Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CONTROLE DA DIURESE Diurese O termo diurese é utilizado para denominar a quantidade de urina eliminada em determinado período, normalmente 24h. Ela fornece dados que possibilitam avaliar a função renal do paciente e suas condições hemodinâmicas e auxiliar no diagnóstico de doenças específicas. Esse controle pode ser prescrito pelo enfermeiro ou médico com discriminação de períodos e ordens especiais especificadas. Finalidade O controle de diurese tem por finalidade verificar a filtração do aparelho renal, se está havendo retenção ou excesso de eliminação. O controle deverá ser rigoroso, pois é mediante o controle que a equipe de saúde obtém subsídios para o diagnóstico e o tratamento, auxiliar no diagnóstico, na evolução e no tratamento do paciente, coletar amostra para análise laboratorial e balanço hídrico. Distúrbios miccionais Disúria: emissão de urina com diferentes graus de desconforto. Na prática, traduz-se por micção acompanhada de dor que, via de regra, é referida no meato uretral. Habitualmente, é causada por inflamação em decorrência de infecção urinária, processos obstrutivos ou inflamatórios da bexiga e/ou da uretra. Quando a dor acentua-se ao final da micção, é chamada estrangúria e geralmente sua origem é vesical. A que ocorre no início da micção pode indicar acometimento uretral. Poliúria: aumento da frequência das micções, ou seja, micções com intervalos menores que o habitual. Frequentemente, associa-se à eliminação de volumes urinários menores que os de hábito. Poliúria: aumento do volume urinário, ou seja, da diurese. Pode decorrer por mobilização de edemas, diminuição do hormônio antidiurético, diabetes mellitus e até por desobstrução aguda das vias urinárias excretoras. Oligúria: diminuição da diurese. Pode ser decorrente da falta de ingestão de líquidos, da formação de edemas por processos inflamatórios, de estados hipovolêmicos e, em intoxicações exógenas. Anúria: ausência total de urina. A verdadeira decorre de sofrimento renal ou pré-renal. Quando aplicado para caracterizar casos nos quais há im possibilidade de a urina atingir a bexiga, deve-se utilizar o termo anúria obstrutiva. Nesses casos, é necessário empregar remoção da causa ou estabelecimento de derivação do fluxo urinário, a montante do obstáculo. Alterações das características da urina Ao ser eliminado, o filtrado urinário tem aspecto límpido, cor amarelo-citrina e odor característico. Diversas condições podem modificar essas propriedades, conforme abaixo: Turbidez: a urina normal, quando exposta ao meio ambiente, pode tornar-se turva pela ação de organismos desdobradores de ureia, que promovem precipitação de cristais. Por isso, a urina deve ser analisada imediatamente após sua emissão. Quando turva, pode ter cristais de fosfato amoníaco-magnesiano ou fosfatúria, bem como leucócitos em suspensão. Coloração: diversos alimentos (beterraba e anilinas), medicamentos (ampicilina, rifampicina e antissépticos urinários) e produtos do metabolismo normal (pigmentos biliares) podem alterar sua cor. Quando muito concentrada, pode induzir a erros de interpretação. Existência de sangue ou hematúria pode ser identificada por aspecto turvo e cor, de avermelhada até cor de Coca-Cola, dependendo fundamentalmente da origem e da intensidade do sangramento. Hematúrias de origem renal (p. ex., glomerulonefrite difusa aguda) predominam na infância, enquanto as de causa urológica (cálculos e tumores), no adulto. Podem ser classificas em iniciais, finais ou totais. Iniciais e finais geralmente refletem acometimento uretrotrigonal, ao passo que as totais, via de regra, decorrem de processos supravesicais. Quando há coágulos, sua forma pode sugerir a origem do sangramento: filiformes, acompanhados de dor lombar, apontam para origem renal – foram moldados nos ureteres; grosseiros, sem dor lombar, sugerem origem vesical. Hematúria não deve ser confundida com uretrorragia, definida como perda de sangue pelo meato uretral fora das micções, que denota doença uretral infraesfincteriana. Espuma: em excesso, levanta suspeita de proteinúria decorrente de aumento na ingestão de proteínas ou de perdas por doenças nefrológicas. Orientações gerais do controle da diurese. • Controlar a diurese a cada período de trabalho ou conforme solicitação médica; • Iniciar o controle de diurese, independentemente de solicitação médica, dos pacientes com, cardiopatias, doenças renais, diabetes, nutrição parenteral prolongada, pós-operatório de grandes cirurgias, ascite, pacientes graves. • Medir o volume urinário no frasco graduado após cada micção, desprezando a urina em seguida. Observar suas características: odor, cor e aspecto. Anotar o prontuário do paciente. A diurese não deve ficar guardada no banheiro durante o período; • O frasco graduado deve ser enxaguado após cada medida; • O controle de diurese em pacientes com sonda vesical é feito ao final de cada período de trabalho ou quando o coletor estiver cheio, medir no frasco e em seguida desprezar a diurese no vaso sanitário. Materiais necessário: • par de luvas de procedimento • mascara • frasco graduado • comadre ou papagaio • Etiqueta do cliente • óculos de protecão • Álcool a 70% • Compressa não estéril Etapas do procedimento Caso o paciente apresente condições, orientá-lo a solicitar a comadre e/ou papagaio. Manter comadre ou papagaio envolvido num saco plástico dentro do box do paciente. Higienizar as mãos e calçar luvas de procedimento. Logo após o uso da comadre ou papagaio, despejar o conteúdo no frasco graduado (devidamente identificado com o nome do paciente). Verificar o volume drenado. Desprezar a urina no vaso sanitário ou despejo do expurgo. Realizar registro na folha de controle intensivo de toda urina coletada quanto à quantidade e característica. Em sistema fechado anotar volume de diurese de 2/2h. Em diurese espontânea anotar a cada eliminação. No caso de sistema fechado, realizar a coleta da diurese de 6/6h. Encaminhar o material ao destino adequado, lavar as mãos. Técnica para esvaziar a bolsa coletora do sistema fechado Procedimento: - Lavar as mãos. - Organizar o material. - Explicar o procedimento. - Fechar o clampe superior. - Colocar o frasco de vidro ou comadre abaixo do clampe inferior. - Abrir clampe inferior e esvaziar a bolsa, tendo o cuidado para não contaminar a válvula (não encostar a extremidade da bolsa no reservatório). - Fechar o clampe inferior. - Abrir o clampe superior. - Deixar o idoso confortável. - Organizar o material. - Lavar as mãos. - Observar: volume, coloração e aspecto da diurese. Observações. Riscos: Falta de controle. Cálculo incorreto. Tratamento da não conformidade: Comunicar as intercorrências ao enfermeiro ou médico e realizar os registros necessários. Assegurar tratamento dos agravos e atenção à família. Recomendações complementares: Sempre usar EPI. As comadres e papagaios devem ser trocados diariamente. Os frascos coletores devem ser higienizados em ácido peracético às 6h. ealizar os registros necessários e carimbar após os procedimentos, manter o local em ordem. Referencias PRADO, Marta Lenise do et al (Org.). Fundamentos para o cuidado profissional de enfermagem. 3. ed. Florianópolis: Ufsc, 2013. 548 p. Revisada e ampliada. • RIELA, Miguel Carlos. Princípios de nefrologia e disturbios hidroeletrlíticos. 5ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. • Disponível em https://www.spdm.org.br/saude/galeria-de-videos/boas-praticasprocedimentos-de-enfermagem/item/1167-controle-de-diurese. Acesso em: 30/06/2016.
Compartilhar