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Desafios da inclusão de crianças com autismo na escola

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Quais as dificuldades do professor do fundamental I ao receber uma criança com Espectro Autismo na escola regular?
 De acordo com Bialer, nos dias de hoje mesmo com toda tecnologia os diagnósticos feitos sobre o Espectro Autismo são na maioria erroneamente diagnosticados como débeis mentais, sendo que cada autista tem um grau, desde mais leve ao mais elevado e cada um tem uma reação diferente, Bialer fala de uma autobiografia de um adolescente Autista, Ido Kedan ao qual ele fala sobre a vida de Autista que se sente como objeto de estudo, aonde diz que todos deveriam ler as autobiografias de Autistas para saberem como é, e não somente julgarem-no com a sua aparência. Ainda falando sobre Ido Kedan ele afirma que se os pais houvessem se limitado ao que os experts afirmavam, ele estaria restrito a um currículo de 1+1 e ABC, em um trecho da pag. 487 ele diz.
“Pare de olhar para nossos movimentos bizarros, faces blank, falta de fala, dificuldade de escrita à mão pobre de autocontrole, and on, and on, como prova de atraso intelectual, pode parecer isto, mas eu penso que aqui as aparências enganam” (KEDAN, 2011,18 março), para os Autistas os professores olham para eles como débeis mentais, os professores não querem contato e os colegas os ignoravam, fazem bullying, a inclusão na escola e a maneira de como deveria ser ainda está bem longe de ser concretizado. 
 A escola não deve ter como em primeiro lugar a inclusão escolar, mas sim, respeito pelas diferenças. “A escola de nossos dias busca ser “inclusiva”, supondo que bastará incluir ou pôr para dentro de seus muros uma ou outra criança diferente, quando se trata, ao contrário, de produzir profundas e estruturais mudanças, que permitam a introdução da noção de diferença em seu funcionamento educativo (Kupfer, 2010, p 269).
 De acordo com Camargo, devido ao comprometimento em três áreas do desenvolvimento, existe uma crença em impossibilitar a criança com autismo a permanecer no ensino comum. E por causa dessa falta de compreensão a criança com autismo acaba sendo isolada, deixa de lado devido a essa crença que elas são incapazes de interagir e se comunicar.
 Proporcionar a criança com autismo oportunidade de conviver com outras crianças possibilita o estimulo as suas capacidades interativas e o seu desenvolvimento social, evitando o isolamento.
 Ao incluir essa criança com autismo na escola faz com que ela se desenvolva e que as outras crianças também se desenvolvam com as diferenças e aprendam.
 A inclusão escolar está prevista em lei, é um direito, e para crianças com outros transtornos do desenvolvimento.
 Crianças com autismo matriculadas nas escolas regulares têm crescido e isso é bom para a implantação de ações pedagógicas que respeitam as habilidades que elas possuem e as potencializem.
 Foi feita uma experiência com duas crianças uma com autismo e outra com desenvolvimento típico. E essas crianças foram avaliadas em sala de aula e pátio através de filmagens, para ver o perfil de competência social da criança com autismo e da criança com desenvolvimento típico.
 Eles observaram que a criança com autismo se assemelhou a criança com desenvolvimento típico no perfil de interação. E isso ao contrário de alguns mitos mostra que criança com autismo não é impedida de socializar, e viram que tanto uma como a outra foram aceitas e consideradas pelos companheiros.
 A criança com autismo foi amigável com os coleguinhas mostrando afetividade, abraçando e beijando o colega colaborando mostrando que nem todas as crianças com autismo possuem aversão ao toque físico. Notaram que elas sorriem, fazem graças mesmo por meio de incidentes. A criança com autismo e a criança com desenvolvimento típico mostraram que tanto uma como a outra não souberam esperar a sua vez numa situação de interação. Para uma comunicação e protestos devido a mudanças súbitas de atividade elas acabam ficando irritadas, choram, gritam e ficam muito agitadas, pois não gostam de sair das rotinas do dia a dia; é muito para elas.
 De acordo com Baptista, Vasques e Rublescki muitos educadores não querem trabalhar com crianças autistas devido a não saber lidar com agressividade de algumas crianças. Notaram que a criança com autismo no pátio foi menos rejeitada do que na sala de aula, porque em sala de aula ela não queria ouvir e nem negociar com as outras crianças.
Quando solicitada na sala de aula para trabalhar em grupo a professora notou que, ela interage. É muito importante essa interação para o desenvolvimento de habilidades sociais e cognitivas do autista e a convivência na escola, através da inclusão.
 Em sala de aula notou-se que por excesso de estimulação social como barulhos e conversa em um ambiente pequeno, eles ficavam irritados, assim, o professor percebeu que em um ambiente como o pátio, ela ficava mais sociável, mas há a necessidade de práticas pedagógicas que levem em conta as dificuldades da criança.
 Quando percebeu que as atividades de menor demanda, permite com que a criança com autismo se envolva mais com outras crianças, mas o professor tem que respeitar momentos de isolamento da criança. Podemos desse modo pensar que a inclusão escolar de crianças com autismo é algo possível, garantindo recursos necessários e a clareza acerca do papel da escola. 
 De acordo com Farias, percebemos que a inclusão ainda e algo muito distante de ser plenamente uma inclusão, pois escolas não consegue avançar o preparo de se adequação com a clientela de alunos deficientes, percebemos um descaso por parte do contexto educacional, e social. Segundo Dorneles, Espectro Autismo, é um fato que ocorre antes dos três (3) anos de idade e é classificado como transtorno invasivo do desenvolvimento, em que o indivíduo apresenta prejuízo qualitativo na interação social, e na comunicação de padrões restritos e repetitivos de comportamento, apresenta indiferença ou aversão a afeição ou contato visual direto de respostas faciais, de sorrisos sociais etc. (2002).
 Atualmente existe uma reinserção dessas crianças em escolas regulares que tanto a escola como os professores, buscam proporcionar a essas crianças com autismo ou quaisquer transtornos globais uma interação social, mais ainda são poucas as evoluções dessa inclusão, principalmente a espera educacional.
 Na relação professor-aluno é observado que existe ainda um certo obstáculo, um certo “medo” de atuar com o sujeito com autismo, ou até mesmo o fato de desconhecimento sobre a condição autista e por defrontarem-se diariamente com a possibilidade de não obterem resposta diante de uma intervenção pedagógica com o aluno, deve-se considerar que o professor é um adulto muito importante e experiente, pois contém um papel fundamental no desenvolvimento da criança com deficiência, principalmente aquela que tem autismo, pode-se adotar o conceito de Z.D.P (Zona de Desenvolvimento Proximal), entendida como um domínio de constante transformação a partir do amadurecimento de funções cognitivas que futuramente serão consolidadas e para obter um sucesso o professor deve reconhecer seu nível de desenvolvimento intelectual proximal para então, conduzi-lo a estágios ainda não alcançados, fazendo com que ele atinja níveis mais avançados de desenvolvimento real.
 De acordo com Favoretto, os professores e as escolas não se prepararam para receber os alunos com Espectro Autista, a inclusão de pessoas com deficiências ou necessidades educativas especiais é defendida por meio da constituição Brasileira (Brasil,1998) e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Brasil, 1996), que reconhecem o direito da educação para todos, propondo que o ensino seja baseado nos princípios de igualdade de condições de acesso, permanência e aprendizagem para todos os alunos na escola.
Portanto, a educação deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, assegurando aos alunos, currículo, métodos, técnicas, recursos educativos específicos e tecnologias assistidas para atender as necessidades da criança. Mas a realidade mostra que os professores em sua realidade não sabem lidar com alunos com Espectro Autista.
 De acordo com o artigo Organização do Espaço e do Tempo na Inclusão de Sujeitos com Autismo, de Cátia Giaconi e Maria Beatriz Rodrigues, as dificuldades dos professores em sala de aula é não saber por muitas vezes identificar o aluno com Espectro Autismo, e quando eles chegam com o laudo e a doença identificada mesmo assim costumam sentir-se despreparados sem saber lidar com as crianças com Espectro Autismo, por não conhecer as formas como a doença se manifesta e o grau.
 Entretanto falta muita informação para os profissionais na educação e muito por conta de despreparo do sistema educacional, faltam cursos apropriados para qualificação e quando tem, os profissionais costumam não se interessar por dizerem não ter tempo, mas com tanto curso a distância eles também não se interessam. Os professores costumam ter no mínimo 40 alunos por sala de aula e por isso dizem que não conseguem ajudar o aluno com Espectro Autista por conta da superlotação da sala de aula. Percebe-se também que os professores não se aprofundam sobre identificar e conhecer melhor a doença para poder interagir melhor com o aluno autista.
 Tendo em vista as dificuldades dos alunos com Espectro Autista as escolas poderiam trabalhar melhor os espaços escolares, a fim de receber melhor esses alunos colocando faixas com cores diferentes em cada ambiente e algumas figuras para que eles se locomovam melhor, tendo em vista que os autistas precisam ter referências para se localizar e ser um pouco independente, a colocação de relógios em todos os ambientes também ajuda eles a identificar a passagem do tempo. Com um pouco de informação os professores poderiam se preparar melhor e receberem de forma preparada esses alunos, isso de forma conjunta com as escolas e à família. 
 De acordo com Gomes, mostra-nos como o ensino de crianças com autismo, não tem sido reconhecido em escolas regulares, não tendo muita atenção nos estudos, e essa realidade vem aumentando em salas de aula, ficando expostas, sendo que crianças com autismo tem que ter um ensino adequado, para que elas possam se desenvolver.
 Segundo D’connor e Klien (2004) pag. 346 relata essa dificuldade que alunos com autismo tem tido em relação aos estudos, por terem dificuldades em suas relações sociais, por isso devem ter um aprendizado adequado para obterem sucesso em seus estudos na escola.
 Muitos pesquisadores, estão ajudando nesta função, adequando estratégias que possam ajudar essas crianças com autismo, onde essas pessoas vão corresponder aos estímulos desde o comportamento até como pensam. LOVAAS et al (1971) nos descreve como essas crianças respondem aos estímulos que oferecemos a elas, observaram que diante de uma figura com vários detalhes, seu olhar fixa em apenas um detalhe, ignorando o restante da figura. Diante a esta situação, suas reações podem ser diversas tanto visual e auditivas, com isso os pesquisadores nos mostra a necessidade de estímulos consistentes que possam ajudar em suas habilidades por serem sensíveis e podendo se incomodar diante de sons e cores afetando o seu humor, gostam de se manter em sua rotina e tem um melhor desenvolvimento diante de memória visual, estabelecendo um raciocínio lógico a regras e rotinas. Com isso elas oferecem um melhor desenvolvimento em ambientes livres de estímulos visuais.
 Uma menina que estudava em uma escola privada de um ensino regular foi observada e acompanhada em um consultório psicológico, sendo que cursava a Quinta Série tendo dificuldades em acompanhar sua turma em matemática, em adição e subtração, tendo também pouca comunicação por não conseguir se expressar.
 Aprendeu a ler sem precisar de ajuda diferenciada, mostrando interesse em suas tarefas, em sua aprendizagem em matemática ela também teve ajuda de uma acompanhante doméstica que era formada em magistério, que ajudava em seus exercícios em casa, seu estudo em adição foi feito passo a passo do cálculo mais simples para o mais complexo, conforme seus acertos, teve um bom aproveitamento em suas atividades, usava muito as mãos para concluir os resultados e assim ela foi avançando pouco a pouco. Na subtração o seu desenvolvimento manteve-se bom e foi seguido o mesmo modo, do mais simples para o mais complexo e sempre usando as mãos para suas respostas, só teve dificuldades na distinção dos sinais mais ou menos, mas para ajudarem ela, usaram as cores, sendo que o azul para o mais, onde tinha que levantar os dedos, e o vermelho para o menos, onde tinha que abaixar os dedos. Diante de sua aprendizagem, podemos observar que os autistas precisam de um acompanhamento delicado, atencioso, sendo pouco a pouco por etapas e sempre observando qual a sua dificuldade e procurar uma melhor maneira para que ela possa se desenvolver em suas habilidades, tendo um acompanhamento constante. Apesar do bom desempenho que ela ofereceu o seu desenvolvimento é limitado e precisa de cuidados, então durante os estudos é necessário um ensino que ofereça uma atenção e assim adquirir seu sucesso escolar, mas para que isso aconteça é necessário um interesse por parte da escola e uma preparação do professor para que este possa desenvolver uma adequação a estas crianças com autismo.
 De acordo com Gomes, o artigo Escolarização Inclusiva de Alunos com Autismo, são detectados vários fatores que a rede de escola regular enfrenta, as preparações de profissionais para atuar com estes alunos são precárias e faltam muitas informações que ajudem neste aprendizado.
 Apesar do direito, a matrícula de alunos com necessidades educacionais especiais nas escolas regulares, o serviço que é oferecido não está ajudando os professores, por falta de profissionais que possam auxiliar no seu desenvolvimento pedagógico, pois estes alunos necessitam de uma atenção especial porque os transtornos são variáveis, tendo vários aspectos que podem influenciar no seu ensino.
 E pelas estatísticas o número de crianças com autismo vem aumentando nas escolas regulares e, porém, poucos trabalhos envolvendo assuntos com autismo vem se desenvolvendo, diante do ensino devido a esta falta de preparação de professores diante de alunos com autismo, nenhum suporte é oferecido para o ensino e as estratégias pouco eficazes.
 Melo (2004) e Serra (2008) analisaram escolas que apresentam alunos com autismo e realizaram um estudo com os membros da comunidade envolvendo desde o professor até a família numa pesquisa minuciosa, onde o processo de inclusão está sendo feito na rede educacional. E foi concluído que desde a entrada do aluno na rede escolar não é analisada adequadamente, faltando informações que são necessárias para garantir o perfil do aluno e os professores sem uma base para poderem corresponder uma aprendizagem adequada, onde seus métodos ficam limitados dentro da sala de aula, não favorecendo os alunos com autismo que necessitam de uma dedicação especial, e muitas vezes a escola não oferece esses recursos, não tendo uma estrutura como atividades fora da sala de aula, já que eles necessitam de ar livre e podem ajuda-los na interação social com atividades em grupos, seu aproveitamento em sala de aula, e sua participação são considerados baixa, diante da turma. Mas na verdade falta estrutura desde a entrada do aluno, até mesmo no método de ensino a ser utilizado e a falta de um auxiliar que possa ajudar o professor em suas atividades, como por exemplo no ciclo I onde os professores contam com os auxiliares para ajudarem a cuidar das crianças.
 No entanto também esses auxiliares, não tem uma formação
que possa prepara-los a lidar com alunos autistas, pois muitos são estudantes, e no ciclo II e III eles precisam de uma formação, para oferecerem um trabalho que ajudem o professor a planejar processos educativos que favoreçam os estudos da criança, segundo a pesquisa feita o contexto envolvendo o aspecto referente ao diagnóstico da criança em escolas regulares estão confusos sem uma precisão certa e isto dificulta o processo a ser realizado com os alunos. Então como o professor pode receber está criança no ensino e ajuda-la em seu aprendizado, sem saber realmente o transtorno que o aluno tem e sua necessidade especial? e os recursos oferecidos limitados na ação pedagógica do professor?
 De acordo com Lemos, o artigo Inclusão de crianças Autistas: um estudo sobre Interações Sociais no contexto Escolar, as dificuldades dos professores com alunos com autismo é lidar com a falta de recursos das escolas ao receber esses alunos, pois as próprias escolas não estão preparadas para recebe-los por conta disso e do excesso de alunos em sala de aula os professores estão despreparados, segundo a pesquisa feita pelos autores. Em relação aos comportamentos de observar a criança autista, as professoras, de uma maneira geral, estavam sempre dirigindo atenção as crianças da sala individualmente ou dando instruções coletivas. Autores como Rocha (2006) abordam a importância de que o adulto demonstre mais comportamentos dedicados à atenção ao que a criança está fazendo, bem como no que ela consegue ou não fazer nesses contextos, com vistas a realizar intervenções mais favoráveis ao desenvolvimento da criança. Dessa forma os professores observam pouco os comportamentos dos alunos de maneira geral.
 De acordo com Misquiatti, os aspectos pragmáticos da linguagem, da interação social e comportamento estão ligados e se destacam a importância do papel do professor para o desenvolvimento, em muitos casos é nítida e positiva os relacionamentos e comportamento das crianças em sala de aula com o professor, com capacitação e instrução para poder agir com as adversidades dentro da sala de aula.
 “Optou-se por empregar uma intervenção organizada por meio de procedimentos breves, buscando atender à necessidade imediata descrita pelos professores participantes, que é a falta de tempo e a intensa carga de trabalho, além de buscar a operacionalização da pesquisa, evidentemente, teve-se o intuito de abordar a efetividade de estratégias que facilitam a adesão desses profissionais. ”
 Com a pesquisa pode se notar que os professores não têm elementos para poder trabalhar com um aluno com Autismo, pois o conhecimento está associado ao uso de práticas inadequadas, mostrando que é necessária uma mudança urgente para esta situação. O importante não é saber lidar com o Autista, e sim saber lidar com os diferentes aspectos relacionados a este tipo de transtorno, muitos professores necessitam de um esclarecimento em relação ao Autista pois muitos têm medo, como se isso fosse uma doença contagiosa, a dificuldade em aderir a essas crianças, são as barreiras impostas pelos professores.
 De acordo com Nascimento o artigo sobre comportamentos de crianças do Espectro do Autismo e seus pares no contexto Musical, foi relatado como é importante atividades que envolva crianças da mesma faixa etária, para que possa ter uma aproximação entre eles através de brincadeiras e músicas, pois a interação social para estes alunos é difícil por não saberem se expressar, não tendo o domínio sobre seus impulsos, então ai que vem a questão de atividades que possam exercer sobre eles um agrupamento, construindo uma relação com o seu par e se desenvolvendo perante as imitações no decorrer das brincadeiras, onde a música também pode auxiliar, mexendo com as emoções e favorecendo em sua habilidade auditiva, onde ela possa favorecer em outras questões como linguísticas, sociais, dentre tantas outras.
 Também temos que ressaltar ao contexto em que a criança vive, o seu ambiente pode ajudar em seu desenvolvimento, segundo CHIARELLI; BARRETO, (2005), os benefícios que estas atividades musicais trazem podem ajudar muito essas crianças, em seus comandos, na sua coordenação motora, em sua aprendizagem e até mesmo em suas ações cotidiana no ambiente escolar.
 Considerando os possíveis benefícios da educação musical, foi feita uma pesquisa entre duas crianças, de cinco e seis anos, que estudavam em escolas privadas de ensino regular cursando o jardim I, na cidade de Belém do Pará, diagnosticadas com o transtorno global do Desenvolvimento (autismo infantil), onde seus responsáveis autorizaram para que tivessem essas aulas musicais.
 Autorizados pela família as crianças iniciaram as aulas de percussão infantil, durante duas vezes por semana, aproximadamente 30 minutos, durante 3 meses. As professoras organizavam as aulas em seis atividades utilizando músicas, fazendo uma roda com quatro instrumentos musicais que ficavam numa cesta, fornecendo o material perto delas. Na cesta tinha ganzá, coquinho e claves de madeira e em frente ficava o tambor.
 As crianças se organizavam em rodas e conforme as músicas, elas davam as mãos se interagindo entre si, trocando instrumentos e a professora ajudava conforme a necessidade de cada um, entre uma das atividades tinha as fotos das crianças que ficava ao chão, e o quadro negro, utilizado para fazer a chamada.
 Dentre as atividades as crianças observadas, foram se adaptando e quando necessitado davam as mãos conforme a professora mandava, só uma das atividades onde tinham que pegar a sua foto e colocar no quadro eles não corresponderam, ficando parados sem reação.
 Mas no decorrer das aulas de educação musical ficou observado a interação que eles tiveram com seus pares, e a estereotipias que apresentavam durante as aulas é um modo deles se comunicar de se aproximar do outro. Uma questão importante é o desenvolvimento que o adulto pode proporcionar a crianças deixando-a realizar sozinha atividades que já são capazes, e assim auxiliar em seu processo de desenvolvimento. Como podemos observar que tanto os pais como os professores que atuam com crianças de TEA tem que haver uma formação que auxilie no momento adequado para intervir, deixando a criança mais livre a realizar suas atividades, respeitando suas limitações. Pois assim o professor pode adquirir em cada aula, onde o aluno precisa mais de um auxilio durante as atividades, e a inclusão de uma educação musical para alunos com TEA, iria ajudar muito, principalmente na interação social, ajudando o professor a se aproximar afetivamente do seu aluno e assim conhecendo suas expressões e entende-las conforme a necessidade de cada um, porque cada criança é única e precisa de um acompanhamento adequado.
 De acordo com o artigo “Escolarização formal e dimensões curriculares para alunos com Autismo. O estado da arte da produção acadêmica Brasileira”, para garantir a aprendizagem e conhecimento o indivíduo é a peça fundamental para ação educacional. O currículo é o procedimento ao qual deve-se ser realizado conforme as informações passadas, no artigo também diz que “a abordagem curricular é objeto de atenção do ministério da Educação e Cultura (MEC), em cumprimento ao art.:210 da Constituição Federal de 1988 (Brasil,1998), que determina como dever do Estado para com a educação estabelecer conteúdos mínimos para o ensino Fundamental, visando à Formação básica comum e respeito aos valores culturais, artísticos, nacionais e regionais. ” A dificuldade da inclusão do aluno na escola comum com o Espectro Autismo e justamente adequar o currículo e fazê-lo com as deficiências de cada um com o Espectro Autismo, já que cada um têm uma dificuldade a ser superada, as dificuldades em conviver em grupo, comportamento impróprio, não tem contato visual pois o professor necessita de atenção para saber se está sendo entendido e falta de estimulo pelos pais.
De acordo com o artigo “Tecnologias Móveis na Inclusão Escolar e Digital de Estudantes com Transtornos de Espectro Autista. ” A prática e a inclusão na sociodigital se desencadeia pela ligação de dispositivos ao qual o professor pode fazer a utilização para o desenvolvimento do aluno, “ao ser estabelecida essa prerrogativa, conquista sentido diferenciar as expressões igualdade e equidade a igualdade, representada pelo sinal aritmético de igual, remete à promoção de situações idênticas, uniformes e equivalentes para todas as pessoas”, onde o texto diz que nem todos tem acesso, para ter esse direito de aprendizado, pois para ser igual tem que ter o mesmo benefício, porém nos deparamos com barreiras das classes sociais onde o que tem mais dinheiro, a evolução dos alunos Autistas são satisfatórias, enquanto por mais que os pais se esforcem os de classe baixa sem os recursos não conseguem nada, além do que o simples fato de estar matriculado em uma instituição, mesmo que a instituição seja uma escola inclusiva, que tenha sala com recursos multifuncionais e ter corpo discente estudantes com deficiência regularmente matriculados se não revelar uma efetiva utilização do dispositivo móvel. Foi feita uma pesquisa em escolas inclusivas com professores que assumiriam a responsabilidade para com aluno Autista.
 “Todo o processo de interação com o professor que atuou como agente de observação foi estruturado na modalidade presencial e não presencial, utilizando para essa o ultimo o ambiente digital Eduquito. Essa estratégia de pesquisa possibilitou uma mediação mais pontual com cada educador participante, realizando as correções necessárias para qualificar o processo de inclusão escolar e tecnológica. ”
 Nesta pesquisa eles puderam ver que um certo aluno por ser filho de pais formados em curso superior, com condições de vida confortável, ficava mais tempo dentro de sala de aula do que os outros alunos, dos quais não tinham acompanhamento familiar, tanto financeiro como pessoal, muitos ficam sem condições de aprendizados devido os recursos financeiros não suprirem nem as necessidades básicas, imagine ter que suprir as necessidades da tecnologia móvel, ao qual sabem que é importante porém não tem como fazer uso.
 Nos anos 40 o autismo tem sido tema de grande interesse em várias áreas como a ciência, literatura e o cinema. Teóricos cognitivistas defendem que o autismo é fruto de prejuízos nos módulos da mente.
 Em 1943 Leo Kanner construiu a síndrome a partir da observação de 11 crianças. O nome autismo foi dado pela primeira vez, para descrever um dos sintomas de esquizofrenia no adulto. Ele acreditou que essas crianças eram capazes de se comunicar, possuíam linguagem, para ele as crianças vieram ao mundo com uma incapacidade inata em ter contato afetivo com as pessoas.
 Foram criadas metáforas na literatura psicanalítica como tomada desligada, ovo de pássaro, fortaleza vazia, folha de papel e buraco negro, para falar do isolamento radical, inacessibilidade e superficialidade psíquica. E essas metáforas fizeram com que as crianças com autismo deixassem de ser conhecidas como nossos semelhantes e ficaram fora da linguagem e da cultura.
 O objetivo deste trabalho era o de compreender como os professores iriam trabalhar com as teorias para dar sentido ao autismo infantil. Fizeram um estudo com professores formados na pedagogia, outros com magistério e dois em psicopedagogia incluindo professores com 19 anos de experiências na sua área com vários anos e tiveram alguns sem nenhuma experiência na educação especial.
 A partir de uma análise de um conteúdo os professores pegaram os principais temas, fazendo encontrar as concepções sobre o autismo. Uma professora que pensa a origem do autismo como uma desconexão cerebral, também fala que seus alunos no mais ficam desconectados quando não se tem uma rotina. E que a falta de plasticidade cerebral nos autistas, ela fala que atrapalha para que eles aprendam. Uma dessas também tem um filho adolescente autista, e já tinha experiência na área escolar. Tem professores que relacionam o autismo infantil a falta de afeto, rejeição materna e tem escolas que defendem que isso afeta mesmo na constituição de seu psíquico. E fala que a vontade de um ser humano de viver depende o quanto a mãe desejou que este vivesse. 
 Para trabalhar com autista uma professora faz um planejamento, mas mesmo com esse planejamento ela não consegue entender o autista como ela consegue entender uma criança com Down pois sabe onde trabalhar com ela. Professoras que tem experiências com autistas batem na tecla de novo que a falha mãe e bebê acaba sim influenciando na criança. Algumas professoras falam que o mais importante foi observar os alunos e aprender com as professoras mais experientes sobre esse assunto.
 Quando falam sobre essas experiências elas falam que os alunos que ensinam, mostrando assim o que funciona e o que não dá certo na situação pedagógica. As práticas escolares com o aluno são diferentes dos livros pois mostram a teoria, mas a pratica é que vão ensina-la á como lidar com alunos com autismo.
 Alguns professores têm que inventar seu modo próprio de dar aula pois esperam da ciência uma resposta para esse assunto mas acabam percebendo que este é cheio de incertezas e que não podem contar e assim acabam percebendo sua fragilidade no momento do convívio com esses alunos. E por esse motivo quando um aluno novo chega à escola elas fazem um estudo, observando, para ver maneiras de se relacionar e se aproximar desse aluno, pois ele não permite que você tenha uma relação com ele, por isso que aos poucos o relacionamento de se aproximar do aluno vai ajudando com que ele perceba que você se interessa por ele.
 Deste modo eles vão compreendendo o que lhes é dito sendo capazes de obedecer a comandos, mas como não conseguem se verbalizar acabam assumindo a função de atribuir sentidos aos comportamentos, o que gera em alguns professores angústia, porque eles pensam “há está precisando disso e daquilo” e acaba não sendo e para elas é difícil tendo que ficar deduzindo o que fazer e o que não fazer.
 Uma professora relatou sobre um ex–aluno que pegava um livro e colocava espalmadas nas costas, o livro ficava até quente, mas elas não conseguiram entender o porquê disto e para o aluno pode ser um ato confortador embora seja um ato estranho para as outras. De modo geral existem incertezas sobre o autismo pois seus conceitos e teorias de alguns científicos não nos fazem compreender sobre esse assunto, e assim fazem com que não compreendam as causas da doença assim tornando-os ignorantes sobre o assunto. E nestas incertezas as professoras ocorrem ao saber prático e não ao cientifico. Mas o autismo tem que ser mais aprofundado para melhor compreensão.
BIBLIOGRAFIA
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Farias, Iara Maria de, Maranhão, Renata Veloso de Albuquerque and Cunha, Ana Cristina Barros da Interação professor-aluno com autismo no contexto da educação inclusiva:análise do padrão de mediação do professor com base na teoria da Experiência de Aprendizagem Mediada (Mediated Learning Experience Theory) . Rev. bras. educ. espec., Dez 2008, vol.14, no.3, p.365-384. ISSN 1413-6538
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PPI-II
2ºNMA
PROFESSORA: MARLA ANDRESSA DE OLIVEIRA SANTOS
Aciane Silva de Araújo
RA: 1523079
Alexandra Cristina Ferreira
RA: 1525182
Cleideane Nunes da Silva
RA: 1322545
Fernanda Rodrigues da Silva
RA: 1521970
Nivea Regina da Silva Bacelar
RA: 1523113

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