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Princípios norteadores do Código Civil São princípios considerados valores essenciais: Eticidade, Sociabilidade e Operabilidade. ● Eticidade: busca com ênfase proteger a pessoas humana, priorizando a boa fé, a justa causa, a equidade, a confiança e o respeito nas relações civis. ● Sociabilidade: busca afastar o caráter individualista da lei, primando pelo predomínio do social, ou seja, o interesse coletivo acima do interesse individual. Surge com isso a função social da no direito. ● Operabilidade: busca pela solução simples o modo de facilitar a interpretação e aplicação do Código, dando maior efetividade ao operador do direito. Aquisição da Personalidade A personalidade civil ou jurídica é característica da pessoa física, ser humano,, cabendo também, em alguns aspectos, a pessoa jurídica. Ela é a aptidão genérica para ser titular de direitos e deveres. Existem três teorias para estabelecer o momento de início dessa personalidade: Natalista, Concepcionista e Condicional. ● Teoria Natalista: é a teoria adotada pelo STF. Ela defende que o ser humano só adquire personalidade jurídica com o nascimento com vida. ● Teoria Concepcionista: é a teoria adotada pelo STJ, que defende que o ser humano adquire a personalidade jurídica a partir do momento da concepção, ou seja, antes mesmo de nascer. ● Teoria da personalidade condicional: conhecida como teoria mista, defende que os direitos da personalidade são adquiridos com a concepção, já os direitos patrimoniais (materiais) ficam condicionados ao nascimento com vida, enquanto isso ficam resguardados por seu curador. OBS: o natimorto tem assegurados alguns direitos da personalidade como: nome, imagem e sepultura. Extinção da personalidade jurídica: extingue-se quando a pessoa natural vier a morrer. Esta morte pode ser real ou presumida. Direitos da personalidade São os únicos direitos que, quando feridos, geram dano moral. ● Direito à recusa ao tratamento médico: Art 15 do CC,trata-se do consentimento esclarecido ou informado, que diz que todo paciente tem direito de ser informado sobre determinado tratamento médico a que possa ser submetido, conhecendo eventuais riscos e efeitos colaterais, podendo decidir, desde que cumpra os requisitos para tal (ser capaz entre outros), se aceita ou não determinado tratamento, ainda que a ausência deste lhe cause a morte. Trata-se também ao direito a inviolabilidade. Porém o medo pode sobrepor esse direito em caso de eminente perigo de vida e de intervenção necessária e inadiável. Capacidade Jurídica Está ligada a personalidade jurídica e garante à pessoa o exercício ou gozo de direitos e obrigações na ordem civil. A capacidade pode ser de direito, de fato, plena e limitada. ● Capacidade de direito: todas as pessoas possuem, sem que qualquer condição seja imposta para isso, basta nascer com vida. ● Capacidade de fato: exige uma aptidão descrita na lei para se ter essa capacidade, adquirida ao se atingir a maior idade ou por emancipação. ● Capacidade plena: quando a pessoa possui capacidade de direito e de fato. ● Capacidade limitada: quando a pessoa possui capacidade de direito mas não a capacidade de fato. Incapacidade Jurídica ou civil: é a restrição ao exercício dos direitos e obrigações da pessoa. Esta incapacidade pode ser absoluta ou relativa. ● Incapacidade absoluta: Art 3º CC, atos praticados por absolutamente incapaz acarreta na sua nulidade. São absolutamente incapazes: menores de 16 anos, enfermos ou deficientes mentais que tiverem necessário discernimento para praticar esses atos, os que mesmo por causa transitória não puderem exprimir sua vontade. ● Incapacidade relativa: aqueles que podem realizar os atos da vida civil desde que assistidos (tutela ou curatela). São relativamente incapazes os maiores de 16 e menores de 18, os ébrios habituais, viciados em tóxicos, deficientes mentais com discernimento reduzido, os excepcionais, os sem desenvolvimento mental completo e os pródigos. Cessação da incapacidade: Art 5º CC, em regra dar-se-á quando desaparecer a causa da incapacidade ( completar 18 anos). O suprimento da incapacidade civil relativa se dá através da assistência, que pode ser na forma de curatela ou tutela. ● Curatela: aplicável àqueles que não poderem expressar sua vontade (ébrios, viciados, pródigos) ● Tutela: representar ou assistir os menores. Ocorre quando os pais perdem o poder familiar. Emancipação É o instituto que dá capacidade incapaz, suprindo sua incapacidade, e pode se dar de maneira voluntária, judiciária ou legal. ● Emancipação voluntária: ocorre com a concessão dos pais e não depende de autorização judicial. Caso um dos pais venha a discordar sobre a emancipação o outro pode levar o caso a juízo. ● Emancipação judicial: ocorre em duas hipóteses: quando há desacordo entre os pais ou o tutor deseja emancipar o tutelado. Este tipo de emancipação está condicionada a escritura pública. ● Emancipação legal: ocorre quando a pessoa natural supre sua incapacidade civil: casamento, exercício de emprego público, colação de grau em instituição de nível superior ou comércio que dê ao menor capacidade econômica plena. Esta modalidade independe de registro e conta seus efeitos a partir do fato jurídico. Domicílio Art 70 do CC. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece sua residência com âmbito definitivo, onde ela se permita ser localizada, onde reside ou more. O domicílio possui dois elementos que o compõe: ● Elemento objetivo: residência. ● Elemento subjetivo: intenção de permanência. Assim, todo domicílio é residência, mas nem toda residência é domicílio. OBS: Art 75 do cc, domicílio da pessoa jurídica: onde funcionar respectivamente suas diretorias e administrações. Espécies de morte A morte extingue a personalidade jurídica. A morte pode ser real ou presumida. ● Morte real: Art 6 CC, extingue a personalidade jurídica. ● Morte presumida: ocorre em 3 hipóteses: ○ Justificativa de óbito: quando não é possível encontrar o cadáver da pessoa que tenha desaparecido em local onde ocorreu catástrofe natural (tsunami). ○ Morte presumida sem decretação de ausência: Art 7, 1 CC, ocorre quando há grandes possibilidades de o indivíduo estar morto (desaparecido na guerra), onde a família obtém em ação declaratória , para realizar atentado de óbito. ○ Morte presumida com declaração de ausência: quando o indivíduo desaparece de seu domicílio sem deixar notícias ou representantes. Assim, após a última fase das três fases da ausência (declaração de ausência/curadoria, sucessão provisória e sucessão definitiva) o indivíduo pode ser declarado morto, passando seus bens aos herdeiros para que não fiquem os bens sem cumprir sua função social. Pessoa Jurídica São entidades a quem a lei empresta personalidades, capacitando-as a serem sujeitos de direitos e obrigações. Atuam na vida jurídica de maneira diversa as pessoas naturais, apesar de terem capacidade não podem realizar todos os atos da vida civil, como o casamento, exclusivo à pessoa natural. A pessoa jurídica é uma pessoa de natureza técnica. Constituição da pessoa jurídica: três requisitos básicos deverão se cumpridos para a criação de pessoa jurídica: 1. Vontade humana criadora: é a intenção de criar entidade distinta de seus membros. 2. Coletividade de pessoas ou de bens: é a observância das condições legais para a criação. 3. Licitude de seus objetivos: Art 69 CC, a finalidade deve ser lícita, estar favorável à lei ou não contra ela. Classificação da pessoa jurídica: a pessoa jurídica pode ser classificada quanto a sua nacionalidade, estrutura interna e quanto as suas funções e capacidades. ● Quanto a sua nacionalidade: ela ser nacional ou estrangeira.● Quanto a sua estrutura interna: ela pode ser corporação (universitas personarum, que é o cunjunto de pessoas unidas por uma vontade única, associações) ou fundação (universitas bonarum, que é o patrimônio personalizado, conjunto de bens, para determinado fim, fundação roberto marinho). ● Quanto as suas funções e capacidades: Art 40 a 44 CC, pode ser pessoa jurídica de direito público (interno e externo) ou pessoa jurídica de direito privado. Representação da pessoa jurídica: é representada pelos administradores conforme o ato constitutivo que a criou. Responsabilidade civil: gera indenização, porém tem que cumprir 4 requisitos: conduta humana, dano, nexo de causalidade e culpa. Responsabilidade da pessoa jurídica: as pessoas jurídicas de direito privado se submetem a teoria da responsabilidade subjetiva, ou seja, é preciso provar a sua culpa. Já as pessoas jurídicas de direito público se submetem a teoria da responsabilidade objetiva, ou seja, não é preciso provar a sua culpa, elas são culpadas até que se prove o contrário, assim basta que se preencham apenas três dos requisitos da responsabilidade civil: conduta humana, dano e nexo de causalidade. Direitos da personalidade jurídica: Art 52 CC, a pessoa jurídica pode sofrer violação da honra objetiva, ou seja, pode ajuizar ação de indenização por danos morais. Domicílio da pessoa jurídica: Art 75 CC, e regra é o lugar estabelecido em seu estatuto, na omissão deste será considerado domicílio o lugar onde funcionarem suas respectivas diretorias e administrações. Desconsideração da personalidade jurídica: permite o afastamento temporário da personalidade da pessoa jurídica para permitir que o prejudicado possa atingir o patrimônio do sócio ou administrador que cometeu o ato abusivo. ● Teoria maior: basta a prova da insolvência, deve mais do que tem. ● Teoria menor: tem que se provar a insolvência e o ato abusivo (fuga da finalidade, fraude da lei, confusão patrimonial…)
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