Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Física I APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON II 1 Sumário Introdução ............................................................................................................................................................. 2 Objetivo ................................................................................................................................................................. 2 1. Blocos Tracionados em Superfícies Horizontais ........................................................................................ 2 2. Blocos Empurrados na Horizontal .............................................................................................................. 4 3. Aplicações das Leis de Newton ................................................................................................................... 7 Exercícios .............................................................................................................................................................. 9 Gabarito .............................................................................................................................................................. 10 Resumo ............................................................................................................................................................... 11 2 Introdução Já vimos a importância da utilização das leis de Newton no contexto que envolve situações problemas relacionados ao plano inclinado, bem como vimos que em situações peculiares a necessidade de trabalharmos com dinamômetros ideais. Mas, ainda poderíamos indagar: Onde mais podemos aplicar tais leis? Dando continuidade ao leque de aplicações envolvendo as leis de Newton e, por conseguinte, os diversos tipos de força, temos algumas outras situações específicas para serem interpretadas e modeladas, onde podemos citar os blocos tracionados na superfície horizontal, blocos empurrados em superfície horizontal, máquina de Atwood e sistema de blocos verticais Desta forma, tais situações constituem problemas relacionados a algumas áreas do conhecimento, como Física e Engenharias. Logo, nessa apostila é de nosso interesse apresentar as principais características e também exemplos que envolvem blocos tracionados e blocos empurrados na horizontal, bem como descrever a máquina de Atwood. Vamos lá? Objetivo • Solucionar problemas envolvendo blocos tracionados na superfície horizontal. • Solucionar problemas envolvendo blocos empurrados em superfície horizontal. • Solucionar problemas envolvendo a máquina de Atwood e sistema de Bloco horizontal (Vertical). 1. Blocos Tracionados em Superfícies Horizontais Como podemos usar as leis de Newton para a tratativa da resolução de problemas que envolvem blocos tracionados em superficies horizontais? Nessa primeira seção, estaremos interessados exatamente nesse tipo de abordagem. Para iniciarmos a nossa discussão, observemos a figura a seguir, que ilustra dois blocos, A e B, de massas iguais a 3,0 kg e 2,0 kg, respectivamente, apoiados numa superfície horizontal sem a presença de atrito. 3 Interpretação de situações de blocos tracionados na horizontal. Consideremos que o fio que interliga A em B é um fio ideal, ou seja, de massa desprezível e inextensível. Sabendo da intensidade da força horizontal que puxa o sistema igual a 20 N, qual seria a aceleração de cada bloco e a tração no fio que unifica os blocos? A figura na sequência descreve as forças atuantes em cada bloco e no fio, bem como os pares das forças ação-reação. Além disso, nesta figura, podemos notar alicerçado no equilíbrio das forças verticais (normal igual ao peso), caracterizamos a intensidade da resultante hori- zontal em cada bloco. Forças envolvendo os blocos tracionados na horizontal. Depois da análise geométrica, em termos algébricos podemos escrever que: Bloco A: FRA = F – T1→ mA . a = F – T1 Fio Ideal: FRF = T1 – T2→ mF . a = T1 – T2 Bloco A: FRB = T2 → mB . a = T2 Desta maneira, a partir do momento em que temos um fio considerado ideal e sua massa é nula, então vem que T1 = T2. Logiamente, adicionando as relações matemáticas acima, obteremos: (mA + mB) . a = F 4 Logo, a = 𝐹 (𝑚𝐴+ 𝑚𝐵) E, assim, em termos numéricos escrevemos que: a = 20 (3+ 2) a = 4 m/s² A intensidade da força de tração que o fio executa nos blocos pode ser caracterizada por intermédio de qualquer uma das relações matemáticas anteriores. Portanto, obtemos: T = T1 = T2 = mB . a T = 2 . 4 T = 8 N 2. Blocos Empurrados na Horizontal Vamos analisar agora situações envolvendo blocos que são impulsionados ou empurrados em uma direção horizontal. Para tal, vamos considerar um sistema composto por três blocos, A, B e C, de massas iguais a mA = 3,0 kg, mB = 2,0 kg e mC = 1,0 kg, respectivamente e em situação de repouso, encostados entre si e apoiados sobre uma superfície horizontal. O conjunto é empurrado por intermédio de uma força horizontal com intensidade dada por F = 24 N, conforme é apresentado na figura abaixo. Sendo o coeficiente de atrito cinético entre cada bloco e a superfície horizontal igual a 0,20, qual seria a aceleração de cada bloco? Para respondermos tal indagação, mais uma vez vamos tomar a aceleração da gravidade como sendo g = 10 m/s². Interpretando blocos empurrados. Inicialmente, assinalamos as forças atuantes em cada bloco de modo gráfico, conforme nos mostra a figura a seguir. 5 Blocos sendo empurrados na superfície horizontal. Desta forma, podemos notar que em cada bloco, na vertical tem-se o equilíbrio das forças, ou seja, podemos escrever que: N = P = m · g. Na horizontal, o sistema de blocos acelera para a direita. Logo, aplicando a 2ª Lei de Newton para cada bloco, podemos escrever as relações matemáticas a seguir: Bloco A: FRA = F – F1 – FαA→ mA . a = F – F1– μC . NA Bloco B: FRB = F1 – F2 – FαB→ mB . a = F1 – F2 – μC . NB Bloco C: FRC = F2 – FαC → mC . a = F2 – μC . NC Sem grandes dificuldades notamos que se adicionarmos as três relações matemáticas anteriores, obtemos: mA . a + mB . a + mC . a = F – μC . NA – μC . NB – μC . NC Para computarmos a aceleração, escrevemos que: falar da relação entre normal e peso: a = 𝐹−μ𝐶.g(𝑚𝐴+𝑚𝐵+𝑚𝐶) 𝑚𝐴+𝑚𝐵+𝑚𝐶 Logo, em termos numéricos, vem que: a = 24−0,2.10(3+2+1) 3+2+1 a = 2 m/s² Salientamos ainda, que se o atrito fosse desprezado, teríamos a expressão matemática característica dada por: a = 𝐹 𝑚𝐴+𝑚𝐵+𝑚𝐶 E, assim, em termos numéricos obteríamos: a = 24 3+2+1 , ou seja, a = 4 m/s² 6 EXEMPLO Sejam dois carrinhos de supermercado, A e B, de massas iguais a 18 kg e 12 kg, respectivamente, ligados por um cabo, são puxados de forma horizontal por um indivíduo que emprega uma força F de intensidade dada por 30 N, conforme nos mostra a figura a seguir. A disposição gráfica do exemplo. Por conta da existência de rodas nos carrinhos, vamos desprezar o atrito (atrito nulo). Nessas circunstâncias,vamos computar: a) A intensidade da aceleração de cada um dos carrinhos. b) A intensidade da tração no cabo que encadeia os carrinhos. Solução: Neste caso, temos que: a) Em cada um dos carrinhos, as forças peso e normal situam-se na situação de equilíbrio, todavia para a horizontal, como não temos a existência de atrito, a força F é a força resultante do sistema composto pelos dois carrinhos. Logo, escrevemos: F = FR ou F = (mA+ mB) · a ou 30 = (18 + 12) · a a = 1,0 m/s² b) Em um primeiro momento, notemos através da Figura 5 que a tração no cabo que liga os carrinhos nada mais é do que a força resultante no carrinho B. Desta forma, escrevemos que: Observe na Figura dada que a tração no cabo que interliga os carrinhos é a força resultante no carrinho B. Assim, temos: T = FRB ou T = mB· a ou T = 12 · 1,0 T = 12 N 7 3. Aplicações das Leis de Newton Você já ouviu falar na máquina de Atwood? Saberia descrever para que ela é utilizada? Vamos conhecer um pouco sobre ela? A figura a seguir, nos mostra graficamente a criação realizada pelo físico inglês George Atwood, que viveu entre os anos de 1745 e 1807. A máquina de Atwood foi feita com a intenção de estudar corpos em queda livre. Tal espécie de máquina por conta do cientista em questão que a desenvolveu, recebe carinhosamente o nome de Máquina de Atwood. Desta forma, toda vez que ouvir falar na Máquina de Atwood, você deve se lembrar que foi um dispositivo criado com o objetivo de estudar os corpos em queda livre, ou seja, que serve para demonstrarmos os princípios básicos envolvendo a aceleração de corpos e a dinâmica de partículas. A máquina de Atwood. Suponhamos que a roldana tenha massa desprezível em relação às demais do sistema, logo podemos notar a presença dos seguintes esquemas de forças atuantes, após o sistema ser liberado, conforme é mostrado na figura abaixo. Blocos dispostos na máquina de Atwood. 8 Desta maneira, como o peso do bloco A é maior que o do bloco B, o bloco A desce em movimento acelerado e o bloco B sobe em movimento acelerado, de tal forma que podemos escrever: aA= aB= a. Assim, podemos escrever as relações matemáticas dadas por: Bloco A: FRA = PA – T → mA . a = mA . g – T Bloco B: FRB = T – PB → mB . a = T – mB . g Reagrupando as relações anteriores, podemos escrever que: a = (𝑚𝐴− 𝑚𝐵) (𝑚𝐴+𝑚𝐵) . 𝑔 Desta forma, podemos caracterizar a intensidade da tração que age no fio que interliga os blocos pela expressão: T = mA . (g – a) ou T = mB . (g + a) Nesse momento olhemos para a figura a seguir que descreve a situação envolvendo um bloco A, apoiado em uma superfície horizontal distintamente lisa e interligado, por intermédio de um fio, a um bloco B, que se encontra suspenso. Blocos dispostos na máquina de Atwood. Devido a não existência de atrito entre o bloco A e o plano horizontal, podemos propositar que, independentemente do valor da massa do bloco B, os blocos entrarão em movimento acelerado, sendo a aceleração de intensidade igual para os dois blocos. Observemos na figura a seguir, a disposição geométrica mostrando os diagramas das forças atuantes nos dois blocos. 9 Diagramas de forças nos blocos. Assim sendo, alicerçando nas figuras colocadas anteriormente, as expressões características para os dois blocos podem ser visualizadas por: lembrar que para o bloco a normal e peso são iguais: Bloco A: FRA = T → FRA = mA . g Bloco B: FRB = T – PB → FRB = mB . g Assim, com a reordenação das expressões anteriores, vem que: PB = mA . a + mB . a ou seja mB . g = (mA + mB ).a E, portanto, a aceleração do conjunto fica caracterizada por intermédio da formula característica: a = 𝑚𝐵 . 𝑔 𝑚𝐴+𝑚𝐵 Além disso, temos que a tração no fio que interliga os dois blocos é dada por: T = mA . a Exercícios 1- (Autor, 2019) Observemos a figura a seguir que nos mostra um sistema envolvendo uma polia e dois blocos, A e B. Descrição geométrica do exemplo. 10 Supondo que mA = 8,0 kg, mB = 2,0 kg e g = 10 m/s², qual é o valor da intensidade da tração que age sobre o fio que interliga os dois blocos? 2- (Autor, 2019) Dois blocos, A e B, de massas iguais a 7,0 kg e 3,0 kg, respectivamente, partem da posição de repouso, conforme disposição geométrica apresentada na figura abaixo. Descrição geométrica do exemplo. Admitindo-se g = 10 m/s², qual o valor da velocidade do bloco A ao alcançar o solo? Gabarito 1- Neste caso, de acordo com os procedimentos teóricos discutidos, temos que: a = 𝑚𝐵 . 𝑔 𝑚𝐴+𝑚𝐵 ou a = 2 . 10 8+2 a = 2 m/s² Logo, vem que: T = mA . a T = 8 . 2 T = 16 N 2- Neste caso, de acordo com os procedimentos teóricos discutidos, computamos a aceleração pela expressão: a = (𝑚𝐴− 𝑚𝐵) (𝑚𝐴+𝑚𝐵) . 𝑔 ou a = (7−3) 7+3) . 10 ou a = 4 m/s² Tendo o valor da aceleração, agora podemos utilizer a formula de Torricelli para que possamos caracterizar a velocidade em questão. Daí: v = v0² + 2.a.▲s v = (0)² + 2.4.(1) v = 8 m/s 11 Resumo Nesta apostila nos familiarizamos de forma mais detalhada com a aplicabilidade das leis de Newton inseridas no contexto relacionado a blocos tracionados na superfície horizontal e blocos empurrados na direção horizontal. Aqui temos mais duas situações práticas, envolvendo as leis de Newton e a tipologia das forças sendo aplicadas em modelagens para a geração de soluções. Além disso, apresentamos a Máquina de Atwood, que foi inventada pelo físico inglês George Atwood, com o objetivo de estudar de forma concisa os corpos em queda livre. De outro modo, vivenciamos também as características envolvendo um sistema composto por blocos na horizontal e vertical. Em tais descrições, temos expressões características que relacionam as acelerações e forças envolvidas de acordo com cada especificidade. 12 Referências bibliográficas ALONSO, Marcelo; FINN, Edward. Física: um curso universitário.São Paulo: Edgard Blucher, 2009. Vol. – 1 CAMPOS, Agostinho Aurélio; ALVES, Elmo Salomão; SPEZIALI, Nivaldo L.. Física experimental básica na universidade. 2. ed.. Belo Horizonte: UFMG, 2008. NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica. 4ª ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2002. Vol. 1 RESNICK, Robert; HALLIDAY, David; KRANE, Kenneth.. Física 1. 5. ed.. Rio de Janeiro: LTC, 2008. v. 1 TIPLER, Paul A. Física para cientistas e engenheiros: Volume 1: mecânica, oscilações e ondas, termodinâmica.. Rio de Janeiro: LTC, 1995. v. 1. YOUNG, Hugh D.. Física 1. São Paulo: Addison Wesley, 2008. Referências imagéticas www.fisicaaplicada.com.br – Acessado em 06/03/2019 às 09h50- Acessado em: 18/03/2019 às 13h30.
Compartilhar