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Aula 11- PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO FENOMENOLÓGICO EXISTENCIAL

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PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO FENOMENOLÓGICO EXISTENCIAL
O psicodiagnóstico tradicional:
- Processo que basicamente servia para levantamento de dados (queixa, história de vida pregressa e atual, anamnese, funcionamento psíquico) cabendo ao psicólogo analisar esses dados com base na nosologia psicopatológica para fins de encaminhamento.
- Neste processo evitava-se criar vínculos com o paciente e tampouco se faziam intervenções. “O psicólogo sentia sua tarefa como o cumprimento de uma solicitação (...) e o objetivo fundamental de seu contato com o paciente, era a investigação do que este faz frente aos estímulos apresentados”.
- Buscava obter um diagnóstico do indivíduo, classificando-o quanto às patologias, a partir das definições das características de personalidade e fatores específicos, como nível mental e outros.
O Psicodiagnóstico Interventivo Fenomenológico-Existencial:
- Teve como precursoras Fischer, nos EUA, em meados de 1970, e Marilia Ancona-Lopez, no Brasil, em 1980.
- Rompe com o modelo anterior, fazendo do atendimento um processo ativo e cooperativo. Há também uma investigação, mas o que mais o caracteriza é a possibilidade de intervenção: as questões trazidas pelos clientes são ao mesmo tempo investigadas e trabalhadas, a fim de que se possam construir, conjuntamente, compreensões. 
- As intervenções se caracterizam por propostas devolutivas ao longo do processo, acerca do mundo interno do cliente. São assinalamentos, pontuações, clarificações, que permitem ao cliente buscar novos significados para suas experiências, apropriar-se de algo sobre si mesmo e ressignificar suas experiências anteriores. 
- Já no psicodiagnóstico infantil, o processo pressupõe a implicação da família na problemática, atribuída a criança, na queixa. Acreditam que a família está de algum modo envolvida no problema. Afinal, de acordo com a fenomenologia, o ser humano é um ser sempre em relação, cuja subjetividade se constitui pelas relações que o indivíduo estabelece no decorrer de sua existência. Assim, pais e responsáveis também são clientes e tem participação ativa no referido processo. 
Psicodiagnóstico como prática colaborativa e compartilhada:
- Conjuntamente realizado pelo psicólogo, pelos pais e pela criança – que, tem aqui participação ativa, pois atribui-se grande valor às informações trazidas pelos pais, a forma de compreensão do problema do filho, às explicações prévias, às fantasias e expectativas construídas antes e no momento da procura do psicólogo.
- Assim, NÃO há uma relação verticalizada, pois o psicólogo não se põe no lugar de quem “detém o saber”; ao contrário, dialoga com os clientes no sentido de construírem juntos, possíveis modos de compreensão acerca da criança.
- O psicólogo compartilha com os clientes suas impressões, permitindo que estes as legitimem ou ainda as transformem. Afinal, é no compartilhar de experiências e percepções que pode emergir uma nova compreensão, um novo sentido, que possibilite diminuir ou eliminar o sofrimento psíquico da criança e da família.
- As intervenções do psicólogo, que provém de suas percepções, se oferecem como possibilidades para ampliar o campo de consciência da pessoa, permitindo novas experimentações. 
- Tal prática torna-se assim, uma situação de cooperação, em que a capacidade de ambas as partes de observarem, apreenderem, compreenderem constitui a base indispensável para o trabalho.
Psicodiagnóstico como prática de compreensão das vivências 
- O psicólogo busca compreender esse campo fenomenal e evita que as explicações teóricas se anteponham ao sentido dado pelo cliente. 
- Há valorização do conhecimento pessoal do cliente e de seus pais, assim como a necessidade de se trabalhar desde o início de modo conjunto e participativo, evitando guiar-se perante o caso apenas a partir de referências teóricas.
- Com o objetivo de se compreender o campo fenomenal, o psicólogo deve, com os clientes, desconstruir a situação apresentada e buscar seu significado principal: “A queixa deixou de ser vista de modo isolado para tornar-se via de acesso ao mundo do sujeito, considerando-se o esclarecimento dos significados ali presentes como processo necessário para uma possível re-significação e consequente modificação do modo de estar consigo e com o outro”. 
- A identificação da experiência do outro, bem como seu significado, é uma tarefa que exige que, de algum modo, o psicólogo se reconheça nesse outro. Por isso, um envolvimento existencial se faz necessário: mergulhar no mundo do cliente, compartilhar seus códigos, deixar-se enredar por sua trama de sentidos e, ao mesmo tempo, conseguir uma distância suficiente que permita refletir sobre a situação. 
O Psicodiagnóstico como prática descritiva
- Evita classificações. Não pretende montar um quadro estático sobre o sujeito. É um modelo descritivo na medida em que faz um recorte na vida da pessoa, em dado momento e em determinado espaço, descrevendo seu modo de estar no mundo, e com as outras pessoas, explicitando os significados nele implícitos.
O Papel do Psicólogo e dos Clientes
- Clientes tem papel ativo, participando da construção de uma compreensão sobre o que acontece com eles. O psicólogo solicita e valoriza sua colaboração pois entende que o esforço conjunto possa produzir novas compreensões para as questões trazidas. 
- Assim, tanto as experiências do cliente quanto as impressões do psicólogo são compartilhadas, caindo por terra a ideia de que existem aspectos que não devem ser mencionados pelo psicólogo ao cliente; afinal, o importante é como dizer, e não o que dizer.
Descrição do atendimento em psicodiagnóstico interventivo fenomenológico existencial 
- Entrevista Inicial
- História de vida da criança
- Contato inicial com a criança
- Sessões devolutivas com os pais
- Encontro com a criança: uso de testes psicológicos
- Visita escolar e domiciliar
- Última sessão com os pais
- Relatório Final
- Devolutiva final para a criança

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