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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI – UNIASSELVI PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU ELIANE DA SILVA FERREIRA DE ALMEIDA INCLUSÃO ESCOLAR, ENSINO E APRENDIZAGEM DA CRIANÇA COM PARALISIA CEREBRAL: ESTUDO DE CASO. LAJEDO 2019 ELIANE DA SILVA FERREIRA DE ALMEIDA INCLUSÃO ESCOLAR, ENSINO E APRENDIZAGEM DA CRIANÇA COM PARALISIA CEREBRAL: ESTUDO DE CASO. Relatório de Estágio apresentado na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso: Relatório de Estágio do Curso de Especialização Lato Sensu em Psicopedagogia Institucional do Programa de Pós-Graduação Lato Sensu do Centro Universitário Leonardo da Vinci – Uniasselvi. Orientador(a): ELESSANDRA DOS SANTOS SILVA LAJEDO 2019 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................3 2. Direito de ensino-aprendizagem formal para crianças com PC...........................5 2.1. Especialidades da Paralisia Cerebral............................................................6 2.2. Inclusão escolar, ensino e aprendizagem de crianças com PC....................6 3. OBSERVAÇÃO............................................................................................. ......7 4. COLETA E ANALISE DOS DADOS OBSERVADOS.........................................8 5. INTERVENÇÕES...............................................................................................10 5.1. Registro e análise das intervenções............................................................10 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................12 REFERÊNCIAS..................................................................................................13 ANEXOS....................................................................................................... ......14 ANEXO 1 – CARTA DE APRESENTAÇÃO........................................................15 ANEXO 2 – TERMO DE COMPROMISSO.........................................................16 ANEXO 3 – TERMO DE CONSENTIMENTO.....................................................17 ANEXO 4 – DECLARAÇÃO DE ESTÁGIO........................................................18 ANEXO 5 – AUTORIZAÇÃO DOS PAIS............................................................19 ANEXO 6 – LAUDO DO ESTUDANTE..............................................................20 ANEXO 7 – ROTEIRO DE INTERVENÇÃO......................................................21 3 1. INTRODUÇÃO As teorias e iniciativas da política inclusiva são problemas que pedem análises e soluções urgentes. Nessa perspectiva a discussão sobre a inclusão de alunos com deficiência na escola regular assume um caráter peculiar. Embora, a esse respeito, o sistema escolar tente alinhar-se com a legislação e com posturas avançadas em relação aos direitos sociais, sua ação tem sido limitada no sentido de realizar concretamente à prática da educação inclusiva. A inclusão de alunos com deficiência no ensino regular é algo muito discutido nos dias atuais, as diferentes reformulações políticas, tal qual a Declaração de Salamanca, permitiu que esse fato (a educação inclusiva) pudesse tomar maiores proporções até chegar à realidade. A educação inclusiva é uma realidade de nossa sociedade, embora ainda seja um tanto deficitária. Falar sobre essa temática é levar à reflexão de que os alunos com deficiência devem não só ter acesso à educação, mas também ser integrado nesse contexto. Pois só assim será extinta a existência de alunos segregados dentro do contexto de escola comum. É essa segregação que diminui as chances do progresso formal tornando esse avanço mais limitado, principalmente ao se tratar de crianças com Paralisia Cerebral, PC. Tais indivíduos não devem ser apenas inseridos na escola através de adaptações estruturais, mas sim que acreditem que suas limitações não serão empecilhos para a aquisição de conhecimentos. Mesmo sendo uma doença incurável e com muitos comprometimentos, será visto a importância da estimulação a partir do seu desenvolvimento, visando a prevenção de complicações e sua inserção social. Nesse trabalho será abordado questões como: direito ao ensino formal, especificidades das crianças com PC e o processo de ensino aprendizagem através da inclusão escolar. A presente pesquisa objetivou verificar o modo como ocorre, na prática, o processo de inclusão escolar de uma criança com paralisia cerebral de uma instituição pública de ensino, da cidade de Lajedo-PE. Delineando as estratégias utilizadas no cotidiano da sala de aula, assim como descrever como é o atendimento, do mesmo, na sala de aula. 4 Como fundamento para a realização deste trabalho adotou-se o método qualitativo, o qual teve como principal ferramenta, o Estudo de Caso. Além disso, foi realizado o exame da literatura pertinente para o enriquecimento do trabalho. Esta pesquisa teve como principal sujeito o aluno a qual daremos o nome fictício de “João” que é um aluno portador de Paralisia Cerebral e está devidamente matriculado na turma do Pré I da Educação Infantil. O presente estudo foi realizado na escola a qual daremos o nome fictício de HD. A escola HD é uma unidade de ensino localizada na Zona Rural do município de Lajedo –PE. A escola possui em sua estrutura física: 01 (uma) sala de Vídeo, 01 (uma) biblioteca Lúdica, 01 (uma) sala de direção, 01 (uma) sala dos professores, 01 (uma) secretária, 01 (uma) sala de rádio, 01 (uma) cozinha, 02 (dois) banheiros para funcionários, 04 (quarto) banheiros femininos e 04 (quarto) banheiros masculinos. A escola HD atende um total de 415 alunos, sendo 152 alunos no turno da manhã que vai da creche ao 3º ano do Ensino Fundamental, no turno da tarde 183 alunos que vai do 4º ano ao 9ª Ano do Ensino Fundamental e no turno da noite possui o Ensino de Jovens e Adultos (EJA) com 80 alunos que vai da 1º fase à 4º fase. A escola possui 07 (sete) salas de aulas utilizadas nesses três turnos. Em relação à Equipe Pedagógica, a escola é composta por uma gestora e uma vice, uma supervisora de ensino, um coordenador pedagógico e 14 professores que atuam da Creche ao 5º ano e 10 professores que atuam do 6º ao 9º ano e na EJA. Através da temática de Inclusão escolar de crianças com PC é possível perceber que, mesmo sendo proclamada a inclusão de alunos com deficiência nas escolas de ensino regular, em especial a paralisia cerebral, os pais ainda encontram muitas dificuldades para que seus filhos sejam aceitos e trabalhados de forma adequada nas classes comuns. Além disso, é importante ressaltar que o acesso à escola não só promove o desenvolvimento pessoal, mas também é uma ferramenta social importante para os relacionamentos interpessoais, uma vez que o ambiente escolar é um dos principais espaços nos quais as crianças têm a oportunidade de lidar e construir laços com pessoas de fora das suas famílias. Nos resultados foram apresentadas estratégias utilizadas para sustentar o processo de inclusão, que buscam valorizar o seu potencial e suas habilidades específicas, procurando efetivar as diretrizes do Ministério da Educação (MEC) quanto à Educação Especial e Educação Inclusiva. Evidencia-seo percurso e os percalços da legislação à prática da inclusão escolar de pessoas com deficiência física. Na 5 conclusão, mencionaram-se pressupostos para efetivar o processo de inclusão de todos os alunos na escola regular 2. DIREITO DE ENSINO-APRENDIZAGEM FORMAL PARA CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL Ao se tratar de um processo de ensino aprendizagem formal- escola, a legislação vigente ampara todas as crianças e adolescentes, favorecendo o seu direito à educação. A Constituição Federal de 1988, em seu ART. 205, garante a educação a todas as pessoas e diz que “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Conforme a legislação vigente, nenhuma criança que apresente dificuldades de aprendizagem ou qualquer outra limitação, pode ficar aquém do aprendizado, devendo a escola, a família e o Estado acionar o poder público para que a Lei em vigor seja respeitada e que o educando tenha direito ao aprendizado dos conteúdos escolares. A Resolução CNE/CEB Nº 2, de11 de Fevereiro de 2011, que institui as Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica, traz também determinações acerca das crianças e adolescentes com necessidades educativas especiais: Art. 4º Como modalidade da Educação Básica, a educação especial considera as situações singulares, os perfis dos estudantes, as características biopsicossociais dos alunos e suas faixas etárias e se pautará em princípios éticos, políticos e estéticos de modo a assegurar: I – a dignidade humana e a observância do direito de cada aluno de realizar seus projetos de estudo, de trabalho e de inserção na vida social; É importante que a sociedade tome consciência de que a autonomia da pessoa com Paralisia Cerebral é fundamental, para que o processo torne-se verdadeiramente inclusivo, sendo assim eles terão maior participação na sociedade em que vivem, podendo contribuir ativamente no seu desenvolvimento. 6 2.1 ESPECIALIDADES DA PARALISIA CEREBRAL A Paralisia Cerebral (PC) é uma condição de alteração no desenvolvimento neurológico, caracterizada por uma série heterogênea de sinais clínicos causados por lesões não progressivas do cérebro em desenvolvimento, que inclui ações motoras e mecanismos posturais. Conforme o Núcleo de Atendimento à Criança com Paralisia Cerebral, a incidência é de 2/1000 nascidos vivos. A Associação Brasileira de Paralisia Cerebral define PC como: Paralisia Cerebral (PC) é um termo geral que engloba manifestações clínicas muito variadas, que têm em comum a dificuldade motora em consequência a uma lesão cerebral. Para a criança com dificuldade motora tenha o diagnóstico de PC, é necessário: 1. Que a lesão neurológica tenha acontecido durante a fase de desenvolvimento do sistema nervoso central (SNC) (fase que vai desde o momento da concepção até os 2 anos de idade). 2. Que a lesão neurológica não seja uma lesão progressiva. A criança vai apresentar mudanças decorrentes de seu crescimento e amadurecimento, mas a lesão em si é estacionária, ou seja, não vai piorar e também não vai desaparecer. As crianças/adolescentes PC possuem algumas limitações sensório- motoras que podem ser acrescidas de déficit cognitivo ou não. Elas podem ter deficiência visual, auditiva ou mental. O grau de comprometimento varia muito e as limitações não são progressivas, sendo que os movimentos do PC normalmente são descoordenados. 2.2 Inclusão escolar, ensino e aprendizagem de crianças com PC Considerando que as classificações de paralisia cerebral, tanto baseada nos princípios biomédicos quanto nos princípios biopsicossociais, são de fundamental importância para refletirmos sobre os processos de inclusão social de crianças com deficiência, particularmente crianças com PC. Ambas contribuem para que possamos compreender o diagnóstico e pensarmos estratégias inclusivas que considerem o sujeito, as suas particularidades, o seu contexto, a sua cultura, entre outros. Se, para que a inclusão educacional de fato aconteça, é necessária à reorganização do pensamento e funcionamento social e escolar, podemos dizer que, 7 no caso da paralisia cerebral, conforme Rossi (1999), a concepção de educação de crianças em passado por importantes modificações conceituais nas últimas décadas. Quando se fala em Paralisia Cerebral, deve-se ter em mente que o aluno pode ter sérias limitações motoras, com ou sem déficit cognitivo. Assim, cada criança deve ser vista como única quando o assunto é processo de ensino e aprendizagem. O docente precisa procurar descobrir as aptidões da criança para, a partir delas, buscar um processo de ensino que leve à aprendizagem por meio de situações, técnicas, métodos e recursos para que o aluno possa desenvolver, apesar de suas limitações. Com o aluno com Paralisia Cerebral, serão usadas estratégias específicas, pois, como existem variedades de PC, o pedagogo precisa analisar caso a caso, para que sejam elaboradas estratégias e adaptações que promovam verdadeiramente a inclusão deste aluno. 3. OBSERVAÇÃO Para a concretização deste estudo elaborou-se o seguinte fluxograma de planejamento das atividades a serem desenvolvidas: CRONOGRAMA DE OBSERVAÇÃO DATA ATIVIDADE DESENVOLVIDA 05/11/2018 Visita à escola, a fim de conhecer suas dependências, bem como observar o comportamento de toda equipe com o aluno em estudo. Acesso ao laudo do aluno e observação em sala. 06/11/2018 Observação em sala, entrevista com a genitor/professora e Gestora. Para a realização deste trabalho utilizou-se o método qualitativo, o qual teve como principal ferramenta, o Estudo de Caso. No dia 05 de Novembro de 2018, foi realizada a visita a Escola, localizada na zona rural do município de Lajedo. Observou- se no primeiro momento a estrutura física da escola, o quadro de funcionários, bem como as salas de aulas e observação em sala. No segundo momento, foi analisado o laudo da criança, buscando entender melhor o caso. Em seguida, foi realizada a observação em sala verificando, como se da o ensino e aprendizagem do aluno em sala de aula, bem como a relação das professoras com o aluno a qual daremos o nome fictício de “João” e a relação de João com os demais alunos. Durante as observações, notou-se que o aluno enfrenta 8 algumas dificuldades tanto em relação à estrutura física da escola, mobiliário e também na falta de profissionais especializados em suas necessidades. Além disso, notou-se a dificuldade que as professoras têm em incluir João nas atividades coletivas. 4. COLETA E ANÁLISE DOS DADOS OBSERVADOS No dia 05 (cinco) de Novembro de 2018, foram realizadas as primeiras observações. Observou-se no primeiro momento a estrutura física da escola, o quadro funcional, bem como as dependências das salas de aula. Notou-se que a sala de aula a qual o aluno “João” está inserido para se ter acesso, é necessário subir uma pequena escada com 04 (quatro) degraus. A sala do aluno em estudo é a última sala da escola, é um ambiente bem amplo, arejado e organizado. A turma do Pré I da Educação Infantil é composta por 19 estudantes com faixa etária entre 04 e 05 anos de idade. A turma possui uma professora titular e uma auxiliar. O aluno “João” ao chegar à sala acompanhado de sua genitora foi colocado em uma cadeira normal igual a dos demais colegas de classe. Porém, diante das suas dificuldades locomotoras, as professoras colocam sua cadeira encostada na parede e colocam algumas almofadaspara lhe da mais estabilidade e equilíbrio evitando assim, uma queda. A professora titular a qual usaremos o nome fictício de “Professora Ana” mencionou que devido à falta de estrutura e cadeiras adaptadas para o pequeno, elas têm que improvisar para garantir melhor comodidade para o pequeno “João”. Diante destas dificuldades, podemos dizer que qualquer escola precisa estar preparada para atender os estudantes com Paralisia Cerebral, é necessário que essa escola possua mobiliária e estrutura adequada, que garantam a mobilidade de todos os que frequentam a escola. Durante toda a aula, foi perceptiva a dificuldade que a professora “A” e sua auxiliar têm em explicar a João e ao mesmo tempo os demais alunos, deixando sua auxiliar responsável por todas as tarefas com João. Notou-se que apesar de suas limitações, João mostra-se ser um aluno dedicado e muito inteligente. Durante o decorrer da aula, foi realizada uma atividade em grupo, a qual João ficou de fora. Enquanto os demais colegas jogavam bola, a sua professora auxiliar lhe deu blocos lógicos, João ficou muito animado olhando os colegas brincando de bola e foi notória a vontade de João participar. Deixou os blocos lógicos de lado e ficou só observando. 9 A professora “A”, falou que evita coloca-lo em atividades coletivas devido a sua dificuldade de locomoção e tem medo que as outras crianças o machuquem. Diante destas observações podemos dizer que cada criança é um ser único e o processo de aprendizagem deve partir dos estímulos do meio que são motivadores para elas. No caso da criança com paralisia cerebral, com dificuldade de se movimentar, explorar seu corpo ou explorar o meio em que vive, pode ser difícil o desenvolvimento da percepção corporal e o entendimento de sua ação no mundo, dado que os conceitos necessários para essa compreensão estão intrinsecamente ligados à experiência motora. No dia 06 de Novembro de 2018, foi utilizado como instrumento de coleta de dados, um questionário com 02 (duas) questões abertas e descritivas. Aplicadas para a mãe de João, a sua Professora “A” e para a gestão escolar. O questionário abordou em suas questões, aspectos relacionados à Paralisia Cerebral bem com o processo de inclusão escolar e desenvolvimento na aprendizagem. A busca de informações sobre as condições da inclusão escolar na Escola a qual daremos nome fictício de “H” ocorreu especialmente, no sentido de identificar em quais condições o aluno “João” está inserido e como é atendido na referida escola. Na pesquisa, ficou evidenciada a falta de profissionais qualificados e acompanhantes/monitores para alunos com necessidades educacionais especiais de uma maneira geral. Na entrevista, todas as entrevistadas citaram a falta de qualificação ou preparação profissional, pedagógica e psicológica. Para a professora; “a falta de qualificação profissional atrasa o processo de inclusão”, tendo em vista que a mesma está cursando o 6º período de pedagogia. Assim, também diz a gestora, que “os professores não estão preparados nem psicologicamente nem pedagogicamente”. A mãe ao ser questionada sobre o que é inclusão escolar descrever que: “É quando a criança com alguma necessidade especial, como é o caso do meu filho, é inserida no ambiente escolar, participando das atividades escolares com os demais alunos de forma regular, possibilitando o convívio e o seu desenvolvimento na aprendizagem. Além disso, garantir também a acessibilidade destes alunos”. Nota-se que a mãe do aluno possui uma visão bem clara do quanto é importante o processo de inclusão, a qual o filho deve ser inserido. 10 Na tocante referente ao maior desafio que a escola enfrenta, em relação à inclusão de alunos portadores de necessidades educacionais especiais. Nota-se a falta de qualificação profissional e materiais lúdicos. Para a professora, o principal desafio é a falta de um acompanhamento ou monitores de sala especializados para colaborar gradativamente no aprendizado do aluno com necessidades especiais ou algum transtorno global. Para a mãe, o principal desafio da escola é “garantir a acessibilidade, profissionais que busquem na ludicidade melhores formas de incluir o aluno com alguma necessidade nas atividades realizadas juntamente com os demais”. Para a gestora adjunta da escola “H”, o principal desafio é “colocar a proposta de inclusão de fato como traz expressa no PPP escolar, com profissionais, espaços e recursos necessários e suficientes para de fato incluir esses alunos especiais”. Para que esses desafios sejam superados é necessário que exista de fato uma contribuição para melhoria do ensino geral. Bem como, a formação destes profissionais da educação, já que atuam diretamente na aprendizagem destas crianças. 5. INTERVENÇÕES As intervenções foram realizadas em dois dias, sendo uma de caráter individual, a fim de conhecer o nível de aprendizagem do aluno e a outra coletiva, a fim de mostrar que é possível introduzir os alunos com necessidades especiais de participarem de atividades juntamente com os demais alunos. Basta apenas, adaptação e integração da ludicidade. Para a realização das intervenções, foi utilizado o seguinte fluxograma: Dia 08/11/2018 OBJETIVO ATIVIDADES RECURSOS Identificar em qual nível de aprendizagem o aluno se encontrar. *Reconhecer as vogais e formar encontros vocálicos. *Identificar as cores primárias e números de 0 (zero) a 9 (nove). * Identificar alguns animais e locais onde eles vivem. *Baralho educativo com vogais de forma e cursivas. *Adaptação do Baralho de cartas “UNO”, aproveitando as cores e números correspondentes. *Animais feitos de E.V.A. 09/11/2018 OBJETIVO ATIVIDADE RECURSOS 11 *Mostrar que é possível incluir alunos com necessidades especiais nas atividades coletivas, de forma que garanta sua aprendizagem e seu desenvolvimento. *Futebol em duplas. *Duas barras feitas em pvc e uma bola mais leve. 5.1 REGRISTRO E ANÁLISE DAS INTERVENÇÕES Diante das observações, foram planejadas intervenções voltadas para analise do nível de aprendizagem, e para mostrar que através das atividades lúdicas, o aluno com Paralisia Cerebral é capaz de aprender e desenvolver suas habilidades juntamente com os demais alunos. Desta maneira, foi realizada duas intervenções, uma de cunho individual a fim de verificar o nível de aprendizagem e outra para mostrar ao corpo docente que é possível e deve ser feitas atividades de cunho coletivo, garantindo assim, a participação efetiva de João e não a exclusão nas atividades desenvolvidas pela turma regular. Com o propósito de avaliar a aprendizagem de João, foram desenvolvidas três atividades referentes aos conteúdos escolares. A primeira atividade foi realizada com auxilio de cartas de baralho com vogais em forma e cursiva tornando a aprendizagem mais atraente. As cartas foram apresentadas ao aluno João, mostrando-as uma por uma. Em seguida, foram embaralhadas. Foi solicitado que João pegasse a carta a referente à letra mencionada. João conseguiu identificar todas as vogais e formou alguns encontros vocálicos. Em seguida, com auxilio das cartas do Jogo “UNO” verificamos o nível de reconhecimento dos números de 0 à 9 bem como as cores correspondente a cada número solicitado no comando. Já na terceira atividade foi utilizado animais confeccionados em E.V.A, solicitando assim, que João pegasse o animal solicitado. João conseguiu identificar quase todos, apenas o desenho do caranguejo que ele não conseguir identificar. SegundoQueiroz (2006), o lúdico na escola auxilia tanto na definição de conceitos, como também, mediante desenvolvimento de atividades em sala de aula, o aluno desenvolve- se em todos os aspectos cognitivos e afetivos. As atividades lúdicas favorecem o desenvolvimento do pensamento, levando o estudante a pensar lógica ou matematicamente, desenvolvendo nele a compreensão leitora. Na intervenção inclusiva foi realizada um jogo de futebol em duplas. Sendo que um de cada dupla ficaria na barra e os outros dois teriam que chuta a bola na barra do adversário. Com a ajudar da Professora “A”, dividimos os times e “João” ficou com sua dupla. Com ajuda da professora, a mesma ficou segurando “João” e aos poucos ele foi caminhando e conseguiu chutar a bola (claro que foi um jogo tranquilo o qual tinha apenas a finalidade de inserir João nas atividades realizadas com os demais colegas). João ficou muito feliz, pois estava 12 brincando de bola com seus colegas. Foi um momento muito importante para todos que estavam presentes. A emoção tomou conta de todos da escola, mostrando assim, que a escola tem um papel muito importante na inclusão e transformação na aprendizagem de cada criança, principalmente as que possuem alguma necessidade especial ou transtorno. Uma vez que, um dos principais objetivos da escola, segundo Bechtold e Weiss (2005) é proporcionar a socialização, por isso não se deve isolar as crianças em suas carteiras, deve- se incentivar os trabalhos em grupos, a trocas de ideias, a cooperação que acontece por ocasião dos jogos, sempre cuidando para que ele não se torne mera competição. 6 . CONSIDERAÇÕES FINAIS Na abordagem da garantia dos direitos e inclusão de crianças com PC no contexto educativo não se pode perder de vista importância da família nesse processo. A relação positiva entre essas instituições sociais podem ter serias implicações no processo de ensino aprendizagem da criança, assim por outro lado se a família pode auxiliar a escola, a escola também tem possibilidade de funcionar como seu suporte. A partir das analises realizadas em relação à criança com PC, é possível sugerir que a interação com os pares no contexto educativo é relevante, assim como também um olhar sensível e um currículo que respeite as suas demandas. Uma vez que, mostrar que crianças com paralisia cerebral são capazes de aprender pode interferir quantitativa e qualitativamente em suas relações diárias, pois as mães e professoras podem começar a “olhar” para elas como crianças produtivas e melhorar a quantidade e a qualidade de suas interações. Durante o estudo foi evidenciado, que no brincar estão importantes oportunidades à socialização das crianças. Um dos pontos cruciais que o educador enfrenta, ao lidar com crianças “diferentes”, diz respeito ao isolamento imposto pela deficiência física. Não poder andar ou correr como as outras crianças, não conseguir participar de uma brincadeira com bola, representam uma enorme desvantagem em uma sociedade que espera que todos andem, falem, ouçam, vejam e se tornem independentes. Assim podemos dizer que oferecendo condições adequadas e oportunidades de “brincar” para crianças com paralisia cerebral, podemos facilitar seu desenvolvimento cognitivo e motor e, consequentemente, a sua inserção social, pois a dificuldade motora apresentada por estas crianças pode interferir na interação destas com o meio em que vivem e esconder aos olhos da sociedade suas reais potencialidades. Assim entendidas, as atividades lúdicas, essenciais para o 13 desenvolvimento da criança com paralisia cerebral, podem romper os fatores limitantes que as impedem de brincar. As crianças com Paralisia Cerebral têm condições de participar, de brincar e de aprender. Nós é que necessitamos descobrir como Ihes proporcionar um ambiente favorável em que elas possam demonstrar do quanto são capazes, desta forma, obteremos resultados significativos, só assim, romperemos com os paradigmas escolares em relação aluno com necessidades educacionais especiais uma participação ativa no processo político da sociedade e da escola. 7. REFERÊNCIAS BECHTOLD, PatriciaBarthel. WEISS, Silvio Luiz Indruziak. A Inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais no mercado de trabalho. (2005) Disponível em <htpp://www.posuniasselvi.com.br/artigos/rev03-03.pdf , acesso em 12/Nov/2018. ______.Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CEB nº02/2001. Institui as Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC/Seesp, 2001. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB201.pdf. Acesso em: 10 nov. 2018. QUEIROZ, Norma L. N. etal Brincadeira e Desenvolvimento Infantil: um olhar sociocultural construtivista. Brasília: Paidéia, 2006. NACPC. Núcleo de Atendimento à Criança com Paralisa Cerebral. Paralisia Cerebral. Disponível em: <htpp://nacpc.or.br/paralisia_cerebral.htm.>Acesso em: 10 Nov. 2018. Rossi, L.S.P.A. Os caminhos e descaminhos da Educação da criança com paralisia cerebral: pais-crianças-professores. Dissertação de mestrado, Centro Sarah de Formação e Pesquisa da USCR, Brasília, 1999. 14 ANEXOS 15 ANEXO 1 - CARTA DE APRESENTAÇÃO 16 ANEXO 2 - TERMO DE COMPROMISSO 17 ANEXO 3 - TERMO DE CONSENTIMENTO 18 ANEXO 4 - DECLARAÇÃO DE ESTÁGIO 19 ANEXO 5 – AUTORIZAÇÃO DOS PAIS 20 ANEXO 6 - LAUDO DO ESTUDANTE 21 ANEXO 7 - ROTEIRO DE INTERVENÇÃO Pretende-se mostrar que o processo de inclusão escolar é possível realizar, de forma que comtemple a aprendizagem de todos os alunos. Que através do desenvolvimento de atividade lúdicas as crianças com necessidades especiais aprendem com mais facilidade. O papel do professor é fundamental para mudar realidades dentro do espaço escolar, com atividades inclusivas com conteúdos adaptados, voltados para os alunos com deficiência possibilita o crescimento educacional desse discente, as metodologias preparadas para os objetivos educacionais fomentam o desenvolvimento das habilidades dos alunos e garantindo seu crescimento. Para a realização das intervenções será utilizado o seguinte fluxograma: 08/11/2018 OBJETIVO ATIVIDADES RECURSOS Identificar em qual nível de aprendizagem o aluno se encontrar. *Reconhecer as vogais e formar encontros vocálicos. *Identificar as cores primárias e números de 0 (zero) a 9 (nove). * Identificar alguns animais e locais onde eles vivem. *Baralho educativo com vogais de forma e cursivas. *Adaptação do Baralho de cartas “UNO”, aproveitando as cores e números correspondentes. *Animais feitos de E.V.A. 09/11/2018 OBJETIVO ATIVIDADE RECURSOS *Mostrar que é possível incluir alunos com necessidades especiais nas atividades coletivas, de forma que garanta sua aprendizagem e seu desenvolvimento. *Futebol em duplas. *Duas barras feitas em pvc e uma bola mais leve. Com o propósito de avaliar a aprendizagem do aluno, serão desenvolvidas três atividades referentes aos conteúdos escolares. A primeira atividade será realizada com auxílio de cartasde baralho com vogais em forma e cursiva tornando a aprendizagem mais atraente. As cartas serão apresentadas ao aluno, mostrando-as uma por uma. Em seguida, serão embaralhadas. Será solicitado que o aluno pegue a 22 carta a referente a letra mencionada, identificando assim, as vogais. Em seguida, com o auxílio das cartas do Jogo “UNO” verificaremos o nível de reconhecimento dos números de 0 à 9 bem como as cores correspondente a cada número solicitado no comando. Exemplo: João pegue a carta de cor amarela de número um. Através desta atividade poderemos ver que o aluno consegue identificar os números e cores. Já na terceira atividade será utilizado animais confeccionados em E.V.A, solicitando assim, que o aluno pegue o animal solicitado. Na intervenção coletiva, será realizado um jogo adaptado “Futebol em duplas”, com a finalidade de desenvolver atividades inclusivas as quais por meio da adaptação o aluno com necessidades especiais possa ser inserido e ao mesmo tempo desenvolver suas habilidades. Para a realização destas atividades serão utilizados os recursos acima mencionados no fluxograma. A realização destas intervenções é de grande importância para o desenvolvimento da criança bem como, o processo de inclusão escolar a qual o mesmo está inserido. Além disso, servirá de ferramenta para o incentivo aos docentes na busca por atividades adaptadas voltadas para inclusão dessas crianças no ensino e aprendizagem da classe regular. Buscando desenvolver as habilidades de cada criança e mostrar que estás crianças aprendem de forma diferenciada das demais.