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Dislipidemias Análise do Perfil Lipídico Me. Felipe Queiroz Alvarenga Farmacêutico Bioquímico (UNINCOR) Mestre em Biotecnologia (UNIMONTES) Especialista em Análises Clínicas (FASI) Docente dos Cursos Farmácia, Nutrição, Ciências Biológicas. PLANO DE APRESENTAÇÃO Introdução ao Tema – Dislipidemias. Avaliação do Perfil Lipídico – Prática atual. Avaliação do Perfil Lipídico – Novo consenso. Normatização da determinação laboratorial do perfil lipídico. Diretrizes Brasileiras de dislipidemias e prevenção da aterosclerose. CONTEXTUALIZAÇÃO DISLIPIDEMIAS Prevalência obesidade: 1:5 brasileiros Na última década, segundo o Ministério da Saúde (2017): Obesidade aumentou em 60%. Sobrepeso aumentou em 26%. INTRODUÇÃO 2006 (11,8%) 2016 (18,9%) 2006 (42,6%) 2016 (53,8%) > Incidência em homens CONTEXTUALIZAÇÃO DISLIPIDEMIAS Elevação dos índices de diabetes em 61,8% Diabetes > incidência em mulheres INTRODUÇÃO 2006 (5,5%) 2016 (8,9%) Cidade Prevalência de DM Rio de Janeiro 10,4: 100.000 Natal e Belo Horizonte 10,1: 100.000 São Paulo 10,0: 100.000 Vitória 9,7: 100.000 Recife e Curitiba 9,6: 100.000 Boa Vista 5,3: 100.000 Outros fatores que aumenta a prevalência: Baixo grau de escolaridade Avanço da idade CONTEXTUALIZAÇÃO DISLIPIDEMIAS Elevação dos índices de hipertensão em 14,2%. Hipertensão > incidência em mulheres* INTRODUÇÃO 2006 (22,5%) 2016 (25,7%) Cidade Prevalênciade HA Rio de Janeiro 31,7: 100.000 Recife 28,4: 100.000 Belo Horizonte 27,8: 100.000 Salvador 27,4: 100.000 Natal 26,9: 100.000 Palmas 16,9: 100.000 Outros fatores que aumenta a prevalência: Baixo grau de escolaridade Avanço da idade (> 65 anos) HISTÓRIA DA OBESIDADE INTRODUÇÃO HISTÓRIA DA OBESIDADE INTRODUÇÃO Anos 60 Anos 70 HISTÓRIA DA OBESIDADE INTRODUÇÃO Anos 80 HISTÓRIA DA OBESIDADE INTRODUÇÃO Anos 90 HISTÓRIA DA OBESIDADE INTRODUÇÃO Anos 2000 HISTÓRIA DA OBESIDADE INTRODUÇÃO Anos 2010 Perfil Lipídico Avaliar os níveis de lipídeos e lipoproteínas no sangue. Quais lipídeos? Colesterol Total Triglicerídeos Lipoproteínas: HDLc LDLc VLDLc Colesterol não-HDL (HDLN) Avaliação Laboratorial NOVO Função das Lipoproteínas Transportar lipídeos no organismo Avaliação Laboratorial Apo B Aterogênica Apo A1 Anti-Aterogênica Transporte de Lipídeos Avaliação Laboratorial HDL x LDL Avaliação Laboratorial COMPOSIÇÃO Função das Lipoproteínas Transportar lipídeos no organismo Avaliação Laboratorial AVALIAÇÃO DO PERFIL LIPÍDICO SEGUNDO FRIEDEWALD DOSA-SE: TRIGLICERÍDEO COLESTEROL TOTAL HDLc CAUCULA-SE: LDLc VLDLc PRÁTICA ATUAL Estimativa de VLDLc – Friedewald VLDLc = Triglicérides / 5 Ensaios Colorimétricos Enzimáticos Jejum absoluto de 12h, exceto água (OBRIGATÓRIO) Evitar etanol (72h) e atividade física (24h) antes da coleta AVALIAÇÃO DO PERFIL LIPÍDICO SEGUNDO FRIEDEWALD Equação de Friedewald Colesterol Total = HDLc + LDLc + VLDLc Logo, LDLc = Colesterol Total – HDLc – VLDLc Linearidade da equação: Valores de triglicérides < 400mg/dL PRÁTICA ATUAL Exemplo: Aplicação da Equação de Friedewald Paciente hipotético 1: Colesterol Total: 200 mg/dL Triglicerídeos: 150 mg/dL HDLc: 50 mg/dL PRÁTICA ATUAL VLDLc = Trig/5 VLDLc = 150 / 5 VLDLc = 30 mg/dL LDLc = Colesterol Total – HDLc – VLDLc LDLc = 200 – 50 – 30 LDLc = 120 mg/dL ATENÇÃO! HDLc + LDLc + VLDLc = Col. Total 50 + 120 + 30 = 200 mg/dL Exemplo: Aplicação da Equação de Friedewald Paciente hipotético 2: Colesterol Total: 250 mg/dL Triglicerídeos: 450 mg/dL HDLc: 50 mg/dL PRÁTICA ATUAL VLDLc = Trig/5 VLDLc = 450 / 5 VLDLc = ??? LDLc = Colesterol Total – HDLc – VLDLc LDLc = 250 – 50 – Trig/5 LDLc = ??? ATENÇÃO! HDLc + LDLc + VLDLc = Col. Total 50 + 120 + 30 = 200 mg/dL Obs. : Não foi possível fracionar o colesterol (Triglicerídeos > 400 mg/dL). VALORES DE REFERÊNCIA APLICADOS PRÁTICA ATUAL Lipídeos Valores(mg/dL) Categorias ColesterolTotal < 200 200 – 239 ≥ 240 Ótimo Limítrofe Alto LDLc < 100 100 – 129 130 – 159 160 – 189 ≥ 190 Ótimo Desejável Limítrofe Alto MuitoAlto HDLc < 40 > 60 Baixo Alto VLDLc < 30 Desejável Triglicerídeos < 150 150– 200 201 – 499 ≥ 500 Ótimo Limítrofe Alto MuitoAlto FLEXIBILIZAÇÃO DO JEJUM PARA AVALIAÇÃO DO PERFIL LIPÍDICO NOVO CONSENSO Motivações: 1ª - Estado alimentado predomina durante a maior parte do dia. > Impacto no risco cardiovascular 2º - Praticidade, viabilizando maior acesso do paciente. Coleta no período pós-prandial 3º - Maior segurança Evita jejum prolongado (hipoglicemia) Minimiza intercorrências Aumenta adesão FLEXIBILIZAÇÃO DO JEJUM PARA AVALIAÇÃO DO PERFIL LIPÍDICO NOVO CONSENSO Motivações: 4ª - Dosagens realizadas com ou sem jejum Não diferem significativamente 5º - Maior amplitude de horários para coleta Jejum flexível, maior conforto, evita congestionamentos na coleta 6º - Tecnologia avançada em diagnósticos Técnicas modernas, pouca interferência da turbidez das amostras. RECOMENDAÇÃO PARA O ATENDIMENTO NO LABORATÓRIO CLÍNICO NOVO CONSENSO Coleta em jejum - constar no laudo esta informação. B) Solicitação médica sem definição de tempo de jejum – incluir tempo de jejum informado no laudo. C) Coleta para perfil lipídeo simultâneo a outros exames que exigem jejum de 12 h – Laboratório deve especificar tempo de jejum para cada exame. RECOMENDAÇÃO PARA O ATENDIMENTO NO LABORATÓRIO CLÍNICO NOVO CONSENSO D) Jejum conforme especificação médica – Seguir recomendação médica. E) [Triglicérides] ≥440 mg/dL no período pós-prandial – Recomendar nova avaliação com jejum de 12 h. F) Recoleta para dosagem de triglicérides – o laboratório poderá usar mesmo código de exame ou outro a seu critério para diferenciar estado de jejum ou sem jejum. Paciente em recuperação de pancreatite por hipertrigliceridemia ou tratando com drogas que aumentam triglicérides. O QUE SERÁ AVALIADO NO PERFIL LIPÍDICO? NOVO CONSENSO Colesterol Total Triglicerídeos Lipoproteínas: HDLc HDLN*NOVO LDLc VLDLc (FACULTATIVO REPORTAR NO LAUDO) Colesterol não-HDL = Colesterol Total - HDLc Será calculado baseado numa tabela que utiliza FATORES que se relacionam com a CONCENTRAÇÃO DE TRIGLICÉRIDES. Método proposto por Martin SS e colaboradores (2013). O que é o colesterol não-HDL NOVO CONSENSO O HDLN corresponde ao número total de partículas aterogênicas no plasma. Somatório de todas as lipoproteínas LDL, IDL e VLDL Ele fornece melhor estimativa de risco em comparação ao LDLc. Principalmente em diabéticos e nefropatas Cálculo: Colesterol não-HDL = Colesterol Total - HDLc Novo cálculo do VLDLc para determinação do LDLc (sem jejum). NOVO CONSENSO Mediana para relação de Triglicerídeos: VLDLc através da estratificação de colesterol não-HDL e Triglicerídeos (Martin SS, 2013). Exemplo: Colesterol Total: 200 mg/dL Triglicerídeos: 250 mg/dL HDLc: 50 mg/dL Colesterol não-HDL: 200 – 50 = 150 mg/dL VLDLc = Triglicerídeo / X 250 / 7 VLDLc = 35,71 mg/dL Novo cálculo do VLDLc para determinação do LDLc (sem jejum) NOVO CONSENSO EXEMPLO: Colesterol Total: 200 mg/dL Triglicerídeos: 250 mg/dL HDLc: 50 mg/dL Colesterol não-HDL: Col Total – HDLc = 150 mg/dL Fator encontrado Martin SS = 7 VLDLc = Triglicerídeo / 7 = VLDLc = 35,71 mg/dL PARA CALCULAR O LDLc (Martin) LDLc = Col Total – HDLc – VLDLc LDLc = 200 – 50 – 35,71 LDLc = 114,29 mg/dL Comparação Cálculo Friedewald x Martin NOVO CONSENSO MARTIN Colesterol Total: 200 mg/dL Triglicerídeos: 250 mg/dL HDLc: 50 mg/dL Colesterol não-HDL: 150 mg/dL Fator encontrado Martin SS = 7 VLDLc = = 35,71 mg/dL LDLc = ColTotal – HDLc – VLDLc LDLc = 200 – 50 – 35,71 LDLc = 114,29 mg/dL FRIEDEWALD Colesterol Total: 200 mg/dL Triglicerídeos: 250 mg/dL HDLc: 50 mg/dL Colesterol não-HDL: 150 mg/dL Fator Friedewald = 5 VLDLc = = 50 mg/dL LDLc = Col Total – HDLc – VLDLc LDLc = 200 – 50 – 50 LDLc = 100 mg/dL Variação aproximada: 13,6% S E N S I B I L I D A D E NOVO CONSENSO Adaptado de Nordestgaard et al., 2016. NOVO CONSENSO * Colesterol > 310 mg/dL há probabilidade de Hipercolesterolemia Familiar ** Triglicerídeos > 440 mg/dL: Repetir com jejum de 12 h. Os Valores de Referência x Risco e Alvo Terapêutico Valores referenciais e alvo terapêutico conforme avaliação de risco cardiovascular estimado pelo médico solicitante do perfil lipídico para adultos > 20 anos. Diabéticos Ausência de Fatores de Risco Sem evidência de Aterosclerose subclínica Paciente com Fatores de Risco Com evidência de Aterosclerose subclínica Paciente com histórico de IAM, AVC, Revascularização coronariana, carotídea ou periférica. História de amputação. NOVO CONSENSO * Colesterol > 230 mg/dL há probabilidade de Hipercolesterolemia Familiar ** Triglicerídeos > 440 mg/dL: Repetir com jejum de 12 h. Os Valores de Referência x Risco e Alvo Terapêutico Valores referenciais desejáveis do perfil lipídico para crianças e adolescentes. NOVO CONSENSO * Colesterol > 230 mg/dL há probabilidade de Hipercolesterolemia Familiar ** Triglicerídeos > 440 mg/dL: Repetir com jejum de 12 h. Os Valores de Referência x Risco e Alvo Terapêutico Valores referenciais desejáveis do perfil lipídico para crianças e adolescentes. DISLIPIDEMIA CLASSIFICAÇÃO DISLIPIDEMIAS PRIMÁRIAS OU SEM CAUSA APARARENTE GENOTÍPICAS: MONOGÊNICAS POLIGÊNICAS DISLIPIDEMIA CLASSIFICAÇÃO DISLIPIDEMIAS PRIMÁRIAS OU SEM CAUSA APARARENTE FENOTÍPICAS: Avalia os níveis de Colesterol Total, Triglicerídeo, LDLc e HDLc. Hipercolesterolemia isolada: LDLc ≥ 160 mg/dL Hipertrigliceridemia isolada: Trig ≥ 150mg/dL Hiperlipemia mista: LDL 160 mg/dL , Trig ≥ 150mg/dL Avaliar colesterol não-HDL como indicador e meta terapêutica HDLc baixo: Homem < 40mg/dL / Mulher < 50mg/dL Isolado ou com aumento do LDLce/ou Triglicérides DISLIPIDEMIA CLASSIFICAÇÃO DISLIPIDEMIAS SECUNDÁRIAS DIABETES MELLITUS TIPO 2: Aumento de LDLc e Trig. HIPOTIREOIDISMO: Aumento de LDLc e VLDLc. HEPATOPATIAS: Aumento de colesterol total. DISLIPIDEMIA CLASSIFICAÇÃO DISLIPIDEMIAS SECUNDÁRIAS DOENÇAS AUTOIMUNES (Lupus e AR): Risco inflamatório elevado PÓS TRANSPLANTADOS: Medicamento imunosupressor. Aumento dos níveis de Trig, Col, VLDLc e LDLc. Existem outras patologias associadas? Hipertensão Arterial Doença Renal Menopausa... DISLIPIDEMIA CONSIDERAÇÕES FINAIS AVALIAÇÃO DO PERFIL LIPÍDICO FOCADO DO FATORES DE RISCO JEJUM FACULTATIVO Qual método utilizar? Explorar melhor: LDLc e não-HDL PREDITIVO DE RISCO CARDIOVASCULAR Friedewald ou Martin? Tendência Consenso 2016 REFERÊNCIAS ACESSORIA CIENTÍFICA RED LAB. Recomendações para avaliação do perfil lipídico. Informativo Digital. n. 12, p. 1-2, Dez., 2016. Disponível em: <http://www.labrede.com>. Data de acesso: 24 Mai. 2017. MARTIN, S. S.; BLAHA, M. J.; ELSHAZLY, M. B. et al. Comparison of a novel method vs the friedewald equation for estimating low-density lipoprotein cholesterol levels from the standard lipid profile. JAMA, v. 20, n. 310, p. 2061-2068, Nov., 2013. SBAC; SBD; SBC; SBEM; SBPC/ML. Consenso Brasileiro para a normatização da determinação laboratorial do perfil lipídico. Versão 1.13, 2016. Disponível em: <http://www.sbpc.org.br/upload/conteudo/consenso_jejum_dez2016_final.pdf>. Data de acesso: 24 Mai. 2017. XAVIER, H. T. et al. V Diretriz Brasileira de Cardiologia. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Rio de Janeiro, v. 101, n. 4, p. 1-22, Out., 2013. FIM FIM Podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher aquilo que plantamos. Anônimo A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original Albert Einstein Deus abençoe e todos vocês! Felipe Alvarenga
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