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Justiça Restaurativa - Resumo

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JUSTIÇA RESTAURATIVA 
	Para Law Comission of Canadá (2003), a justiça restaurativa é “um processo para solucionar crime e conflitos, que tem foco na reparação do dano às vítimas, responsabilizando os ofensores por suas ações e engajando a comunidade em um processo de resolução de conflitos”.
	Para Nunes (2005) “Justiça restaurativa é um novo conceito de solução de conflitos, constituindo um novo paradigma, que reformula o modo convencional de definir crime e justiça, com grande potencial transformador do conflito na medida em que intervém de modo mais efetivo na pacificação das relações sociais”.
	Pallamolla (2008), afirma que, a justiça restaurativa é “uma forma de lutar contra a injustiça e contra a estigmatização. Ela busca a redução da injustiça e não simplesmente a redução dos delitos”.
Desde a criação das primeiras prisões, estas já sofriam críticas, anunciando como fracasso da justiça penal pelo mau uso destas:
Denúncia dos efeitos do cárcere sobre os apenados.
Não reduzem as taxas de criminalidade.
A detenção provoca reincidência.
A prisão fabrica delinquentes em razão das condições a que submete os apenados.
Favorece a organização de delinquentes solidários entre si e hierarquizados.
Fábrica indiretamente a delinquência pois faz, tanto os apenados quanto suas famílias, caírem em desgraça, etc. 
O Direito Penal, durante muito tempo, esqueceu da vítima ao tratar apenas da proteção de bens jurídicos priorizando o viés ao castigo àquele que cometeu o delito, negligenciando o dano causado à vítima e a necessidade de reparação. A vítima era deixada à margem do processo e sem proteger seus direitos. Priorizava-se a análise dos processos de criminalização. 
Von Hentig (1948) e Mendelsohn (1974) apontam para uma outra questão que é importante e não pode ser negligenciada: a participação da vítima no processo – culpabilidade da vítima na produção do delito e a responsabilização da vítima na sua própria vitimização. 
O termo Justiça Restaurativa é atribuído a Albert Eglash, um psicólogo que trabalhava com detentos e em 1977, escreveu um artigo intitulado Beyond Restitution: Creative Restitution (Além da Restituição: restituição criativa), publicado numa obra por Joe Hudson e Burt Gallaway, denominada “Restitution in Criminal Justice” (Restituição na Justiça Criminal). 
Eglash sustentou, no artigo, que havia três respostas ao crime:
A retributiva, baseada na punição; 
A distributiva, focada na reeducação; 
A restaurativa, cujo fundamento seria a reparação.
 Inicialmente a Justiça Restaurativa era utilizada somente na esfera criminal.
 
	Essa nova visão de justiça propõe um novo paradigma na definição de crime e dos objetivos da justiça. Nessa perspectiva, concebe-se o crime como violação à pessoa e às relações interpessoais, e o papel da justiça deve ser o de restauração dessas violações, ou seja, a reparação dos danos causados não somente à vítima, mas também à sociedade, ao ofensor e às relações interpessoais. 
	Enquanto, em sentido contrário, a justiça punitiva-retributiva coloca o crime como um ato meramente violador da norma estatal, e como reação a essa conduta cabe a imposição de uma pena, há centralidade da figura do Estado, da pena, da atribuição da culpa como forma de compensar as consequências do delito.
	Renato Gomes Pinto em seu livro A construção da Justiça Restaurativa no Brasil (2005) define a justiça restaurativa como "um processo estritamente voluntário, relativamente informal, com a intervenção de mediadores, podendo ser utilizadas técnicas de mediação, conciliação e transação para se alcançar o resultado restaurativo, objetivando a reintegração social da vítima e do infrator.”
	Processos restaurativos são aqueles nos quais vítimas, ofensores e, quando apropriado, outros indivíduos ou membros da comunidade, afetados pela situação, participam juntos e ativamente na resolução da questão, geralmente com a ajuda de um facilitador – uma terceira pessoa independente e imparcial, cuja tarefa é facilitar a abertura de uma via de comunicação entre as partes. 
	Não há uma definição única, determinada do que seja, mas podemos definir a justiça restaurativa como uma nova forma de resolução de conflitos na esfera criminal, onde as próprias partes envolvidas no conflito, direta ou indiretamente, buscam, por meio do diálogo e do consenso e, com a ajuda de um facilitador, a solução de seus próprios conflitos, visando à reparação do dano e a reintegração das partes (vítima, infrator e comunidade).
	A JR enfatiza o dano sofrido pela vítima e as necessidades dele decorrentes, a responsabilização do ofensor para que repare o dano, o protagonismo das partes envolvidas e, sempre que possível, a reparação das relações afetadas pelo delito. Visa reduzir a imposição de penas (principalmente a privativa de liberdade), com a introdução de práticas restaurativas como a mediação, as conferências de família e os círculos restaurativos.
Segundo Zehr (2008), “a justiça restaurativa é, acima de tudo, uma introdução ao diálogo e ao descobrimento. É preciso desembarcar os meandros dessa violência, enxergando-a como uma tragédia humana que envolve duas pessoas – pessoas que, em muitos aspectos, se assemelham bastante a nós mesmos”.
Para Pallamolla (2009), “Apesar de que se diga muito que os crimes mais sérios, bem como aqueles cometidos por reincidentes, não devem ser encaminhados à justiça restaurativa, não existe base sólida que sustente tais afirmativas. Limitar o uso da justiça restaurativa pela gravidade do delito ou pelas características do ofensor pode ir de encontro aos interesses das vítimas, sendo que a limitação a delitos menores reduz a eficácia em relação ao custo das medidas restaurativas. O sucesso de medidas restaurativas depende mais de considerações pessoais, tais quais atitudes das partes, sentimentos, motivações e situações sociais, que características formais como idade ou o tipo de crime”.
	Justiça Restaurativa - Pequeno Histórico
	Leonardo Sica (2007), defende que “as raízes do modelo restaurativo se originam nos tradicionais métodos aborígines de resolução de conflitos, com o envolvimento comunitário e a implementação de soluções holísticas”.
	Marcos Rolim (2007) afirma que “as práticas de Justiça Restaurativa são muito antigas e estão alicerçadas nas tradições de muitos povos no oriente e no ocidente. Princípios restaurativos teriam mesmo caracterizado os procedimentos de justiça comunitária durante séculos”
	A intervenção do Estado era mínima, visto que cabia à comunidade a resolução de suas próprias disputas internas.
	Na América do Norte, segundo Leonardo Sica (2007), “os movimentos descarcerizantes, da década de 70, e a utilização da diversion, compõem essa malha de tendências e, cronologicamente, talvez possam ser considerados, como embriões da justiça restaurativa”.
	1970/EUA - O Instituto para Mediação e Resolução de Conflito (IMCR) usou 53 mediadores comunitários e recebeu 1657 indicações em 10 meses.
	Em 1974, no Canadá, as práticas restaurativas ressurgiram com as primeiras experiências contemporâneas, “onde ocorreu o primeiro programa de victim-offender mediation (VOM), quando dois acusados de vandalismo, encontraram-se com suas vítimas e estabeleceram pactos de restituição”
	Em 1976 no Canadá e na Noruega – Criação do Centro de Justiça Restaurativa Comunitária de Victoria. No mesmo período na Europa verifica-se mediação de conflitos sobre propriedade.
	1980/Austrália - Estabelecidos três Centros de Justiça Comunitária experimentais em Nova Gales do Sul.
	1982/ Reino Unido - Primeiro serviço de mediação comunitária do Reino Unido.
	1988 - Nova Zelândia - Mediação vítima-agressor por oficiais da condicional da Nova Zelândia.
	1989 - Nova Zelândia - Promulgada a "Lei Sobre Crianças, Jovens e suas Famílias", incorporando a Justiça Penal Juvenil.
	O crescente interesse na justiça restaurativa estendeu-se de tal forma que em 1990, na Itália, foi realizada uma conferência internacional com patrocínio da OTAN [Organização do Tratado
do Atlântico Norte]. Neste evento, acadêmicos e profissionais de diversos países [Áustria, Bélgica, Canadá, Inglaterra, França, Finlândia, Alemanha, Grécia, Itália, Holanda, Noruega, Escócia e Turquia] apresentaram ensaios relacionados ao desenvolvimento do impacto de políticas e práticas da justiça restaurativa.
	No início dos anos 90, a América Latina começou a experimentar a justiça restaurativa com as reformas penais e modernização da forma de administração da justiça criminal.
	1994/EUA - Pesquisa Nacional localizou 123 programas de mediação vítima-infrator no país.
	1999/mundo - Conferências de grupo familiar de bem-estar e projetos piloto de justiça em curso na Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, Grã-Bretanha, África do Sul.
	2001/Europa - Decisão-quadro do Conselho da União Europeia sobre a participação das vítimas nos processos penais para implementação de lei nos Estados.
	2002/ONU - Resoluções do Conselho Econômico e Social da ONU. Definição de conceitos relativos a JR, balizamento e uso de programas no mundo.
	Algumas práticas de justiça restaurativa podem ser observadas na Argentina, Chile, Guatemala, Nicarágua, Uruguai, Peru, Colômbia e Brasil.
	Prudente (2009), afirma que a saga restaurativa no Brasil tem pouco tempo de existência. A justiça restaurativa começou no ano de 1998, em escolas públicas, com o primeiro projeto com bases restaurativas, o Projeto Jundiaí (SP), visando resolver problemas de desordem, violência e criminalidade no ambiente escolar.
	O “Projeto Jundiaí: viver e crescer em segurança” [1998-2000], foi a primeira experiência brasileira com componentes de justiça restaurativa.
	No ano de 2002 deu-se início experiências isoladas de justiça restaurativa na 3ª Vara do Juizado da Infância de Porto Alegre.
	Na cidade de Joinville [SC], em 2003, foi implantado pela Vara da Infância e Juventude, onde atuava, na época, o juiz Alexandre Morais da Rosa, com a parceria do Instituto de Mediação e Arbitragem de Portugal e o Poder Judiciário, o “Projeto Mediação”, com adolescentes autores de ato infracional, que desde o início tinha por base a justiça
restaurativa.
	Em outubro de 2004, na cidade de Porto Alegre [RS], foi promovido o “Seminário Internacional de Justiça Restaurativa”.
	Marco importante neste evento foi o lançamento da pioneira obra sobre justiça restaurativa no Brasil, intitulada “Justiça Restaurativa - um caminho para os direitos humanos?”
	2005/Brasil - No Brasil, Ministério da Justiça patrocina projetos de JR em Porto Alegre, São Caetano do Sul e Brasília: 
Projeto "Promovendo Práticas Restaurativas no Sistema de Justiça Brasileiro" 
Projeto “Justiça para o Século 21”.
	2007/ Porto Alegre - Em três anos de implementação do Projeto Justiça para o Século 21, registra-se 2.583 participantes em 380 procedimentos restaurativos realizados no Juizado da Infância e da Juventude. Outras 5.906 participaram de atividades de formação promovidas pelo Projeto.
	Por iniciativa da 4ª Regional Leste da Polícia Civil de Minas Gerais foi implementado em setembro de 2006, em Belo Horizonte [MG], o “Projeto Mediar”, com o objetivo de prevenção criminal, pautado nos
princípios da justiça restaurativa e na metodologia de mediação de conflitos.
	Tramita na câmara dos deputados, o Projeto de Lei 7006/2006, que visa estabelecer a justiça restaurativa na legislação brasileira.
	Em agosto de 2007, no Auditório da Faculdade de Direito da Fundação Getúlio Vargas (SP), foi fundado o Instituto Brasileiro de Justiça Restaurativa [IBJR], visando difundir e dar suporte às práticas restaurativas. 
	Em agosto de 2008, entrou em vigor a Resolução SE – 58, que “institui a Comissão Permanente de Estudos para a implementação do Programa Justiça e Educação: uma parceria para a cidadania” 
Justiça Restaurativa - por centrar suas forças no diálogo, no envolvimento emocional das partes, na reaproximação das mesmas, é fundamental esclarecer que não há ênfase para a reparação material na Justiça Restaurativa. 
	A reparação do dano causado pelo ilícito pode ocorrer de diversas formas, seja moral, material ou simbólica. 
	O ideal reparador é o fim almejado por esse meio alternativo de justiça e o consenso fruto desse processo dialético pode resultar em diferentes formas de reparação.
 
“Justiça Restaurativa é um processo pelo qual todas as partes ligadas a uma ofensa em particular, se reúnem para resolver coletivamente como lidar com as consequências da ofensa e suas implicações para o futuro”.
Tony Marshall-1996 
“O importante é possibilitar a cada um refletir sobre o que fez, por que fez e quem foi afetado. Assim, ele tomará contato com as consequências dos seus atos e poderá ter um comportamento diferente daquele apresentado até então”.
Monica Mumme
	A Justiça Restaurativa é um novo modelo de justiça voltado para as situações prejudicadas pela existência da violência. 
	Valoriza a autonomia e o diálogo, criando oportunidades para que as pessoas envolvidas no conflito (autor e receptor do fato, familiares e comunidade) possam conversar e entender a causa real do conflito, a fim de restaurar a harmonia e o equilíbrio entre todos. 
	A ética restaurativa é de inclusão e de responsabilidade social e promove o conceito de responsabilidade ativa.
	A justiça restaurativa aplica-se às práticas de resolução de conflitos baseadas em valores que enfatizam a importância de encontrar soluções para um mais ativo envolvimento das partes no processo, a fim de decidirem a melhor forma de abordar as consequências do delito, bem como as suas repercussões futuras.
Exemplos de justiça restaurativa: mediação, conciliação...
	Como resultados restaurativos podemos ter os acordos resultantes da negociação, como por exemplo:
Reparação do dano
Divisão de bens
Restituição de algum bem
Prestação de serviços à comunidade
Dentre outros, sempre com o fim de atender as necessidades individuais e coletivas das partes envolvidas. 
	A justiça restaurativa encoraja as partes envolvidas a resolverem o conflito por meio da discussão e negociação – utilizando-se da argumentação. A JR trabalha com um conceito aberto, continuamente renovado e desenvolvido com base na experiência. Objetiva fortalecer indivíduos e comunidades para que assumam o papel de pacificar seus próprios conflitos e interromper as cadeias de reverberação da violência. Mais do que a reparação material, por esta via pode se conseguir restaurar as relações e a confiança, dependendo do fato a ser trabalhado. 
Johnstone e Van Ness (2007) apontam para três concepções de JR: 
Concepção do encontro
Concepção da reparação
Concepção da transformação.
 Concepção do encontro: vítima, ofensor e outros interessados no caso devem ter a oportunidade de encontrar-se em um local não tão formal como os fóruns e tribunais.
Propicia que os envolvidos no delito abandonem a passividade e assumam posições ativas nas discussões e na tomada de decisões sobre o que deve ser feito em relação ao delito, sempre com a ajuda de um facilitador. 
Ao invés de uma pena imposta pelo juiz, utiliza-se o diálogo para se chegar a um acordo.
Propicia que a vítima expresse seu sofrimento e sentimentos em relação ao delito diretamente ao infrator. 
 Concepção da reparação: defende-se que o dano causado à vítima deve ser reparado.
Entende-se que a reparação seja suficiente não necessitando infligir dor ou sofrimento ao ofensor.
O acordo restaurador além de reparar a vítima, oportuniza a (re)integração do ofensor e a restauração da comunidade afetada pelo delito.
Com a reparação, a vítima pode expressar como se sente e fazer perguntas sobre o “porquê” de sua atitude enquanto que para o ofensor é dada a oportunidade de desculpar-se e concordar com a reparação que deve fazer. 
Concepção da transformação: tem como objetivo que as pessoas transformem a maneira pela qual compreendem a si e como se relacionam.
	A justiça restaurativa tem como valores e premissas fundamentais:
Participação	
Respeito
Honestidade	
Humildade
Interconexão
Responsabilidade
Empoderamento
Voluntariedade
Consensualidade
Confidencialidade
Celeridade	
Urbanidade
Adaptabilidade
Imparcialidade
Estes valores e premissas distinguem a justiça restaurativa de outras abordagens mais tradicionais de justiça como resolução de conflitos.
Principais objetivos da Justiça Restaurativa:
Restabelecer os laços rompidos pelo delito
Promover participação social, respeito e dignidade entre as partes
Mútua compreensão dos sentimentos
Tornar a vida das pessoas envolvidas mais tranquila e compensada pelos sofrimentos decorrentes do conflito
Valorização dos sentimentos de honestidade, humildade, interconexão, empoderamento e esperança
Abordar a resolução dos conflitos de forma democrática, com ações construtivas que beneficiem a todos
Resgatar a convivência pacífica no ambiente afetado pelo conflito.
O procedimento da Justiça Restaurativa só será efetivo quando as partes envolvidas no conflito quiserem conversar e entender a causa real do conflito, a fim de restaurar a harmonia e o equilíbrio entre todos, valorizando o diálogo, compensando danos, gerando compromissos futuros e responsabilidades.
Para Elliott (2011) são objetivos da Justiça Restaurativa:
Participação plena dos envolvidos no conflito, em um processo inclusivo, baseado no consenso.
Cura das feridas abertas.
Busca pela responsabilidade/ responsabilização, e não pela culpa/ estigmatização.
Reunir o que está dividido.
Fortalecimento da comunidade, para que passe a prevenir danos. 
Elliott (2011) ainda reforça que o foco das intervenções da Justiça Restaurativa é diferente das práticas familiares. Mais do que encontrar o culpado, determinando as punições que se enquadram, a JR tem como objetivos: 
I) Considerar em todos os estágios a necessidade dos participantes, dos ofendidos, daqueles que praticaram as ofensas e da comunidade afetada. Isso inclui, mas não está limitado, a necessidade de informação sobre os suportes que a JR pode oferecer, bem como as oportunidades para diálogos verdadeiros e a possibilidade para agir, analisadas as responsabilidades pessoais e coletivas. 
II) Cicatrização das feridas, que inclui uma larga interpretação envolvendo não apenas as responsabilidades dos agressores, mas também possibilitar a comunidade, para que esta facilite a produção de cicatrizações. 
III) Classifica-se como uma boa intervenção de Justiça Restaurativa aquele processo que encorpa e reflete os desejos e valores identificados na comunidade. Assim, pode-se dizer que esse é um processo seguro, respeitoso, inclusivo e assim por diante.
	A justiça restaurativa visa estimular valores em um grupo mais amplo do que apenas nos participantes imediatos. Uma boa forma de entender a diferença entre a Justiça Criminal e a Justiça Restaurativa, repousa nas questões implícitas em cada paradigma: 
	-No sistema criminal as questões formuladas são: Quais leis foram transgredidas? Quem fez isso? O que ele merece? 
	-Enquanto que, na Justiça Restaurativa, pergunta-se: Quem foi o atingido? O que ele precisa? De quem são as obrigações de repará-lo?
	A primeira pune as ofensas, enquanto a segunda cicatriza as ofensas.
	Marshall (2004) conceitua JR como “um processo pelo qual todas as partes que tem interesse em determinada ofensa, juntam-se para resolve-la coletivamente e para tratar suas implicações futuras”.
Braithwaite (2003) apud Pallamolla (2009) aponta valores prioritários que atuam como ferramentas para assegurar o procedimento restaurativo:
I) Não dominação: também nos processos restaurativos há a tentativa, por parte das pessoas envolvidas, assim como em qualquer outra interação social, de impor a dominação ao outro. Os processos de JR devem estar bem estruturados, para que os participantes tenham condições de identificar quem está tentando dominar e, a partir disso, equilibrar a relação de poder, dando voz a quem está sendo dominado. 
II) Empoderamento: a não dominação gera empoderamento. Se o ofendido não aceita o perdão do ofensor, deve-se encorajar o ofendido para que o faça. Para que as vítimas ou ofendidos sintam-se à vontade para falarem, devem sentir-se necessárias e ouvidas durante o processo. 
III) Obediência: deve haver a obediência, ou a honra aos limites previstos nas sanções legais. É vedado no processo restaurativo “qualquer forma degradante ou humilhante de desfecho”.
IV) Escuta respeitosa: da forma como o empoderamento é limitado pelas sanções estabelecidas legalmente, aos participantes do processo restaurativo são vedados o desrespeito e a opressão ao outro. 
V) Preocupação igualitária com todos os participantes: tanto a vítima ou o ofendido, quanto a comunidade e o ofensor, precisam ser partes ativas no processo restaurativo, devendo a necessidade de todos eles serem observadas e ponderadas para que se obtenha um resultado final formulado em conjunto, de modo a atender, pelo menos em parte, a depender das necessidades de cada um, os anseios de todos os envolvidos.
VI) Liberdade de escolha: todas as pessoas envolvidas em qualquer tipo de conflito, de qualquer esfera do direito deve ter a possibilidade de optar por resolvê-lo ou tratá-lo em um processo restaurativo, ao invés de um processo judicial. Deve-se ter em mente que, tanto no processo judicial como no restaurativo, devem as partes serem informadas sobre os seus direitos e a tudo aquilo a que estão sujeitas. 
VII) Respeito e observância as normas contidas na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Declaração dos Princípios básicos da Justiça para as vítimas de crime e abuso de poder.
Os autores destacam ainda na JR:
Princípio da voluntariedade: as partes não estão obrigadas a participar deste meio para resolver seus litígios. 
Princípio da dignidade da pessoa humana
Princípio da imparcialidade: o interventor não trará para si o poder de decidir sobre o litígio
Princípio da cooperação: todos os envolvidos deverão complementar e buscar o crescimento diante do fato
Princípio da informalidade
Princípio do respeito mútuo e da boa-fé
Princípio do equilíbrio: as partes devem se mostrar bastante consoantes à igualdade de interesses
Princípio da responsabilidade
Princípio da interdisciplinaridade
Os processos restaurativos devem enfatizar:
O dano sofrido pela vítima e suas necessidades dele decorrentes.
A responsabilização do ofensor para que repare o dano.
O empoderamento das partes envolvidas, sempre com base em valores como respeito e inclusão.
A reparação das relações afetadas pelo delito, sempre que possível.
É importante destacar as garantias processuais das partes:
 Vítima e ofensor devem ter direito à assistência legal antes e depois do processo restaurativo (menores de idade serem assistidos por seus pais ou responsáveis)
As partes devem ser informadas de seus direitos, da natureza do processo e das possíveis consequências de sua decisão antes de concordar em participar.
As partes não podem ser coagidas nem induzidas a participar do processo ou a aceitar seus resultados. 
Momentos de aplicação da Justiça Restaurativa:
Fase policial, ou seja, pré-acusação. O encaminhamento pode ser feito tanto pela polícia quanto pelo Ministério Público. (Não é comum no Brasil ser encaminhado pela polícia)
Fase pós-acusação, mas usualmente, antes do processo. O encaminhamento é feito pelo MP.
Etapa do juízo, tanto antes do julgamento quanto ao tempo da sentença. O encaminhamento é feito pelo Tribunal.
Fase da punição, como alternativa ao cárcere, como parte dele, ou somada à pena de prisão. O encaminhamento pode ser feito pelo órgão prisional. 
É importante destacar que vítima e ofensor podem livremente aderir e retirar-se do processo restaurativo a qualquer tempo (menos em situações vinculadas à justiça de menores em que o ofensor é obrigado a participar). Os profissionais envolvidos necessitam informem as partes de seu direito de optar ou não pelo programa de JR logo no início do processo.
Prima-se pela confidencialidade das conversas que não serão públicas e não deverão ser reveladas. Os resultados obtidos
nos processos restaurativos devem ter a mesma força de uma sentença judicial. 
Existem diversas práticas restaurativas, mas três modelos constituem a base das práticas de justiça restaurativa: 
1) Mediação vítima-ofensor, que nasceu na Europa [Inglaterra, Áustria, Finlândia e Noruega] e América do Norte 
2) Conferências de grupos familiares que surgiu na Austrália e Nova Zelândia 
3) Círculos Restaurativos ou de Pacificação ou de Sentença que surgiu no Canadá
1) Mediação vítima-ofensor, a forma mais utilizada de Justiça Restaurativa.
O processo implica numa reunião entre vítima e ofensor, com a participação de um mediador capacitado para coordenar e conduzir o encontro restaurativo.
Antes da mediação propriamente dita, as partes passam por conferências separadas com o mediador que explica e avalia se ambos se encontram preparados para o processo. 
Ambos intervenientes expressam o seu ponto de vista e os seus sentimentos a respeito do crime: a vítima descreve suas experiências com o crime e o impacto que sofreu e, o ofensor, por sua vez, explica o que fez e o porquê de suas ações, respondendo às perguntas que a vítima possa ter.
1) Mediação vítima-ofensor
Uma vez que ambos tenham se expressado, o mediador os estimula a encontrar uma solução para suas questões ou, um acordo de reparação dos danos que se afigure justo e adequado àquele caso concreto.
Com o uso da mediação o objetivo prioritário é o restabelecimento do diálogo, superar a dicotomia vítima-ofensor, desfazer os mitos uma vez que ambos podem verbalizar o que sentem e pensam. Há participação ativa de ambos no processo.
E importante que ambas as partes respeitem e reconheçam os interesses da outra parte. Experiências apresentaram ser mais positivas do que os que passaram pela justiça criminal tradicional.
2) Conferências de grupos familiares. Surgiu na Nova Zelândia para atender casos envolvendo adolescentes em ato infracional. 
As conferências de grupos familiares se diferenciam da mediação, já que estas envolvem mais participantes. 
Não só estão presentes a vítima e o ofensor primário, senão também as vítimas secundárias [como os familiares e amigos da vítima], assim como os parentes do infrator [como seus familiares e amigos] ou pessoas que sejam importantes para as partes. Também podem participar os representantes do sistema de justiça penal, como polícia, agentes de liberdade provisória, assistentes sociais e grupos comunitários de apoio.
2) Conferências de grupos familiares. 
Há encontros separados entre o facilitador e cada uma das partes [podem ser acompanhadas de famílias], antes do encontro direto entre vítima e ofensor.
O objetivo é fazer com que o infrator reconheça o dano causado à vítima e aos demais e assumam a responsabilidade por seu comportamento. A vítima tem a oportunidade de falar sobre o fato, fazer perguntas e dizer como se sente.
Após as discussões, a vítima é perguntada sobre o que gostaria que fosse feito e, então, passa-se a delinear um acordo reparador, para o qual todos os participantes podem contribuir. O envolvimento da família na determinação do resultado costuma fazer com que o ofensor seja mais incentivado a cumprir o acordo
3) Círculos restaurativos – também chamados de círculos de pacificação ou de sentença
Sua utilização abrange delitos cometidos tanto por jovens quanto por adultos, sendo também empregados para delitos graves, disputas da comunidade, em escolas e em casos envolvendo o bem-estar e proteção da criança.
Dos círculos participam as partes diretamente envolvidas no conflito [vítima/infrator], suas respectivas famílias, pessoas ligadas à vítima e ao infrator que queiram apoiá-los, qualquer pessoa que represente a comunidade e que tenha interesse em participar, bem como pessoas vinculadas ao sistema de justiça criminal. 
Os círculos voltam a atenção às necessidades das vítimas, comunidade e ofensores.
3) Círculos restaurativos
Círculos restaurativos podem ser usados para resolver problemas da comunidade, prover suporte e cuidado para vítimas e ofensores, considerar como acolher na comunidade os ofensores que estiveram presos.
Sua adoção pode ocorrer em diversas etapas do processo judicial criminal: antes da ação penal, antes do processo, depois da instrução e antes da sentença, como sentença, ou após a mesma.
Os processos circulares variam, mas há geralmente quatro etapas: 
Primeira: determina se o caso específico é apropriado para um processo do círculo
Segunda: prepara as partes que estão envolvidas no círculo. Informa-se a ambos acerca do que ocorrerá no círculo, escutando as experiências que tiveram e informando quem participará.
Terceira: procura um acordo consensual no círculo
Quarta: fornece o monitoramento e assegura que o ofensor cumpra o acordo.
PROJETO DE LEI NO 7.006, DE 2006 - Deputado Antônio Carlos Biscaia Relator
São termos do Projeto de Lei sobre o procedimento de justiça restaurativa: 
Art. 2º. Considera-se procedimento de justiça restaurativa o conjunto de práticas e atos conduzidos por facilitadores, compreendendo encontros entre a vítima e o autor do fato delituoso e, quando apropriado, outras pessoas ou membros da comunidade afetados, que participarão coletiva e ativamente na resolução dos problemas causados pelo crime ou pela contravenção, num ambiente estruturado denominado núcleo de justiça restaurativa. 
Art. 3º. O acordo estabelecerá as obrigações assumidas pelas partes, objetivando suprir as necessidades individuais e coletivas das pessoas envolvidas e afetadas pelo crime ou pela contravenção.
No dia 31 de maio de 2016, o CNJ, em Sessão Plenária, com votação unânime dos Conselheiros, aprovou a proposta, que, após a assinatura do Presidente, Ministro Ricardo Lewandowski, tornouse a Resolução nº 225, de 31 de maio de 2016, que: “Dispõe sobre a Política Nacional de Justiça Restaurativa no âmbito do Poder Judiciário e dá outras providências”.
Pela presente proposta, portanto, concebida a partir de um processo participativo, democrático e consensual, entres magistrados com experiência na área, buscase “contribuir com o desenvolvimento da Justiça Restaurativa” (…) mediante a instituição de um verdadeiro marco normativo tendente a promover mudanças de paradigmas e difundir a aplicação coordenada e qualificada dos procedimentos restaurativos em todo o território nacional, por meio de uma Política Nacional de Justiça Restaurativa no âmbito do Poder Judiciário 
(Ato Normativo nº 000237712.2016.2.00.0000, Voto do Conselheiro Relator Bruno Ronchetti de Castro, Plenário do Conselho Nacional de Justiça, 31.05.2016).
Noções de Direito de Família
Noções de Direito de Crianças e Adolescentes
Todos os direitos estão resguardados na Constituição Federal.
Dias (2010) afirma que “é difícil quantificar ou tentar nominar todos os princípios que norteiam o direito das famílias. Alguns não estão escritos nos textos legais, mas têm fundamentação ética no espírito dos ordenamentos jurídicos para possibilitar a vida em sociedade”. 
Winnicott (1987) apud Sócrates (2009) defende que “quando o estabelecimento das relações é satisfatório, ou seja, ocorreu num ambiente familiar e social favorável, o sujeito desenvolve as principais capacidades emocionais, determinando, assim, a forma de lidar com diversas circunstâncias da vida” 
Da dignidade da pessoa humana:
O princípio da dignidade humana é o mais universal de todos os princípios.
Valor nuclear da ordem constitucional.
Segundo este princípio, o Estado não tem apenas o dever de abster-se de praticar atos que atentem contra a dignidade humana, mas também deve promover essa dignidade através de condutas ativas, garantindo o mínimo existencial para cada ser humano em seu território. O princípio defende igual dignidade para todas as entidades familiares, independente de constituição e forma de filiação.
Da liberdade:
A liberdade e a igualdade – Foram os primeiros princípios reconhecidos como direitos humanos fundamentais. 
Ausência de discriminação. Todos têm a liberdade de escolher seu par,
seja do sexo que for, bem como o tipo de entidade que quiser para constituir sua família. 
Consagra laços de solidariedade entre pais e filhos. Igualdade entre os cônjuges no exercício do poder familiar.
Liberdade de dissolver o casamento ou união estável, alteração do regime de bens.
Da igualdade e respeito à diferença:
Frase de Rui Barbosa: “tratar a iguais com desigualdade ou a desiguais com igualdade não é igualdade real, mas flagrante desigualdade”. Princípio da isonomia.
É necessária a igualdade na própria Lei, não basta que a Lei seja aplicada igualmente para todos.
Igualdade em questões como: filiação (legítimos, adoções, fora do casamento...); planejamento familiar; direitos e deveres idênticos aos cônjuges em relação a patrimônio, guarda dos filhos...; sobrenome do outro; igualdade de gênero e outros temas vinculados à família. 
Da solidariedade familiar:
Solidariedade é o que cada um deve ao outro.
Solidariedade implica fraternidade e reciprocidade. 
A pessoa só existe enquanto coexiste.
Deveres recíprocos entre os integrantes do grupo familiar.
Resguardar os direitos alimentícios. 
Da proteção integral a crianças, adolescentes e idosos:
Princípio da prioridade absoluta – a pessoas em desenvolvimento (vulneráveis e frágeis) necessitam de tratamento especial. 
Tratamento igualitário aos filhos independente da origem (legítimo, ilegítimo, adotado...).
Garantia da convivência familiar – quando existir possibilidade para tal. E a destituição do poder familiar quando em contrário. 
Deve prevalecer o direito à dignidade e ao desenvolvimento integral.
Do pluralismo das entidades familiares:
Reconhecimento de várias possibilidades de arranjos familiares. Antigamente somente o casamento merecia reconhecimento e proteção.
Da proibição de retrocesso social:
Dadas todas as garantias acima ninguém pode sofrer limitações ou restrições na legislação. Não podendo haver diferença de tratamento ou revelar preferências, nem efetuar tratamento discriminatório. 
	
Da afetividade:
O princípio jurídico da afetividade faz despontar a igualdade entre irmãos biológicos e adotivos e o respeito a seus direitos fundamentais.
O sentimento de solidariedade recíproca não pode ser perturbado pela preponderância de interesses patrimoniais. Família e casamento adquirem novo perfil, voltados muito mais a realizar os interesses afetivos e existenciais de seus integrantes. 
Da afetividade:
São fundamentos essenciais do princípio da afetividade:
Igualdade de todos os filhos independente da origem.
Adoção como escolha afetiva com igualdade de direitos.
Comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes, incluindo os adotivos, com a mesma dignidade de família.
Direito à convivência familiar como prioridade absoluta da criança e do adolescente.
Quando se discorre sobre Direito de Família diversos temas surgem, dentre eles:
Novos arranjos Familiares
Direitos e obrigações familiares
Papéis desempenhados no âmbito familiar
Relações de parentesco
Poder familiar 
Filiação e reconhecimento de filhos
Proteção dos filhos
Proteção aos idosos
Regime de bens 
Guarda, alimentos e visitas
Tutela e Curatela...
 Um dos primeiros atos da Assembleia Geral das Nações Unidas foi a proclamação em 1948, de uma Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Primeiro artigo: 
“Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. São dotadas de razão e de consciência e devem agir em relação às outras com espírito de fraternidade”. 
Direitos fundamentais à igualdade:
Ninguém é superior em dignidade ou direitos a ninguém.
Ter ou não bens não implica em ser mais ou menos humano.
Não se trata de igualdade absoluta, mas de igualdade de tratamento jurídico e de oportunidades.
Tratamento igual aos iguais e desigual aos desiguais na proporção das suas desigualdades – direito às diferenças (princípio da isonomia). 
Políticas públicas de emprego e renda, de saúde e educação igualitárias.
Direitos fundamentais à existência digna:
 Existência de acordo com a dignidade humana.
 Direito a um padrão de vida capaz de assegurar a cada um e à sua família saúde e bem-estar.
 Não admite a prática de tortura, penas ou tratamentos degradantes.
 Previdência social é uma das modalidades de proteção à existência digna. 
 Pressupõe fraternidade, igualdade distributiva, políticas compensatórias. Implica proteção especial aos que estão em condições de vulnerabilidade. 
Direitos fundamentais à liberdade:
 Ausência de escravidão e servidão.
 Autonomia (de vontade, negocial, de consciência, de expressão...).
 Direito de propriedade.
 Liberdade de ser reconhecido aos demais em idêntica situação.
 Pressupõe a veracidade e o respeito à honra, à intimidade e à imagem dos outros.
 Direito de eleger representantes em eleições e de voto secreto, que assegure a liberdade de escolha. 
Direitos fundamentais à estabilidade democrática:
 As instituições democráticas são ordenações jurídicas e políticas públicas voltadas para a defesa, proteção e desenvolvimento dos direitos humanos.
 Amplo direito de acesso à justiça. Defensoria pública, gratuita, para os que não têm condições de custear advogados.
 Ninguém pode ser considerado culpado antes do devido processo legal. 
 A estabilidade democrática é o pressuposto de uma segurança cidadã.
Vezzulla (2006): “O adolescente anseia por exercer o poder que sente ter em conhecimento, percepção e habilidade social expandidos e em um corpo que está amadurecendo ou já é adulto... Quando as circunstâncias ou atitudes dentro da família limitam seriamente as oportunidades para o adolescente exercer poder de maneira apropriada, ele busca outros ambientes ou relacionamentos nos quais possa se auto afirmar... Às vezes, durante esse período os adolescentes fazem escolhas rebeldes que restringem seriamente suas opções na vida, durante anos. A gravidez, o uso de drogas e a delinquência são os tipos de problemas adolescentes que podem ter consequências durante algum tempo”.
Rosa (2008): “A perspectiva é a de buscar com o sujeito a emancipação [...]. Assim, é que, dentro da atuação da Instituição, abre-se uma possibilidade de diálogo com o adolescente, seus familiares, seu grupo e a vítima, via círculo restaurativo”.
“O adolescente pode discutir o acontecido, ter responsabilização e perceber as consequências de sua conduta. A vítima também tem seu papel no procedimento, sendo tratada como um sujeito e tendo um lugar de fala”.
Quando se discorre sobre Direito de Crianças e Adolescentes está se falando do Estatuto da Criança e do Adolescente e sobre o Estatuto da Juventude
Constituição Federal – artigo 227 “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
Estatuto da Criança e do Adolescente 
Artigo 4º “É obrigação da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público, assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”
A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. (ECA, 2012)
	Medidas socioeducativas - ECA:
Advertência
Obrigação de reparar o dano
Prestação de serviços à comunidade
Liberdade assistida
Inserção em regime de semiliberdade
Internação em estabelecimento educacional
Estatuto da Juventude
Lei 12.852/2013 – que determina quais são os direitos dos jovens que devem ser garantidos e promovidos pelo Estado Brasileiro.
Princípios:
Promoção da autonomia e emancipação dos jovens.
Valorização e promoção da participação social e política da juventude, direta e por meio de suas representações.
Promoção da criatividade e da participação da juventude no desenvolvimento do país.
Reconhecimento do jovem como sujeito de direitos universais, geracionais e singulares.
Promoção do bem-estar, da experimentação e do desenvolvimento integral do jovem.
Respeito à identidade e à diversidade individual e coletiva da juventude.
Promoção da vida segura, da solidariedade e não discriminação.
Valorização do diálogo e convívio do jovem com as demais gerações.
Ministério Público
Poder Judiciário
Políticas Pública
CRAS – Centro de referência da Assistência Social
CREAS – Centro de Referência Especializado da Assistência Social
Conselho Tutelar
Atualmente, conviver pacificamente tornou-se uma utopia desejável. Vivemos em um século marcado pela intolerância. Precisamos pensar em novas formas de comunicação, menos competitiva e rivalizante. 
Muszkat (2008) afirma que “é no espaço da família que são vividas as primeiras experiências conflitivas e que a criança introjeta as diferentes formas de resolução de conflitos. [...] é nesse contexto que adquirimos nossos primeiros modelos de manejo de conflitos, seja repetindo os modelos, seja nos opondo a eles”.
Os conflitos interpessoais podem se dar em quaisquer ambientes:
 Familiares
 Sociais
 Policiais
 Nacionais
 Internacionais
 Empresariais
 Educacionais
 Públicos
Para Rocha (2007), “o conflito nasce da inefetividade das normas de direção das condutas, ou seja, o conflito nasce quando falha a função de direção das condutas”. 
Já Fagundes (2007) afirma que: “ao contrário de eliminar o conflito, eles devem ser compreendidos, e isso só ocorre através de uma educação voltada para a paz e com uma abordagem multidisciplinar do conflito, por que os problemas humanos são de variadas ordens, não apenas jurídicos, mas também existenciais, psicológicos, políticos, sociais, econômicos [...]”. 
Sales e Rabello (2009) reforçam: “para cada tipo de conflito existe uma solução que mais se enquadra a ele, o que denota a existência de variados mecanismos de resolução dos conflitos, e também a necessidade de avaliação e percepção do conflito para que lhe seja aplicado o mecanismo de solução certo”. 
Vários fatores contribuem para que os seres humanos se envolvam em situações de conflito como acidentes, cenas de violência, assalto, traições, separações, percepções diferentes acerca da questão envolvida...O perfil de cada pessoa influencia na maneira de encarar o conflito e de reagir a ele. 
Um conflito pode ficar latente ou ser manifesto. O ambiente em que acontece o conflito também influencia em sua evolução e resolução. Vivências anteriores com situações de conflito semelhante também precisam ser levadas em conta na forma como a pessoa encara o conflito.
Kenneth Boulding (1962) define conflito como “uma situação de concorrência, onde as partes estão conscientes da incompatibilidade de futuras posições potenciais, e na qual cada uma delas deseja ocupar uma posição incompatível com os desejos da outra”.
O conflito consiste em querer assumir posições que entram em oposição aos desejos do outro, que envolve uma luta pelo poder e que sua expressão pode ser explícita ou oculta atrás de uma posição ou discurso encobridor. 
Quando se trabalha com conflitos, dois pontos são importantes: 
Posições (pessoais) 
Interesses (que é o que realmente interessa no processo).
Vários motivos provocam o desencadeamento de fortes conflitos, principalmente no contexto familiar.
Introjeção de regras e valores
Avaliações saturadas de projeções e idealizações
Competitividade
Jogos de poder
Ciúmes e sentimentos de abandono
Padrões de comportamentos lesivos à saúde das inter-relações. 
É impossível compreender e manejar conflitos sem um exame mais rigoroso da correlação de poderes presentes na dinâmica das relações.
Acland (1993) aponta itens importantes para uma boa comunicação em situações de conflito
Que as partes se escutem com atenção.
Que falem com clareza e determinação.
Que possuam uma atitude aberta à apresentação de informações e de ideias novas.
Que estejam dispostas a concordar.
Que aceitem os outros como iguais. 
Os canais de comunicação se distribuem da seguinte forma:
linguagem do corpo = 55%
tom de voz = 38%
palavras = 7%
PRECEITOS DE COMUNICAÇÃO CONSTRUTIVA
Conotação positiva: a comunicação construtiva começa com o acolhimento do outro por meio de uma linguagem apreciativa, estimulante. A conotação positiva expressa uma atitude de reconhecimento, que contempla o pluralismo. Esse reconhecimento é o fundamento da não-violência.
Escuta ativa: a melhor comunicação é aquela que reconhece a necessidade de o outro se expressar. O conselho bloqueia as necessidades de expressão, reconhecimento e emancipação do aconselhado. O facilitador ou mediador deve estar consciente de que a necessidade primeira do mediando é a de expressar suas razões e sentimentos. 
PRECEITOS DE COMUNICAÇÃO CONSTRUTIVA
Perguntas sem julgamento: primeiro escute, depois pergunte. Em vez de aconselhar, pergunte. Perguntas apropriadas apoiam e complementam o processo de escuta e reconhecimento. Perguntar esclarece, sem ofender. A pergunta nos protege da pressa em julgar o outro ou da nossa mania de dar conselhos. 
Quanto à forma, as perguntas podem ser: fechadas, quando se busca uma resposta do tipo sim ou não; dirigidas, quando se almeja o esclarecimento ou ponderação a respeito de um detalhe do problema; ou abertas, quando se pretende um esclarecimento pleno do conflito.
PRECEITOS DE COMUNICAÇÃO CONSTRUTIVA
Reciprocidade discursiva: fale claramente, mas respeite o igual direito do outro de falar. Após escutar ativamente o que o outro tem a dizer, estabeleça uma comunicação em que ambos respeitem o direito do outro de se expressar. 
O mediador deve obter, logo no início, a concordância de ambas as partes com a regra da não interferência na fala do outro. E deve assegurar, firmemente, igual direito de expressão. Equilibrar o direito de expressão contribui para equilibrar o poder.
É comum a existência de pessoas mais tímidas, que tendem a se omitir e pessoas loquazes, que costumam manipular a conversa.
PRECEITOS DE COMUNICAÇÃO CONSTRUTIVA
Mensagem como opinião pessoal: quando fizer alguma observação sobre o comportamento de alguém, use a primeira pessoa. Exemplo: “em minha opinião isso poderia ter sido feito da seguinte forma...”. Nunca se deve dizer: “você não deveria ter feito isso ou aquilo...”.
Assertividade: Não se deve ter medo de divergência. Ser assertivo é ter clareza. Dizer sim ou dizer não com todas as letras. Saiba naturalmente dizer não ao comportamento imoral, ilegal ou injusto.
Somos levados a confundir tolerância com conivência. A falta de assertividade contribui para o paradoxo da violência, pois excesso de omissão, de acomodação, se converte em excesso de agressão. 
PRECEITOS DE COMUNICAÇÃO CONSTRUTIVA
Priorização do elemento relacional: separe o problema pessoal do problema material. Tenha em conta que a necessidade primeira das pessoas envolvidas é restaurar a relação pessoal. 
Essa restauração pressupõe uma capacitação, uma conscientização, uma reelaboração dos sentimentos e percepções de cada um dos mediandos, uma revisão das posições originais, o que enseja a abertura para que se estabeleça um diálogo identificador de interesses subjacentes, interesses comuns e opções.
O mediador primeiro tem que levar em conta o problema pessoal (a relação propriamente dita). Somente após, restaurada a relação ou superada a animosidade, as pessoas estarão aptas a cuidar do problema material (os bens e os direitos envolvidos),
PRECEITOS DE COMUNICAÇÃO CONSTRUTIVA
Reconhecimento da diferença: toda uma preparação será necessária
para que o mediando se sinta em condições de sair da sua posição e se imagine no lugar do outro. Colocar-se no lugar do outro é o caminho da empatia, da compreensão das razões, desejos, necessidades e valores do outro.
Para que estejamos aptos a reconhecer a diferença, precisamos superar os estereótipos, que são aquelas ideias ou convicções classificatórias, preconcebidas sobre alguém ou algo.
PRECEITOS DE COMUNICAÇÃO CONSTRUTIVA
Não reação: ao sofrer uma acusação injusta, não reaja. Quando reagimos, estamos cedendo, revidando ou rompendo, num encadeamento inconsequente do estado de dependência.
Não ameaça: ameaça é jogo de poder coercitivo. Ao ameaçar você está induzindo a outra parte a provar que é mais poderosa. Em vez de uma solução de ganhos mútuos (ganha-ganha), fica-se restrito a um jogo de ganha-perde ou de perde-perde. A ameaça conduz o conflito na direção do confronto, da violência.
Uma boa forma é conscientizar previamente os mediandos sobre a prática da escuta ativa.
A solução de conflitos requer métodos adequados à sua natureza, às características dos envolvidos, às experiências anteriores dessas pessoas, para se chegar ao caminho mais adequado para a resolução. Existem métodos formais e informais de solução de conflitos.
Neste estudo, iremos trabalhar com os métodos formais de solução de conflitos, que podem ser divididos em tradicionais e alternativos.
Método tradicional: julgamento
Métodos alternativos: métodos extrajudiciais de solução de conflitos. 
ACORDO x SENTENÇA
MÉTODO TRADICIONAL JULGAMENTO
O Poder Judiciário decide fundamentado na apreciação dos fatos e na aplicação do direito.
O juiz representa o poder e a responsabilidade pelos resultados depende dele.
Pode ser verificado fatores psicológicos negativos e positivos acerca da transferência de poder de decisão sobre o evento.
MÉTODO TRADICIONAL JULGAMENTO
Alguns Aspectos Negativos 
Transferência de poder para outra pessoa sobre aspectos de sua própria vida. 
Possibilidade de se sentir insatisfeito com o resultado.
Demora nas resoluções... 
Alguns Aspectos Positivos 
Estar sendo cuidado por alguém superior, com poder. 
Transferência da culpa pelo resultado alcançado. 
Eximir-se da tomada de decisão...
MÉTODOS ALTERNATIVOS 
Métodos extrajudiciais de solução de conflitos. 
Existem diferentes métodos extrajudiciais de intervenção e de resolução de conflitos que facilitam as partes envolvidas a chegar a um entendimento. Esses métodos diferem entre si quanto ao modo de obter um acordo.
Arbitragem
Negociação
Conciliação
Mediação 
Muitos profissionais do Direito olham para os métodos alternativos de resolução de conflitos com desconfiança, por desconhecerem sua verdadeira função. Acreditam que esses métodos vão contra seu desempenho profissional. Nada mais distante da realidade. O advogado é o profissional que a sociedade consulta quando se trata de tentar resolver um conflito. 
Há uma diversidade de técnicas existentes, fora do Judiciário, que permite procurar a solução de conflitos. Assim como o advogado prepara o caso para ser apresentado no Judiciário, também poderá preparar o caso para a negociação, a conciliação, a mediação ou a arbitragem. 
Novo Código de Processo Civil promete agilizar andamento de ações. (2015)
A ideia é acabar com processos que se arrastam na Justiça por décadas. Uma das principais alterações é sempre tentar obrigatoriamente uma conciliação entre as partes envolvidas no conflito. Conversar, buscar um acordo para evitar anos e anos de briga na Justiça. Essa medida pode evitar futuros julgamentos de sentenças e uma boa economia para cofres públicos. Atualmente, quase 100 milhões de processos tramitam na Justiça. No juizado de pequenas causas, a conciliação é obrigatória. O acordo pode ser fechado em menos de meia hora. 
Já nas varas comuns, a conciliação não é obrigatória. O processo é aberto, o andamento é demorado e o gasto maior. Segundo o Conselho Nacional de Justiça, um processo custa R$ 1,5 mil por ano ao Judiciário. O novo código prevê a conciliação antes da abertura de um processo. A negociação se torna obrigatória em todas as varas. É uma tentativa de buscar logo um acordo para desafogar as prateleiras do Judiciário. Ao todo, 94 milhões de processos tramitam na Justiça de todo o país, segundo o CNJ.
“O processo judicial é extremamente custoso para o poder judiciário, é custoso para a população, que acaba arcando com esses valores”, afirma o conselheiro do CNJ Emmanoel Campelo.
O novo texto do Código de Processo Civil foi elaborado por uma comissão de juristas e aprovado em dezembro do ano passado.
MÉTODOS ALTERNATIVOS
Arbitragem
Negociação
Conciliação
Mediação 
O QUE É ARBITRAGEM
A arbitragem é uma técnica privada de resolução de conflitos, criada para resolver questões específicas. Tem semelhanças com o método tradicional do Judiciário, pois as partes delegam a um terceiro a responsabilidade pela tomada de decisão, mas a diferença está no fato das partes decidirem quem será o árbitro. É um processo em que as partes em conflito pedem a um terceiro imparcial e neutro que tome uma decisão em seu lugar.	 
ARBITRAGEM
O árbitro está para satisfazer às necessidades dos clientes que o contratam e desejam conhecer sua decisão sobre um ponto que eles não conseguem resolver de forma direta. A arbitragem reduz o impacto emocional que o ritual da justiça estabelece.
Ser árbitro não é uma profissão; ele é um conhecedor de uma área específica, área essa que originou o conflito; ele deve ter ciência da lei que dá sustentação a essa prática, dos procedimentos de redação do compromisso e da sentença arbitral.
O QUE É NEGOCIAÇÃO
A negociação é um conjunto de discussões entre as pessoas em conflito, que se unem voluntaria e temporariamente, com a intenção de resolver os pontos em litígio. A figura do negociador surge quando a comunicação entre as partes for rompida. 
Negociar não é discutir; não se confunde com manipulação nem exige agressividade. A negociação requer objetivo, determinação e preparo.
As perdas e ganhos de cada parte são colocadas na mesa e constituem as cartas com as quais a negociação se desenvolve.
NEGOCIAÇÃO
É comum que as pessoas se intimidem, quando em confronto com outra pessoa de maior poder. Pessoas com características de personalidade antissocial tendem a negociar em busca de vantagens ilícitas. Embora a negociação possa ser vista como outro método alternativo de resolução de conflitos, ela se faz presente como técnica na conciliação e na mediação.
O QUE É CONCILIAÇÃO
Conciliação deriva do latim conciliatio que quer dizer harmonia de litigantes. A conciliação como técnica é de grande utilidade nos problemas que não envolvem relacionamento entre as partes.
Na conciliação imprime-se a boa escuta, promovendo a objetivação do conflito e instando os conflitantes a exporem a forma que melhor lhes aprouver para resolver o conflito, evitando que este seja pessoalizado e se transforme em um litígio.
Na conciliação, não há interesse em buscar ou identificar razões ocultas que levaram ao conflito e outras questões pessoais envolvidas. Concentra-se na questão objetiva, naquilo que as partes trazem para a sessão e que se constitui a figura do processo.
Por exemplo: em um acidente de trânsito, limitado a danos materiais, interessa basicamente quem vai pagar a conta e como isso será feito.
Não há relação necessária entre as partes. O conciliador procura mostrar as vantagens de um acordo. 
A conciliação é um meio de resolução de conflitos judicial ou extrajudicial, de natureza processual. Equivale à transação no direito material, quando um terceiro busca uma solução para resolver o litígio. Tem como objetivo solucionar o conflito de imediato através do acordo de vontades.
É um processo que objetiva uma relação positiva entre os envolvidos e a diminuição do impacto do conflito. Favorece o estabelecimento de um clima de confiança e a melhora da comunicação. 
É um meio alternativo de resolução de conflitos em que as partes
confiam a uma terceira pessoa (neutra), o conciliador, a função de aproximá-las e orientá-las na construção de um acordo.
O conciliador é uma pessoa da sociedade que após treinamento específico atua como facilitador do acordo entre os envolvidos, criando um contexto propício ao entendimento mútuo, à aproximação de interesses e à harmonização das relações.
A conciliação é judicial quando se dá em conflitos já ajuizados, nos quais atua como conciliador o próprio juiz do processo ou conciliador treinado e nomeado.
A conciliação é posta no sistema processual civil (CPC) como uma das duas formas nele previstas para a resolução dos conflitos que são levados à apreciação do Judiciário. A outra, é a forma impositiva, via sentença/acórdão.
De acordo com Sales e Rabelo (2009), a conciliação é composta por quatro etapas: 
I) Abertura: onde são feitos os esclarecimentos iniciais pelo conciliador, a respeito dos procedimentos e medidas legais concernentes aos limites e alcances do acordo firmado, ou sobre a impossibilidade de composição entre as partes.
II) Esclarecimentos: elucida-se as partes para que tenham plena consciência sobre o conflito e o que o gerou. Neste instante é que as partes devem se posicionar, apresentando cada uma sua visão dos fatos. Deve o conciliador, por meio de questionamentos sobre o ocorrido ajudar a estabelecer a relação causal entre os pontos convergentes e divergentes, em que, através de uma escuta ativa a ser realizada sobre a comunicação falada ou não falada ocorrida entre as partes, estimulando-as a criar hipóteses de solução.
III) Criação de opções: que podem ser levantadas pelo conciliador, ou por propostas das partes, com a finalidade de atingir uma solução consensual
IV) O acordo, sua redação e assinatura.
OBS: atualmente é possível fazer Conciliação por WhatsApp

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