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DAS EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE PREVISTAS NO CDC

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DAS EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE PREVISTAS NO CDC
	O sistema de responsabilidade civil no Código de Defesa do Consumidor está calcado na responsabilidade objetiva, isto é, independentemente de culpa que tem como pressuposto a ideia de que o fornecedor, ele empresário está tendo um lucro com a atividade de fornecimento de bens de consumo e, portanto, ele como tem esse lucro faz parte do risco do empreendimento dele, e ele deve responder pelos danos causados. A responsabilidade objetiva não é absoluta, isso quer dizer que não estamos com a ideia do risco integral, e sim do risco do empreendimento e, portanto, existem excludentes dessa responsabilidade em nosso Código de Defesa do Consumidor. A doutrina diz que essa previsão é numerus clausus, ou seja, é uma previsão restritiva não admite outras hipóteses. 
O Código de Defesa do Consumidor no art. 12, §3º e no art. 14º, §3º prevê expressamente três hipóteses de exclusão da responsabilidade do fornecedor. A primeira é a da não colocação do produto no mercado, a segunda da inexistência do defeito, e a terceira da culpa exclusiva da vítima ou do terceiro.
	A não colocação do produto no mercado, a exoneração da responsabilidade civil objetiva acontece porque não há relação de causalidade entre o prejuízo sofrido pelo consumidor e a atividade do fornecedor, ou seja, se o fornecedor não colocou o produto no mercado como é que esse produto ocasiona um dano ao consumidor, é evidentemente que há um nexo de causalidade entre o prejuízo e o produto oferecido. Então se ele não foi colocado no mercado não há o que se falar em responsabilidade civil do fornecedor. O produto pode ser inserido no mercado quando o produto sai do fabricante para o distribuidor, a partir daí saindo deste ambiente é o momento em que ele está sendo colocado no mercado.
	A segunda excludente, e mais importante, é a inexistência de defeito. Também é uma relação de causalidade entre o efeito de causa e efeito do dano, e o defeito do produto. A prova de inexistência de defeito cabe, evidentemente, ao fornecedor, assim como, as outras excludentes, e se não existe defeito no produto não se pode reputar ele em dano físico ou um dano de outra natureza ao consumidor. No caso o consumidor só precisa provar que o produto ou serviço acarretou um dano, cabe ao fornecedor à prova inversa de que inexiste defeito daquele produto ou naquele serviço. 
	A terceira excludente prevista no CDC é da culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, seria melhor que tivesse falado em fato exclusivo do consumidor ou de terceiro, já que essas excludentes se referem ao fato do produto ou do serviço, ou seja, quando há acidente de consumo. A doutrina faz crítica ao legislador, porque, a culpa não tem nada haver com responsabilidade objetiva. Sabe-se que é o comportamento do consumidor, a única causa do prejuízo, então se o consumidor foi o único causador do prejuízo não houve a concorrência de causas para que o fornecedor também fosse responsabilizado, evidentemente, que não há o que se falar em responsabilidade do fornecedor e sim de culpa exclusiva do consumidor. É importante saber que o comerciante não pode ser considerado como terceiro então não cabe ao comerciante alegar uma vez acionado a justiça, que é um terceiro. Cabe ao comerciante dizer que quando se trata de acidente de consumo e responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço, ele está excluído por conta de uma previsão legal. A sua responsabilidade não é solidária, mas sim subsidiária na forma do CDC.
	Além dessas três excludentes, a própria doutrina e jurisprudência já apresentaram a excludente do caso fortuito e a força maior, essa excludente é considerada porque tem haver com a inexistência de nexo de causalidade entre o produto e o serviço, e o próprio dano em caso fortuito. E no caso de força maior interno e externo são imprevisíveis e causam dano ao consumidor, e não guardam relação direta com o produto. Essa ideia da excludente pelo caso fortuito e força maior já foi recepcionada pela jurisprudência. Há uma diferenciação entre fortuito interno e externo, só será excludente da responsabilidade fortuito externo o interno não. O fortuito interno faz parte do risco do fabricante, é um fato imprevisível acontecido no momento da concepção do produto, então é um risco que deve ser assumido pelo fabricante, ele não está abarcado pela essa excludente. Enquanto, o externo não guarda qualquer relação com a atividade do fornecedor, este sim está protegido com a excludente. 
	Por fim, a excludente do risco do desenvolvimento não é prevista pelo CDC, mas parte da doutrina admite que possa haver essa exoneração. Como também não há uma indicação da excludente do caso fortuito e força maior, não é impeditiva de haver uma discussão sobre isso, e a doutrina que defende essa excludente se baseia no art. 10 do CDC que veda ao fornecedor introduzir produtos no mercado que saibam ou que devessem saber que apresentar o grau de periculosidade exclui a responsabilidade, eis que não há um dever de conhecimento sobre o defeito existente, à época na qual mesma foi colocado no mercado, isso significa, dizer que os que defendem a ideia do risco do desenvolvimento, estão calcados no art. 10 do CDC dizendo que ele abriu essa possibilidade do produto ser retirado do mercado em razão de não saber o fornecedor do perigo que ele acarretava com base nos conhecimentos técnicos e científicos, porque o risco do desenvolvimento é uma excludente que protege o fabricante ao dizer que como era imprevisível aquele efeito danoso ao consumidor na época, ele deveria ser exonerado porque ele não pode assumir esse risco do que é imprevisível. Aos que defendem que o risco do desenvolvimento deve estar excluído da responsabilidade civil, ou seja, o fornecedor deve arcar com o risco do desenvolvimento. Diz o art. 10 do CDC, que regulamenta a permanência dos produtos dos serviços do mercado, enquanto, que o art.12 é que trata da regulamentação da estrutura do sistema de reparação de danos, a jurisprudência dos tribunais não está pacificada quanto a esse assunto. É evidentemente que no Brasil não é adotado o risco do desenvolvimento, pois, há um vácuo legal nesse sentido a depender de um posicionamento jurisprudencial sobre o assunto.

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