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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
UNIDADE CORAÇÃO EUCARÍSTICO
ICS – Serviço Social
Cultura Religiosa: Fenômeno Religioso
Professor: César Carneiro
FICHAMENTO DO LIVRO: 
FUNDAMENTALISMO, TERRORISMO RELIGIÃO E PAZ
- Desafios do Século XXI
- Leonardo Boff -
Aluna: Sarah Cacique de Oliveira
Belo Horizonte – MG
Maio/2017
1 - Citação da fonte:
- BOFF, Leonardo. Fundamentalismo, Terrorismo Religião E Paz. Desafios do século XXI. Petrópolis: Vozes, 2012
2 - Esquema interpretativo:
- Como surgiu o fundamentalismo?
Surge no protestantismo norte-americano com os peregrinos Holandeses e Ingleses protestantes em 1620.
Ressurge na virada do século XIX, com 12 fascículos: Fundamentals: a testemony of the truth.
O processo de secularização passar a orientar os fieis pela racionalidade e e espirito democrático o que leva a igreja a assumir a esfera privada
Os Fundamentals apresenta uma proposta rigorosa, ortodoxa e dogmática para orientação dos fieis em meio a secularização e combate ao liberalismo 
.
- O fundamentalismo protestante
2 Surge na Universidade de Princeton com o trabalho de teólogos e pregadores que atuavam no local, com uma concepção literalista da interpretação de textos bíblicos.
2.1 Os fundamentalistas se opunha aos liberais, que interpretavam os textos bíblicos com estudos contextualizados, linguísticos, históricos e geograficos, mas ainda assim o funadamentalismo ganhou espaço na igreja.
2.2 O criacionismo é tomado com literalidade, sendo qualquer outra interpretação bíblica um erro.
2.3 São rigorosos quanto as questões sobre família e sexualidade. São contra movimentos feministas, LGBT e de liberdades individuais. São conservadores econômicos e políticos, exaltando sempre a ordem e a disciplina a qualquer custo.
2.4 promoveram o crescimento do fundamentalismo por meio de rádios e TV.
- O fundamentalismo Católico
3 possuem raízes antigas como no processo de colonização da americana latina foi responsável pelo desrespeito a cultura e povos nativos, acreditavam ser a única verdade divina, e que as demais cultos eram coisas de satanás.
3.1 Os Papas acreditavam serem representantes de deus e donos do mundo, autorizando da exploração américa latina por Coroas europeias também fundamentalistas. 
3.2 Ainda hoje existe marcas dessa mentalidade fundamentalista católica onde o estado e a igreja se uniam pra combater a secularidade da modernidade.
3.3 Qualquer discordância é um erro ou interpretação equivocada da doutrina. 
 
3.6 O Vaticano se alinha contrario aos direitos humanos, poder de decisões individuais, se alinhando com o reacionarismo.
- Fundamentalismo Islâmico
4 O islamismo é uma das religiões que mais cresce na atualidade, surgindo no século VII, é vista como uma síntese aprimorada do judaísmo e cristianismo, por ser posterior a ambos.
4.1 São tolerantes com todo os povos do livro (judeus e cristãos).
Possuem duas grandes convicções a unicidade e transcendência de deus, acreditam na comunidade profética dos irmãos e na entreajuda.
4.2 A grande maioria são sunitas ( ortodoxos ), e como um percentual menor os xiitas ( liberais).
4.3 Os novos fundamentalistas desejam um mundo governado por suas crenças, de senso comunitário-frateno e sharia, para que assim haja paz no mundo. 
- O fundamentalismo da globalização
5 O fundamentalismo da globalização se põe neutro as questões sociais e aumenta o afastamento entre os indivíduos da sociedade, agindo sempre em interesse próprio .
5.1 O poder econômico-financeiro se sobressai sobre os Estados, gerando mais desigualdade e revolta entre os povos explorados causando revoltas e ataques.
5.2 o ignoramento e apagamento das questões da colonizaçãoe eploraçao, tensionam as relações entre norte e sul, tendo a globalização como agravante na tentativa de homogeneizar os povos culturalmente ignorando todas as especificidades.
5.3 Com advento da globalização os mulçumanos se sentem desrespeitados, levando aos ataques fundamentalistas em países do ocidente, motivados principalmente pela interferência em suas relações politicas 
- O fundamentalismo neoliberal e o científico-técnico 
6 Neoliberalismo acentua as desigualdades, excluindo os que não se inserem nesse modelo, se apresenta com única solução para um problema. 
Modelo exploratório de visão individualista, que não se preocupa com questões naturais, usam a ciência e razão como forma de legitimação do seu projeto exploratório.
- Dois tipos de fundamentalismo político: de Bush e de Bin Laden
7 O maniqueísmo serve como pretexto para o conflito entre Bush e Bin Laden, cada um exaltando seu Deus para justificar mortes dos adversários, com sua retórica de verdade absoluta, justificando a intolerância pelo outro
- Choque ou dialogo de civilizações?
8 A arrogância do ocidente com sua globalização em moldes culturais capitalistas, poderá gerar a 3ª guerra mundial, segundo Huntington, o que a paz entre religiões poderia evitar, segundo Küng
8.1 O processo de acumulação capitalista, aliado ao neoliberalismo a partir de 1980, promoveu um acelerado desenvolvimento de favelização, com exploração de crianças, tráfico de órgãos e todo tipo de degradação humana
8.2 O pentágono já vislumbra uma guerra urbana contra favelados, que não param de crescer com as políticas de exclusão, praticadas pela elite nacional
- O que é, afinal, o fundamentalismo?
9 Fundamentalismo é a atitude do indivíduo que confere caráter absoluto ao seu ponto de vista, gerando intolerância e ódio ao diferente 
- Dois fundamentalistas: Bush e Bin Laden
10 O estado terrorista comandado por fundamentalistas religiosos, toma decisões como se fosse predestinação com aval do seu próprio Deus, para impor sua verdade absoluta
- Como conviver com o fundamentalismo?
11 Compaixão, cordialidade e amor são os elementos que surtem melhores efeitos na convivência com os fundamentalistas, que certamente, vivenciaram experiências traumáticas anteriores em sua sociedade
- São Francisco, patrono do diálogo com os muçulmanos
12 O diálogo abre caminho para alteridade e reconhecimento da realidade do outro, que como ser humano deseja paz mesmo vivendo em cultura diferente
- O sufi islâmico Rumi, místico da paz e do amor
13 O muçulmano Rumi deixou um legado de poemas demonstrando como o verdadeiro amor pode promover a união fraternal entre os humanos
- Terrorismo: a guerra dos fundamentalistas
14 O terrorismo tem como estratégia ocupar a mente das pessoas com o medo, através da espetacularização dos seus atos, mantendo as pessoas reféns de seu hipotético poder
- A violência: desafio radical
15 A violência surge de dentro do ser humano em seu instinto de rivalidade, gerando ódio pelo outro e unindo os iguais em torno de um bode expiatório, fazendo com isto, se esquecer, ser ele o agente inicial da sua violência
15.1 Somos ao mesmo tempo sábios e dementes, capazes de realizar atos de grande generosidade e/ou violência, só poderemos encontrar a paz através da cooperação
- A construção continuada da paz
16 Antropocentrismo conquistador autodestrutivo criou nossa forma injusta de sociedade, por sermos totalmente contraditórios, podendo ainda reverter nosso sistema social, primando pelo amor e diálogo com o outro
- Incorporar o espírito de gentileza
17 O profeta Gentileza percebeu sua missão como derivada do próprio Deus, para levar a paz e esperança, utilizando a estratégia de propagar a mensagem da cordialidade através da gentileza
- Resgatar a dimensão do coração
18 Mais do que racionalidade tem que se ter afeto, o ser humano está sendo afastado de seu amor à natureza pela instrumentalização secular da ciência 
- Que provável futuro nos espera?
19 O processo evolutivo aponta nossa sociedade em franco declínio, como as civilizações do passado, que ao perder hegemonia promoveu o caos.
Teremos de vencer os novos desafios através da cooperação para a paz
- Conclusão / O próximo passo: capital espiritual
20 A nova civilização humana terá que buscar os valores espirituais como alternativas para ascender no nível evolutivo, unindo razão e afeto, para o nascer de uma nova sociedade sustentável 
3 - Apreciação pessoal
Leonardo Boff consegue apontar com clareza aquilo que as pessoas talvez não consigam vislumbrar sobre si mesmas, em seus fundamentalismos de várias origens, que na época presente gera o afastamento do indivíduo de seu semelhante com cultura diferente, colocando em conflito constante, aqueles que necessitam conviver em plena cooperação.
A questão da verdade absoluta como parâmetro de convivência tem, constantemente na história, colocado a humanidade em confronto desde as primeiras civilizações, mas que nos dias atuais, isso piorou com a rápida disseminação de idéias através da internet, promovendo comoção pela forma violenta de manifestação, com os atentados dos fundamentalistas religiosos.
 Como relatou Leonardo Boff, a comoção gerada pela violência dos ataques tem colocado a população mundial refém do medo, e isso, colabora para que os grupos fundamentalistas tenham um poder substancial sobre o dia a dia das pessoas em todas as partes do globo, limitando a liberdade humana, para a convivência com seus semelhantes, principalmente em áreas públicas.
O medo tem provocado um sentimento de que o outro pode ser um potencial inimigo, ainda mais, se, este tiver características as criadas pelo imaginário ocidental, e propagadas pela mídia, com o estereótipo do muçulmano, que foi culpabilizado pelo ex-presidente Bush pelo atentado contra as torres gêmeas em 2001, declarando assim uma nova cruzada contra os seguidores dessa corrente religiosa, como se o fato de professarem sua crença, fosse o suficiente para condenar criminalmente a sociedade islâmica mundial, por um ato cometido por uma minoria fundamentalista, ou quem sabe, arquitetado por opositores religiosos, com objetivos óbvios de disseminar o ódio contra o Islã. 
Desde a chegada dos peregrinos Ingleses e Holandeses protestantes na América em 1620, e ressurgindo, na virada do século XIX com a série de livros: Fundamentals: a testemony of the truth, o fundamentalismo cristão, que foi propagado inicialmente na universidade de Princeton, foi disseminado por toda comunidade evangélica dos USA entre os literalistas da interpretação bíblica. Daí então tudo o que fosse proferido ou realizado contra a interpretação literal, dessa ala fundamentalista dos protestantes cristãos, era motivo de discriminação, e posteriormente, sujeito a reações de ódio, linha de pensamento, que, foi se impregnando gradativamente nas mentalidades de toda comunidade ocidental como verdade absoluta, graças a difusão dessas idéias pelo radio e TV, criando todo tipo de mal estar no convívio com os diferentes gêneros religiosos e sociais inseridos na nossa humanidade. 
Acredito que o autor acerta em sua forma de solução para reverter o sistema de mentalidade comum implantada pela razão instrumental globalizada, com o viés da espiritualidade, pela compaixão, dialogo e gentileza, como forma de religião praticada pela humanidade, promovendo uma aproximação do indivíduo ao seu semelhante, para que o planeta possa reverter a atual degradação religiosa, econômica, ecológica e de caráter, através da cooperação entre os diferentes.
 Ponto de partida comum de todas as disputas de cunho fundamentalista, a natureza já não pode mais suportar a grande agressão que vem sofrendo de forma intensiva desde a implementação do capitalismo, que de um lado esgota os recursos naturais para produção de mercadorias descartáveis, que tem espalhado lixo por todas as partes do globo, e por outro, coloca em disputa hegemônica os poderosos países ocidentais, que na defesa dos seus interesses particulares pelo domínio territorial, estão promovendo a pobreza, o medo e a violência sobre a vida da humanidade como um todo.
A desigualdade social promovida pelo espírito competitivo decorrente do capitalismo globalizado, tem se colocado a favor dos grupos fundamentalistas, que promovem o alistamento de voluntários sob o honroso discurso do martírio religioso, em que o adepto é doutrinado com um protocolo de formalidades e rituais até o momento de seu suicídio, que, se analisamos a fundo, veremos que esses atos promovem apenas o discurso de defesa pela violência e opressão dos estados hegemônicos contra a periferia global. 
Cabe a cada um de nós exercermos o reconhecimento dos valores do outro que é culturalmente diferente, vislumbrar seu ponto de vista, promovendo assim a alteridade como padrão de crescimento fraternal da humanidade, respeitando a mentalidade do diferente, em sua manifestação relativa a convivência comum, e desenvolvendo de tal modo, uma nova sociedade moldada pelo amor e a compreensão, onde o medo da nossa sociedade contemporânea poderá ser convertido em respeito e gentileza.

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