Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
HM2- Estação 9 Emanoelly Marchi 1 ENTREVISTA CLÍNICA II : 1- INFORMAR E MOTIVAR O PACIENTE : Uma vez que a anamnese e o exame físico estejam concluídos, realizaremos a entrevista semiestruturada para a parte resolutiva: • Informar sobre a natureza do problema. Enunciação. • Propor um plano de ação em um clima de diálogo. • Explicar o tratamento e a evolução previsível • Comprovar a compreensão e/ou o consentimento do paciente. • Tomar precauções e concluir a entrevista. Devemos evitar jargão médico e buscar ser menos emotivo ao dialogar com o paciente →Enunciação parcimoniosa: é usada quando acreditamos que nossa orientação diagnóstica não coincide com as expectativas do paciente →Enunciação autoritária: pode ser adequada para provocar uma ancoragem diagnóstica →Enunciação parcimoniosa: período de ambivalência que pode ajudar na melhor acomodação psicológica, sempre que o profissional souber negociar o significado final da doença. →Enunciação autoritária: situações clínicas graves, nas quais é urgente e não negociável que o paciente assuma o diagnóstico que oferecemos. Existe com ela um risco de perder o paciente. “Lembra como deve tomar os remédios?” seria confirmar a assimilação. É uma técnica incorreta quando assume um tom de censura. Nesse caso, experimente: “Vai lembrar de todos os conselhos que dei ao senhor? Às vezes, não é fácil”, e deixe um silêncio para facilitar que o paciente relembre as instruções “Esse assunto que menciona é muito importante e não podemos falar sobre ele por telefone... O que o senhor acha de marcar uma consulta para a semana que vem?” Não tenha medo do telefone; pelo contrário, faça dele um aliado. Erros conceituais ao transmitir informações : • Não informar sobre a orientação diagnóstica. • Ignorar o fato de o cumprimento terapêutico adequado ser um processo que ocorre com sucessivas visitas, e não um trabalho de um dia só. • Não saber trabalhar em equipe com os enfermeiros ou o farmacêutico comunitário. Não lhes delegar tarefas educativas. • Uso de termos muito cultos ou médicos (jargão). • Acompanhamento precário ou inadequado. • Informação não adaptada às necessidades do paciente. • Dizer o que outro profissional fará ou deveria fazer. • Valorizações indevidas e Falar de hipóteses. • Falsas esperanças e Notificação contraditória. Erros de tipo formal, é comum alguns profissionais falarem de maneira inaudível, confusa ou retórica nas consultas. HM2- Estação 9 Emanoelly Marchi 2 A falta de adesão ao tratamento é um problema de saúde pública. Por isso, o médico deve realizar várias tarefas: → Suspeitar ou detectar deficiências ou erros no cumprimento terapêutico. → Apoiar a boa predisposição do paciente. →Ser realista e priorizar os objetivos terapêuticos: um passo depois do outro. →Procurar o apoio dos profissionais de enfermagem. →Simplificar ao máximo os regimes terapêuticos. →Aplicar técnicas de motivação intrínsecas e extrínsecas. Como fazer isso ? 1. Utilizar o método da sacola: pedir para o paciente levar uma sacola de remédios e assim vai orientando com calma, pode utilizar também o método do desenho e adesivo nas caixas de remédios, pois alguns pacientes podem se confundir quanto ao período do dia (manhã, tarde e noite) 2. Simplificar ao máximo os regimes terapêuticos Escolheremos as fórmulas com dose única diária (ainda melhor as semanais), a via oral e um perfil terapêutico de baixo gestos e máxima compatibilidade com a dieta COMO DAR MÁS NOTÍCIAS ? 1- Momento e lugar para comunicar más notícias - Sempre tentaremos dar uma má notícia no consultório (jamais no corredor), transmitindo, na medida do possível, tranquilidade e segurança 2- Acomodação diante de um falecimento imprevisto - Evite pronunciar a palavra “morte” ou dizer “foi internado morto”. É possível usar: “faleceu/ aconteceu”, “aconteceu o inevitável”, é de suma importância que o familiar saiba que você fez tudo o que podia, que o sofrimento foi mínimo ... 3- O telefone - Evitaremos comunicar por telefone notícias de extrema gravidade 4- O princípio da coragem compartilhada: se o paciente tiver coragem para enfrentar sua situação, nós também deveremos ter para falar dela e acompanhá-lo no sofrimento (Borrell F, 1995) 5- Não aplique dogmas, deixe espaço para sua intuição criativa e atrase as grandes verdades até sentir que podem ser ditas com vantagem Lembre-se, diante de um paciente imaturo que não aceita sua doença: – Não confunda paciente imaturo com paciente com distúrbio cognitivo. – Evite se transformar em profissional-sarjeta. Evite censurar ou apelar para “culpas”. – Pratique a resposta avaliativa: “Gostaria de saber a sua opinião/como vivencia o problema/o que pensa”. – Não permita imputações de culpa e, em compensação, recorra à autonomia e liberdade do paciente: “Entendo que se não faz o tratamento é porque o senhor decide isso livremente, afinal de contas é só o senhor quem sai ganhando ou perdendo”. HM2- Estação 9 Emanoelly Marchi 3 Lembre-se, diante de um paciente sem diagnóstico: – A honestidade é inegociável, mesmo que significa que decepcionar o paciente ou diminuir nosso prestígio . – Conte da mesma forma o que sabe e o que não sabe. Investigue os medos do paciente ou de seus familiares e discuta com eles se têm alguma base ou racionalidade. – Evite expressões que possam passar a ideia de que não nos preocupamos ou minimizamos a importância do caso, ou pensamos que o paciente ou seus familiares “são uns exagerados”.
Compartilhar