Secundária à hipocalcemia crônica III. Carcinoma da paratireoide - Neoplasia maligna - Critérios de malignidade: Invasão dos tecidos vizinhos (da cápsula) Metástases para linfonodos Hipoparatireoidismo • Clínica - Tetania - Distúrbios psiquiátricos - Doenças neurológicas - Catarata - Distúrbios de condução cardíaca (arritmias) • Laboratorial - ¯ PTH - Hipocalcemia, hiperfosfatemia • Etiologia - Mais comum: iatrogenia (retirada cirúrgica) - Menos comuns: autoimunes, distúrbios genéticos de produção e/ou ação do PTH 4. Patologia da Hipófise Neuro-hipófise e adeno-hipófise (glândula verdadeira, formada por um conjunto de células epiteliais) Invasão da cápsula • Embriologia da hipófise • Fisologia da hipófise * Aqueles que possuem efeitos negativos podem ser utilizados no tratamento de doenças onde há aumento dos hormônios (PIF – dopamina, pode ser utilizado no tratamento de prolactinomas; GH-IRF – somatostatina, pode ser utilizados no caso de excesso de GH pelo adenoma produtor de GH) • Hipófise – Doenças - Hiperpituitarismo: excesso de secreção - Hipopituitarismo: deficiência de secreção - Efeitos expansivos locais - Na neurohipófise: alterações do ADH Hipopituitarismo • Insuficiência hipofisária - 90% de destruição - Parcial (seletiva) ou total Hiperpituitarismo • Síndromes clínicas - Gigantismo ou acromegalia à GH - Doença de Cushing à ACTH - Galactorreia-Amenorreia à PRL - Hipertireoidismo à TSH - Síndromes por excesso de FSH/LH são muito raras Distúrbios do crescimento • Hiperplasia • Neoplasia o Benigna: Adenoma o Maligna: Carcinoma à classificados pela formação de metástases. o Craniofaringioma Classificação através de imuno-histoquímica: - KI67: marcador de proliferação celular – marca as células em mitose. Índices elevados indicam que é um carcinoma. - Marcadores de hormônios - P53 Adenomas hipofisários Prolactinoma Secretante de GH Secretante de ACTH Mais comum • Classificação 1. Tamanho (microadenoma <1cm ou macroadenoma >1cm) 2. Clínica (funcionantes ou não-funcionantes) 3. Radiologia (I, II, III, IV, V) 4. Cirúrgico (relação do tamanho) *A maioria dos adenomas funcionantes é microadenoma, já os não-funcionantes são macroadenomas. Os macroadenomas estão relacionados à hipofunção da glândula, apoplexia. *Compressão do quiasma óptico à causa hemianopsia bitemporal • Prolactinoma - Adenoma hipofisário mais frequente - Ocorre mais em mulheres - 5a e 6a décadas - Classificação através de imuno-histoquímica - Causa mais comum de hiperprolactinemia PRL à ¯ GnRH à ¯ FSH e LH / Testosterona - Clínica: ciclos anovutatórios oligo/amenorreia infertilidade oligo/azospermia *Na mulher o diagnóstico costuma ser mais precoce, devido ao quadro clínicomais florido. • Adenoma secretante do hormônio do crescimento (GH) - 4a década - Síndromes clínicas: gigantismo (antes do fechamento das epífises) ou acromegalia. • Adenoma secretante de ACTH - Mulheres, 3a década - Síndromes clínicas: Cushing (hiperfuncionamento da glândula adrenal) - A produção de ACTH está relacionada à produção de melanócitos. O aumento do ACTH pode gerar de produção de melanina por melanócitos e o paciente pode alterar coloração de pele. Síndromes neuro-hipofisárias (ADH) • Diabetes insipidus - Deficiência de ADH - Clínica: Poliúria com urina de baixa densidade, polidipsia, hipernatremia - Causa mais frequente: traumatismo craniano (secção da haste) • Síndrome do excesso de ADH - Hiponatremia por grande reabsorção de água e diluição do sódio plasmático. - Causas: secreção ectópica de ADH por CA pulmonar (síndrome paraneoplásica) lesões locais do hipotálamo e hipófise - Clínica: edema cerebral, sem hipervolemia. Craniofaringioma - Origem: bolsa de Rathke - Tumor benigno - Infância e adolescência - Efeito de massa à pode produzir síndromes de hipofuncionamento - Cístico com áreas de calcificação (tipo adamantinomatoso) 5. Patologia das Adrenais O aumento de cortisol promove feedback negativo na liberação de ACTH Acúmulo de Queratina ACTH SNA • Síntese e secreção de hormônios • Síndromes clínicas o Hiperfunção adrenocortical (hiperadrenalismo) - Hipercortisolismo (Síndrome de Cushing) - Hiperaldosteronismo - Síndromes adrenogenitais o Hipofunção adrenocortical (hipoadrenalismo) - Insuficiência aguda - Doença de Addison - Hipoadrenalismo secundário Hiperfunção adrenocortical (hiperadrenalismo) Síndrome de Cushing - Distúrbio causado por hipercortisolismo • Exógeno: administração medicamentosa (causa mais frequente). Causa ¯ ACTH à atrofia da supra-renal • Endógeno o Primário (na adrenal): adenoma, carcinoma, hiperplasia da adrenal o Secundário: adenoma secretor de ACTH na hipófise à Doença de Cushing; Síndrome paraneoplásica • Manifestações clínicas - Obesidade central - Pletora - Membros atróficos - Osteoporose - Face em lua cheia - Fraqueza - Hirsutismo - Hipertensão - Diabetes secundário - Estrias cutâneas - Dificuldade de cicatrização Doença de Cushing (hipofisária) Síndrome de Cushing (Supra-renal) ACTH Cortisol ACTH ¯ Cortisol DG: Exames de imagem + medida dos hormônios ou metabólitos no sangue ou urina • Morfologia - Na hipófise: células basófilas com degeneração hialina de Crooke. - Nas adrenais: dependente da causa. 1. Atrofia cortical bilateral: glicocorticoides exógenos 2. Hiperplasia difusa ou nodular, bilateral: Doença de Cushing (hipofisária) Fe ed ba ck n eg at iv o Adeno-hipófise Adrenal ACTH Colesterol Mineralocorticoide Glicocorticoide Esteroides sexuais 3. Adenomas - Maioria não-funcionante – nodular (2,5 cm) - Diagnóstico normalmente incidental - Os funcionantes e não-funcionantes têm aspecto semelhante: bem delimitados, capsulados, com superfície de corte amarelada e macia. - Microscopicamente: Aspecto semelhante à zona fasciculada. Pode haver atipias Peso até 30g Nos tumores funcionantes, pode haver atrofia do parênquima adjacente e da glândula contralateral * Se o adenoma for produtor de aldosterona, não há atrofia pois não inibe o ACTH. 4. Carcinoma - Raro, incidência ampla (crianças e idosos) - Geralmente funcionante, altamente maligno, com hemorragia, necrose, cistos - Maior que o adenoma (peso maior que 200-300g) - Não são capsulados, anaplásicos, áreas de necrose. - Nos tumores funcionantes, pode haver atrofia do parênquima adjacente e da glândula contralateral *Em crianças com puberdade precoce ou sinais de virilização à pensar em carcinoma de adrenal Hi pe rp la sia N or m al Hi po tr of ia Hiperplasia Adenoma Carcinoma Predomina em adultos Adultos e crianças Maioria silenciosa, diagnóstico incidental Maioria funcionante, Sinais virilizantes Nódulo circunscrito, capsulado, pequeno Grandes e invasivos, não capsulados Não ultrapassa 50g 200-300g Quando funcionantes (produtores de cortisol), causam atrofia do parênquima adjacente Invasão de estruturas adjacentes – veia cava, rins (contiguidade) Raras mitoses Várias mitoses Necrose ausente Necrose geralmente presente Sem metástase Metástases Hiperaldosteronismo primário - Causado por aumento dos níveis séricos de aldosterona • Causas - Tumores adrenocorticais (80% adenoma solitário – Síndrome de Conn). Carcinoma é raro. à não gera atrofia das glândulas. - Hiperplasia adrenocortical primária – bilateral, semelhante à hiperplasia da síndrome de Cushing (geralmente tem síndrome de Cushing associada pois produz múltiplos hormônios) • Clínica - Hipocalemia (¯ potássio): fraqueza, parestesias, distúrbios visuais, tetania - Hipernatremia: hipovolemia, hipertensão, alterações cardíacas. - Renina sérica baixa • Morfologia - Semelhante às lesões da Síndrome de Cushing. Ao contrário dessas lesões, os tumores produtores de aldosterona GERALMENTE não inibem a secreção de ACTH, dessa forma, não há atrofia do córtex da supra- renal. Hiperaldosteronismo secundário - Mais comum que o primário - Liberação de aldosterona pela ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona: ü Redução da perfusão renal (nefroesclerose arteriolar, estenose da artéria renal) ü Hipovolemia arterial e edema (ICC, cirrose, síndrome nefrótica) ü Gravidez (aumento da renina plasmática induzida pelo estrogênio) • Clínica - Hipertensão • Tratamento - Correção da causa subjacente da hiperestimulação do SRAA Síndromes Adrenogenitais • Hiperplasias corticais congênitas (HCC) - Autossômicas recessivas com defeito enzimático para síntese de cortisol e desvio para a síntese de esteroides sexuais. - Dependendo do grau de deficiência pode se manifestar mais tardiamente. ¯ Produção de cortisol à aumento compensatório de ACTH (ausência de feedback negativo) - Morfologia: bilateral – aumento de 10 a 15 vezes o peso. Espessamento, nódulos, cor acastanhada. Hiperplasia de células produtoras de ACTH na hipófise. • Neoplasias – geralmente carcinoma - Diagnóstico diferencial com a hiperplasia • Clínica - Associada às alterações hormonais: pseudo- hermafroditismo, masculinização (virilismo); Puberdade precoce. - Hipocortisolismo - Pode apresentar hipotensão. Tem que repor aldosterona e mineralocorticoides à condições graves • Tratamento - Glicocorticoide exógeno à normaliza níveis de glicocorticoide e suprimem níveis aumentados de ACTH. Hipofunção adrenocortical (hipoadrenalismo) Insuficiência supra-renal primária • Aguda - Crises por da demanda (estresse) ou por supressão rápida de medicamentos com glândulas deficientes. - Hemorragias corticais - bilaterais (RN – porque têm menos protrombina,terapia anticoagulante, CIVD, síndrome de Waterhouse-Friderichen) * Síndrome de Waterhouse-Friderichsen: infecção bacteriana severa com septicemia à Hipotensão progressiva + CIVD à Insuficiência adrenocortical rapidamente progressiva com hemorragia bilateral maciça • Crônica – Doença de Addison - Destruição progressiva. - Sintomas com lesão de 90% por: - Adrenalite auto-imune (60-70%) à associada à outras doenças autoimunes, observa-se infiltrado linfocitário - TBC - AIDS - Metástases à principalmente pulmão Feocromocitoma - Neoplasia rara de células cromafins (medula da supra-renal) produtoras de catecolaminas. - Picos hipertensivos (devido à vasoconstrição à aumento da resistência vascular periférica) - Adultos de 40-60 anos; Homens. • Morfologia: - Peso médio, 100g - até 4000g. Bem delimitado, amarelo acastanhado com necrose, cistos, hemorragia. Bicromato de Potássio à marrom. Células agrupadas em ninhos ou alvéolos (zellballen), poligonais ou fusiformes com pleomorfismo. Núcleo “sal e pimenta”. - Tumores produtores de catecolaminas – “Regra de 10”: 10% estra-renais (paragangliomas) 10% bilaterias 10% biologicamente malignos à potencial de malignidade incerta 10% aparecem na infância 10% ligados a síndrome familiar (25%) - Diagnóstico de malignidade: metástases (tanto a invasão capsular quanto a vascular podem ser encontradas em lesões benignas e as figuras de mitose não implicam em malignidade) • Clínica - Hipertensão, taquicardia, sudorese, tremor, apreensão, dor abdominal, náuseas, vômitos, ICC, edema pulmonar, IAM. • Paragangliomas - Origem primária do feocromocitoma fora da adrenal, associada ao sistema simpático (corpo carotídeo, núcleo simpático). - Quando localizado na bexiga, ao urinar o paciente tem palpitações. Pele e Anexos Cutâneos • Histologia da pele normal Neoplasias Epidérmicas Não-Melanocíticas • Classificação Tumores epiteliais benignos Tumores epiteliais pré- malignos e malignos Ceratose seborreica Ceratose actínica Pólipo fibroepitelial Carcinoma in situ Cisto epitelial Carcinoma de células escamosas Ceratoacantoma Carcinoma basocelular Ceratose Seborreica - Lesão benigna frequente de adultos ou idosos - Presente em qualquer região, exceto palmar e plantar (pele glabra). Geralmente em regiões fotoexpostas à dorso, tronco e face. - Lesões elevadas, de limites precisos, simétrica, superfície rugosa recoberta de escamas, por vezes pigmentada (pigmentação uniforme). - DD: nevo melanocítico, melanoma à diferenciação pela dermatoscopia ou biópsia excisional. - Tratamento: nitrogênio líquido - Proliferação da epiderme (células basaloides), formando trabéculas e pseudocistos córneos (queratina aprisionada). Sem atipias. Pólipo Fibroepitelial - Sinônimo: fibroma mole ou acrocórdon - Ocorre em vários locais, mais comum no pescoço, axilas, tronco. Frequente em idosos. - Proliferação da epiderme e derme. Lesão filiforme na pálpebra, recoberta por pele rugosa Ceratoacantoma - Nódulo em forma de cúpula, firme, com cratera central preenchida por queratina - Lesão simétrica, com bordas bem definidas e centro preenchido por queratina - Neoplasia benigna, DD com neoplasia maligna devido ao aspecto de “ulceração” (não é uma úlcera verdadeira pois não perdeu o revestimento epitelial) à sem invasão da MB. - Biópsia excisional (dermatoscopia é pouco útil, pois é melhor para lesões planas) Ceratose Actínica - Homens adultos ou idosos de pele clara com exposição solar prolongada - Áreas expostas ao sol (face, pescoço, dorso das mãos, lábios, conjuntiva). Exposição aos raios UVB à alterações no DNA celular. - Quando localizada nos lábios é chamada queilite actínica • Macroscopia - Lesão hipocrômica, podendo ser atróficas ou ceratóticas. • Microscopia - Epiderme atrófica com atipias em células basais (pleiomorfismo e perda da polaridade); elastose do colágeno na derme. - Marcador de alto risco para o desenvolvimento de carcinoma de células escamosas = LESÃO PRÉ- MALIGNA. Como está relacionado à alta exposição solar, também indica risco para o desenvovimento de carcinoma basocelular ou melanoma (mas esses tipos não evoluem desta lesão) - Ceratose actínica com displasia leve à Ceratose actínica com diasplasia moderada à Carcinoma in situ Doença de Bowen = Carcinoma in situ - Carcinoma escamoso in situ da pele: neoplasia intra- epitelial, sem invasão • Macroscopia - Manifesta-se usualmente como lesão solitária e plana que pode acometer qualquer região da pele, em áreas expostas ou não. - Nem todo carcinoma in situ está relacionado à ceratose actínica, pois pode ocorrer no pênis também. - No pênis está relacionado provavelmente à associação entre falta de higiene (gera balanopostite – mediadores inflamatórios) e infecção pelo HPV. • Microscopia - A displasia ocupa todas a espessura da epiderme, mas não há invasão da MB Carcinoma de Células Escamosas - Carcinoma epidermoide ou carcinoma escamocelular - Neoplasia maligna do epitélio escamoso – pode ocorrer em qualquer local onde haja este tipo de epitélio (pele / mucosas) - Geralmente ocorre em pele com alterações causadas por exposição prolongada ao sol, frequentemente a partir de ceratose actínica - Pode surgir a partir de úlceras pós queimaduras ou de úlceras de estase (Úlceras de Marjolin – CCE em úlceras crônicas à pela proliferação celular para tentar recobrir a úlcera venosa) - Outro agente etiológico relacionado é o HPV (em mucosas, principalmente) - Neoplasia que pode produzir metástases (linfáticas e hematogênicas) à geralmente demora muito. • Macroscopia - Lesão ulcerada, com bordas irregulares, enduradas, formação de crostas com borda eritematosa. - DD com ceratoacantoma (microscopia) Metástase para linfonodo pós-auricular • Microscopia - Ninhos infiltrativos de células escamosas com atipias, mitoses e formação de pérolas córnear (critério importante para avaliar a diferenciação do tumor) - Carcinoma Basocelular - Neoplasia maligna cutânea mais prevalente (75%) - Acomete adultos e idosos - Relacionada à exposição solar crônica - Lesão geralmente única. Não surge em mucosas - Menor potencial metastático, porém alto grau de invasividade e destruição de estruturas • Macroscopia - Lesão nodular com ulceração central, acinzentada (aspecto perolado) à pele lisa e brilhante. Proliferação de vasos. • Microscopia - Ninhos de células basaloides - Paliçada periférica - Atipias discretas Tumores dos Melanócitos e das Células Névicas • Melanócitos - Células derivadas da crista neural que migram para a epiderme, retina • Células névicas - Células arredondadas interpostas entre as células da camada basal. - Derivadas de melanócitos - Contêm quantidade variável de melanina Nevo Melanocítico - Proliferação benigna, congênita ou adquirida, originada de células névicas • Desenvolvimento e maturação: ü Nevos juncionais à proliferação de células névicas formando ninhos na junção dermo- epidérmica (Lesão jovem, mais plana) ü Nevos intradérmicos à proliferação de células névicas formando ninhos na derme (Lesão com tempo moderado) MAIS COMUNS ü Nevos compostos à proliferaçãode células névicas formando ninhos na junção dermo- epidérmica e na derme subjacente (Lesão antiga) à São mais altos em relação à pele • Nevo displásico - Coloração menos uniforme. A maioria dos nevos displásicos/atípicos não evolui para melanoma. • Nevo melanocítico congênito - Maior chance de evolução para melanoma (difícil monitoração) Intradérmico Juncional Composto Melanoma invasor - Menor relação com fotoexposição - Neoplasia maligna altamente agressiva resultante da proliferação de melanócitos atípicos - Representa 3% de todas as neoplasias malignas do organismo • Características gerais - 80% “de novo” (sem qualquer lesão prévia); 15-20% de nevos displásicos - Incidência máxima: 40 - 60 anos, mas pode surgir na criança. Mais comum em homens - Localização: pele, olhos, mucosas oral e ano-genital, esôfago, meninges (os melanomas são muito mais comuns na pele do que nos demais sítios) - Clínica melanoma de coroide: alteração de campo visual, descolamento de retina pelo aumento da pressão intra-ocular. Melanoma de coroide pode gerar metástase no fígado (comum). • Fatores de risco - História familiar - Nevo atípico/displásico – nevo congênito gigante - Melanoma prévio - Imunossupressão - Sensibilidade solar: xeroderma pigmentoso (síndrome genética) - Exposição radiação ultravioleta • Morfologia A. Assimetria da lesão B. Bordas irregulares e “entalhadas” C. Cor variável (negro, marrom, vermelho, azul-escuro) D. Diâmetro > 6,0 mm à menos importante • Sinais clínicos de alerta - Alterações de uma lesão pigmentada prévia: ü Aumento de tamanho ü Mudanças de cor e formato com bordas irregulares ü Surgimento de prurido, dor, sangramento - Surgimento de lesão pigmentada recente na vida adulta. • Padrões de crescimento do melanoma na pele 1a fase: crescimento radial ou “in situ” - Proliferação de melanócitos na epiderme - Tendência: crescimento horizontal; prolongado - Forma da lesão à plana 2a fase: crescimento vertical ou invasivo - Proliferação de melanócitos que invadem a derme profunda - Forma da lesão à nodular • Classificação 1. Lentigo maligno melanoma - Menos agressivo, melhor prognóstico - Presença de proliferação de melanócitos atípicos juncionais, em fase de crescimento radial - Tendência a crescimento horizontal prolongado - Não há invasão da derme (“in situ”) 1 2 2. Melanoma extensivo superficial - Mais comum 3. Melanoma lentiginoso acral - Extremidades, palmar e plantar. Pode acometer leito ungueal. 4. Melanoma nodular - Mais agressivo, pior prognóstico - Lesão muito pigmentada, maior crescimento vertical • Estadiamento - O estadiamento TNM é mais importante que o tipo para o prognóstico. T à crescimento vertical (Clark – I a V e Breslow – medida em mm) N à linfonodos sentinela M à metástases à distância (pulmão, fígado, SNC) • DD (nevo) - ABCD - Maturação celular - Características citológicas - Mitoses - Infiltrado inflamatório - Ulceração - Disseminação pagetóide
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