Buscar

Prévia do material em texto

a) O que realmente significa a responsabilidade civil e como este instituto pode auxiliar na resolução dos problemas na vida de uma pessoa, sob o ponto de vista jurídico?
R: É a obrigação de reparar o dano ao lesado, obrigação que tem como fonte o ato ilícito, quando causa o dano moral ou material a vítima, quando o ilícito deriva do não cumprimento de alguma obrigação. Tendo a responsabilidade civil dois aspectos: Objetivo e Subjetivo.
Teoria Subjetiva – (Normas agendi) que diz respeito ao sujeito (Art. 186 CC), o artigo diz do ato ilícito cometido de maneira culposa – negligência e imprudência ou imperícia. 
Já na teoria Objetiva – (Facultas agendi) é invertido, ex: o empresário assume o risco da atividade, como no caso se algum produto estiver estragado, o consumidor não teria que provar, somente relatar que o produto foi entregue com vício, e o fornecedor terá que provar se está com vício ou não.
Este instituto da responsabilidade civil pode auxiliar com a reparação deste ato causado ao lesado, como por exemplo: no âmbito contratual,quando não se cumpre com a obrigação firmada em contrato, leva a perda e danos se previsto.
Essa responsabilidade civil acordada entre o autor e a vítima do dano, pois existe um contrato entre o negócio jurídico de ambos, o contrato tem seus princípios, como o princípio Pacta Sunt Servanda (art. 389, CC). 
Mas a responsabilidade civil também existe, quando não há vínculo contratual entre o autor e a vítima, mas se cria uma obrigação entre ambos, (ex: um acidente de trânsito se cria à obrigação, causador do dano, restituir a vítima do mesmo).
Finalizo e fundamento responsabilidade civil com as palavras de Carlos Roberto Gonçalves: “A palavra “responsabilidade” origina-se do latim repondere, que encerra a ideia de segurança ou garantia da restituição ou compensação do bem sacrificado. Teria, assim, o significado de recomposição, de obrigação de restituir ou ressarcir”. 
“Outra diferenciação que se estabelece entre a responsabilidade contratual e a extracontratual diz respeito às fontes de que promanam. Enquanto a contratual tem sua origem na convenção, a extracontratual a tem na inobservância do dever genérico de não lesar, de não causar dano a ninguém (neminem laedere), estatuído no art. 186 do Código Civil”. Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro, 4 Responsabilidade Civil, Ed. Saraiva – 14º Edição, (2019,pág. 47 e 54).
b) Sob o ponto da responsabilidade civil, como pode ser calculado o valor da indenização de uma vida humana? Como isto é possível? Que critérios são utilizados? Isto é possível? Quais são os procedimentos?
Sob ponto de vista Civil antes o código brasileiro era essencialmente subjetivista, mas em 2002 ajustou-se a evolução da responsabilidade, inovou a responsabilidade objetiva (art. 927CC), onde diz que “haverá a obrigação de reparar o dano, independente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”.
Mas em regra o Código Civil por meio dos artigos 186 e 187CC, adota a responsabilidade subjetiva como regra. Então o valor a ser calculado dependerá o valor da indenização corresponde ao tamanho do prejuízo da vítima, (art. 944CC).
Como por ex: se alguém provocar a morte de alguém, indeniza aquele que devia alimentos, durante dez anos, o valor a ser pago era quanto o falecido ganhava na época.
É possível porque o código adota como regra a responsabilidade subjetiva, a responsabilidade civil costuma ser classificada pela doutrina em razão da culpa e quanto natureza jurídica da norma violada.
Os critérios utilizados são o objetivo e a subjetiva.
Sim é possível, pois há uma separação de cada conduta sendo a subjetiva - conduta culposa (Iato Sensu) e o dolo - ( vontade consciente a produção do resultado ilícito), a culpa - (stricto sensu, cometer o ato com negligencia ou imprudência).
Os procedimentos dependerão dos critérios utilizados (objetivo e subjetivo), mas o nexo da causalidade é requisito essencial para qualquer espécie de responsabilidade.
Fundamento com a obra de Carlos Roberto Gonçalves que diz: “Alguns autores, para definir a culpa, inspiram-se numa concepção moral de culpabilidade. Consideram somente o aspecto subjetivo: se o agente podia prever e evitar o dano, se quisesse, agindo livremente. SAVATIER, assim, a define como “inexecução” de um dever que o agente podia conhecer e observar”.
“Outros, como os irmãos MAZEAUD, adotam o critério objetivo na definição da culpa, comparando o comportamento do agente a um tipo abstrato, o bônus paterfamílias”.
Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro, 4 Responsabilidade Civil, Ed. Saraiva – 14º Edição, (2019,pág. 37).
c) Na seguinte situação: ao transitar perto de uma praça, num ambiente urbano, em que várias crianças praticavam esportes, em determinado momento, uma bola passa na frente do carro. Este motorista ignora e continua na mesma velocidade e logo após a bola passar, uma criança passa e é atropelada. Como é possível responsabilizar este motorista? Quais são implicações legais a este motorista, mesmo considerado que ele estava em uma velocidade compatível com o local? 
Através da culpa e responsabilidade, porque ele deveria ter o nexo de causalidade, ou seja ter previsto que isso poderia acontecer, ao ver que a praça estava cheia de crianças e ainda ao ignorar a bola, valeu da noção do ato ilícito como causa da responsabilidade civil, tendo o dever de cuidado, tendo a previsibilidade do fato, para evitar.
Se responsabilizará e responderá por danos morais, pois mesmo estando com a velocidade compatível não teve o cuidado de parar, mesmo vendo a bola passar na frente do carro, poderia ter se utilizado do nexo da causalidade, foi imprudente. (ART. 186CC)
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.
Fundamento com as palavras de Carlos Roberto Gonçalves: “Responsável pelo pagamento da indenização é todo aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, haja causado prejuízo a outrem”. Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro, 4 Responsabilidade Civil, Ed. Saraiva – 14º Edição, (2019,pág. 476).
d) Qual a diferença entre responsabilidade civil objetiva e subjetiva? Como é possível fazer a sua utilização?
A responsabilidade civil objetiva é o conjunto de normas que regulam o comportamento humano, de modo obrigatório, estabelecendo uma sansão, no caso de sua violação (jus est norma agendi).
 A responsabilidade civil Subjetiva (facultas agendi) é a permissão dada por meio da norma jurídica, em face dos demais membros da sociedade. São próprias das pessoas que as possuem, podendo ser ou não usadas por elas, ex: casar e constituir famílias, adotar um filho etc.
É possível fazer a sua utilização quando fere a lei o
Objetivo – tem um ônus invertido, o empresário assume o risco, quando fere um direito material, podendo o consumidor pleitear e relatar, não precisa provar, o fornecedor deverá provar se o produto tem vício.
Subjetivo – diz repeito ao sujeito (art.186CC), quando ferir um direito, ato ilícito cometido de maneira culposa, negligencia ou imprudência.
Aquele que comete o ato ilícito repare o dano causado à vítima, a vítima terá que provar.
Fundamento com as palavras de Carlos Roberto Gonçalves: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.
Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro, 4 Responsabilidade Civil, Ed. Saraiva – 14º Edição, (2019,pág. 62).