Buscar

Teoria Cognitivo Comportamental para o Emagrecimento

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

renata oliveira dos reis
o efeito da reestruturação cognitiva no emagrecimento: COMO NOSSOS PENSAMENTOS INFLUENCIAM NO PROCESSO DE EMAGRECIMENTO 
são PAULO
2019
 RENATA OLIVEIRA DOS REIS
O efeito da reestruturação cognitiva no EMAGRECIMENTO
COMO NOSSOS PENSAMENTOS INFLUENCIAM NOSSO EMAGRECIMENTO
Resumo do projeto apresentado ao Curso de Psicologia da Instituição Anhanguera – Campus Belenzinho
Orientador: Profª Ms Daniele Sita
São Paulo
2019
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Anhanguera como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Psicologia.
BANCA EXAMINADORA
______________________________________
Profº Ms Hugo Leonardo Lana dos Santos
______________________________________
Profª Drª. Pâmela Pitágoras Freitas Lima
São Paulo, 09 de dezembro de 2019 
 
Qualquer dieta razoável dará certo se você estabelecer a programação mental adequada.
Judith Becker
Resumo apresentado do Trabalho final de conclusão de curso sobre o efeito da reestruturação cognitivo no processo de emagrecimento.
Atualmente, o sobrepeso e a obesidade atingem cerca de 70% dos brasileiros em 2018, segundo dados divulgado pelo Ministério da Saúde. Contudo, sabemos que vários distúrbios na alimentação que levam a este resultado têm suas raízes na forma de pensar do paciente. Neste sentido, o tema proposto para este estudo enfatiza os efeitos do nosso pensamento e como eles afetam o processo de emagrecimento. O pensamento disfuncional e as crenças centrais que estão enraizadas, alteram a percepção em relação ao pensamento, sentimento e comportamento. A maneira que se busca encarar e lidar com a ansiedade, tristeza e culpa em todo processo de emagrecimento. 
Foi estabelecido como objetivo geral entender quais os fatores comportamentais que interfere diretamente no processo de emagrecimento e como objetivos específicos apresentar os aspectos físicos e psicológicos no processo de perda de peso. Compreender o impacto do pensamento disfuncional ao longo da jornada. E entender como o chamado pensamento magro pode contribuir em contraposição ao pensamento gordo no processo de emagrecimento.
Os objetivos contribuem diretamente a responder o problema de pesquisa, por quais motivos que para algumas pessoas emagrecer se torna um processo de tanta dificuldade? 
A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica qualitativa e descritiva com pesquisa em livros, artigos publicados nos últimos 10 anos
Os pensamentos são capazes de alterar significativamente a maneira na qual o indivíduo se comporta em sua vida pessoal e profissional, bem como nos relacionamentos em qual o cliente está envolvido. Com base neste panorama se percebe que os pensamentos sabotadores, de efeitos automáticos, interferem diretamente sobre o indivíduo e faz com que o mesmo não se sinta capaz de atingir os resultados esperados. Por definição, pensamentos sabotadores é um conjunto de padrões mentais automáticos que se transformam em hábito, cada um manifestando sua crença, força e suposição que acaba agindo contra o que é melhor para cada pessoa (CHAMINE, 2013). Pensamentos sabotadores fluem em nossa mente como se possuíssem vida própria e podemos encontrar justificativas lógicas para aliviar a nossa culpa de determinados pensamentos ou ações (BECK, 2008).
Este trabalho se baseia nos princípios da Teoria Comportamental Cognitivo (TCC). Esta teoria se desenvolveu a partir de dados e maneiras de trabalhar da Terapia Cognitiva e da Terapia Comportamental. Falando em TCC estamos aceitando cognições e mediações, isto é as percepções, pensamentos, crenças e cultura social exerce uma influência direta no comportamento (BANDURA, 1969; MEICHEMBAUM, 1975; ELLIS, 1961 E BECK, 1963). A Terapia cognitivo como sistema de Psicoterapia, surgiu no século XX - década de 60. Aaron Beck, com seus estudos empíricos na tentativa de confirmar os princípios da psicanálise, estudos estes com pacientes depressivos geraram resultados negativos contrariando o modelo psicanalítico de depressão, propondo então um novo modelo ao qual evoluiu com aspecto teórico e prático resultando um novo sistema a Terapia cognitiva (SERRA, 2013). A principal característica da TCC é a importância que dá aos pensamentos, que são sustentados por um sistema de crenças responsáveis por determinados sentimentos e comportamentos do indivíduo (VERAS, 2010).
Os indivíduos que sofrem com distúrbios na alimentação ou que apresentam um resultado que não seja efetivo na perda de peso, apresentam algum desses pensamentos ativos. No mesmo livro (BECK, 2008) afirma dentre os pacientes observados, quem faz dieta tem uma enorme capacidade de procurar o auto sabotar quando se fala sobre a alimentação e encontra facilmente inúmeros pensamentos sabotadores.
O fato é que sempre há uma busca por justificativa quando o plano alimentar não é cumprido ou quando não realizamos a carga horária total de atividade física planejada, consequentemente os pensamentos sabotadores surge unindo sentimentos de merecimento e permissividade (BECK, 2008). Esse comportamento torna a dieta uma tarefa complexa e de difícil resultado, se torna responsável pelo excesso na alimentação e acreditar que pequenos, mas constantes extras consumidos diariamente não interfere diretamente no emagrecimento.
Os aspectos clínicos associados à obesidade estão bem documentados, entretanto os sintomas psicológicos raramente são valorizados, embora estejam associados a modificações comportamentais, que influenciaram na maneira de comer e no modo de pensar sobre alimentação. Pacientes obesos que procuram tratamento possuem sintomas psicológicos associados, tais como depressivos e ansiosos, bem como outras alterações alimentares, como a compulsão alimentar (SEGAL; CARDEAL; CORDÁS, 2002). O estresse, por exemplo, pode ser um potente fator no desenvolvimento de gordura visceral e abdominal, uma vez que a comida se torna reforçadora e alivia os sintomas de ansiedade e impulsividade (BRITO et al.,2005). A compulsão também é observada em pacientes obesos que emagrecem rapidamente podem estar sujeitos, alterando a alimentação excessiva para gastos e uso de substâncias (IMIANOVSKI; ROSS, 2007; EHRENBRINK; PINTO; PRADO, 2009).
Além disso, pacientes com obesidade, em sua grande maioria, apresentam uma baixa autoestima, seja no âmbito amoroso, social e/ou profissional, o que concomitantemente diminui sua qualidade de vida (WEE et al., 2013). Os efeitos de uma qualidade de vida reduzida estão presentes em todas as faixas etárias, sem distinção. A avaliação desses efeitos em uma amostra de 147 adolescentes obesos salientou uma prevalência de baixa qualidade de vida e insatisfação com a imagem corporal (GOUVEIA et al., 2016). Sendo, dessa forma, a obesidade fator de sofrimento e rejeição (NASCIMENTO; BEZERRA; ANGELIM, 2013).
Inúmeros fatores físicos, sociais e ambientais afetam o comportamento do obeso em relação a prática de atividade física (DIAS IBF, MONTENEGRO RA, MONTEIRO WD, 2014). Experiências anteriores negativas, como sentimento de inadequação; baixa performance; dificuldade de sociabilizar-se com os demais participantes quando a atividade é realizada em grupo; oscilações de ânimo dos obesos, que muitas vezes passam despercebidas, são fatores que podem justificar a recaída nos programas de atividade física. Para DIAS (2014), a descoberta de alguma habilidade física pessoal e a escolha de uma atividade prazerosa, contribui positivamente à adaptação do obeso à prática de exercícios físicos
A terapia cognitiva baseia-se no conceito de que a maneira como as pessoas pensam afetam os seus comportamentos. Ela ajuda o paciente a identificar os seus pensamentos e a responder a eles de maneira funcional e adaptativa, o que leva você a se sentir melhor e a se comportar de um modo diferente. Com a terapia cognitiva,
os pacientes são orientados. Esta linha de abordagem tem dado evidências de seu papel, não apenas coadjuvante, no tratamento da obesidade. Desenvolvida pelo psiquiatra norte-americano Aaron Beck em 1956, e em voga nos últimos anos, a maneira como as pessoas pensam influenciam o que elas sentem e fazem. Considerando-se a importância de um enfoque multidisciplinar no tratamento da obesidade, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) neste contexto focaliza os vários aspectos relacionados ao padrão alimentar disfuncional, como pensamentos disfuncionais, baixa autoestima, auto avaliação com foco no peso e forma do corpo, perfeccionismo, hábitos alimentares inadequados.
Embora o emagrecimento requeira mudanças de hábitos e comportamentos alimentares, mostra-se necessário, também, realizar reestruturação das cognições disfuncionais que sustentam o mal hábito alimentar (PEREZ & ROMANO, 2004). A TCC tem sido indicada como eficaz no tratamento da obesidade, pois auxilia no reconhecimento de pensamentos sabotadores e ensina o cliente a responder a eles de forma funcional, levando a pessoa a se sentir melhor e a agir de maneira mais adaptativa em seu ambiente. As intervenções da TCC visam transformar as crenças disfuncionais dos indivíduos relativas ao excesso de peso, alimentação e dietas por meio da reestruturação cognitiva, substituindo-as por crenças funcionais (Beck, 1997). DELUCHI et al. (2013) argumentam ainda que a TCC favorece a mudança de hábitos alimentares e a aquisição de hábitos saudáveis, diminui a frequência de episódios de compulsão alimentar (quando há), promove regulação afetiva, melhora o funcionamento social e diminui a preocupação com o corpo e forma física.
Nesta abordagem, intervenções cognitivas tem o objetivo de reestruturar pensamentos disfuncionais e intervenções comportamentais são usadas para mudar comportamentos inadequados. As intervenções comportamentais também são úteis para identificar cognições associadas a comportamentos específicos (BECK, RUSH, SHAW & EMERY, 1997). 
Especificamente em relação à TCC para o emagrecimento, parte-se do pressuposto que modificando o pensamento, o comportamento alimentar também será alterado e desta forma se dará a perda de peso (BECK, 2011).
Comer de forma excessiva faz mal à saúde (OMS, 1995), principalmente quando se é motivado pelos sentimentos quando os e a maneira como afeta o estômago na hora de comer, estados como a ansiedade, raiva, tristeza, entre outros altera a percepção e consequentemente a quantidade de alimento consumido. (BECK, 2011). Por este motivo, se faz necessário entender porquê, comer levado pelos sentimentos pode trazer sérios riscos para a saúde. Diante de diversas situações sempre buscamos encontrar uma saída para os diferentes estados de emoção, uma dela é o excesso alimentar como uma busca inconsciente, para amenizar estes sintomas, gerando um quadro de sobrepeso e até obesidade.
Dieta e atividade física são tão importantes quanto uma tomada de consciência: Em que contexto engordei? Que pensamentos elaborei sobre mim que se manifestaram em um corpo pesado? Por que a dieta não funciona comigo? O que me desanima? Segundo RODRIGUES, “um plano de emagrecimento só dá certo quando a pessoa mexe com sua estrutura de pensamento e comportamento“. Mais do que escolher alimentos apropriados e adotar hábitos saudáveis, “é preciso modificar, permanentemente, a maneira de pensar”, defende. As estratégias comportamentais objetivam dar embasamento para que o paciente possa identificar os estímulos que antecedem o comportamento compulsivo, bem como situações que facilitam a não 
A reestruturação do pensamento ou reestruturação cognitiva (também conhecido como “ressignificação”) é essencialmente uma técnica central da Terapia Cognitivo-Comportamental, uma bem-conceituada e cientificamente comprovada abordagem de psicoterapia. 
A técnica é aplicada para ajudá-lo a alterar os seus hábitos comuns de avaliação de modo que eles possam tornar-se menos tendenciosos e você menos temperamental e reativo (BECK, 2003). O indivíduo aprende a alterar os seus hábitos de apreciação do conhecimento, quando eles ocorrem, e em seguida, desafiá-los e mudá-los intencionalmente se justificável. A ação do terapeuta buscará ensinar o paciente a utilizar a reestruturação cognitiva para que ele mesmo seja capaz de produzir conclusões mais equilibradas, precisas e úteis do que as formas habituais de pensamento.
CONSIDERACOES FINAIS 
Durante a realização deste trabalho, algumas questões sobre o emagrecimento foram expostas de forma que qualquer pessoa que tenha como objetivo o emagrecimento possa realiza ló de uma forma completa e que dure para todo uma vida, criando um novo estilo de vida, não apenas dietas do momento, dietas com pouco carboidratos, ou que restringe muito os alimentos, não será uma dieta apenas para ser seguida por dias, semanas ou meses.
A reestruturação do pensamento, técnica utilizada na terapia cognitivo comportamental traz esse modelo de pensamento que pode ser modificado a forma de pensar e integra ló a sua dieta e sua atividade física. Para todo processo seja ele de emagrecimento ou qualquer outro projeto que se tenha elaborado um plano, uma estratégia, algo que precisa ser seguido e persistido até que se alcance esse objetivo e muitas vezes será necessário não só a chegada neste objetivo e sim a mudança de vida, de comportamento, quem aprende esse modelo se sente mais seguro a realizar a dieta e conseguir controlar suas emoções e pensamento.
Todo processo inicia se na forma de como se pensa quando e tentado a comer mesmo que não esteja com fome, perguntas como: Estou com fome agora? Preciso realmente desse alimento? Porque quero comer agora? O processo do pensamento é um treinamento diário e que necessita constância para que possa surtir efeito, logo se perceberá que muitos alimentos que outrora o cliente não seria capaz de resistir, será colocado em segundo plano e o objetivo será seguido.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA (ABESO). 2013. Pesquisa: <http://www.abeso.org.br/lenoticia/1055/excesso+de+peso+apontado+pelo+vigitel+revela+fallta+de+pol%C3%ADticas+eficientes+na+prevencao+da+obesidad.shtml> acessado em: 30 agosto 2019. 
BANDURA, A. — Principles of Behavior Modification. New York: Holt, Rinehart e Winston, 1969
BRITO, C. L. S. et al. Obesidade: Terapia Cognitiva Comportamental. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina, 2005.
BECK, A. T. — Thinking and depression. Arch. Gen. Psychiatry, 1963, 9º: 324-333.
BECK, JUDITH S. Pense Magro. A dieta definitiva de Beck, 2011 ed. Artmed
ELIAS, ELIANE - Obesidade no tratamento com terapia cognitiva comportamental: uma revisão bibliográfica, 2013 Pesquisa <http://repositorio.unesc.net/bitstream/1/1764/1/Eliane%20Elias.pdf>, visitado em 21/04/2019
ELLIS, A. e HARPER, R. A. — A quide to rational living. Englewood Cliffs, N. J.: Prentice Hall, 1961
FELIPPE, F. Obesidade zero: a cultura do comer na sociedade de consumo. Porto Alegre: Sulina, 2003.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de orçamentos familiares 2008-2009: antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. Rio de Janeiro, 2010.
IMIANOVSKI, C.; ROSS, M. F. Contribuição da psicologia no tratamento da obesidade. Monografia. Centro de Ciências da Saúde da Universidade Regional de Blumenau, 2007.
KERBAUY, RACHEL RODRIGUES, Terapia comportamental cognitiva: uma comparação entre perspectivas, 2013 Pesquisa <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98931983000100002>, visitado em 23/04/2019
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Código Internacional de doenças (CID10). São Paulo: Universidade de São Paulo, 1995.
PINHEIRO, A. R. O.; FREITAS, S. F. T.; CORSO, A. C. T. Uma abordagem epidemiológica da obesidade. Rev. Nutr., Campinas, v. 17, n. 4, p. 523-533, 2004. 
SEGAL, A.; CARDEAL, M. V.; CORDÁS T. A. Aspectos psicossociais e psiquiátricos da
obesidade. Revisão de Literatura. Revista de Psiquiatria Clínica, v. 29, n. 2, p. 81-89, 2002
SERRA, ANA M. MARTINS. Terapia Cognitiva, Terapia Cognitivo Comportamental e Terapia Comportamental, 2013 Pesquisa: <http://www.itcbr.com/artigo_drana_tc.shtml.> Acessado em: 23.04.19

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Mais conteúdos dessa disciplina