Buscar

RESUMO NP2 NEUROCIÊNCIAS

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

RESUMÃO NP2 NEUROCIÊNCIAS
PLASTICIDADE CEREBRAL: Meio pelo qual o organismo cria modificações funcionais duradoras permitindo a acomodação entre os desafios do meio e as possibilidades do indivíduo devido a perturbação funcional. A teoria autopoiética tem como ideia básica um sistema organizado autossuficiente.
O cérebro humano é um órgão dinâmico e adaptativo, capaz de se reestruturar em função de novas exigências ambientais ou das limitações funcionais impostas por lesões cerebrais.
PERSPECTIVA ESTRUTURAL (configuração sináptica) + PERSPECTIVA FUNCIONAL (modificação do comportamento) = Capacidade do sistema nervoso se modificar em decorrência dos padrões de experiência.
MECANISMOS DE RECUPERAÇÃO FUNCIONAL APÓS LESÕES CEREBRAIS:
DIASQUISE OU DEPRESSÃO FUNCIONAL TRANSSINÁPTICA: A diasquise decorre de um desequilíbrio entre excitação e inibição entre as diferentes áreas cerebrais após uma lesão. 
À medida que a depressão funcional regride nestas áreas mais distantes, o quadro clínico neuropsicológico pode sofrer mudanças dramáticas de um dia para o outro... 
SUPERSENSIBILIDADE (PÓS-SINÁPTICA) DE DESNERVAÇÃOOU HIPERATIVIDADE PRÉ-SINÁPTICA: Nas primeiras horas e dias após a lesão, os neurônios A e C podem ter sua atividade funcional deprimida. Com o tempo voltam a recuperar e até exacerbar o seu nível de atividade. 
REATIVAÇÃO DE AFERÊNCIAS INATIVAS OU PRESERVAÇÃO DE COLATERAIS OU MELHORIA DA EFICÁCIA SINÁPTICA: Alterações na eficiência sináptica produzidas por estímulos ambientais repetitivos. A estimulação sincrônica de neurônios tende a reforçar sua conectividade sináptica fazendo com que eles passem a funcionar como uma unidade funcional ou assembleia neuronal.
POTENCIAÇÃO DE LONGO PRAZO (LTP): A estimulação repetida sensibiliza a célula fazendo com esta precise de menos estímulo para liberar seus neurotransmissores e amplie seus sítios receptores.
A longo prazo as modificações na expressão gênica desencadeiam alterações na síntese de receptores e neurotransmissores, que constituem a base sináptica da APRENDIZAGEM.
RESTITUIÇÃO POR BROTAMENTO REGENERATIVO E COLATERAL: Sob determinadas condições, é possível haver regeneração neuronal em roedores.
REPRESENTAÇÃO VICÁRIA OU SUBSTITUIÇÃO FUNCIONAL: Quanto mais precoce a lesão, maiores as chances de recuperação funcional. Além da localização e da lateralidade da lesão, os efeitos a longo-prazo de lesões cerebrais na infância podem depender também do estágio do desenvolvimento em que o cérebro estava por ocasião da lesão.
SUBSTITUIÇÃO COMPORTAMENTAL: Consiste em realizar o mesmo comportamento servindo-se de outros meios.
VARIÁVEIS QUE AFETAM A RECUPERAÇÃO FUNCIONAL: O prognóstico é indicado pelos recursos disponíveis ao indivíduo tanto antes quanto depois da lesão.
LOCALIZAÇÃO DA LESÃO: Lesões corticais primárias teriam efeitos mais deletérios (danoso) na infância do que na idade adulta (o córtex da criança está em formação, formação de dentro pra fora). Uma indiferenciação funcional das áreas secundárias e primárias. As lesões de áreas terciárias acarretariam consequências menos drásticas na infância, e mais drásticas nos adultos.
EXTENSÃO E SEVERIDADE DO COMPROMETIMENTO NEUROPSICOLÓGICO: A presença de comprometimentos neuropsicológicos múltiplos, principalmente dos lobos pré-frontais, torna inviáveis os procedimentos de compensação.
Exemplos de funções executivas: Memória Operacional: Capacidade de manter e manipular informações mentalmente, possibilitando relacionar e integrar informações, lembrar sequencias ou ordens, projetar sequencias de ações no futuro. 
Controle Inibitório: Capacidade de inibir um comportamento, filtrar pensamentos, controlar impulsos e resistir a tentações, para e pensar antes de agir.
Flexibilidade Cognitiva: Capacidade de mudar o foco, alternar tarefas e focos, considerar diferentes perspectivas e adaptar as demandas do ambiente e resolução de problemas.
ETIOLOGIA E CURSO DE PROGRESSÃO DO PROCESSO PATOLÓGICO: Em casos de doenças neurodegenerativas (ex: Alzheimer), existem evidências empíricas de que os métodos cognitivos e comportamentais de reabilitação permitem postergar o início da fase de deterioração, apesar de não mudarem a expectativa de vida.
IDADE DE INÍCIO: Algumas alterações cognitivas e comportamentais decorrentes de lesões frontais podem se manifestar apenas a partir da idade escolar ou até mesmo da adolescência. O prognóstico para as lesões precoces pode não ser tão bom, mas os casos clínicos indicam que a idade é um fator decisivo.
TEMPO TRANSCORRIDO DESDE O INÍCIO DO QUADRO: As intervenções precoces podem minorar o sofrimento quando ele é mais intenso e, ao mesmo tempo, prevenir a instalação e manutenção de padrões desadaptativos de comportamento.
VARIAÇÕES NA ORGANIZAÇÃO CEREBRAL DAS FUNÇÕES: Pequenas variações anatômicas na vascularização cerebral, na irrigação arterial terminal de territórios corticais explicam por que lesões de tamanho e localização parecidas podem causar sinais/sintomas clínicos diversos.
CONDIÇÕES AMBIENTAIS, SÓCIO-DEMOGRÁFICAS E ESTILO DE VIDA: Quanto melhor o nível adaptativo pré-mórbido e mais leve o comprometimento, melhor a reabilitação funcional.
Apoio familiar e social; Motivação e Percepções do indivíduo, enfrentamento, auto eficácia.
FATORES AGRAVANTES INTERNOS OU EXTERNOS: Uso de álcool, tabaco, drogas e a presença de psicopatologia prévia.
NEUROPSICOLOGIA: 
PHINEAS GAGE - 1848: Passagem de uma barra de ferro por sua cabeça.
A lesão dos lobos frontais, passou a ser associada às funções mentais e emocionais alteradas. A maior parte do dano foi à região ventromedial dos lobos frontais em ambos os lados. A parte dos lobos frontais responsável pela fala e funções motoras foi poupada.
Os Damasios observaram o mesmo tipo de mudança em outros com lesões semelhantes, causando déficits característicos nos processos de decisão racional e de controle da emoção.
BROCA: Sr. Leborgne, havia “perdido o uso da palavra” e era incapaz de “pronunciar mais do que uma silaba, que ele repetia duas vezes seguidas” (tan tan) (Broca, 1861).
MÉTODO ANATOMOCLÍNICO:
SINAIS CLÍNICOS: Paciente com um comprometimento especifico na capacidade de produção de fala, em meio a um quadro de relativa preservação cognitiva.
PADRÕES NEUROANATÔMICOS DE ALTERAÇÃO CEREBRAL: Autopsia revelou uma lesão especifica no giro frontal inferior esquerdo.
Wilder Penfield (1891-1976): Em 1950 Estabeleceu por meio de estimulação elétrica um detalhado mapa de processamento sensorial e motor.
Alexander Romanovich Luria (1902 – 1977): Construído historicamente e culturalmente (cérebro trans-histórico) e com alto grau de plasticidade e compensação entre as suas partes.
Três unidades cerebrais:
1 - Unidade de sono-vigília (TRONCO CEREBRAL).
2 - Unidade sensorial e armazenamento de informação (OCCIPITAL, PARIETAL E TEMPORAL).
3 - Unidade de regulação e monitoramento de atividades (CÓRTEX PRÉ-FRONTAL).
O CASO HENRY MOLAISON: Secção bilateral do lobo temporal para conter quadro de epilepsia intratável em 1953 (aos 27 anos).
• Ablação bilateral do Hipocampo
• Perda da :memória declarativa
• Manutenção da memória não declarativa
• Sem deficiência de percepção, QI, pensamento abstrato, capacidade de raciocínio
• Amnésia anterógrada
• Preservada habilidade para aprender novas memórias implícitas (escrever espelhado, resolver
quebra-cabeças).
TÉCNICAS DE NEUROIMAGEM:
FOTOGRAFIA: Utilizada em estudos após a morte. Sem técnicas de coloração encontra dificuldades na diferenciação das estruturas de substância cinzenta e de substância branca.
ELETROENCEFALOGRAFIA: Utilizado para registrar a atividade elétrica do cérebro. Trata-se de um método não-invasivo, com eletrodos colocados no couro cabeludo. A EEG mede as flutuações de tensão resultante da corrente iônica dentro dos neurônios do cérebro.
TOMOGRAFIA: Usa uma série de raios-x da cabeça retirados de várias direções diferentes. Usado tipicamente para visualizar rapidamente lesões cerebrais. Mede as
emissões de substâncias químicas metabolicamente marcadas radioativamente que foram injetadas na corrente sanguínea, mostrando o fluxo sanguíneo e metabolismo de oxigênio e glicose nos tecidos do cérebro.
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: Depende das propriedades paramagnéticas da hemoglobina oxigenada e desoxigenada para ver imagens de alteração do fluxo sanguíneo no cérebro associado à atividade neural. Isso permite a geração de imagens que refletem quais estruturas cerebrais são ativadas durante o desempenho de diferentes tarefas ou em estado de repouso.
NEUROPSICOLOGIA NO BRASIL: 
NEUROLÓGICO: Funções Cognitivas.
PSIQUIÁTRICO: Aspectos emocionais e comportamentais.
PSICOLOGIA: Caráter multidisciplinar
RAMIFICAÇÕES E ABRANGÊNCIA DA NEUROPSICOLOGIA: Desenvolvimento cognitivo (neurogenética e educação); Avaliação Neuropsicológica; Reabilitação neuropsicológica; Neurolinguística; Arte; Cognição social; Moral e ética; Neurofilosofia e Neuroteologia.
NEUROPSICOLOGIA: FUNÇÕES EXECUTIVAS, ATENÇÃO, MEMÓRIA, LINGUAGEM, VISUOCONSTRUÇÃO, PRAXIA E COGNIÇÃO SOCIAL.
FUNÇÕES EXECUTIVAS: Conjunto de habilidades que, de forma integrada, permitem ao indivíduo resolver problemas imediatos, de médio e de longo prazo.
Direcionar comportamentos a metas; Avaliar a eficiência e a adequação desses comportamentos; Abandonar estratégias ineficazes em prol de outras mais eficientes; Monitorar sua atenção; Manter o foco da atenção na tarefa que está realizando; Integrar temporalmente os passos que já foram realizados, bem como aquele que está sendo executado e os seguintes.
• As funções executivas desenvolvem- se com intensidade entre 6 e 8 anos de idade e continua até o final da adolescência e início da idade adulta;
• Mesmo concluindo a maturação mais tardiamente, o desenvolvimento dessas funções inicia-se no primeiro ano de vida e é possível identificar comprometimentos nesse progresso em bebês de 9 meses;
• O desenvolvimento inicial das funções executivas e de crucial importância para a adaptação social, ocupacional e mesmo para a saúde mental em etapas posteriores da vida;
• As disfunções executivas não são condições para o surgimento de psicopatologias (como o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) e o autismo), mas a presença inicial de disfunção executiva aumentaria o risco para a configuração de um transtorno porque há a diminuição;
FUNÇÕES EXECUTIVAS: Permitem soluções de problemas, desde a formulação de um plano de ação aos ajustes de tal comportamento para que um determinado objetivo seja alcançado.
LESÕES NOS CIRCUITOS FRONTAIS ESPECÍFICOS ACARRETAM EM DIFERENTES MANIFESTAÇÕES COGNITIVAS E COMPORTAMENTAIS: 
ORBITOFRONTAL: Relacionado a aspectos do comportamento social, como empatia, cumprimento de regras sociais, controle inibitório e auto monitoração.
Disfunções levam a alterações abruptas da personalidade, do comportamento, estando presentes dificuldades em inibir comportamentos impróprios e tomar decisões que impliquem em inibir tendências imediatistas e considerar consequências de longo prazo.
DORSOLATERAL: Relacionado a processos cognitivos de estabelecimento de metas, planejamento, solução de problemas.
Disfunções levam a dificuldades cognitivas relacionadas ao estabelecimento de metas, planejamento e solução de problemas, memória operacional, monitoração da aprendizagem e atenção, flexibilidade cognitiva, abstração e julgamento.
VENTROMEDIAL: Relacionado a motivação, a monitoração de comportamentos, o controle executivo da atenção, a seleção e o controle de respostas.
Disfunções levam a manifestações comportamentais como apatia, desmotivação, dificuldades no controle atencional e desinibição de respostas instintivas.
DORSOLATERAL (fora): Funções executivas do tipo “frio”: Caracterizadas por aspectos lógicos e abstratos.
ORBITOFRONTAL (meio): Funções executivas do tipo “quente”: Caracterizadas por aspectos emocionais, motivacionais, análise de custo e benefício com base na história e na interpretação pessoal (julgamento).
ATENÇÃO: A atenção está relacionada a diversas funções cognitivas (em especial a memória). Alguns autores consideram a atenção como uma função executiva, devendo, portanto, ser interpretada no contexto dos demais déficits que ocorrem nas síndromes disexecutivas.
De todas as funções cognitivas, atenção é a que mais frequentemente se torna comprometida em casos de lesões cerebrais, independentemente de sua localização.
TRÊS GRANDES CIRCUITOS ENVOLVIDOS NA NEUROFISIOLOGIA DA ATENÇÃO: REDE DE ORIENTAÇÃO / ATENÇÃO VISUAL, REDE EXECUTIVA e REDE DE VIGILÂNCIA.
MEMÓRIA: Útil para a comparação entre experiências passadas e experiências atuais, para a alteração do comportamento. Comporta processos complexos pelos quais o indivíduo codifica, armazena e resgata informações.
CODIFICAÇÃO: refere-se ao processamento da informação que será armazenada; Influenciada por
elaboração de imagens mentais e estresse.
ARMAZENAMENTO: processo que envolve o fortalecimento das representações enquanto estão sendo registradas e a sua reconstrução ao longo da sua utilização e da entrada de novas informações; Depende de conteúdo afetivo e repetição.
RECUPERAÇÃO: Processo de lembrança da informação anteriormente armazenada; Pode se dar pela busca consciente das informações ou ser evocado de maneira não consciente por meio de associações (pistas contextuais); por resgate ou reconhecimento.
MEMÓRIA EXPLÍCITA: (Hipocampo, Córtex temporal, Córtex frontal): armazena e evoca informação de fatos e de dados levados ao nosso conhecimento através dos sentidos e de processos internos do cérebro, como associação de dados, dedução e criação de ideias. Esse tipo de memória é levado ao nível consciente através de proposições verbais, imagens, sons, etc. A memória declarativa inclui a memória de fatos vivenciados pela pessoa e de informações adquiridas pela transmissão do saber de forma escrita, visual e sonora (memória semântica).
MEMÓRIA IMPLÍCITA: (Cerebelo e Amígdala): A memória de procedimento armazena dados relacionados à aquisição de habilidades mediante a repetição de uma atividade que segue sempre o mesmo padrão. Nela se incluem todas as habilidades motoras, sensitivas e intelectuais, bem como toda forma de condicionamento.
LINGUAGEM: Hemisfério esquerdo – processamento de material verbal e simbólico (centro das principais funções da linguagem).
Hemisfério direito – processamento visual-espacial e de elementos prosódicos emocionais e tonais (centro do colorido emocional da linguagem).
COMPONENTES DE REPRESENTACAO DA LINGUAGEM: Semântico: refere-se ao significado das palavras ou ideias veiculadas.
Fonético: compreende a natureza física da produção e da percepção dos sons da fala humana.
Fonológico: corresponde os sons da fala (fonemas).
Morfológico: diz respeito as unidades de significado – palavras ou partes de uma palavra.
Lexical: envolve compreensão e produção de palavras. Léxico e o conjunto de palavras em uma dada língua ou no repertorio linguístico de uma pessoa.
Sintático: refere-se as regras de estrutura das frases, as funções e as relações das palavras em uma oração.
Pragmático: compreende o modo como a linguagem e usada e interpretada, considerando as características do falante e do ouvinte, bem como os efeitos de variáveis situacionais e contextuais.
Prosódico: integra a habilidade de reconhecer, compreender e produzir significado afetivo ou semântico com base na entonação, na ênfase e em padrões rítmicos da fala.
O localizacionismo não explica por que pacientes com um mesmo local de lesão manifestam características linguísticas diferentes.
EXPRESSÃO: (linguagem espontânea, linguagem automática, nomeação, repetição).
COMPREENSÃO: (nos níveis de palavras, frases e discurso).
AFASIA DO TIPO NÃO FLUENTE (LESÕES ANTERIORES)
AFASIA DE BROCA: Fala espontânea e repetição de sentenças não fluentes (extensão da frase reduzida, melodia e agilidade articulatória alteradas, menor número de palavras por minuto, produção de sentenças agramatical).
 Anomias associadas a relativa preservação da compreensão da linguagem.
 Dificuldades na associação fonema-grafema na leitura e na escrita de palavras não familiares.
 Maior dificuldade em nomear verbos do que substantivos.
AFASIA TRANSCORTICAL MOTORA: Melhor desempenho na repetição de sentenças do que na linguagem espontânea.
 A fala e escrita lentas, com pouca iniciativa.
 Compreensão preservada.
 A leitura pode apresentar pouco ou nenhum déficit.
 A nomeação fica comprometida, embora o paciente consiga beneficiar-se de pistas contextuais e fonêmicas.
AFASIA TRANSCORTICAL MISTA: A expressão da linguagem prejudicada.
 Preservada capacidade de repetição com estereotipias e ecolalia.
 Maiores dificuldades em compreender sentenças e em nomeação.
 Leitura e escrita deficitárias.
AFASIA GLOBAL: A afasia global e um dos mais graves quadros afásicos, havendo prejuízo severo na expressão e na compreensão da linguagem, tanto oral quanto escrita.
 A fala espontânea com estereotipias e perseverações.
 Compreensão mostra-se severamente prejudicada, podendo ser compreendidos apenas comandos simples.
 A repetição mostra-se comprometida, embora algumas palavras possam ser corretamente repetidas.
AFASIA DE WERNICKE: Inabilidade de acessar, usar ou manipular informações semânticas, mais do que uma perda nas representações semânticas das palavras dificuldade em selecionar a palavra, o som ou o significado apropriado das unidades linguísticas que estão em competição, sendo todas ativadas.
Linguagem expressiva espontânea e repetição fluentes, mas desprovidas de sentido.
 Comprometimento da compreensão de palavras, sentenças e conversação.
 Produção escrita e compreensão de leitura semelhantes a oral.
AFASIA DE CONDUÇÃO:  Linguagem espontânea relativamente fluente.
Adequada compreensão, mas dificuldade na repetição.
 São predominantes os erros do tipo fonológico (omissões, substituições, transposições ou inserções de sons ou silabas).
 Os pacientes com afasia de condução são geralmente conscientes de seus problemas de fala, o que muitas vezes os leva a repetitivas autocorreções.
AFASIA ANÔMICA:  A linguagem expressiva mostra-se fluente, com adequadas compreensões, repetição e articulação, mais na linguagem espontânea do que na denominação por confrontação visual.
 Não conseguem acessar a informação fonológica e/ou ortográfica da palavra, apesar de acesso semântico intacto.
 Podem recuperar nomes semântica ou fonologicamente relacionados, mas tem consciência de que estes não são aqueles que estão tentando falar.
 A escrita mostra-se semelhante a linguagem oral, com erros do tipo paragrafia, enquanto a habilidade de leitura parece estar adequada.
AFASIA SENSORIAL TRANSCORTICAL:  Discurso fluente, com dificuldade na compreensão, sendo observadas as parafasias semânticas, dificuldades em encontrar palavras (anomias) e circunlóquios.
 Repetição mostra-se preservada, podendo, as vezes, ocorrer perseverações.
 A nomeação e a leitura de palavras são adequadas, embora o paciente possa não compreender o que leu.
PRAXIA E VISUOCONSTRUÇÃO: Referem-se às habilidades que permitem executar ações voltadas a um fim no plano concreto, através da atividade motora;
Requer algumas condições: percepção visual, raciocínio espacial, habilidade para formular planos ou metas, comportamento motor e capacidade de monitorar o próprio desempenho.
PRAXIA: Refere-se à capacidade de executar movimentos ou gestos de maneira precisa, intencional, coordenada e organizada com vistas à obtenção de um fim ou resultado específico.
HABILIDADE VISUOCONSTRUTIVA: Refere-se à habilidade de juntar ou manejar partes ou estímulos físicos organizadamente, de maneira que formem uma entidade única ou objeto.
APRAXIA: Distúrbio na execução de gestos ou atividades motoras, não justificados por anormalidades em canais sensoriais aferentes ou eferentes, na ausência de deterioração intelectual, déficit de atenção ou compreensão. Um sujeito com apraxia tem dificuldades para realizar movimentos sob comando verbal ou por imitação, mas, em alguns casos, pode vir a executar os mesmos movimentos de maneira adequada em situações nas quais isto é automático. Notam-se prejuízos na utilização e no manuseio de utensílios e ferramentas, podendo vir a apresentar hesitação, lentidão, falta de ordem e erros.
 Existem vários tipos de apraxia e os déficits podem ser observados no processo de:
 Iniciativa (apraxia ideatória),
 Planejamento (apraxia ideomotora) e/ ou
 Execução do ato motor (apraxia mielocinética).
 A condição básica para a visuoconstrução são as funções visuoperceptivas.
 Processamento cerebral ativo de informações visuais que chegam aos nossos órgãos visuais periféricos, que envolve muitos estágios que, embora sucessivos, estão em constante interação.
 Dentre as habilidades visuoperceptivas e visuoespaciais encontram-se as capacidades de: discriminação visual, diferenciação figura e fundo, síntese visual, reconhecimento de faces, percepção e associação de cores, localização de pontos no espaço, julgamento de direção e distância, orientação topográfica, percepção de profundidade e de distância.
DISTÚRBIO VISUOCONSTRUTIVO: Distúrbio na capacidade de construir ou reunir elementos no espaço de maneira a formar um produto final.
COGNIÇÃO SOCIAL:  Refere-se à habilidade de identificação, manipulação e adequação do comportamento de acordo com informações socialmente relevantes detectadas e processadas em determinado contexto do ambiente.
 Neurocognição (ou cognição básica) ≠ cognição social
 A cognição social consiste em uma operação mental, que está na base do funcionamento social, envolvendo a capacidade humana de perceber a intenção e a disposição do outro em um determinado contexto. Isso inclui as habilidades nas áreas da percepção social, atribuição e empatia e reflete a influência do contexto social.
Satpute e Lieberman (2006) propõem um modelo a partir de uma base neural dividida entre sistemas reflexivos e sistemas refletivos.
SISTEMA REFLEXIVO: Corresponde aos processos automáticos e inclui a amígdala, os gânglios da base, o córtex pré-frontal ventromedial, o córtex cingulado dorsal anterior e o córtex temporal lateral. Essas regiões estão envolvidas na codificação automática de traços e na avaliação das implicações de um comportamento observado.
SISTEMA REFLETIVO: Refere-se aos processos voluntários e inclui o córtex pré-frontal lateral, o córtex parietal posterior, o córtex pré-frontal medial, o córtex cingulado rostral anterior e as regiões do lobo temporal medial, incluindo o hipocampo. Essas regiões são responsáveis por explorar e assegurar os objetivos inferidos na mente, como também, por apreender a informação situacional somada a outros conhecimentos prévios a fim de alterar as inferências extraídas dos comportamentos observados.
ALTERAÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS E COMPORTAMENTAIS ASSOCIADAS A QUADROS NEUROLÓGICOS:
Transtornos do neurodesenvolvimento: (Condições com início no período do desenvolvimento. Em geral, se manifestam antes de a criança ingressar na escola) • Autismo; • Déficit de atenção (TDAH) e • Transtorno específico de aprendizagem (dislexia e discalculia).
Transtornos Neurocognitivos: • Delirium; • Doença de Alzheimer; • Doença de Parkinson; • Demência frontotemporal; • Demência com corpos de Lewy e • Acidente vascular encefálico.
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA - TEA: Déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos e Presença de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.
A socialização depende da COGNIÇÃO SOCIAL.
No TEA, déficits na linguagem tendem a ser globais (recepção, produção fonológica, sintaxe, prosódia, semântica e pragmática).
• Em geral, são percebidos logo nos primeiros anos de vida, quando são esperadas as respostas imediatas aos chamados, bem como as expressões iniciais da comunicação oral e, com o tempo, das capacidades de abstração e narrativa.
• Dificuldades de abstração verbal e de narrativa podem ser inferidas por meio dos subtestes, bem como em tarefas qualitativas como contar uma história, analisando- se, por exemplo, capacidades de sequenciar começo, meio e fim.
• A prosódia emocional também se encontra alterada; crianças com TEA
com frequência repetem as frases sem expressividade
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE – TDAH: Definido por níveis prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade.
HIPERATIVIDADE – IMPULSIVIDADE: atividade excessiva; inquietação; incapacidade de permanecer sentado; intromissão em atividades de outros e incapacidade de aguardar.
DESATENÇÃO E DESORGANIZAÇÃO: incapacidade de permanecer em uma tarefa, aparência de não ouvir e perda de materiais.
ETIOLOGIA: Influência genética: Genes que exercem controle sobre o processo de neurogênese e crescimento axonal, assim como nos sistemas de neutronsmissão (serotonina e dopamina).
Neuroimagem: Envolvimento de regiões como lobos frontal e parietal, gânglios da base, corpo caloso, hipocampo e cerebelo; Atraso no desenvolvimento da espessura cortical, mais pronunciado nos lobos frontais.
Influência ambiental: Eventos pré-natais (exposição ao tabaco, álcool, drogas e toxinas ambientais, complicações na gestação ou no parto, prematuridade e baixo peso ao nascer).
Eventos pós-natais precoces (anoxia neonatal, convulsões, lesão cerebral e exposição ao chumbo).
Adversidades psicossociais e inconsistência na função parental.
Os domínios gerais implicados no TDAH são: teste utilizado mencionado em sala Go/no go.
1. atenção,
2. funções executivas “frias”,
3. regulação de estado,
4. motivação;
5. processamento de informação temporal.
Funções executivas: Déficit primário nas funções executivas, principalmente na habilidade de inibição (incapacidade para interromper uma resposta prestes a ser executada (inibição/impulsividade motora).
OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA NO TDAH: 1. O uso de informações e medidas múltiplas, principalmente quantitativas, que permite um entendimento mais acurado sobre as limitações, mas também dos pontos fortes, comportamentais, cognitivos e sociais do paciente.
2. A análise profunda de comorbidades psicológicas, cognitivas e acadêmicas, incluindo uma interpretação pormenorizada sobre o possível impacto das alterações estruturais e funcionais encefálicas típicas
3. Recomendações sobre intervenção personalizadas para cada paciente conforme seu perfil de habilidades e limitações, principalmente quanto a necessidade de terapias complementares e farmacológica.
4. Identificação objetiva dos níveis de funcionamento basais (frequência e intensidade de sintomas, nível de prejuízo cognitivo, capacidade de adaptação social, etc.) que servem como parâmetro para a avaliação da eficácia do(s) tratamento(s) bem como do progresso esperado no curso de desenvolvimento geral.
TRANSTORNO ESPECÍFICO DA APRENDIZAGEM: Caracterizando-se por dificuldades persistentes e prejudiciais nas habilidades básicas acadêmicas de leitura, escrita e/ou matemática.
• Déficits na capacidade individual para perceber ou processar informações com eficiência e precisão.
• O desempenho individual nas habilidades acadêmicas afetadas está bastante abaixo da média para a idade, ou níveis de desempenho aceitáveis são atingidos somente com esforço extraordinário.
• Pode ocorrer em pessoas com altas habilidades intelectuais e manifestar-se apenas em determinadas situações (avaliações, testes cronometrados).
TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS: • A categoria TNC abrange o grupo de transtornos em que o déficit clínico primário está na função cognitiva, sendo transtornos adquiridos em vez de transtornos do desenvolvimento.
• A cognição prejudicada não estava presente ao nascimento ou muito no início da vida, representando, assim, um declínio a partir de um nível de funcionamento alcançado anteriormente.
• Apesar de os déficits cognitivos estarem presentes em muitos transtornos mentais, apenas aqueles transtornos cujas características centrais são cognitivas fazem parte da categoria TNC.
• São delirium, síndromes de TNC maior e TNC leve.
DELIRIUM: Perturbação da atenção ou da consciência manifestada por capacidade reduzida de direcionar, focalizar, manter e mudar a atenção. Perguntas têm de ser repetidas, uma vez que a atenção do indivíduo é vaga, ou a pessoa pode perseverar em uma resposta a uma pergunta anterior e não mudar a atenção de forma adequada. O indivíduo é facilmente distraído por estímulos irrelevantes. A perturbação na consciência é manifestada por uma orientação reduzida ao ambiente ou, por vezes, até para si mesmo.
TNC DEVIDO À DOENÇA DE ALZHEIMER: Início insidioso e progressão gradual dos sintomas cognitivos e comportamentais. A apresentação característica é amnéstica (com prejuízo da memória e da aprendizagem). Na fase maior do TNC, estão também prejudicadas a capacidade visuoconstrutiva/perceptomotora e a linguagem, particularmente quando o TNC é moderado a grave. A cognição social tende a ficar preservada até mais tarde no curso da doença.
TNC VASCULAR: A doença cerebrovascular é a patologia dominante, quando não exclusiva, que responde pelos déficits cognitivos. As lesões podem ser focais, multifocais ou difusas e ocorrer em várias combinações.
TNC COM CORPOS DE LEWY: Prejuízo cognitivo progressivo (com as primeiras mudanças ocorrendo mais na atenção complexa e na função executiva do que na aprendizagem e na memória) como também alucinações visuais complexas recorrentes e sintomas concorrentes de transtorno comportamental do sono REM (que pode ser uma manifestação muito precoce), além de alucinações de outras modalidades sensoriais, depressão e delírios.
TNC DEVIDO À DOENÇA DE PARKINSON: Declínio cognitivo que segue o aparecimento da doença de Parkinson. A perturbação deve ocorrer no contexto da doença de Parkinson estabelecida, com os déficits tendo desenvolvimento gradual.
TNC FRONTOTEMPORAL: Compreende uma série de variantes sindrômicas, caracterizadas pelo desenvolvimento progressivo de mudança comportamental e de personalidade e/ou prejuízo na linguagem. Apresentam graus variados de apatia ou desinibição. Podem perder interesse na socialização, no autocuidado e nas responsabilidades pessoais ou evidenciar comportamentos socialmente inadequados. O insight está, em geral, prejudicado, o que costuma retardar a consulta médica.
TNC DEVIDO A LESÃO CEREBRAL TRAUMÁTICA: Causado por um impacto na cabeça ou por outros mecanismos de movimento rápido ou deslocamento do cérebro na caixa craniana, como pode ocorrer em lesões por explosão.
TNC DEVIDO A INFECÇÃO POR HIV: Alguns indivíduos com infecção pelo HIV desenvolvem um TNC que costuma evidenciar um “padrão subcortical” com função executiva destacadamente prejudicada, desaceleração da velocidade de processamento, tarefas de atenção mais exigentes e dificuldade de aprender novas informações, mas com menos problemas para recordar informações aprendidas.
TNC DEVIDO À DOENÇA DE HUNTINGTON: Mudanças na função executiva (velocidade de processamento, organização e planejamento) em vez de na memória e aprendizagem. Mudanças cognitivas e comportamentais associadas costumam anteceder o aparecimento das anormalidades motoras típicas de bradicinesia (lentificação dos movimentos voluntários) e coreia (movimentos involuntários desorganizados).
TNC DEVIDO À DOENÇA DO PRÍON: Causadas por agentes transmissíveis conhecidos como Príon (doença da vaca louca); Déficits neurocognitivo e movimentos anormais.
CAUSAS: Dano cerebral progressivo; Uso prolongado de substâncias psicoativas; Bloqueio ou dano dos vasos sanguíneos; Trauma encefálico; Doenças (Corpos de Lewy, Parkinson, Huntington); Hidrocefalia; Tumor cerebral; Deficiência de vitamina B12.
TRATAMENTO: Medicação (retardam, mas não interrompem a progressão); Prevenção; Enfrentamento; Listas, mapas, anotações.
AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA
A avaliação não mais concentra seu interesse na localização,
mas no estabelecimento da extensão, do impacto e das consequências cognitivas, comportamentais e na adaptação emocional e social que lesões ou disfunções cerebrais podem promover nas pessoas.
O diagnóstico deve incluir: 1 - Preocupação com o impacto funcional e a consequência a longo prazo. Incapacidades: prejuízos, limitações nas atividades e na participação social.
2 - Identificação precoce de problemas cognitivos/emocionais, pois falhas sutis podem provocar dificuldades na atividade produtiva da criança e do adulto, as vezes com impacto marcante (problemas de iniciativa, planejamento, compreensão, abstração, orientação, critica e alerta para si mesmo produzem consequências psicológicas e sociais).
A avaliação neuropsicológica tem se mostrado de valor fundamental no auxílio ao trabalho de vários profissionais e serviços, médicos ou não médicos, tendo em vista que propicia um amplo leque de aplicações em diferentes contextos.
Principais indicações de avaliação neuropsicológica:
 Acidente Vascular Encefálico (AVE)
 Traumatismo cranioencefálico (TCE)
 Tumores (Tus)
 Diagnósticos diferenciais de transtornos mentais e doenças neurológicas
 Identificação de dificuldades cognitivas, comportamentais e emocionais na ausência de diagnóstico de transtornos mentais e/ou doenças neurológicas
Em todos os contextos a avaliação neuropsicológica contribui para:
 Mapeamento dos problemas e sequelas
 Identificação esclarecimento a ser prestado ao paciente e a família
 Escolha e orientações quanto aos tratamentos e/ou adequações funcionais.
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA:
1) A produção acadêmica, o desenvolvimento de pesquisas e o aprimoramento técnico na área da ANP brasileira fazem- se necessários.
2) É aconselhável o uso de instrumentos revestidos de validade/fidedignidade, adequados ao paciente, a sua realidade e indicação clínica, compatíveis com a faixa etária adulta.
3) O profissional deve utilizar um linguajar compreensível ao paciente, evitando o uso abusivo de termos técnicos.
4) O paciente, caso utilize algum artefato compensatório, como óculos de grau, deve portá-lo na ANP.
5) O local de atendimento/consultório deve ser iluminado, arejado, livre de estímulos distratores e confortável ao paciente.
6) O profissional deve distinguir o nível educacional e cultural pobre de déficits cognitivos.
7) O profissional deve, ainda, verificar se, nas 24h anteriores à aplicação dos testes, ocorreu alguma situação capaz de interferir no desempenho do paciente na ANP, isto é, se utilizou entorpecentes, dormiu pouco, teve conflitos emocionais, crises epilépticas e também se alimentou adequadamente.
8) Na correção dos instrumentos, ao conferir dados e escores em tabelas, o profissional precisa observar atentamente que alguns deles classificam resultados por idade, outros por anos de estudo, e alguns apresentam escores diferentes conforme o gênero.
9) Destaca-se a importância de analisar o desempenho do sujeito de modo global, considerando os achados do exame neurológico, de neuroimagem, neurofisiológico e neuropsicológico, em uma equipe multidisciplinar.
10) O laudo emitido pelo neuropsicólogo deve ser objetivo, imparcial e técnico-científico, a partir do qual seja possível considerar uma intervenção focada nas funções cognitivas deficitárias e nos distúrbios psicológicos/psiquiátricos, visando à melhora da condição do paciente e de sua qualidade de vida.
Deve-se não só estabelecer o perfil do déficit (fraqueza) e sua extensão funcional, mas também as habilidades preservadas (forças).
A avaliação deve ser elaborada:
Qualitativamente: pela descrição de habilidades cognitivas observadas pelos comportamentos
Quantitativamente: por meio da utilização de testes psicométricos e neuropsicológicos, organizados em baterias fixas ou flexíveis.
MATURAÇÃO CEREBRAL: A partir de 20 anos.
PASSOS DA AVALIAÇÃO INFANTIL: 1) Entrevista inicial, Observações lúdicas, Planejamento da avaliação, Seleção de instrumentos, Análise e integração dos dados
AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DO ADULTO: Na ANP do adulto deve-se considerar características de sua faixa etária, exposta a circunstâncias como: carga laboral, dependência química, relacionamentos afetivos, doenças sexualmente transmissíveis, maternidade/paternidade e acidentes de trânsito, de modo distinto dos indivíduos de outras idades.
AVALIAÇÃO COGNITIVA DE IDOSOS: Envelhecimento e comprometimento cognitivo leve (estágios intermediários entre indivíduos normais e aqueles que já apresentam síndrome demencial) e Demências.
Objetivos da avaliação neuropsicológica de idosos:
a) o diagnóstico diferencial entre envelhecimento harmonioso e processos mórbidos incipientes (suspeitados ou não), através da identificação de padrões patológicos de mudanças cognitivas;
b) a estimativa da capacidade funcional (malgrado a existência de embates quanto à correlação entre déficits neuropsicológicos e comprometimento funcional).
c) o planejamento de estratégia terapêutica.
Avaliação da funcionalidade no contexto das demências: Básicas: tarefas relacionadas à sobrevivência e ao autocuidado, como higiene, alimentação e locomoção
Instrumentais: tarefas mais complexas, que necessitam de uma adaptação do indivíduo ao meio ambiente, como realizar tarefas domésticas, manusear dinheiro, fazer compras, administrar as próprias medicações e utilizar meios de transporte e de comunicação.
Avançadas: tarefas realizadas no contexto social que podem trazer significado à existência; trabalho, lazer e serviços comunitários.
FUNDAMENTOS DA REABILITAÇÃO: Base teórica apurada, Importância da prática – Só se aprende fazendo, Importância de um supervisor, Cliente ≠ paciente, Intervenções compartilhadas pelos profissionais que fazem reabilitação (médico, fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional >> reabilitação do cliente).
As ações de reabilitação devem ser centradas nos ganhos funcionais do cliente: As ações de reabilitação reduzem o “peso” das dificuldades do cliente.
Dar uma ocupação é prover para o cliente uma organização de tempo, materiais e métodos.
SISTEMÁTICA DA REABILITAÇÃO: 1 Encaminhamento, 2 Avaliação, 3 Identificação e Negociação dos Objetivos, 4 Seleção de abordagens e de métodos de intervenção, 5 Estabelecimento de Cronograma, 6 Estabelecimento de um plano de ação, 7 Implantação das intervenções de reabilitação, 8 Avaliação dos Resultados, 9 Encaminhamento.
Os dados de avaliação podem ser coletados de várias formas, a partir: do cliente, da família e de outros profissionais e de várias maneiras, por meio de entrevista, observação e uso de instrumentos padronizados.
ABORDAGEM REMEDIATIVA – TREINO COGNITIVO: restaurar capacidades cognitivas por meio de prática, exercício e simulação (por ex: exercícios sequenciados de atenção e memória).
melhorias nas tarefas e atividades as quais essas capacidades e habilidades se relacionem.
O treino cognitivo melhora os mecanismos biológicos de recuperação cerebral e facilita a reorganização dos circuitos cerebrais independentemente do tempo após a lesão.
ABORDAGEM ADAPTATIVA OU COMPENSATÓRIA: 
Foca-se nas capacidades que estão intactas a fim de desenvolver métodos compensatórios para as funções deficitárias.
Reorganizar hábitos e rotinas, aprender estratégias internas e modificar atividades que realiza.
Uso de recursos externos de auxílio, como agendas, bloco de notas, pagers, sinalizações.
ABORDAGEM MISTA.
IMPLANTAÇÃO DAS INTERVENÇÕES DE REABILITAÇÃO:
Conseguir que o cliente possa utilizar sozinho qualquer estratégia, de modo independente e em seu ambiente natural (estratégias de correção e auto reforçamento).
Estimular habilidades e não “curar” um déficit ou uma lesão
Avaliar as dificuldades e analisar continuamente o que precisa ser modificado no trabalho
Ensinar o cliente a “pensar alto”. E útil que o terapeuta atue como modelo, falando alto, por exemplo, como planeja enfrentar uma dificuldade, resolver um problema, ou escolher uma estratégia para fazer uma tarefa.
Apresentar
as tarefas de modo simples e objetivo, assegurando sucesso em cada nível antes de aumentar a complexidade.
Lidar com a variabilidade: o desempenho cognitivo e afetado por inúmeros fatores e pode sofrer alterações em qualquer pessoa.
Não subestimar ou minimizar os efeitos da ansiedade e ajudar o cliente a enfrenta-la.
AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS: Devem ser medidos na eficácia do programa desenvolvido e devem ter uma linha qualitativa e outra quantitativa.
• Algumas condições degenerativas tratadas em reabilitação não vão ter resultados quantitativos satisfatórios, mas a qualidade de vida do cliente pode ter alterado imensamente.
Se os resultados não foram alcançados: Levantar novas hipóteses para o problema e reiniciar o processo de reabilitação ou encaminhar o cliente para outro tipo de ajuda.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando