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Bullying na Escola: Prevenção e Conscientização

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
DESAFIO PROFISSIONAL
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
O PENSAMENTO PEDAGÓGICO
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO E DA APRENDIZAGEM
Tutores:
Yanna Barreira Tomasseti (Tutora eletrônica)
Marcondes Moreira (Tutor de sala de aula)
Autores:
Grasiella Ribeiro – RA: 3269389074 Júlio César da Silva Neves – RA: 32874165
Angra dos Reis
2016
Bullying na Escola
"Na sala de aula, jogavam bolinha de papel na minha cabeça, não me deixavam participar de nenhum grupo, me imitavam, pois eu gaguejava quando criança. Era sempre um grupo de meninos que fazia isso. A cena que me magoa até hoje lembrar foi quando dois meninos acharam um pedaço de fio de cobre atrás da escola e me bateram com ele", o depoimento é de Lídia Eliane Canuto de Souza, 30 anos, residente de Ribeirão Pires, interior de São Paulo. O bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. 
"É uma das formas de violência que mais cresce no mundo", afirma Cléo Fante, educadora e autora do livro Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz (224 págs., Ed. Verus, tel. (19) 4009-6868 )
Como escolas, universidades, famílias, vizinhança e locais de trabalho. O que à primeira vista, pode parecer um simples apelido inofensivo mas pode afetar emocional e fisicamente o alvo da ofensa. Além de um possível isolamento ou queda do rendimento escolar, crianças e adolescentes que passam por humilhações racistas, difamatórias ou separatistas podem apresentar doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de trauma que influêncie traços da personalidade. Em alguns casos extremos, o bullying chega a afetar o estado emocional do jovem de tal maneira que ele opte por soluções trágicas, como o suicídio. Discussões ou brigas pontuais não são bullying. Conflitos entre professor e aluno ou aluno e gestor também não são considerados bullying. Para que seja bullying, é necessário que a agressão ocorra entre pares (colegas de classe ou de trabalho, por exemplo). Todo bullying é uma agressão, mas nem toda a agressão é classificada como bullying. As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. O(s) autor(es) das agressões geralmente são pessoas que têm pouca empatia, pertencentes à famílias desestruturadas, em que o relacionamento afetivo entre seus membros tende a ser escasso ou precário. Por outro lado, o alvo dos agressores geralmente são pessoas pouco sociáveis, com baixa capacidade de reação ou de fazer cessar os atos prejudiciais contra si e possuem forte sentimento de insegurança, o que os impede de solicitar ajuda. Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito á dignidade da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. O responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento de ensino/trabalho. É importante reforçar sempre que a vítima não deve se envergonhar ou se calar. Incentivar a busca por apoio na escola e com a família é essencial e, até mesmo, levar o caso à polícia quando for o caso. Só com essa postura podemos prevenir que mais jovens percam a vida ou continuem sofrendo por causa desse tipo de violência. Entende-se que o espaço das aulas de educação física é convidativo a existência de comportamentos agressivos (Leite, 1999 apud Taylor, 2006) sugere em seus estudos a supervisão das aulas como medida eficaz na prevenção e diminuição do bullying. O professor deve garantir ao aluno que realmente tem interesse em ajudá-lo e que vai buscar alguma maneira de fazer isso para que ele tenha confiança no professor e não desista de mudar a situação. Este processo é uma forma determinante de atenuar os incidentes de bullying. A presença do adulto contribui para a diminuição de práticas agressivas transformando as aulas num local aprazível e dinâmico.
 “A intolerância, a ausência de parâmetros que orientem a convivência pacifica e a falta de habilidade para resolver os conflitos são algumas das principais dificuldades detectadas no ambiente escolar. Atualmente, a matéria mais difícil da escola não é a matemática, ou a biologia; a convivência, para muitos alunos e de todas as séries, talvez seja a matéria mais difícil de ser aprendida” (TAYLOR, 2006)
Pode-se sugerir estratégias anti-bullying, que vão além da supervisão das aulas de educação física, como a diversificação de ofertas de atividades, a introdução de material lúdico, a resolução da superlotação, a reorganização do espaço, o estabelecimento de regras e o envolvimento dos educadores em geral. Antes de qualquer atitude deve-se lembrar a importância da aplicação de um questionário de pesquisa com a participação de todos os alunos, antes de receberem qualquer tipo de informação sobre o bulliyng. Os resultados dessa aplicação vão determinar a prevalência, incidência e conseqüências do bulliyng em cada aluno. Pode-se dar a oportunidade de que os próprios alunos criem regras de disciplina para suas próprias classes, não se esquecendo de comparar com as regras gerais da escola, para que não haja incoerências. De a mesma forma permitir aos alunos que eles busquem soluções capazes de modificar o comportamento e o ambiente. Sugerir que se montem grupos de alunos solidários que possam atuar como “anjos da guarda” daqueles que apresentam dificuldades de relacionamento, dentro e fora das aulas de educação física e tentar buscar auxilio através de patrocínios pela comunidade para conseguir ajuda de especialistas psicólogos para que possam estar auxiliando nesse apoio de forma que sintam tranqüilidade em expor suas necessidades e medos. O papel e a importância do profissional de Educação Física são essenciais em todo este processo, desde a identificação á definição das estratégias 
“O professor de educação física tem muito a contribuir com os outros professores, pois é o único docente que está presente em todas as etapas da Educação Infantil, ensino Fundamental e médio”. 
Uma outra forma de bullying nas escolas é com pessoas com deficiência. Conversar abertamente sobre a deficiência é uma ação que deve ser cotidiana na escola. O bullying contra esse público costuma ser estimulado pela falta de conhecimento sobre as deficiências, sejam elas físicas ou intelectuais, e, em boa parte, pelo preconceito trazido de casa. Não se trata de estabelecer vítimas e culpados quando o assunto é o bullying. Isso só reforça uma situação polarizada e não ajuda em nada a resolução dos conflitos. Melhor do que apenas culpar um aluno e vitimar o outro é desatar os nós da tensão por meio do diálogo. A violência começa em tirar do aluno com deficiência o direito de ser um participante do processo de aprendizagem. É tarefa dos educadores oferecer um ambiente propício para que todos, especialmente os que têm deficiência, se desenvolvam com respeito e harmonia. É preciso pensar na educação física de modo educacional, como acontece com as demais disciplinas. A disciplina deve fazer o estudante entender a importância e as diferentes formas de se movimentar.
Para isso, deve também compreender como o corpo e o organismo funcionam e como o corpo pode ficar mais debilitado, suscetível a doenças e com formas que podem não agradar a eles mesmos na falta da prática de uma atividade física. É necessário que os profissionais estudem e têm base para agir assim, embora ainda pensem na educação física apenas relacionada aos jogos competitivos, acreditando nesse velho mito de que assim se descobrem os atleta. Na visão do especialista, levar ao aluno essa nova forma de ensinar educação física não exige grandes materiais para aula. “Basta ao professor planejar e utilizar o universo gigantesco de conceitos e ideias da área para explicar, dar base e conhecimento para o aluno praticar, entendendo o corpo e o exercício, de modo que se sinta permanentemente estimulado a levar uma vida ativa. Mudar essa cultura é um dos desafios para os profissionais de educação física do país”. Se por um lado a Educação Física pode despertar nos alunos sentimentos de cooperativismo, companheirismo e inclusão, por outro, tende a criar situações de competitividade, agressividade e discriminação em meio às quais práticas de bullying podem surgir, sobretudo em relação aos alunos acima do peso ou com pouca habilidade nos esportes. Diante da situação, intervir nas regras convencionais dos esportes, junto com os alunos é uma boa opção. Há casos de Bullying nas aulas de Educação Física observadas, principalmente quando a aula prioriza atos de competição. Havendo uma incidência de atos agressivos, acrescida a falta de opções de estímulos positivos, de conscientização e de conhecimento sobre o universo lúdico, e incremento de atitudes capazes de influenciar atitudes e condutas de rebeldia. Abaixo veja plano de aula elaborado:
PLANO DE AULA 1
DATA: 01/10/2016 HORÁRIO: 7:00 às 17:00 ANO: 3001
NÚMERO DE ALUNOS: 33
TEMA: Abra a janela para o amor...
SUBTEMA: Maneiras de combater o bullying
OBJETIVOS: Levar a paz em sala de aula e na escola
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: A principal maneira de combater e prevenir o bullying é debatendo o assunto. Filmes educativos, palestras que mostrem as consequências negativas dessa prática, tudo isso ajuda. Além, é claro, de incentivarmos e apoiarmos que as vítimas denunciem seus agressores e que quem comete esse tipo de violência seja punido. Além disso, é necessário que campanhas de conscientização, formação e orientação sejam realizadas. Logo, cartazes precisam ser colados, cartilhas distribuídas, palestras feitas, dinâmicas que inspirem a reflexão nos jovens de forma mais efetiva. Esse tema também tem que ser trabalhado dentro da grade curricular. A aula de matemática por exemplo, pode trazer como enunciado de um problema alguma citação que faça a criança refletir. Outro fator importante é envolver a família nos assuntos relacionados. Os estabelecimentos não conseguem adotar todas as medidas necessárias tanto de prevenção quanto de combate sozinhos. É imprescindível que as famílias estejam envolvidas não apenas para combater um problema já instalado, mas inclusive no que diz respeito a prevenção. É importante criar mecanismos pautados na liberdade, expressividade e coletividade por meio do debate de ideias, a fim de que o educando compreenda por ele mesmo a necessidade da construção de um ambiente que respeite as diferenças e individualidades. Trabalhar com valores em sala de aula, implica também proporcionar a todos os educandos a garantia de seus direitos e a proteção coletiva. Uma técnica que pode ser usada pelo professor em sala de aula é: "o estatuto antibullying". Na primeira etapa, os alunos devem responder de forma anônima a questionários que busquem avaliar as condutas de bullying em sala. Depois, os próprios alunos ajudam a tabular os resultados e passam a discutir em subgrupos como resolver os problemas de desrespeito. Ao final, eles apresentam as propostas e, por votação, elaboram o "estatuto antibullying", com regras de condutas deliberadas e discutidas por todos.
RECURSOS: As entidades terão que capacitar todos os profissionais que possuam, de alguma forma, alguma relação com as crianças e adolescentes. Nesse apanhado, eu me refiro também ao porteiro, o pessoal da cantina, quem vigia o pátio, etc. Eles precisam verificar se existe algum comportamento que possa causar algum dano físico ou moral a uma criança e interferir para que isso não seja contínuo. Uma turma pode criar uma árvore da paz para conscientizar sobre a necessidade de respeito na relação entre as pessoas com a natureza. Nos intervalos, os demais alunos da unidade podem ir preenchendo as folhas e flores da árvore exposta no pátio com pensamentos positivos e mensagens de amor. Já outros alunos com professores de História e Língua Portuguesa, podem discuti a necessidade de bons exemplos estudando o reflexo da mídia no cotidiano das pessoas e analisando a quantidade de notícias ruins que nos são apresentadas todos os dias. Para mudar um pouco essa perspectiva, os estudantes podem procurar em jornal apenas notícias positivas e coletarem mensagens positivas dos demais alunos da unidade em pequenos corações, que serão espalhados pela escola. Em Educação Física, ao estudarem as diferenças por meio de trabalhos os alunos do Ensino Médio poderão verificar notícias sobre deficiência física e, em especial. Diante disso, a turma pode por uma semana, simular deficiências para sentirem na pele as dificuldades e mostrar aos colegas a necessidade de apoio e de respeito diante de limitações. Conversar com os alunos e escutar atentamente reclamações ou sugestões; Estimular os estudantes a informar os casos; Reconhecer e Valorizar as atitudes da garotada no combate ao problema; Criar com os estudantes regras de disciplina para a classe em coerência com o regimento escolar; Estimular lideranças positivas entre os alunos, prevenindo futuros casos; Interferir diretamente nos grupos, o quanto antes, para quebrar a dinâmica do bullying.
AVALIAÇÃO: Obervando como os alunos estarão agindo após todas essas atividades é a melhor maneira de se fazer uma avaliação, pois provas, questionários são bem diferentes do dia a dia. Quando os educandos se sentem respeitados dentro de sua individualidade, tendem a se conscientizar e a atrair para si a responsabilidade na construção de um ambiente sadio dentro das escolas. 
Todo ambiente escolar pode apresentar esse problema. "A escola que afirma não ter bullying ou não sabe o que é ou está negando sua existência", diz o pediatra Lauro Monteiro Filho, fundador da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia). O primeiro passo é admitir que a escola é um local passível de bullying. É necessário também informar professores e alunos sobre o que é o problema e deixar claro que o estabelecimento não admitirá a prática. A escola deve adequar o ambiente escolar para reduzir o bullying e valorizar a diversidade. Medidas para esclarecer o que é o bullying também devem ser realizadas. E é fundamental que a escola haja como um facilitador entre pais e alunos para encaminhar, orienta e resolver a questão. Um dos fatores que agrava ainda mais o problema é a omissão de professores e dos profissionais do ambiente estudantil. A escola não deve ser apenas um local de ensino formal, mas também de formação cidadã, de direitos e deveres, amizade, cooperação e solidariedade. Agir contra o bullying é uma forma barata e eficiente de diminuir a violência entre estudantes e na sociedade. Superar o bullying tem a ver com perceber que os valores pesam mais do que qualquer diferença. A partir do momento em que a pessoa percebe que merece respeito e que deve tratar o outro como quer ser tratado, o problema deixa de existir. E para isso, as crianças e adolescente precisam de ajuda e apoio.
O único jeito de passar por cima das perseguições é aprender a fazer das acusações de "baixinho", "gordinho", "sardento", e por aí vai, armas de aceitação para fortalecer ainda mais sua personalidade. Quando se percebe que o outro acha não determina quem você é ou qual será seu futuro é que a gente se torna protagonista da própria vida. Fazer terapia pode ajudar a melhorar a autoestima da vítima e ensiná-la a lidar melhor com suas emoções, mas em alguns casos, pode ser recomendada até mesmo a mudança de escola para que a criança não adquira uma aversão ao ambiente escolar. Já quem pratica bullying pode ter um transtorno de conduta que impede a terapia individual de ter resultados tão bons, por isso pode ser necessário que toda a família se submeta ao processo. É importante saber até onde vai o bullying que a criança pratica para poder identificar esses possíveis transtornos. A lei privilegia as medidas restaurativas. É necessário fazer com que o agressor compreenda sua atitude e se arrependa antes de castigar. Daí a necessidade de capacitar todas essas pessoas para que elas observem de antemão se existe algum indício de algo errado para evitar chegar a esse ponto. Eles precisam compreender que aquela atitude gerou um prejuízo para outra pessoa. No entanto, se faz necessário dizer que, muito embora a legislação privilegie medidas restaurativas, não significa que as vítimas e suas famílias não possam requerer em juízo a reparação dos danos causados. Nós já temos na legislação medidas punitivas. Muitas das condutas que caracterizam o bullying encontram tipificação na nossa lei. Por si só já caberia uma medida punitiva sim, porém a legislação tem por objetivo que a pessoa rescinda, não por medo da punição, mas por entender que aquilo não é legal. Enfim, pode se observar que no dia a dia ocorre o bullying com freqüência, fala-se muito sobre o assunto, mas pouco se faz ou ao menos buscam informações para que este fato não se repita tornando-se cada vez mais distante á solução para tais fatos. Por isso acredita-se que as aulas de Educação Física sejam um facilitador para a iniciativa deste trabalho de intervenção, pois como pode-se concluir é neste momento em que os alunos se sentem mais a vontade para expressar seus sentimentos e medos, seja através de atitudes ou diálogo. Sabe-se que não existem soluções simples para se combater o bulliyng, pois se trata de um problema complexo e de causas múltiplas. Portanto, cada escola com seus professores independentes da disciplina devem desenvolver sua própria estratégia para reduzi-lo e quanto mais cedo o bulliyng cessar, melhor será o resultado para todos os alunos. Intervir tão logo seja identificado à existência de bulliyng na escola e manter atenção permanente sobre isso é a estratégia ideal. A única maneira de se combater o bulliyng é através da cooperação de todos os envolvidos.
Referências Bibliográficas
http://www.segs.com.br/educacao
http://novaescola.org.br/conteudo/336/bullying-escola
http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/bullying.htm
http://www.fea.br
http://www.efdeportes.com

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