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Trabalho - Nulidades do processo

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Princípios da Nulidades Processuais Trabalhistas art. 794 a 798 CLT.
Conceito.
Sergio Pinto Martins, assim define o conceito de nulidade:
“Nulidade é sanção determinada pela lei, que priva o ato jurídico de seus efeitos normais, em razão do descumprimento das formas mencionadas na norma jurídica (...)..” (Martin, Sergio Pinto.
Direito Processual do Trabalho, Atlas, 22ª edição, 2004, p.177)”
Nulidade, segundo a melhor doutrina, é a privação dos efeitos de um ato jurídico. Na esfera processual, a nulidade acarreta perda do efeito de um ato processual, vale dizer: o ato processual não produzirá os efeitos pretendidos.
Princípios que informam a nulidade. Nulidade é vício ou defeito dos atos processuais. Para que ocorra um vício ou defeito dos atos processuais, algum requisito de validade desse ato processual, vai se perder. Os requisitos exigidos para que o ato seja válido são: Capacidade do sujeito: objeto lícito e possível: manifestação livre de vontade; forma prescrita ou não defesa em lei. O vício vai se dar pela ausência, fuga ou desobediência de algum desses elementos. Ausente qualquer um desses, o ato se torna viciado. A nulidade, o vício gera o prejuízo para o outro.
Classificação segundo Rodrigues Pinto:
Irregularidades: Meras irregularidades, vícios que têm leve deformação, podendo ser facilmente corrigidos (deformação pequena que não gera grandes efeitos no processo. Exemplo: quando você se equivoca na data de admissão do reclamante é um vício pequeno que pode ser corrigido, não vai gerar prejuízo para a parte contrária).
Atos inexistentes: não geram efeito. Exemplo: contestação sem assinar. Sentença sem assinatura do juiz.
Nulidades: são  os vícios com a deformidade grande, sendo necessária a interveniência, para que a nulidade seja sanada.
Bezerra Leite chama o vício de irregularidade:
1)     Irregularidade sem consequência: pequenos erros materiais que podem ser sanados. Um equívoco na contestação, que não gere muita consequência.
2)     Irregularidades que geram sanção extraprocessual: Exemplo: advogado retirar o processo no fórum, permanecendo com o mesmo por mais tempo do que o permitido. É o chamado “embargo de gaveta”. Visando enrolar o processo, protelar o tempo, ele fica com o processo até ser intimado para devolver os autos, mediante busca e apreensão. Se ele não devolve ou o juiz percebe que ele está protelando o feito maliciosamente, o juiz pode tomar providência extraprocessual, que é oficiar a OAB para que sejam tomadas providências administrativas contra o advogado. Gera sanção extraprocessual.
Outro exemplo: juiz demorando a proferir sentença. Pode-se buscar auxilio à Corregedoria de Justiça. Ambos os exemplos apresentados geram efeitos para fora do processo: punição para o advogado e punição para o juiz.
3)     Irregularidade que gera ato inexistente: não gera efeito. Exemplo: contestação sem assinar. Sentença sem assinatura do juiz, recurso sem assinatura.
4)     Irregularidade que gera nulidade: é o vício com a deformidade grande, sendo necessária interveniência da norma, para que a nulidade seja sanada. Dependendo da nulidade, só pode ser suscitada pela parte, e dependendo da extensão dela, pode ser até declarada de oficio. Isso vai depender da natureza da nulidade. Nulidade relativa só a prova pode fazer. Já a absoluta, o juiz pode declarar de oficio.
Saneamento dos vícios: Dependendo da extensão, o vício pode ser saneado das seguintes maneiras:
1)      ignorado;
2)      gerar sanção extraprocessual;
3)      ser objeto de correção (pode ser corrigido);
4)      invalidado.
Exemplo de invalidação: quando você alega a nulidade da sentença, dizendo que o juiz não quis ouvir uma testemunha. Você arguiu a preliminar do recuso, arguiu a nulidade da sentença, por cerceio de defesa (porque aquela testemunha seria indispensável para sua prova). A sentença será anulada. Aquele ato processual (a sentença) será nulo, e por consequência, haverá a invalidação do ato, sendo necessária a oitiva da testemunha, e sendo proferida nova sentença.
 Princípios das Nulidades:
 O sistema de nulidades do Processo do Trabalho é regido por alguns princípios estampados na norma. Um não está na CLT (Princípio da Instrumentalidade artigos 154, 244 do CPC), os outros, estão na CLT (artigos 794 a 798).
Princípio do Prejuízo ou da Transcendência: (artigo 794 CLT): A declaração de nulidade só vai ser viável se gerar manifesto prejuízo (de ordem processual, dentro do processo; não de ordem material) às partes litigantes. Esse ato gera um efeito maléfico para uma das partes. É um ato passível de nulidade.
Princípio da Convalidação ou Preclusão: (artigo 795): O disposto neste artigo serve para as nulidades relativas. A parte tem que arguir a nulidade na primeira oportunidade. Porque o § 1º nos diz: “Deverá, entretanto, ser declarada ex officio, a nulidade fundada em incompetência de foro (aquele no que tange à matéria ou à pessoa; ou seja, incompetência da Justiça do Trabalho). Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios”.
Incompetência absoluta, o juiz pode declarar de officio. Já a incompetência relativa, deverá ser suscitada pela parte, na primeira oportunidade. Se a nulidade relativa não for suscitada na primeira oportunidade, aquele ato estará convalidado. Por exemplo: a exceção de incompetência em razão do lugar. Tem que ser arguido na primeira oportunidade. Caso não o seja, o direito é precluso, aquele juízo fica prevento (fica prorrogada a competência para aquele juízo), e ele vai apreciar o processo até o final, e a parte não pode mais se insurgir alegando a incompetência.
O parágrafo 2º nos diz: “O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma ocasião, que se faça remessa do processo, com urgência, à autoridade competente, fundamentando sua decisão”.
Princípio da Economia Processual (artigo 796, alínea “a” CLT): A nulidade não será pronunciada quando for possível suprimir-se a falta ou repetir-se o ato. Exemplo: o sujeito é citado no endereço errado, mas fica sabendo da ação movida contra ele, comparece à audiência na data e hora marcadas, e apresenta sua defesa. Se ele compareceu à audiência, não há que se falar em nulidade.
Princípio do Interesse (artigo 796. Alínea “b” CLT): A nulidade não será pronunciada quando arguida por quem lhe tiver dado causa. Ou seja, eu não posso usar a meu favor uma irregularidade, uma prática, que eu provoquei. Não posso arguir a meu favor, nulidade que eu dei causa.
Princípio da Utilidade (artigo 798 CLT): a nulidade do ato não prejudicará os posteriores que dele dependam, ou sejam, consequências.
6)     O artigo 797 da CLT é uma complementação do artigo 798 da CLT, assim, trata do Princípio da Utilidade: O juiz ou tribunal que pronunciar a nulidade declara os atos a que ele se estende, para que vai servir aquela nulidade, preservando aquilo que foi feito de forma correta.  No processo do trabalho, o prazo para interpor recurso e/ou contra razões, é de oito dias.
Espécies de Nulidade.
Trata-se da mais simples forma de nulidade, pois são vícios que não impedem que
o ato processual produza efeitos. Podem ser ignorados ou reconhecidos de ofício
pelo Magistrado, ou mediante requerimento das partes.
 Nulidade relativa: 
Também conhecida por anulabilidade, ocorre quando o desrespeito à forma atinge norma jurídica de interesse privado, ou seja, de interesse das partes. O prejudicado
com a nulidade não é o Estado, e sim, as partes, razão pela qual somente essas
podem alegar o vício, não podendo ser reconhecido de ofício pelo Juiz. 
Nulidade absoluta: 
Diferentemente do que dito no item anterior, sobre a nulidade relativa, a nulidade absoluta afeta diretamente norma de ordem pública, ou seja, de interesse do Estado, e que por
isso pode ser reconhecida pelo Juiz de ofício, ou mediante requerimento da
parte. Inexistência: Na inexistência, espécie mais grave de nulidade processual, a ato sequer existe para o mundo jurídico, não sendo passível de produção de qualquer efeito.
Afirma-se que o ato processual sequer nasce. Assim, não pode produzir qualquer
efeito legal.

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