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PAPER - 6 SEMESTRE - UM POUCO SOBRE A EJA

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UM POUCO SOBRE A EJA
Adriele, Angélica, Jenifer e Marilda ¹
Cleonice Perotoni ²
	
RESUMO 
O artigo que segue trata-se de um pouco da história da EJA, apresentando acontecimentos que fizeram com que a Educação de Jovens e Adultos fizesse parte da Educação Básica, a partir da iniciativa que a UNESCO deu após a Segunda Guerra Mundial. Não deixando de falar de Paulo Freire, educador renomado, que mais influenciou a Educação de Adultos no Brasil.  Apresenta-se também os programas e as Leis que garantem o acesso a esta modalidade. Programas que dão mais possibilidades aos jovens e adultos e Leis que regem a EJA como obrigatória modalidade da rede pública de educação. Contando que a Educação de Jovens e Adultos, assim como qualquer outra modalidade de ensino não é simples, é preciso preparação do profissional para atuar com esses sujeitos e seguindo os passos da metodologia freiriana, considerar as experiências dos indivíduos e trabalhar de forma ativa, deixando o tradicionalismo para trás.
Palavras-chave: Educação. Jovens e Adultos. Programas e Legislações.
1. INTRODUÇÃO
       A Educação de Jovens e Adultos busca oferecer o Ensino Fundamental e Médio a pessoas que não puderam estudar quando tinham idade escolar. Sendo oferecida na rede pública do Brasil e também em outros países, antes mesmo da modalidade ser oferecida neste país.
      A UNESCO, sendo umas das Nações Unidas que promovem os direitos humanos, após a Segunda Guerra Mundial propôs uma discussão para a Educação de Jovens e Adultos, com delegações de todos os países, tendo sido criados e implantados diversos programas e leis que garantem a modalidade de ensino ao longo dos anos.
      No Brasil, o maior influenciador da Educação de Jovens e Adultos é o pedagogo Paulo Freire (Paulo Reglus Neves Freire, 1921- 1997). Freire discordava das práticas educacionais oferecidas nas escolas, acreditando que o ato de educar é bem mais do que a simples transmissão de conteúdos prontos. O educador precisa trabalhar a partir das experiências dos educandos.
       O artigo que segue, procura apresentar um pouco sobre o histórico da EJA, não deixando de citar o renomado educador, Paulo Freire. No segundo momento é  apresentado os programas e leis que foram criados para garantia de ensino desta 
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modalidade. Tendo como objetivo descrever um pouco a história da EJA, a fim de familiarizar-se com o histórico da modalidade de ensino e as leis que a rege.
2. FUNDAMENTAÇÃO
       A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade que faz parte da Educação Básica, sendo reconhecida no Brasil pela LDB 9.394/96 que ressalta no artigo 37 que  : “A educação de jovens e adultos será destinada aqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio na idade própria” ( Souza, 2011, p. 18).
       Os sujeitos que estudam na  EJA buscam melhorias na qualidade de emprego ou a obtenção do diploma escolar. Alguns procuram estudar nessa modalidade por consequência de repetência ou residência no Ensino regular. Pode- se afirmar que os sujeitos da EJA são: trabalhadores, aposentados, adolescentes e jovens em busca de empregos ou até empregados que buscam mais qualidade para a profissão.
       A modalidade se fez presente no Brasil em 1930, com a estruturação industrial do país, que passou a exigir mais qualidade profissional para atuar nas empresas. “Desse modo, cabia a elite brasileira, permitir os patamares mínimos de educação a todos, entretanto, sem colocar em risco o controle ideológico e o nível de exploração exercido sobre a classe trabalhadora” (ALMEIDA; CORSO, p.3(1285)).
       Com base no histórico de que mais de 50% da população acima de quinze anos eram analfabetos, ocorreu a primeira iniciativa governamental no Brasil, visando a Campanha de Educação de Adultos (CEA) ou CEAA (Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos), ocorreu em 1947, sendo organizada por Lourenço Filho e promovida pelo Ministério da Educação. A campanha tinha por objetivo levar a educação básica aos brasileiros iletrados de áreas urbanas e rurais. Contribuiu para “ a inserção da educação supletiva entre as atividades regulares dos sistemas estaduais de ensino" ( BEISIGEL, 1997, p. 214 apud SOUZA, 2011, p.47).
       Segundo Souza (2011, p.49), em 1940 começaram a acontecer congressos para a educação de adultos, tendo o primeiro, ocorrido no mesmo ano da CEAA, com a temática “Ser Brasileiro é ser Alfabetizado”, que buscou enfatizar “a importância da Educação de Adultos para a democracia e defendia a alfabetização  em nome da cidadania” (ALMEIDA; CORSO, p.5(1287)). E onze anos depois, em 1958, foi realizado o Congresso Nacional de Educação de Adultos II, com o objetivo de buscar novas perspectivas para a educação de adultos. 
       Neste ano, o pedagogo Paulo Freire (1921-1997), se destacou chamando atenção aos problemas da sociedade que geravam o analfabetismo. O renomado educador apresentou diversas metodologias que acreditava ser melhor para a educação de adultos, contrariando o método tradicional, que se resume em, o professor ser o único dono do saber. Ele se baseava na troca de experiências, garantindo assim, que o aluno reconheça sua importância na sociedade, e mais, no mundo. 
       Freire, (1979, p. 72) comenta que: 
      
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 A alfabetização não pode se fazer de cima para baixo, nem de fora para dentro, como uma doação ou uma exposição, mas de dentro para fora pelo próprio analfabeto, somente ajustado pelo educador. Esta é a razão pela qual procuramos um método que fosse capaz de fazer instrumento também do educando e não só do educador. 
        O educador não concordava com a transmissão de conteúdos prontos aos alunos, como cópias de textos/palavras apresentados em cartilhas. Afirmava que o educar precisa contemplar o pensar, a reflexão, a argumentação e a criticidade. 
       A ideia de educação freiriana se fez presente até o início da década de 60, pois, com a Ditadura Militar, 1964, a conscientização e a emancipação para a educação de adultos foram extintas. Mas em 1968, houve uma retomada por parte do governo com o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), instituído pelo decreto n° 62.455, de 22 de março de 1968, autorizado pela Lei n° 5.379, de 15 de dezembro de 1967.   
        O Mobral foi criado para substituir o método de alfabetização de adultos sugerida por Paulo Freire. A diferença existente era que, a metodologia freiriana se utilizava de palavras do dia a dia dos alunos, já no Mobral, as palavras eram definidas a partir das necessidades básicas humanas que eram decretadas pelas normas da língua culta.
       Em 1971, foi aprovada a Lei n° 5.692, que regulamentava a introdução do ensino supletivo no Ensino regular. Tendo o Mobral e outra parceria como responsável da manutenção dos cursos que equivaliam às quatro primeiras séries do antigo primeiro grau. 
       E de acordo com Souza (2011  p. 77) , a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 208, registrou o garantia do ensino fundamental, sendo obrigatório e gratuito, aos que não tiveram acesso ao ensino na idade própria. 
2.1 Programas e Leis que garantem a Educação de Jovens e Adultos:
       Muitos programas foram criados com a alternativa de atender os sujeitos que integram a EJA, sendo instituídos por leis, que segundo Souza (2011, p. 57), “sofreram impulso nos anos de 1990, mediante parcerias dos governos Municipal, estadual e federal com diversos atores organizados da sociedade civil”. A seguir vê-se cinco destes: 
- Projovem (Programa Nacional de Inclusão de Jovens): ajuda alçar a escolaridade e promover a formação e qualificação profissional. Tem foco em pessoas que não concluíram o ensino fundamental, mas sabem ler e escrever. De acordo com Anzorena e Benevenutti  (2013, p.16), o programa foi implantado pela Lei n° 11.129 em 2005 e em 2008 passou a ser regido pela Lei n° 11.692, sendo ofertado para jovens de
15 a 29 anos. As autoras ainda declaram que: 
 Este é um programa que se estrutura em quatro modalidades distintas: ProJovem Adolescente ( reformulação do a gente jovem); ProJovem Urbano ( reformulação do ProJovem 2005); ProJovem Campo ( reformulação do Programa Saberes da Terra); ProJovem Trabalhador (unificação dos programas Consórcio Social da Juventude, Juventude Cidadã e Escola de Fábrica) ( ANZORENA; BENEBENUTTI, 2013, p. 17)
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-PBA (Programa Brasil Alfabetizado): tem o objetivo de promover a superação do analfabetismo entre jovens acima de 15 anos, adultos e idosos. O programa abre portas para o acesso da cidadania e para despertar o interesse de elevação da escolaridade. Elaborado em 2003, “este programa representa uma iniciativa governamental, no plano federal, voltada ao segmento de jovens e adultos com vistas à ampliação da escolaridade no país” (SOUZA, 2011, p.161).
-Proeja (Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos): “ tem por objetivo proporcionar formação profissional com a escolarização voltada aos jovens e adultos sem descuidar da formação humana" ( ANZORENA; BENEVENUTTI, 2013, p.14).
O programa foi criado a partir do Decreto n° 5.478, de 24 de junho de 2005, atende a jovens e adultos ofertando educação profissional de nível médio e formação inicial e continuada nos níveis de ensino fundamental e ensino médio.
-Pronera (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária): tem como objetivo fortalecer a Educação nos assentos  rurais estimulando, apoiando, propondo e desenvolvendo projetos educacionais com metodologias específicas para o campo, sendo assumido pelo governo brasileiro. Foi criado em 1998, com a mobilização dos Movimentos Sociais, em particular do Movimento doa Trabalhadores Rurais Sem Terra- MST.
-Programa Nacional Mulheres Mil: tem o objetivo de promover a formação profissional das mulheres em situações de instabilidade social. Foi criado pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnologia do Ministério da Educação (SETEC/MEC), em 2007, mas só foi implantado nacionalmente em 2011, com maior atuação nas regiões Norte e Nordeste.
       O PNE ( Plano Nacional de Educação), aprovado pela Lei n° 10.172, de 9 de janeiro de 2001, também  faz declaração diante da Educação de Jovens e Adultos: “ a) alfabetizar, em cinco anos, dez milhões de pessoas, de modo a erradicar o analfabetismo em uma década; b) dobrar, em cinco anos, e quadruplicar, em dez anos, a capacidade de atendimento nos cursos da EJA de nível médio” (ANZORENA; BENEVENUTTI, 2013, p. 49).  O plano é uma exigência da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
       A modalidade de ensino EJA, passou por muitos ocorridos até ser realmente garantida e ainda vem passando. Algumas legislações foram criadas para a regerem a Educação de Jovens e Adultos, como:
 - Constituição Federal de 1988, que em seu artigo 208 de acordo com o Portal do MEC (2001):
  art. 208 : “O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a 
 garantia de:
  I- ensino fundamental obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele 
 não tiveram acesso na idade própria” . 
 - Lei de Diretrizes e Bases (LDB) Capítulo II – Da Educação Básica, Seção V- Da Educação de Jovens e Adultos (PORTAL MEC, p.13): 
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 Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não
 tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e
 médio na idade própria.
 §1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos
 adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, 
 oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características
 do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante 
 cursos e exames.
 §2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência 
 do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares
 entre si.
 Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que 
 compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao 
 prosseguimento de estudos em caráter regular.
 §1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão: 
 I – no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze
 anos; 
 II– no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos.
- Diretrizes Curriculares  Nacionais (LDB) para a Educação de Jovens e Adultos de acordo com a Resolução CNE/CEB, n° 1, de julho de 2000 ( apud. SOUZA, 2011, p.81):
Art. 1°
Essa Resolução institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos a serem obrigatoriamente observadas na oferta e na estrutura dos componentes curriculares de Ensino Fundamental e Médio dos cursos que se desenvolvem, predominantemente, por meio do ensino,  em instituições próprias e integrantes da organização da educação nacional nos diversos sistemas de ensino, à luz do caráter próprio desta modalidade de educação.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
       Para o desenvolvimento do presente artigo que tem o tema “Um Pouco Sobre a EJA”, foi preciso muitas pesquisas, estas sendo de cunho bibliográfico que tem o  objetivo de “ reunir informações e dados que servirão de base para a construção da investigação proposta a partir de determinado tema” ( SIGNIFICADOS, 2018), realizada a em livros e sites.
       Das leituras em livros e artigos, com acesso na internet, foi retiradas as citações que estão presentes no decorrer do texto, para o complemento, além de possibilitar bastante informações para o desenvolvimento do trabalho. 
      
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
       Pode-se ver, de acordo com pesquisas, que a Educação de Jovens e Adultos se fez presente no Brasil a partir da década de 30, por conta da industrialização do país que exigiu mais dos profissionais. Mas também podemos dizer que a educação esteve presente antes da chegada da família Real no Brasil, quando os padres tentaram catequizar os índios, tanto crianças como adultos. 
       A partir do ano de 1930 começaram a surgir congressos, programas e leis que defendiam a modalidade, como sendo parte da educação básica. E de acordo com Anzorena e Benevenutti (2013, p. 51), “a EJA está vinculada à educação básica  por meio da Lei n° 9.394/96 [...], sendo contabilizada nos recursos”. 
       Existe, em cada país, um fundo adquirido de parte dos impostos arrecadados, que são executados pelo governo, sendo estes, repassados aos estados e municípios. O valor é destinado de acordo com cada aluno, variando conforme cada região de convívio e nível educacional.  
       A pesquisa, a partir do tema escolhido, deu oportunidade de aprofundar ainda  mais os estudos sobre a modalidade EJA, percebendo sua importância na sociedade. 
5. CONCLUSÃO
       A modalidade EJA está presente no Brasil, assim como em outros países. Tendo uma ótima influência a partir do renomado educador, Paulo Freire, que apresenta diversas metodologias para o ensino a estes indivíduos. Destacando que o ensino precisa ser ativo, considerando as experiências de cada aluno presente na sala de aula. 
       Os programas, criados para garantirem
o ensino ao público da EJA, apresentam aprendizagem e possibilitam mais qualificação profissional, já que estes os procuram com esse intuito. E as leis regem essa garantia apresentando declarações a serem seguidas e aprovando os programas ofertados.
       É preciso conhecer o histórico da Educação de Jovens e Adultos no Brasil, como suas legislações e diretrizes para a modalidade. E é um dever conhecer os movimentos nacionais que debatem sobre políticas necessárias à EJA.
REFERÊNCIAS
Anzorena, Denise Izaguirre. Benevenutti, Zilma Mônica Sansão. Educação de Jovens e Adultos. Indaial: Uniasselvi, 2013.
Almeida, Adriana de. Corso, Angela Maria. A Educação de Jovens e Adultos: aspectos históricos e sociais. Disponível em: https://educere.bruc.com.br
Dreyer, Loiça. Alfabetização: o olhar de Paulo Freire. Disponível em: https://educere.bruc.com.br
 
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Constituição Brasileira de 1988. Disponível em: https://www.portal.mec.gov.br . Acesso em: 24/10/2019.
Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA. Disponível em: https://www.forumeja.org.br. Acesso em: 24/10/2019.
Lei n° 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: https://www.portal.mec.gov.br. Acesso em: 24/10/2019.
Legislação Vigente para a EJA. Disponível em:
https://www.confiteadwww.comais6.MEC.nfiteabrasilgov.br
Movimento de Alfabetização- Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org. Acesso em: 24/10/2019.
Proteja. Disponível em: https://portal.mec.gov.br. Acesso em: 24/10/2019.
Pronera- educação na reforma agrária-incra. Disponível em: https://portal.incra.gov.br e https://bdtd.ibrict.br. Acesso em: 15/10/2019.
Projovem: O que é, como funciona. Disponível em: https://idjovem.com. Acesso em: 15/10/2019.
Souza, Maria Antônia. Educação de Jovens e Adultos. 2 edição. revista. atual. e ampl. Curitiba:IBPEX,2011.
Significados. Disponível em: https://www.significados.com.br. Acesso em: 26/10/2019.
1 acadêmicas: Adriele Santos Diniz (cursando 6° semestre-Pedagogia); Angelica Aparecida de Melo (cursando 6° semestre-Pedagogia); Jenifer Marcílio (cursando 6° semestre-Pedagogia); Marilda Xavier (cursando 6° semestre-Pedagogia).
2 Tutora- Externa: Cleonice Perotoni (Mestre em Educação)
Centro Universitário Leonard da Vinci - UNIASSELVI – Licenciatura em Pedagogia (PED 1802) – Prática do Módulo VI – 26/10/2019.

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