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Questões Clínica Médica II 2019 - M2

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QUESTÕES CLÍNICA MÉDICA II - PROVA ORAL 
 
 
1- Quais métodos do exame físico do abdome e sua sequência: 
 
 1- Inspeção 
 2- Ausculta 
 3- Percussão 
 4- Palpação 
 
2- Como deve estar o paciente quanto a posição do exame físico do abdome? 
 
Ele deve estar na posição ortostática e decúbito dorsal. 
1. Depender da manobra que será realizada e das estruturas que serão analisadas. 
2. Paciente deve ficar exposto o menor tempo possivel durante a realização das 
manobras. 
3. Não deve causar nenhum tipo de constrangimento ou desconforto. 
4. Posições utilizadas: sentada, fowler, decúbito dorsal, litotômica, posição de 
Sims, decúbito ventral, decúbito lateral e genupeitoral. 
 
 
3- O que é avaliado na inspeção estática e dinâmica do abdômen? 
 
ESTÁTICA 
Deve-se averiguar observar o paciente, buscando na região abdominal: lesões, 
distribuição anormal de pêlos, estrias, circulação colateral venosa (veias ao redor da 
cicatriz umbilical), cicatrizes, dentre outras características que podem ser visualizadas 
no abdômen. 
 O formato do abdômen também deve ser observado na inspeção, podendo ser: 
 • Plano: formato normal do abdômen. 
• Globoso: abdômen aumentado de maneira uniforme com predomínio na região 
anterior. 
 • Batráquio: abdômen aumentado com predomínio transversal (parece barriga de 
sapo). Ocorre nos pacientes que tem ascite (presença de líquido na cavidade 
abdominal). 
 • Avental: parede abdominal cai sobre as pernas do paciente, comum em obesos. 
• Pendular: quando apenas a porção inferior do abdome protrui com o aumento do 
volume abdominal. 
• Escavado: aspecto visto nas pessoas muito emagrecidas. 
 
DINÂMICA 
Observar o tipo respiratório, movimentos peristálticos, pulsações, hérnias. 
 
4- Quais as regiões que dividem o abdômen? 
O abdômen pode ser dividido em três andares com três regiões cada, sendo elas: 
abdômen superior ( hipocôndrio direito, epigástrio e hipocôndrio esquerdo ), abdômen 
médio ( flanco direito, mesogástrio e flanco esquerdo ) e abdômen inferior ( fossa 
ilíaca esquerda, hipogástrio, fossa ilíaca direita ). 
 
 
5-Lateral - Abdome de batráquio- caracterizada por dilatação exagerada de flanco, 
com aumento de diâmetro lateral, ocorrendo em indivíduos com ascite e obesos com 
diminuição da tonicidade da musculatura de parede abdominal. 
 
6- Na inspeção dinâmica devemos avaliar: presença de hérnias, respiração, 
movimentos peristálticos visíveis e pulsação 
 
7 – Na inspeção estática, o que podemos observar no abdome? 
 
As premissas básicas para a inspeção do abdome são iluminação adequada, 
desnudamento dessa área corporal e conhecimento de suas características normais, 
especialmente a projeção dos órgãos na parede abdominal. 
A pele, o tecido celular subcutâneo, a musculatura e a circulação venosa 
podem ser avaliadas. 
Além das lesões elementares da pele e da circulação venosa colateral 
superficial, deve-se 
investigar a coloração da pele, a presença de estrias, manchas hemorrágicas e a 
distribuição dos pelos, bem como a eventual existência de soluções de continuidade 
da parede, representadas pela diástase dos músculos retos anteriores do abdome e 
pelas hérnias. 
 
Diástase dos músculos retos anteriores: estando o paciente em decúbito 
dorsal, pede-se a ele para contrair a musculatura abdominal, seja elevando as duas 
pernas estendidas, seja levantando do travesseiro a cabeça, sem mover o tórax. 
Esta mesma manobra serve também para se investigar a presença de hérnias da parede 
abdominal. As hérnias inguinais e crurais tornam-se evidentes quando o paciente 
sopra com força sua própria mão, posicionada na boca para impedir a eliminação do 
ar. 
 
À inspeção abdominal, os seguintes parâmetros devem ser investigados: forma 
e volume do abdome, cicatriz umbilical, abaulamentos ou retrações localizadas, veias 
superficiais, cicatrizes da parede abdominal e movimentos. 
 
Forma e volume do abdome: 
A forma e o volume do abdome variam de acordo com a idade, o sexo e o estado de 
nutrição do paciente. Os seguintes tipos de abdome podem ser encontrados: atípico ou 
normal, globoso ou protuberante, em ventre de batráquio, pendular ou ptótico, de 
avental e escavado (escafoide ou côncavo). 
 
Cicatriz umbilical: 
A cicatriz umbilical normalmente apresenta forma plana ou levemente retraída. O 
encontro da protrusão da cicatriz umbilical, que indica geralmente a existência de uma 
hérnia ou o acúmulo de líquido nesta região, tem valor prático. 
Boxe 
Sinais de Cullen e de Gray-Turner: 
 
Sinal de Cullen. Equimose periumbilical, resultante de hemorragia retroperitoneal. 
Pode surgir na pancreatite aguda e na ruptura de gravidez ectópica. 
Sinal de Gray-Turner. Equimose dos flancos. Pode ocorrer na pancreatite necro-
hemorrágica e indica grave comprometimento da víscera. 
 
Abaulamentos ou retrações localizadas: 
 
Em condições normais, o abdome tem uma forma regular e simétrica, sendo 
de observação comum apenas uma leve proeminência na sua parte média e inferior, 
que não indica anormalidade. 
As principais causas são: hepatomegalia, esplenomegalia, útero grávido, 
tumores do ovário e do útero, retenção urinária, tumores renais (Figura 17.9), tumores 
pancreáticos, linfomas, aneurisma da aorta abdominal (raro) e megacólon chagásico 
quando se apresenta com fecaloma volumoso. O dado semiológico fundamental é a 
localização, daí a necessidade de se ter em mente a projeção das vísceras na parede 
abdominal. 
 
Veias superficiais: 
 
O padrão venoso da parede abdominal geralmente é pouco perceptível. 
Quando as veias tornam-se 
visíveis pode caracterizar circulação colateral. 
 
Cicatrizes da parede abdominal: 
 
A localização, a extensão e a forma de uma cicatriz na parede abdominal 
podem fornecer informações úteis sobre cirurgias anteriores. 
◗ Flanco direito: colecistectomia 
◗ Flanco esquerdo: colectomia 
◗ Fossa ilíaca direita: apendicectomia, herniorrafia 
◗ Fossa ilíaca esquerda: herniorrafia 
◗ Hipogástrio: histerectomia 
◗ Linha média: laparotomia 
◗ Região lombar: nefrectomia 
◗ Linha vertebral: laminectomia. 
 
Movimentos: 
 
Três tipos de movimentos podem ser encontrados no abdome: movimentos 
respiratórios, pulsações e movimentos peristálticos visíveis. 
 
 
8- Qual a semiotécnica da ausculta do abdome? 
 
A ausculta do abdome fornece informações importantes a respeito da movimentação 
de gases e líquidos no trato intestinal, dados que contribuem na avaliação clínica de 
um paciente com suspeita de íleo paralítico ou de oclusão intestinal. 
Boxe 
É importante que se realize a ausculta do abdome antes de se realizar a percussão e a 
palpação, pois estas podem estimular o peristaltismo e encobrir uma hipoatividade 
dos ruídos hidroaéreos. 
 
Usa-se o estetoscópio clínico com o receptor de tambor ou de diafragma. Em 
condições normais, ocorrem mais ou menos a cada 5 a 10 s ruídos de timbre agudo, 
de localização variável e de aparecimento imprevisível, decorrentes da movimentação 
dos líquidos e gases contidos no trato gastrintestinal. 
 
Nos casos de diarreia e de oclusão intestinal, os ruídos hidroaéreos tornam-se mais 
intensos em função do aumento do peristaltismo e são denominados borborigmos. O 
contrário ocorre no íleo paralítico, síndrome caracterizada pelo desaparecimento do 
peristaltismo intestinal. 
Boxe 
Além dos ruídos hidroaéreos, podem ser ouvidos no abdome sopros sistólicos ou 
sistodiastólicos (contínuos) indicativos de estreitamento do lúmen de um vaso (artéria 
renal ou aorta abdominal) ou de fístula arteriovenosa. São audíveis também, a partir 
do quintomês de gestação, os sons do coração fetal e, às vezes, o sopro placentário. 
Nestes casos é necessário utilizar o estetoscópio obstétrico. 
 
 
 
9 - A ausculta do abdome fornece informações importantes a respeito da 
movimentação de gases e líquidos no trato intestinal, dados que contribuem na 
avaliação clínica de um paciente com suspeita de íleo paralítico ou de oclusão 
intestinal. 
 
Usa-se o estetoscópio clínico com o receptor de tambor ou de diafragma. Em 
condições normais, ocorrem mais ou menos a cada 5 a 10 s ruídos de timbre agudo, 
de localização variável e de aparecimento imprevisível, decorrentes da movimentação 
dos líquidos e gases contidos no trato gastrintestinal. Nos casos de diarreia e de 
oclusão intestinal, os ruídos hidroaéreos tornam-se mais intensos em função do 
aumento do peristaltismo e são denominados borborigmos. O contrário ocorre no íleo 
paralítico, síndrome caracterizada pelo desaparecimento do peristaltismo intestinal. 
 
Além dos ruídos hidroaéreos, podem ser ouvidos no abdome sopros sistólicos ou 
sistodiastólicos (contínuos) indicativos de estreitamento do lúmen de um vaso (artéria 
renal ou aorta abdominal) ou de fístula arteriovenosa. São audíveis também, a partir 
do quinto mês de gestação, os sons do coração fetal e, às vezes, o sopro placentário. 
Nestes casos é necessário utilizar o estetoscópio obstétrico. 
 
Espera-se: ruídos hidroaéreos número e timbres normais, sem sopro, sem vascolejo 
Não esperado: ruídos hidro-aéreos aumentados em número ou timbre, vasculejos, 
sopros 
 
10- À inspeção abdominal, os seguintes parâmetros devem ser investigados: forma e 
volume do abdome, cicatriz umbilical, abaulamentos ou retrações localizadas, veias 
superficiais, cicatrizes da parede abdominal e movimentos. 
 
Forma e volume do abdome 
 
A forma e o volume do abdome variam de acordo com a idade, o sexo e o estado de 
nutrição do paciente. Em decorrência de alterações intra-abdominais ou da própria 
parede abdominal, os seguintes tipos de abdome podem ser encontrados: atípico ou 
normal, globoso ou protuberante, em ventre de batráquio, pendular ou ptótico, de 
avental e escavado (escafoide ou côncavo). 
 
Abdome atípico ou normal 
Compreende grandes variações de acordo com cada indivíduo. Suas principais 
características morfológicas são a simetria e ser levemente abaulado. 
 
Abdome globoso ou protuberante 
Este tipo de abdome apresenta-se globalmente aumentado, com predomínio nítido do 
diâmetro anteroposterior sobre o transversal. Pode ser observado na gravidez 
avançada, ascite, distensão gasosa, obesidade, pneumoperitônio, obstrução intestinal, 
grandes tumores policísticos do ovário e hepatoesplenomegalia volumosa. 
 
Abdome em ventre de batráquio 
É aquele em que, estando o paciente em decúbito dorsal, observa-se franco 
predomínio do diâmetro transversal sobre o anteroposterior. Pode ser observado na 
ascite em fase de regressão e é consequência da pressão exercida pelo líquido sobre as 
paredes laterais do abdome. 
 
Abdome pendular ou ptótico 
Empregam-se essas denominações quando, estando o paciente de pé, as vísceras 
pressionam a parte inferior da parede abdominal, produzindo neste local uma 
protrusão. Sua causa mais comum é a flacidez do abdome no período puerperal. 
Ocorre, também, em pessoas emaciadas cuja parede abdominal tenha perdido sua 
firmeza. 
 
Abdome em avental 
É encontrado em pessoas com obesidade de grau elevado, sendo consequência do 
acúmulo de tecido gorduroso na parede abdominal. Neste tipo, a parede abdominal 
pende “como um avental” sobre as coxas do paciente, tornando-se mais evidente 
quando o paciente está de pé. 
 
 
 Abdome escavado (escafoide ou côncavo) 
Sua característica morfológica está contida em sua denominação, ou seja, percebese 
nitidamente que a parede abdominal está retraída. É próprio das pessoas muito 
emagrecidas, geralmente portadoras de doenças consuntivas, principalmente 
neoplasias malignas do sistema digestivo 
 
11- Ondas de Kussmaul: peristaltismo visível, podem ser observadas na obstrução 
intestinal (com abdome rígido) e na síndrome de estenose pilórica. Pode ser normal 
em indivíduos magros. 
Sinal de Cullen: equimose periumbilical, resultante de hemorragia retroperitoneal. 
Pode surgir na pancreatite aguda e na ruptura de gravidez ectópica. 
Sinal de Gray-Turner: equimose dos flancos. Pode ocorrer na pancreatite necro-
hemorrágica e indica grave comprometimento da víscera. 
 
 
12 - Podemos avaliar a presença de hérnias à inspeção estática e à inspeção dinâmica, 
pedindo ao paciente que faça a Manobra de Valsalva. 
 
13- Os ruídos hidroaéreos podem desaparecer em caso de abdome agudo 
inflamatório e íleo paralítico. Além disso, quando uma apendicite evolui para 
peritonite, os ruídos desaparecem. Nas peritonites os sons desaparecem primeiro 
próximo à lesão e depois desaparecem no geral. 
 
14- BORBORIGMO  É dado pela grande predominância de gases em relação ao 
conteúdo líquido do órgão. É o “ronco da barriga”, que indivíduos normais 
frequentemente apresentam, quando estão com fome; ouve-se à distância, quando o 
estômago vazio apresenta uma forte onda de contração em direção ao piloro. Tal tipo 
de ruído pode ser considerado como uma variante do ruído hidroaéreo propriamente 
dito. Em casos de obstrução incompleta do intestino, o ruído hiperativo pode ser 
audível até a um ou dois metros do paciente. Ocorre em paciente portadores de 
aerofagia (deglutição excessiva de ar, decorrente da ingestão apressada de alimentos 
ou devida a certos estados ansiosos) 
 
15- Os sopros abdominais podem ser pesquisados seguindo-se a trajetória da aorta, 
lembrando-se que ela gera transversalmente as duas renais na altura do umbigo e se 
bifurca um centímetro abaixo da cicatriz umbilical, gerando as ilíacas externas. Esses 
sopros são similares aos cardíacos e predominam na sístole. 
 
 
16 - Sopros abdominais (focos na aorta/ a. renais/ a. ilíacas/ a. femorais). 
 Oclusão vascular- arterioesclerose ( sistólicos-diastólicos/ epigástrica e lateral 
ao reto abdominal) 
 Estenose de A. renal 
 Zumbido venoso 
 S. De Cruveilhier-Baumgarten (circulação colateral + sopro + frêmito 
periumbilical) 
17 – Quais os sons possíveis na ausculta do abdome? 
 
Em condições normais, ocorrem mais ou menos a cada 5 a 10s ruídos de timbre 
agudo, de localização variável e de aparecimento imprevisível, decorrentes da 
movimentação dos líquidos e gases. Nos casos de diarreia e oclusão intestinal, os 
ruídos hidroaéreos tornam-se mais intensos em função do aumento do peristaltismo. 
O contrário do íleo paralítico, síndrome caracterizada pelo desaparecimento do 
peristaltismo intestinal. Além dos ruídos hidroaéreos, podem ser ouvidos no abdome 
sopros sistólicos ou sistodiastólicos (contínuos) indicativos de estreitamento do lúmen 
de um vaso (artérial renal ou aorta abdominal) ou de fístula arteriovenosa. São 
audíveis também, a partir do quinto mês de gestação, os sons do coração fetal e, às 
vezes, o sopro placentário. Nestes casos é necessário utilizar o estetoscópio obstétrico. 
 
18 – Qual a importância da ausculta abdominal? 
 
A ausculta do abdome fornece informações importantes a respeito da movimentação 
de gases e líquidos no trato gastrointestinal, dados que contribuem na avaliação 
clinica do paciente. É importante auscultar especialmente a área central, com a 
finalidade de identificar timbre, frequência e intensidade dos movimentos 
hidroaéreos, além de procurar e identificar a existência de sopros. 
 
 
19, 20, 21 e 22 – Estão todas juntas aqui: 
 
A palpação tem como objetivos determinarse há alguma resistência na parede 
abdominal, determinar as condições físicas das vísceras abdominais e explorar a 
sensibilidade dolorosa do abdômen. Ela geralmente é dividida em duas: superficial ou 
profunda 
Na superficial há pouca pressão exercida e é realizado empurrando suavemente, com 
uma mão apenas, a parede abdominal em movimentos circulares ou digitiformes ao 
longo de todos os quadrantes. Nessa palpação pode haver uma forma de “defesa 
muscular”, uma rigidez da parede associada ao reflexo visceromotor, indicando que 
pode haver uma peritonite (inflamação da membrana que recobre os intestinos e a 
face interna do abdome), sendo esse reflexo uma forma de proteção contra a ação de 
agentes externos sobre áreas inflamadas do peritônio (a palpação normal deve ser 
flácida e oferecer pouca resistência). Já a profunda, é muito similar à primeira, mas 
deve ser realizada com as duas mãos sobrepostas e com uma maior pressão sobre a 
parede do abdome. Nas duas formas de palpação devemos procurar por cistos, massas 
ou abaulamentos (que podem ser hérnias, tumores, entre outras coisas). 
O fígado é um dos órgãos mais importantes no processo de palpação, sendo que ele 
pode ser palpado com as mãos em garra (com um formato similar ao de um gancho) 
no rebordo costal direito associado a um movimento respiratório. A técnica de 
palpação do fígado consiste em pedir ao paciente inspirar profundamente e depois 
expirar e durante a expiração, deve-se posicionar os dedos da mão abaixo do rebordo 
costal direito. Depois do fim da expiração, mantendo os dedos nessa posição, pede-se 
para o paciente repetir o movimento, podendo ser sentida a ponta do fígado contra os 
dedos. 
O fígado habitualmente não ultrapassa 2 cm do rebordo costal direito. Quando 
ultrapassa 2 cm, pode haver uma hepatomegalia (tamanho aumentado do fígado) ou 
uma ptose hepática (na qual o fígado não se encontra aumentado, mas está deslocado 
para baixo, por exemplo, devido a um enfisema pulmonar, o qual aumenta a área do 
pulmão e o desloca para baixo). A diferença entre um fígado aumentado e um em 
ptose pode ser determinada pela hepatimetria realizada na percussão. A palpação do 
fígado também é útil para verificar a sua textura, que costuma ser lisa, mas pode ser 
arredondada em fígados congestos, ser granulosa no caso da cirrose ou apresentar 
algumas massas no caso de neoplasias. 
 
 
23 – Como avaliar a contratura voluntária e involuntária do abdome? 
 
Para avaliar se é voluntária ou involuntária a contratura abdominal, o examinador 
desvia a atenção do paciente através de conversar sobre outros assuntos, solicitar que 
respire fundo ou pedir que flexione as pernas, o que faria cessar a contração, caso ela 
seja voluntária. Se esses artifícios falharem estamos frente à um caso de contração 
involuntária, muito provavelmente causada pelo reflexo visceromotor ocasionado pela 
peritonite. 
 
24 – Semiotécnica da palpação do baço. 
 
A melhor maneira de palpar o baço é através da posição de Schuster, embora possa-se 
palpar igual se procede a palpação de fígado, só que no quadrante superior esquerdo 
dessa vez. A posição de Schuster potencializa o exame, e nada mais é que o paciente 
se posicionar em decúbito lateral direito, com a perna direita estendida e a coxa 
esquerda fletida sobre o abdome num ângulo de 90°, com o ombro esquerdo elevado e 
apoiando o braço esquerdo sobre a cabeça. O examinador pousa a sua mão esquerda 
sobre a área de projeção do baço, com uma certa pressão, como se fosse deslocá-lo 
para baixo, e com a direita vai fazendo a palpação, de acordo com os movimentos 
respiratórios do paciente (durante a inspiração, vai avançando a mão rumo ao rebordo 
costal). Cuidado para não confundir com a última costela, que é flutuante. Em geral, 
conseguir palpar indica esplenomegalia. 
 
 
25- Qual o significado propedêutico do sinal de Giordano? 
 
Durante a palpação dos rins, é necessário avaliar a sensibilidade dolorosa. Muitas 
vezes, a compressão com as pontas dos dedos pode ser suficiente para provocar dor. É 
necessário lembra-se se fazer a punho-percussão no ângulo costovertebral formado 
pela borda inferior da 12ª costela e apófises transversas das vértebras lombares 
superiores (manobra de Giordano). O surgimento de dor à punho-percussão (sinal de 
Giordano) sugere infecção renal, por exemplo, pielonefrite. 
 
26- Semiotécnica da palpação renal: 
 
Tendo em conta que o rim é um órgão retroperitoneal, é fácil compreender que os 
rins normais são praticamente inacessíveis à palpação. Entretanto, o polo inferior 
pode ser palpado em crianças e adultos magros com musculatura abdominal delgada. 
A palpação dos rins é feita com o paciente em decúbito dorsal da seguinte maneira: 
enquanto uma das mãos procura explorar os quadrantes superiores do abdôme, a outra 
mão, espalmada, empurra o flanco correspondente de baixo para cima na tentativa de 
trazer o rim para frente (palpação bimanual). Em pessoas magras, o polo inferior do 
rim direito normal pode ser palpado na inspiração, o que geralmente não ocorre com o 
rim esquerdo. 
Quando os rins estão aumentados, é possível palpá-los e, até mesmo, percebê-los à 
inspeção, se o aumento for muito grande (principalmente em crianças). Nestes casos, 
percebe-se abaulamento dos flancos. 
Rins facilmente palpáveis denotam, em geral, aumento de volume (hidronefrose, 
neoplasia, cisto) ou pelo fato de serem anormalmente móveis (ptose renal). Em geral, 
o aumento de ambos os rins denotam doença policística ou hidronefrose bilateral. 
 
27- 
A palpação do colón e sigmoide se da pela palpação profunda, que pode ser realizada 
com as mãos espalmadas com dedos em garra, mãos estiradas e obliquas ou mãos 
sobrepostas. 
 Ceco: palpar psoas até arcada inguinal onde encontramos o ceco, ele é 
elástico; 
 Colón ascendente e descendente: aprofundar a mão durante a expiração 
próximo a cicatriz umbilical, deslizar para fora transversalmente, a postura 
semi obliqua do paciente favorece a palpação; 
 Colón transverso: palpar onde estiver do epigástrico até a fossa ilíaca, possui 
grande mobilidade, forma cilíndrica e contornos lisos; 
 Sigmoide: palpar junto a cicatriz umbilical acompanhando o psoas até a região 
inguinal, é duro e elástico. 
 
28 - Sinal de Lapinsky: dor em fossa ilíaca direita quando realizada a palpação 
profunda em ponto de MacBurney com o membro inferior hiperestendido e elevado. 
Pode ser indicativo de apendicite. 
 
 
 
 
29- Quais órgãos são possíveis de serem palpados no abdome? 
 
Em condições normais, não se consegue distinguir pela palpação todos os órgãos 
intraabdominais. Nas pessoas magras, se a parede abdominal estiver bem relaxada, é 
possível reconhecer o fígado, os rins, a aorta abdominal, o ceco, o cólon transverso e 
o sigmoide. 
Em contrapartida, o estômago, o duodeno, o intestino delgado, o pâncreas, as vias 
biliares, o peritônio, a bexiga e o baço não são reconhecíveis pela palpação, exceto em 
situações especiais e transitórias de doenças. 
 
30- O que significa Descompressão Brusca Dolorosa? 
 
A DDP ou também chamado de sinal de Blumberg é a dor que ocorre à 
descompressão rápida da parede abdominal. Essa manobra pode ser aplicada em 
qualquer região da parede abdominal e significa a presença de peritonite. Quando a 
dor é observada em qualquer área do abdome pesquisado, é indicativo de peritonite 
generalizada. 
 
31- Quando ocorre o sinal de Blumberg e seu significado clinico? 
 
R: o sinal de Blumberg é um sinal de dor vinda da descompressão brusca da altura da 
fossa ilíaca direita e indica a presença de um processo peritoneal agudo sugestivo de 
apendiciteaguda ou irritação peritoneal. 
 
32- Quais as características propedêuticas da palpação da vesícula biliar em 
tumores de pâncreas? 
 
R: a existência de uma vesícula biliar palpável em pacientes ictéricos é sugestiva de 
neoplasia pancreática maligna. Na maioria das vezes esta localizada na cabeça do 
pâncreas. Essa associação é classicamente chamada de regra de Courvoisier e deve ser 
lembrada pois é útil no raciocínio clinico. 
 
33 – Sinal de Murphy (Semiotécnica): Na colelitíase e na colecistite crônica, 
embora a vesícula não seja palpável, é frequente o paciente relatar dor quando é 
exercida compressão sob o rebordo costal direito, no ponto cístico, durante a 
inspiração profunda. A maneira de pesquisar este sinal é a seguinte: o examinador, à 
direita do paciente em decúbito dorsal, coloca sua mão esquerda de modo que o 
polegar se insinue sob o rebordo costal direito no nível da borda interna do músculo 
reto anterior, enquanto a face palmar da mão apoia-se sobre o flanco. Sem afrouxar a 
pressão exercida pela mão palpadora, solicita-se que o paciente respire 
profundamente. Em caso de dor, o atendido interrompe o movimento respiratório ao 
mesmo tempo que reclama da sensação dolorosa. O ponto de palpação da vesícula 
pode ser tocado de duas maneiras. Nas pessoas magras, ele corresponde à interseção 
da borda externa do músculo reto abdominal com a cartilagem costal. Nos pacientes 
obesos, pela linha que une a crista ilíaca à arcada costal passando pelo umbigo. 
 
34 – Palpação do Fígado (2 Semiotécnicas): O primeiro elemento a se determinar na 
palpação é a borda, que pode ser examinada de duas maneiras. Na primeira, a mão 
direita, aberta e espalmada, é colocada no ponto onde a percussão identificou o limite 
inferior. Se a primeira manobra não for possível ou se o examinador tiver dúvidas, a 
palpação deve começar a partir do quadrante inferior direito. Em ambos os casos, a 
mão deve estar suave e totalmente apoiada na parede abdominal, com sua borda 
interna paralela à linha média do abdome, com exceção do polegar. Os demais dedos 
devem permanecer unidos e estirados. A seguir, imprimem-se movimentos de flexão 
da articulação intermetacarpiana, rápidos e firmes, deprimindo a parede como se se 
telegrafasse sobre ela, em sentido ascendente. 
Uma segunda maneira de palpar a borda hepática é por intermédio da "manobra em 
garra': Para executá-la, o examinador coloca-se à altura do ombro direito do paciente 
deitado, podendo o médico ficar em pé ou sentado no leito. Onde as outras manobras 
identificaram a borda, colocam-se os dedos mínimo, anular e médio de ambas as 
mãos, no mesmo alinhamento, de tal maneira que as extremidades dos dedos médios 
se toquem. Isto permite formar uma enorme superfície contínua para a palpação. 
Solicitando ao paciente e que inspire profunda e lentamente outra vez, as pontas dos 
dedos trazem para cima a borda hepática, que pode ser então avaliada. 
 
35 – Semiotécnica da percussão hepática: O limite superior é determinado pela 
percussão ao longo da linha hemiclavicular, no nível do 5º espaço intercostal 
esquerdo, identificado pelo som submaciço. Este som correspende à musculatura 
diafragmática sobre a cúpula hepática e é uma transição entre a sonoridade pulmonar 
e a macicez hepática. A percussão do limite ou borda inferior- é necessário lembrar 
que não existe borda superior - é feita, suavemente, de baixo para cima, na projeção 
das linhas hemiclavicular e medioesternal,em direção à arcada costocondral. Os 
pontos de macicez correspondem ao limite inferior do figado e servem como locais de 
referência para a palpação. A distância entre o limite superior e o ponto de macicez 
inferior, mais baixo, corresponde, com boa aproximação, ao tamanho real do fígado. 
 
36 – Significado clínico da Semiotécnica do Sinal de Torres homeme: Sinal de 
Torres-Homeme é caracterizado pela percussão dolorosa da região hepática, estando 
relacionada a processos inflamatórios e ao abcesso hepático. 
 
37- Qual o significado clínico-propedêutico da Síndrome de Curvoisier-Terrier? 
 
Os principais sintomas das neoplasias do p ncreas são a dor, a anorexia, a astenia e a 
perda de peso. A dor uma manifesta‐ ção precoce, decorrendo provavelmente do 
acometimento dos ramos sensoriais dos nervos ou da invasão de órgãos vi inhos. 
Raramente corresponde a crises de pancreatite aguda causada por compressão de 
canais pancreáticos. Pode ser tipo cólica biliar quando há compressão do col doco. A 
icterícia o sinal mais característico da doença. em caráter progressivo, observando‐
se altas taxas de bilirrubina no soro. colestase provoca intenso prurido. Em alguns 
casos, pode haver diarreia com esteatorreia. utro achado que aparece em 
consequ ncia da compressão do col doco o aumento da vesícula, que se torna 
palpável ao exame físico (lei de Curvoisier‐Terrier). 
 
O sinal de Courvoisier define a presença de icterícia e de uma vesícula biliar 
distendida sem a presença de dor. É um forte indicativo de câncer pancreático 
(principalmente periampular), e pode ser usado para distinguir o câncer 
pancreático da colecistite aguda ou coledocolitíase. 
 
38. Semiotécnica da ascite de médio e grande volume 
 
 : com uma das mãos o examinador golpeia o abdome com 
piparotes, enquanto a outra, espal‐ mada na região contralateral, procura captar ondas 
líquidas chocando‐se contra a parede abdominal. A percussão por piparote usada na 
pesquisa de ascite Nas ascites de grande volume, o diagnóstico quase óbvio 
inspeção uma simples manobra do “piparote” o confirma. Esta manobra consiste no 
seguinte: 
■ Com o paciente deitado, 
solicita se a ele ou a um 
auxiliar que coloque a margem 
cubital da mão sobre o abdome, 
exercendo uma pequena 
pressão 
■ examinador coloca 
sua mão esquerda, espalmada, 
sobre a parede lateral direita do 
abdome 
■ Com a mão direita, o 
examinador dá um piparote, 
com o dedo m dio, na parede lateral esquerda. As ondas líquidas transmitem se para o 
lado oposto, sendo percebidas pela mão esquerda. 
 uando a ascite muito tensa, a mão do auxiliar pode ser dispensada. 
 , não há sinal do piparote quando o paciente está 
deitado, pois o líquido se acumula nos flancos. Com o doente de p , este sinal pode 
ser detectado no abdome inferior. á, deitado, a ascite identificada com uma 
manobra conhecida como “pesquisa de macice móvel”. 
 
39- 
 - Significado do sinal de piparote: 
R: caso dê positivo significa ascite de grande volume (abdome globoso/batráquio com 
pele lisa e brilhante). 
 
40- 
- Métodos de diagnóstico de ascite de pequeno volume: 
R: Pequeno volume < 500 ml de líquido na cavidade peritoneal. Até se pode fazer a 
percussão por piparote no baixo ventre com o paciente em pé e bexiga vazia, porém a 
ultrassonografia abdominal é o método ideal para tal ascite.

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