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Gestão de Projetos CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI Armando de Queiroz Monteiro Neto Presidente SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI Conselho Nacional Armando de Queiroz Monteiro Neto Presidente SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI Departamento Nacional José Manuel de Aguiar Martins Diretor Geral Regina Maria de Fátima Torres Diretora de Operações Confederação Nacional das Indústrias Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional Gestão de Projetos Márcio da Silva Viana Araújo Katherine Helena Oliveira de Matos Brasília 2010 É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio consentimento do editor. Material em conformidade com a nova ortografia da língua portuguesa. Equipe técnica que participou da elaboração desta obra. Coordenação de Educação a Distância Beth Schirmer Revisão Ortográfica e Normatização Contextual Serviços Editoriais Coordenação Projetos EaD Maristela de Lourdes Alves Design Instrucional, Ilustração, Projeto Gráfico Editorial, Diagramação Equipe de Recursos Didáticos SENAI/SC em Florianópolis Autores Katherine Helena Oliveira de Matos e Márcio da Silva Viana Araújo 76 Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB14/937 - Biblioteca do SENAI/SC Florianópolis A663g Araújo, Márcio da Silva Viana Gestão de projetos / Márcio da Silva Viana Araújo, Katherine Helena Oliveira de Matos. – Florianópolis : SENAI/SC, 2010. p. : il. color ; 28 cm. Inclui bibliografias. Acompanha caderno de atividades. 1. Administração de projetos. 2. Administração de empresas. 3. Planejamento. 4. Administração de risco. I. Matos, Katherine Helena Oliveira de. II. SENAI. Departamento Regional de Santa Catarina. III. Título. CDU 658.512.2 SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional Setor Bancário Norte, Quadra 1, Bloco C Edifício Roberto Simonsen – 70040-903 – Brasília – DF Tel.:(61)3317-9000 – Fax:(61)3317-9190 http://www.senai.br Sumário Plano de Estudos 7 Apresentação do Curso 9 10 Unidade de Estudo 1 O Que É um Projeto? Seção 1 - Definição de projeto Seção 2 - Exemplos de projetos Seção 3 - Projeto e planeja- mento estratégico Seção 4 - Gerenciamento de projetos Seção 5 - Áreas de especia- lização Seção 6 - Benefícios da ges- tão de projetos 16 Unidade de Estudo 2 Ciclo de Vida e Orga- nização do Projeto Seção 1 - Ciclo de vida Seção 2 - Partes interessadas no projeto Seção 3 - Influências organi- zacionais Seção 4 - Principais docu- mentos do projeto 20 Unidade de Estudo 3 Aspectos Comportamentais Seção 1 - Liderança Seção 2 - Habilidades espe- cíficas Seção 3 - Interações 24 Unidade de Estudo 4 Gestão de Mudanças Seção 1 - Fases da morte Seção 2 - Fases do nascer 11 12 12 13 13 14 28 Unidade de Estudo 5 As nove áreas do conhecimento Seção 1 - Conhecendo as áreas do Conhecimento 32 Unidade de Estudo 6 Gerenciamento de Integração do Projeto Seção 1 - Processos de gerenciamento de projetos integradores 36 Unidade de Estudo 7 Gerenciamento de Escopo do Projeto Seção 1 - Implementação do escopo Seção 2 - Processos de ge- renciamento do escopo Seção 3 - Construção da EAP Seção 4 - Dicas para constru- ção da EAP 42 Unidade de Estudo 8 Gerenciamento do Tempo de Projeto Seção 1 - Processos de ge- renciamento do tempo Seção 2 - Interações Seção 3 - Como construir um cronograma Seção 4 - Dicas para o geren- ciamento do tempo 48 Unidade de Estudo 9 Gerenciamento de Custos do Projeto Seção 1 - Processos de ge- renciamento de custos 52 Unidade de Estudo 10 Gerenciamento da Qualidade do Projeto Seção 1 - Processos de ge- renciamento da qualidade 56 Unidade de Estudo 11 Gerenciamento de Recursos Humanos Seção 1 - Equipe do projeto Seção 2 - Processos de gerenciamento de recursos humanos Seção 3 - Competências em equipes de projeto 60 Unidade de Estudo 12 Gerenciamento das Comunicações do Projeto Seção 1 - A importância da comunicação Seção 2 - Processos de gerenciamento da comuni- cação Seção 3 - Como construir uma comunicação eficaz 64 Unidade de Estudo 13 Gerenciamento de Riscos do Projeto Seção 1 - O que é um risco do projeto? Seção 2 - Origens e causas Seção 3 - Processos de gerenciamento de riscos 68 Unidade de Estudo 14 Gerenciamento de Aquisições do Projeto Seção 1 - Aquisições em projetos Seção 2 - Responsabilidades Seção 3 - Processos de gerenciamento de aquisições Finalizado 72 Referências 75 17 17 18 18 21 22 22 25 26 29 33 37 38 39 39 43 44 44 46 49 53 57 58 59 61 62 62 65 66 69 70 70 65 6 7GESTÃO DE PROJETOS Plano de Estudos Carga horária: 30h Ementa ▪ Custos: elaboração de planilhas, pesquisa de mercado, materiais e mão de obra. ▪ Software para gerenciamento de projetos. ▪ Técnicas de gestão de projetos. Objetivos Objetivo Geral Empregar técnicas de gestão de projetos. Objetivos Específicos ▪ Avaliar os custos do projeto. ▪ Elaborar planilha de custo dos projetos elétricos (materiais, dispositivos e má- quinas do projeto, pessoas). ▪ Elaborar e acompanhar cronograma de etapas para projetos. ▪ Aplicar softwares específicos para gerenciamento de projetos. ▪ Definir equipe e atribuições para funções de planejamento das instalações elétricas. Apresentação do Curso Seja bem-vindo ao curso de Gestão de Projetos! Para iniciar o estudo deste material didático é importante lembrar que os projetos fazem parte das empresas, seja para o desenvol- vimento de um produto ou serviço, para a implementação de um sistema de informação, seja para a criação de uma campanha de marketing, etc. Durante este curso, você perceberá que o geren- ciamento de projetos é o agente que possibilita a transformação de ideias em ações concretas. Porém é comum constatar falhas na implementação dos projetos nas empresas justamente pela falta de conhecimento das etapas e dos benefícios da gestão de projetos. Dessa forma, este curso tem o objetivo de apresentar a você mais detalhes sobre o gerenciamento de projetos, com o compromisso de mostrar a aplicação prática desta importante ferramenta. Desejamos que este curso lhe proporcione novos conhecimentos e convidamos você a realizar um projeto de sucesso: estudar atenta- mente este conteúdo! Márcio da Silva Viana Araújo É Engenheiro Civil graduado pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e Mestre em Engenharia de Produção – qualidade e produ- tividade pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Especia- lista em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade da Amazônia (UNAMA). Especialista em Gerenciamento da Qualidade na Indústria da Construção Civil pela UFPA. É Lead Assessor na ISO 9001 e OHSAS 18001 e Examinador do Prêmio Nacional da Qualidade, nos ciclos 2005, 2007, 2008 e 2009. Atua como instrutor e consultor do SENAI/SC em Sistemas de Gestão da Qualidade e de direcionamento estratégico. É docente dos cursos de pós-graduação em Gerencia- mento de Projetos, MBA em Gestão para Excelência e MBA em Consul- toria Empresarial, oferecidos pelo SENAI/SC. Katherine Helena Oliveira de Matos É Engenheira de Alimentos gra- duada pela Universidade Federalde Santa Catarina (UFSC) e Mestra em Engenharia de Alimentos pela Universidade Federal de Santa Ca- tarina (UFSC). Doutoranda em En- genharia de Alimentos pela mesma universidade. É Lead Assessor na ISO 22000:2005, Consultora, Audi- tora e Multiplicadora do Programa Alimentos Seguros (PAS) – Setor Indústria. Atua como instrutora e consultora do SENAI/SC para im- plantação de Sistemas de Gestão para a Segurança de Alimentos. Co- ordena cursos de qualificação a dis- tância na área de qualidade e segu- rança de alimentos e é docente do curso de pós-graduação MBA em Gestão para Segurança de Alimen- tos, oferecido pelo SENAI/SC. 9GESTÃO DE PROJETOS Unidade de estudo 1 Seções de estudo Seção 1 – Definição de projeto Seção 2 – Exemplos de projetos Seção 3 – Projeto e planejamento estratégico Seção 4 – Gerenciamento de projetos Seção 5 – Áreas de especialização Seção 6 – Benefícios da gestão de projetos 11GESTÃO DE PROJETOS O Que é um Projeto? SEÇÃO 1 Definição de projeto Antes de avançar sobre as espe- cificidades da gestão de projetos, é necessário que você entenda o que significa, exatamente, um projeto. É importante que você perceba que um projeto não é um sonho, não é uma missão impos- sível – ele possui uma definição administrativa muito precisa. É certo que você já ouviu falar em “projeto de uma casa ou edifício” ou “projeto de um novo carro”. Mas você sabe o que significa a palavra “projeto”? Um projeto é um “esforço tempo- rário empreendido para criar um produto, serviço ou outros tipos de resultados exclusivos” (PMI, 2008, p. 11). Os projetos podem ser realizados em todos os níveis (estratégico, gerencial e/ou operacional) da organização, utilizando diferentes números de pessoas e também diversos períodos de tempo. Des- cubra agora as suas principais ca- racterísticas: ▪ é temporário; ▪ tem elaboração progressiva (criação, implantação, controle); e ▪ apresenta exclusividade dos resultados obtidos. Acompanhe agora um detalha- mento sobre cada uma dessas ca- racterísticas. Temporário Um projeto sempre tem um iní- cio, um meio e um final definidos. Temporário não significa necessa- riamente de curta duração, mui- tos projetos duram vários anos. Contudo, o período dos projetos é limitado. Também vale salien- tar que o resultado de um projeto pode perdurar por toda uma vida – ou até mesmo por gerações. Elaboração progressiva Como um projeto tem início, meio e fim, sua elaboração é pro- gressiva. Isso quer dizer que um projeto é desenvolvido por etapas e continua por incrementos. Por exemplo, o desenvolvimento de softwares: o escopo do projeto é descrito de maneira geral no início do projeto; o detalhamento surge conforme a equipe desenvolve um entendimento mais completo dos objetivos e das entregas. Resultados exclusivos Depois de desenvolvido o esco- po, os instrumentos de controle de cada etapa, você irá verificar que o resultado obtido é sempre exclusivo, ou seja, para cada pro- jeto existe um resultado final di- ferente. Veja alguns exemplos de possíveis resultados: ▪ produto ou objeto produzido, quantificável, e que pode ser um item final ou um item componente; ▪ capacidade de realizar um ser- viço, como funções de negócios, que dão suporte à produção ou à distribuição; e ▪ documentos, por exemplo, um projeto de pesquisa desenvolve um conhecimento com vários fins – determinar a presença (ou não) de tendências, eventuais benefícios de novo processo, etc. Além das características que você estudou anteriormente, um proje- to possui outras três característi- cas fundamentais: ▪ é realizado por pessoas; ▪ possui recursos limitados; e ▪ é planejado, executado e controlado. Além da palavra “projeto”, é pro- vável que você já tenha escutado sobre “trabalho operacional” e “programas”. Estes dois últimos termos são usados, com frequên- cia, como sinônimos de projeto. Mas é importante que você sai- ba que não são a mesma coisa. Acompanhe a explicação. Os projetos e as operações se dife- rem principalmente no fato de que as operações são rotinas contínu- as e repetitivas, enquanto os pro- jetos são temporários e exclusivos. Já os programas são grupos de projetos relacionados e gerencia- dos de modo coordenado para a 12 obtenção de benefícios e controle que não estariam disponíveis se eles fossem gerenciados individu- almente. Programas podem incluir elemen- tos de trabalho fora do escopo dos projetos. Outra característica dos progra- mas é que os mesmos podem ser renovados periodicamente. O projeto deve atingir seu objetivo e, em seguida, terminar. Já o objetivo de uma operação de rotina contínua é a manutenção do negócio da organização. SEÇÃO 2 Exemplos de projetos Existem tantos projetos quanto as demandas e necessidades huma- nas. Aqui estão alguns exemplos: Veja a seguir exemplos aplicados ao seu dia a dia: ▪ desenvolvimento de um novo painel elétrico para um equipa- mento; ▪ capacitação de colaboradores nos aspectos da NR-10; ▪ implantação de controle automático da iluminação de um escritório; ▪ adequação da instalação elétri- ca de uma empresa para atender as exigências da NR-10. SEÇÃO 3 Projeto e planejamento estratégico Existem vários modelos de pla- nejamento estratégico, sendo que a maioria desses modelos se des- dobra em estratégias que, por sua vez, terminam em ações. Essas ações são derivadas, justamente, de programas ou projetos. No diagrama, na página a se- guir, você estudará um modelo de implantação de planejamento estratégico. Descubra como os projetos são enquadrados no pla- nejamento estratégico: Figura 1 - exemplos de projetos Organização: é um arran- jo sistemático de duas ou mais pessoas que cumprem papéis formais e compartilham um propósito comum. Isso quer dizer que a faculdade que você estuda é uma organização. Da mesma forma, as agremiações, as agências governamentais, as igrejas, o supermercado do seu bairro, etc. O termo organização é aplicável a uma entidade que tem um propósito distinto, in- clui pessoas ou membros e tem estrutura sistemática (ROBBINS, 2000). 13GESTÃO DE PROJETOS SEÇÃO 4 Gerenciamento de projetos O gerenciamento de projetos nada mais é que aplicar conheci- mentos, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do proje- to, com o objetivo de atender seus requisitos (PMI, 2008). Para isso, o gerenciamento é realizado nas seguintes fases do projeto: ▪ iniciação; ▪ planejamento; ▪ execução; ▪ monitoramento; ▪ controle; e ▪ encerramento. A pessoa responsável pelo geren- ciamento, conhecida como geren- te de projetos, deve aplicar todo o seu esforço para alcançar os objetivos propostos. O gerente de projetos ainda tem a responsabi- lidade de: ▪ identificar necessidades; ▪ estabelecer objetivos claros e alcançáveis; ▪ balancear as demandas con- flitantes de qualidade, escopo, tempo e custo; ▪ adaptar as especificações dos planos e da abordagem às diferentes preocupações e expectativas das diversas partes interessadas. SEÇÃO 5 Áreas de especialização Segundo o PMI (2008), um ge- renciamento de projetos eficaz exige que a equipe entenda e use o conhecimento e as habilidades de, pelo menos, cinco áreas de es- pecialização. Figura 2 - modelo de implantação de planejamento estratégico 14 A equipe deve apresentar: ▪ um conjunto de conheci- mentos – definição do ciclo de vida do projeto, cinco grupos de processos de gerenciamento de projetos e nove áreas de conhe- cimento; ▪ conhecimento, normas e regu- lamentos da área de aplicação; ▪ entendimento do ambiente do projeto;▪ conhecimento e habilidades de gerenciamento geral; ▪ habilidades interpessoais – um dos quesitos mais procurados nas pessoas hoje em dia. SEÇÃO 6 Benefícios da gestão de projetos É importante que você saiba que o gerenciamento de projetos é uma ferramenta eficaz para que a empresa consiga obter os resul- tados desejados dentro do prazo e do orçamento definidos. Sendo que a principal vantagem do ge- renciamento de projetos é que ele não é restrito a grandes projetos, de alta complexidade e custo. Pelo contrário, é uma ferramenta apli- cável a projetos de qualquer tama- nho, complexidade e orçamento, em qualquer linha de negócio (VARGAS, 2005). Acompanhe agora outros benefícios do ge- renciamento de projetos segundo Vargas (2005): ▪ evita surpresas durante a exe- cução dos trabalhos; ▪ disponibiliza os orçamentos antes do início dos gastos; ▪ otimiza a alocação de pessoas, equipamentos e materiais neces- sários; ▪ adapta os trabalhos ao merca- do consumidor e ao cliente. Para evidenciar os benefícios da utilização da metodologia de ge- renciamento de projetos, acompa- nhe os dados na Figura 3. Figura 3 - Benefícios da meto- dologia de gerenciamento de projetos FONTE: Aguiar (2009). 15GESTÃO DE PROJETOS Nesta primeira Unidade você aprendeu a diferença entre pro- jeto, programas e trabalhos ope- racionais e teve a oportunidade de conhecer alguns exemplos de projetos, bem como as áreas de especialização existentes e os seus principais benefícios. Na segunda unidade você estudará sobre o ciclo de vida e organização de um projeto, outro passo importante no desenvolvimento de suas ha- bilidades como gerenciador de projetos. Continue conosco! Unidade de estudo 2 Seções de estudo Seção 1 – Ciclo de vida Seção 2 – Partes interessadas no projeto Seção 3 – Projeto e planejamento estratégico Seção 4 – Principais documentos do projeto 17GESTÃO DE PROJETOS Ciclo de Vida e Organização do Projeto SEÇÃO 1 Ciclo de vida Conforme você estudou na Uni- dade anterior, um projeto possui características específicas. Para ter sucesso com os projetos nos quais você se envolve – seja como gerente ou como integrante da equipe que o realiza, é importan- te entender o ciclo pelo qual cada projeto passa. Em analogia com os seres vivos, que nascem, cres- cem e morrem, os projetos tam- bém possuem seu ciclo de vida. Mas, afinal, o que é o ciclo de vida e organização de um projeto? O primeiro passo para entender o ciclo de vida de um projeto é en- tender o seu significado. O ciclo de vida de um projeto pode ser definido como [...] um conjunto de fases do projeto, geralmente em or- dem sequencial, cujos nomes e quantidades são determinados pelas necessidades de controle da organização ou organizações envolvidas no projeto. Um ciclo de vida pode ser documentado com uma metodologia. (PMI, 2008, p. 321). Perceba que o ciclo de vida ofe- rece uma estrutura básica para o gerenciamento do projeto. Você já estudou que os projetos podem ser grandes ou pequenos, simples ou complexos, porém é importante que você compreenda que todos os projetos apresentam a seguinte estrutura de ciclo de vida: ▪ início do projeto; ▪ organização e preparação; ▪ execução do trabalho do projeto; e ▪ encerramento do projeto. Os ciclos de vida do projeto geral- mente definem: ▪ que trabalho técnico deve ser realizado em cada fase; ▪ quando as entregas devem ser geradas em cada fase e como cada entrega é revisada, verificada e validada; ▪ quem está envolvido em cada fase; ▪ como controlar e aprovar cada fase. SEÇÃO 2 Partes interessadas no projeto As partes interessadas de alguma forma exercem influência sobre os objetivos e resultados do pro- jeto; umas em maior grau, outras em menor. Mas, antes de explorar esse assunto, acompanhe a defini- ção de partes interessadas. Indivíduo ou grupo de indiví- duos com interesse comum no desempenho da organi- zação e no ambiente em que opera. Exemplos de partes interessadas para uma em- presa: clientes, colaborado- res, acionistas, proprietários, fornecedores e a sociedade. A quantidade e a denomina- ção das partes interessadas podem variar em função do perfil da organização (FNQ, 2008). É importante ressaltar que a equi- pe de gerenciamento de projetos precisa identificar as partes in- teressadas no início do projeto, definir seu grau de influência no projeto (para isso é importante que tenham critérios muito bem definidos) e determinar suas ne- cessidades e expectativas para al- cançar o sucesso. As responsabi- lidades e a autoridade das partes interessadas podem mudar duran- te o ciclo de vida do projeto. 18 Para que você entenda melhor este assunto, acompanhe quais são as principais partes interessa- das em projetos (PMI, 2008): ▪ o gerente de projetos – pes- soa responsável pelo gerencia- mento do projeto; ▪ o cliente/usuário – pessoa ou organização que utilizará o resultado do projeto; ▪ a organização executora – empresa cujos funcionários estão mais diretamente envolvidos na execução do projeto; ▪ os membros da equipe do projeto – grupo responsável por executar o trabalho; ▪ a equipe de gerenciamen- to de projetos – formada por membros diretamente envolvidos nas atividades de gerenciamento de projetos; ▪ o patrocinador – pessoa ou o grupo que fornece os recursos financeiros, em dinheiro ou em espécie, para o projeto; ▪ os influenciadores – pes- soas ou grupos que não estão diretamente relacionados com a aquisição ou o uso do produto do projeto, mas que devido à sua posição na organização do cliente ou na organização executora podem influenciar positiva ou negativamente no andamento do projeto. Por exemplo, grupo político rival ao da executora do projeto; e ▪ o escritório de projetos – caso exista na organização executora, o escritório de gerenciamento de projetos poderá ser uma parte interessada se tiver responsabilida- de direta ou indireta pelo resultado do projeto. Além dessas principais partes in- teressadas, existem vários outros nomes e categorias diferentes, tanto internos quanto externos, tais como proprietários e inves- tidores, fornecedores, membros da equipe e suas famílias, agências governamentais e meios de comu- nicação, cidadãos comuns, grupos temporários ou permanentes de pressão e a sociedade em geral. Certamente ficou evidente que o gerente de projetos precisa admi- nistrar as expectativas das partes interessadas, o que pode ser di- fícil, pois elas, em geral, podem apresentar objetivos diferentes ou conflitantes. SEÇÃO 3 Influências organizacionais Os projetos normalmente fazem parte de uma empresa. Por isso, é importante que você saiba que os aspectos culturais, o estilo e a es- trutura organizacional da empresa podem influenciar a execução dos projetos. A seguir você descobrirá alguns aspectos que influenciam o projeto (PMI, 2008). Culturas e estilos organizacionais As culturas e estilos organiza- cionais podem influenciar o an- damento de um projeto. De um modo geral, as empresas mani- festam as suas culturas por meio da sua missão, visão, valores e políticas organizacionais. Por isso, é importante que o gerente de projetos conheça essas particula- ridades para que possa conduzir adequadamente os seus trabalhos. Estrutura organizacio- nal Note que a estrutura organizacio- nal pode interferir na disponibili- dade dos recursos e influenciar a condução dos projetos. Ou seja, a estrutura da organização influen- cia no ritmo do trabalho com projetos. As estruturas organi- zacionais variam de funcionais a projetizadas, com diversas estru- turasmatriciais intermediárias. Ativos de processos organizacionais Os ativos de processos organi- zacionais podem ser entendidos como o conjunto de ferramentas, técnicas, metodologias, recursos e procedimentos usados para ge- renciar um projeto. Ele pode ser formal ou informal. SEÇÃO 4 Principais documentos do projeto Os documentos que constituem um projeto variam conforme o seu escopo, seus objetivos e a me- todologia empregada. 19GESTÃO DE PROJETOS No entanto, alguns se destacam e geralmente são comuns em dife- rentes projetos: ▪ termo de abertura – autoriza formalmente o projeto; ▪ declaração do escopo – determina qual trabalho deverá ser realizado e quais entregas precisam ser produzidas; ▪ plano de gerenciamento – determina como o trabalho será realizado. É formado pelos pla- nos e documentos gerados pelos diversos processos; ▪ lições aprendidas – docu- mento para registro das apren- dizagens obtidas durante a realização do projeto. As lições aprendidas podem ser identifica- das a qualquer momento; ▪ relatórios de desempenho – são documentos e apresenta- ções que fornecem informações organizadas e resumidas sobre desempenho, cálculos, parâme- tros de gerenciamento de valor agregado e análises de andamen- to e progresso do trabalho do projeto. Podem ser expressos em gráficos de barras, curvas S, his- togramas, tabelas e diagrama de rede do cronograma do projeto mostrando a situação passada e a atual; ▪ data book – livro destinado a reunir todos os principais fatos, dados e informações que ocorre- ram durante o projeto. Nesta Unidade você conferiu que o gerenciamento e o desempenho de um projeto dependem do seu ciclo de vida, que é uma analogia com o ci- clo de vida dos seres vivos: nascem, crescem e morrem. Cada fase possui suas próprias necessidades em termos de recursos exigidos, instrumen- tos de medição, equipe envolvida e resultados a serem obtidos. Além disso você conferiu a importância de considerar as partes interessadas no projeto, ou seja, as pessoas e organizações que estarão direta ou indi- retamente nele envolvidas. Obter sucesso no gerenciamento e desempe- nho de projetos requer, como você pôde conferir, muito conhecimento e habilidade. Vamos! Concentre-se em sua aprendizagem! Unidade de estudo 3 Seções de estudo Seção 1 – Liderança Seção 2 – Habilidades específicas Seção 3 – Interações 21GESTÃO DE PROJETOS Aspectos Comportamentais SEÇÃO 1 Liderança Certamente você notou que uma das características dos projetos é que eles são criados, implemen- tados, conduzidos e avaliados por pessoas. Por isso, os aspectos comportamentais se constituem em um fator determinante para o sucesso ou o fracasso de um pro- jeto. O gerente de projetos deve agregar esforços e competências para alcançar o sucesso, dominan- do tanto fatores técnicos quanto comportamentais. Dentre as diversas características que um gerente de projetos pre- cisa apresentar, duas se destacam: liderança e habilidades específicas. Ambas serão estudadas por você nesta unidade. Tome a liderança do estudo e mergulhe nos conhe- cimentos. O líder deve apresentar algumas características, veja quais são (DRUCKER, 1992): ▪ compreender a missão da or- ganização, defini-la e estabelecê- la de forma clara e visível; ▪ fixar as metas, as prioridades e manter os padrões; ▪ ver a liderança como respon- sabilidade e não como posição e privilégios; ▪ ganhar confiança (suas crenças devem se transformar em ações). Perceba que o exercício da lide- rança que motiva a equipe é fun- damental para a implementação de qualquer projeto. SEÇÃO 2 Habilidades específicas Várias pesquisas já foram reali- zadas tentando definir o perfil de um gerente de projetos eficiente e eficaz. Confira, a seguir, alguns itens que se destacaram: ▪ facilidade em solução de pro- blemas; ▪ facilidade em conduzir pessoas utilizando bem a liderança; ▪ facilidade em negociar, sejam interesses internos ou externos; ▪ influência na organização, ser político, com boa relação e entrada em todos os níveis da empresa; ▪ comunicar-se de forma clara, objetiva e transparente; ▪ disciplina para alcançar os objetivos; ▪ fazer da mudança de hábito um momento comum e cotidia- no, ou seja, estar pronto para “aprender a aprender”. Aplicando essas competências e habilidades, o gerente de projetos deve: ▪ gerenciar as atividades do próprio projeto; ▪ engajar-se no desenho e de- senvolvimento do produto; ▪ acompanhar os processos de manufatura; ▪ responsabilizar-se por com- pras e subcontratações; ▪ testar e instalar os produtos obtidos. SEÇÃO 3 Interações É claro que você já percebeu que o gerente de projetos, por si só, não poderá dar conta de vencer todos os desafios. Ele age em constante interação com as dife- rentes partes interessadas. Seu de- sempenho, por exemplo, também depende do patrocinador, ou seja, da empresa, organização entidade ou pessoa para a qual está sendo desenvolvido o projeto e dos im- pactos produzidos pelo cenário externo. Acompanhe as funções do patro- cinador: ▪ definir estratégias, planos e controles; ▪ dar apoio para a equipe (inclusive apoio político ao nível executivo); ▪ orientar o gerente do projeto conforme o necessário; ▪ participar das avaliações, for- mais ou não; ▪ estar disponível para consultas; ▪ acompanhar todos os relató- rios; ▪ envolver-se caso o projeto saia de seu curso; ▪ monitorar a transição projeto- operação; ▪ estimular o rápido encerra- mento; ▪ assegurar a documentação das lições aprendidas. Estude agora os impactos do ce- nário externo: ▪ regulamentos e padrões; ▪ internacionalização; ▪ influências culturais; ▪ sustentabilidade social, econô- mica e ambiental. 22 SEÇÃO 3 Interações É claro que você já percebeu que o gerente de projetos, por si só, não poderá dar conta de vencer todos os desafios. Ele age em constante interação com as dife- rentes partes interessadas. Seu de- sempenho, por exemplo, também depende do patrocinador, ou seja, da empresa, organização entidade ou pessoa para a qual está sendo desenvolvido o projeto e dos im- pactos produzidos pelo cenário externo. Acompanhe as funções do patro- cinador: ▪ definir estratégias, planos e controles; ▪ dar apoio para a equipe (inclusive apoio político ao nível executivo); Nesta unidade você verificou que os fatores comportamentais as- sumem uma grande parcela de responsabilidade pelo sucesso ou fracasso de um projeto. É eviden- te que os aspectos técnicos não podem ser ignorados, mas o ge- rente de projetos necessita apre- sentar algumas competências de liderança e diversas habilidades. A liderança necessita ser enfocada como uma oportunidade de pro- mover a cooperação e a respon- sabilidade compartilhada. O líder sintetiza a cultura da organização e o gerente, nesse escopo, fixa os objetivos e as metas. Para exercer seu papel, o gerente de projetos deve desenvolver algumas habi- lidades, em especial aquelas que se referem aos relacionamentos interpessoais: saber se comunicar, ser proativo, flexível, motivador, etc. Além disso, ele interage com os patrocinadores do projeto e com o cenário externo – caracte- rísticas socioculturais e econômi- cas. Cabe aos patrocinadores do projeto disponibilizar todos os es- forços e todo o apoio possível para o bom desempenho do papel de gerente. Em relação ao ambiente externo, é necessário ficar atento a normas, leis e aspectos relaciona- dos à economia sustentável. 23GESTÃO DE PROJETOS Unidade de estudo 4 Seções de estudo Seção 1 – Fases da morte Seção 2 –Fases do nascer 25GESTÃO DE PROJETOS Gestão de Mudanças SEÇÃO 1 Fases da morte Atualmente, as mudanças organi- zacionais ocorrem de forma cada vez mais rápida, exigindo que o gestor se adapte com grande agi- lidade a novas estruturas, deman- das, tecnologias e concorrência acirrada, entendendo o impacto que os fatores comportamentais provocam nas pessoas, na sua equipe, no seu cliente. Um dos as- pectos que não pode ser ignorado é a reação que as pessoas apre- sentam frente às mudanças. Ao entender tais reações, é possível ficar preparado para enfrentar ce- nários desafiadores e transformá- los em oportunidades. Em um primeiro momento, a reação é de morte: algo que se perde. Existe instabilidade, tendência à fuga, à raiva. Mas depois isso é superado e surge o momento do renascer. Nesta unidade você estudará mais detalhes sobre a fase da morte e a fase do nascimento. Quando ocorre uma mudança, seja pequena ou grande, as reações dos indivíduos são instintivas e de estranhamento. O ser humano apega-se àquilo que já conhece, que é confortável e seguro. Aliás, segundo Biadola e Nassar (2002), segurança é umas das necessida- des básicas que Maslow coloca em sua pirâmide.1 O trauma é tão grande, que essa fase é conhecida como fase da morte. Nela, o indivíduo assume um comportamento de derrotis- mo ou fuga, evitando encarar o processo de mudança e vai, pou- co a pouco, atravessando esse ci- clo. É comum a manifestação de algumas características nessa eta- pa: negação e isolamento, raiva, depressão, barganha e aceitação. Confira mais detalhes sobre essas e algumas manifestações. 1 - A Teoria de Maslow sina- liza que o ser humano é im- pulsionado por, pelo menos, cinco necessidades funda- mentais: fisiológicas, de se- gurança, de amor, de estima e de autorrealização. Essas necessidades devem, de al- guma forma, ser satisfeitas (BIADOLA; NASSAR, 2002). Figura 4 - Charge sobre gestão de conflitos FONTE: adaptado de Matsuo (2008). 26 Negação e isolamento Esta manifestação caracteriza-se como uma fuga e não aceitação do fato. Por isso, é comum o apa- recimento de expressões do tipo: “Não acredito que vão mudar o organograma e eu não estarei mais ali!” “Se for para eu trabalhar naquele setor, não vou!” “Será que isto é verdade? Não es- tou acreditando que vão fazer esta alteração na nossa área.” Raiva O sentimento de revolta emerge quando a mudança se aproxima. São normais expressões como: “Por que eu?” “Por que a nossa área?” “Por que isto não aconteceu com o setor do fulano?” Barganha Passada a raiva, é hora de achar os “culpados”. Uma expressão co- mum, nesta fase, é: “O culpado desta história é o fu- lano!” Depressão Nesse momento, assimila-se a mudança como algo inevitável, que escapa ao controle. Isso pro- voca uma sensação de tristeza e decepção. A pessoa tem vontade de se esconder de tudo e de todos, mas negar esse estágio, “fazendo de conta” que nada mudou, não é produtivo. Aceitação Nesta fase, percebe-se que existe saída. A pessoa enxerga a luz no fim do túnel, sabe que pode con- tornar a situação e que há vida depois da mudança. Inicia-se o novo ciclo: a esperança do renas- cimento. SEÇÃO 2 Fases do nascer Após superar o ciclo da morte, a pessoa começa a encontrar saídas e se acomodar a uma nova situa- ção que, afinal, já não é mais tão nova. Houve um tempo para que as mudanças pudessem ser com- preendidas e aceitas. O ciclo do nascer também é representado por diferentes etapas. Estude cada uma delas atentamente! Pensar É a fase de entender as mudanças em curso. A pessoa pensa e reflete no que é esse novo. São comuns atividades como par- ticipar de cursos e seminários, ler muito sobre experiências bem e malsucedidas nas empresas. Sentir Após a mudança se instalar inte- lectualmente, é necessário que ela se desloque para o nível dos sen- timentos e das emoções. É aque- le momento em que se diz que a pessoa “abraçou uma ideia” ou que “vestiu a camisa”. Querer Finalmente, chega-se ao último es- tágio do ciclo do nascer: a pessoa se sente forte, participativa. Quer contribuir para o ciclo da mudan- ça. Nesse momento, o trabalho já se baseia no consenso e pode-se ouvir: “Eu me comprometo com que tem significado para mim e que ajudei a construir!”. 27GESTÃO DE PROJETOS Nesta unidade você estudou que ao enfrentar o cenário da mudan- ça, duas fases principais se desdo- bram. Na primeira, chamada de fase da morte, o que era estável desaparece. A segunda traz um renascer. No período de morte, comportamentos como negação, isolamento, raiva e vontade de barganhar são comuns. Finalmen- te, após um período de depressão, vem a fase de aceitação, quando a pessoa percebe que poderá, no- vamente, estabelecer um cenário adequado aos seus objetivos e co- nhecimentos. É o momento que conduz ao renascer. O nascimen- to, ainda em estágio embrionário, provoca a necessidade de pensar e refletir sobre as mudanças que estão ocorrendo. Após a aceita- ção racional e intelectual, passa-se para a segunda etapa desta fase: o envolvimento emocional. Ao sen- tir as mudanças e seus efeitos de forma positiva, a pessoa começa a desejar participar ativamente do processo. É a etapa do querer, quando finalmente a transforma- ção nasce e a equipe trabalha de forma comprometida com um projeto que possui significado para cada um individualmente e para todo o grupo. E falando em comprometimento em um traba- lho, o que você acha de retomar agora os principais conceitos e noções vistos nesta unidade de estudo? Vamos logo! Unidade de estudo 5 Seções de estudo Seção 1 – As nove áreas do conhecimento 29GESTÃO DE PROJETOS Áreas do Conhecimento SEÇÃO 1 As nove áreas do conhecimento O gerente de projetos, após de- senvolver suas competências e habilidades de liderança, relacio- namento interpessoal e gestão de mudanças, necessita aplicar uma metodologia que lhe permita de- senvolver e coordenar projetos com eficiência e eficácia. Uma das metodologias de maior sucesso é aquela que foi desenvolvida pelo Project Management Institute, conhe- cido também pela sua sigla PMI. Ele propõe que a gestão de pro- jetos deve englobar as nove áreas do conhecimento, que são geren- ciamento: ▪ de integração; ▪ do escopo; ▪ de tempo; ▪ de custos; ▪ da qualidade; ▪ de recursos humanos; ▪ das comunicações; ▪ de riscos; e ▪ de aquisições. Figura 5 - Processo integrado de gerenciamento de projetos com destaque para as nove áreas de conhecimento FONTE: adaptado de Vargas (2005, p. 47). Cabe destacar que cada uma dessas áreas possui um detalhamento es- pecífico e uma abrangência própria, porém está integrada, a todo o mo- mento, com os demais, formando um todo único e organizado (VAR- GAS, 2005). A partir de agora você estudará mais detalhes sobre cada uma das nove áreas de conhecimentos. Siga em frente! 30 Gerenciamento de integração Área formada por processos e atividades necessárias para iden- tificar, definir, combinar, unificar e coordenar os diversos proces- sos e atividades de gerenciamento de projetos que envolvem vários grupos, evitando duplicação de atividades ou dispersões. Gerenciamento do escopo Área formada pelos processos es- senciais para garantir que o proje- to inclua todo o trabalho necessá- rio e somente ele para terminar o projeto com sucesso. Gerenciamento de tempo Área formada pelos processos ne- cessários para executar o projeto no prazo previsto no contrato. Gerenciamento de custos Área formada pelos processos envolvidos em planejamento, es- timativa, orçamento e controle de custos, com a finalidadede exe- cutar o projeto utilizando o orça- mento previsto. Gerenciamento da qualidade Área formada pelos processos requeridos para assegurar que os produtos ou serviços do projeto irão estar em conformidade com o solicitado pelo cliente. Gerenciamento de recursos humanos Área formada pelos processos que organizam e gerenciam a equipe do projeto. Gerenciamento das comunicações Área formada pelos processos necessários para garantir a gera- ção, coleta, distribuição, arma- zenamento, recuperação e des- tinação final das informações sobre o projeto de forma eficaz e eficiente. Gerenciamento de riscos Área formada pelos processos que tratam da realização de identifica- ção, análise, respostas, monitora- mento, controle e planejamento do gerenciamento de riscos. A maioria desses processos é atuali- zada durante todo o projeto. Gerenciamento de aquisições Área formada pelos processos para aquisição dos produtos e ser- viços para realizar o projeto e que não são produzidos ou obtidos dentro da própria equipe. 31GESTÃO DE PROJETOS Essa metodologia, desenvolvida pelo PMI para o gerenciamento de pro- jetos, compreende nove grandes áreas do conhecimento. Todas essas áreas, atuando de forma integrada, perpassam a gestão de qualidade, que também é alvo prioritário em qualquer projeto. Esta unidade foi apenas uma introdução às nove áreas do conhecimento aplicadas à gestão de projetos. Nas próximas unidades você aprofundará os conhecimentos em cada uma delas. Como pôde perceber, há muito ainda pela frente. Vamos juntos! Unidade de estudo 6 Seções de estudo Seção 1 – Processos de gerenciamento de projetos integradores 33GESTÃO DE PROJETOS Gerenciamento de Integração do Projeto SEÇÃO 1 Processos de gerenciamento de projetos integradores Um projeto é sempre composto de várias etapas, desdobramentos, fontes de recursos, equipes e uma diversidade de pessoas. Para evitar conflitos, duplicação de trabalho, perda de foco e outros desafios que podem comprometer o resul- tado final, é necessário gerenciar a integração do projeto. E com esse espírito, dê mais um passo para integrar seus novos conhecimen- tos. Gerenciar a integração do projeto pode ser comparado com a mon- tagem de um quebra-cabeça. Isso quer dizer que cada peça deve ser colocada no seu devido lugar, de maneira adequada e consistente, de forma a atingir o resultado fi- nal (DINSMORE; BARBOSA, 2005). Dessa forma, o processo de integração do projeto é o ele- mento central desse “quebra-ca- beça” e garante que todas as de- mais áreas estejam integradas em um todo único (VARGAS, 2005). Essa fase é composta pela unifi- cação, consolidação, articulação e ações integradoras importantes para o término do projeto. Com isso, busca-se atender e gerenciar as expectativas das partes inte- ressadas. A integração consiste em coordenar os trabalhos para escolher os pontos nos quais se concentrarão recursos e esforços, prevenindo a ocorrência de even- tuais problemas. A ação proativa evita maiores complicações. O esforço de integração também envolve a administração de confli- tos, por exemplo, entre objetivos e estratégias possíveis. Existem inúmeras formas de gerenciar um projeto. 34 Mas, segundo o PMI (2008), nor- malmente são aplicados conheci- mentos, habilidades e processos de gerenciamento de projetos em diferentes ordens e graus de rigor para obter o desempenho dese- jado naquele caso específico. O fato de que para um determinado projeto tal etapa não seja necessá- ria, não significa que ela deva ser abandonada de todo. Cabe, assim, ao gerente e à sua equipe analisar todas as etapas, fa- ses e processos para decidir qual o nível de implementação que será necessário utilizar no projeto que está sendo desenvolvido. Aplique a integração para: ▪ analisar e compreender o esco- po – isso inclui integrar critérios, premissas, restrições e requisitos do produto e do projeto, além de outras influências relacionadas a ele e como cada um desses aspec- tos será gerenciado ou abordado dentro do projeto; ▪ documentar critérios específi- cos dos requisitos do produto; ▪ elaborar a Estrutura Analítica do Projeto (EAP); ▪ nortear ações para realizar o projeto seguindo seu plano de gerenciamento; ▪ medir e monitorar o desempe- nho dos processos e produtos do projeto; ▪ analisar os riscos envolvidos. Cabe destacar que é respon- sabilidade do gerente do pro- jeto a integração de todos os processos, pois ele possui a visão global do projeto. Para gerenciar e integrar projetos são necessários vários processos. Segundo o PMI (2008), tais pro- cessos podem ser desdobrados em sete etapas, desde a abertura de um projeto até o seu encerra- mento. Estude cada uma das eta- pas a seguir. Desenvolvimento do termo de abertura Documento que autoriza formal- mente um projeto ou uma fase do projeto. O patrocinador normalmente é o responsável pela emissão do termo de abertura do projeto. Desenvolvimento da declaração do escopo preliminar Documento preliminar do proje- to que fornece uma descrição de alto nível do escopo. Desenvolvimento do plano de gerenciamento Documento que formaliza as ações necessárias para definir, preparar, integrar e coordenar todos os planos auxiliares em um plano de gerenciamento. Orientação e gerenciamento da execução Execução do trabalho definido no plano de gerenciamento para atingir os requisitos definidos na declaração do escopo do projeto. Patrocinador: pessoa ou o grupo que fornece os re- cursos financeiros para o proje- to (PMI, 2008). 35GESTÃO DE PROJETOS Monitoramento e controle do trabalho Monitoramento e controle dos processos usados para iniciar, planejar, executar e encerrar um projeto com o intuito de atender os objetivos de desempenho de- finidos no seu plano de gerencia- mento. Controle integrado de mudanças Revisão de todas as solicitações de mudança, suas aprovações e controles nas entregas e nos ati- vos de processos organizacionais. Esta etapa é realizada por um co- mitê de controle de mudanças. Encerramento do projeto Finalização de todas as atividades, em todos os grupos de processos de gerenciamento, para encerrar formalmente o projeto ou uma de suas fases. Conforme você estudou nesta unidade, o gerenciamento de inte- gração de projetos é fundamental para evitar conflitos, retrabalho, sobreposição de esforços e des- perdícios de recursos. O geren- ciamento coordena diferentes grupos, projetos e trabalhos abar- cados por um projeto maior que atende os objetivos da organiza- ção e das partes interessadas. Para promover a integração é ne- cessário aplicar conhecimentos, habilidades e processos em di- ferentes graus de complexidade, dependendo do escopo do proje- to em questão e da fase na qual se encontra. Lembremos que um projeto integra, entre outros fato- res, várias etapas e pessoas. Para evitar conflitos, perda de foco e outros desafios que podem com- prometer o resultado final, é ne- cessário gerenciar a integração do projeto. Por isso, fique atento aos principais conceitos e aspectos aqui apresentados. Vamos! Conti- nue antenado! Comitê de controle de mudanças: “grupo formal- mente constituído de partes interessadas responsáveis pela revisão, avaliação, aprovação, atraso ou rejeição de mudanças feitas no projeto, com registro de todas as decisões e reco- mendações” (PMI, 2008, p. 299). Unidade de estudo 7 Seções de estudo Seção 1 – Implementação do escopo Seção 2 – Processos de gerenciamento do escopo Seção 3 – Construção da EAP Seção 4 – Dicas para construção da EAP 37GESTÃO DEPROJETOS Gerenciamento de Escopo do Projeto SEÇÃO 1 Implementação do escopo A abertura de um projeto implica especificação de seu escopo. Mui- tos projetos fracassam porque o escopo não está bem definido e, assim, o projeto perde seu foco, deixando de cumprir com os pra- zos propostos ou desperdiçando os recursos disponíveis. É no es- copo que se define o que está den- tro ou fora do projeto. Para estu- dar mais detalhes sobre essa área de conhecimento, é importante que você compreenda a definição de escopo. Acompanhe: “É a soma dos produtos, servi- ços e resultados a serem for- necidos na forma de projeto” (PMI, 2008, p. 329). Para execução de um bom escopo de projeto, o PMI (2008) sugere seguir cinco etapas básicas. Veja quais são: ▪ planejamento do escopo; ▪ definição do escopo; ▪ criação da Estrutura Analítica do Projeto (EAP); ▪ verificação do escopo; ▪ controle do escopo. Lembre-se que você pode desen- volver tanto o escopo de produ- to quanto o escopo do projeto. Normalmente, o resultado de um projeto é um único produto, mas esse produto pode ser composto de outras partes, cada uma de- las com seu próprio escopo do produto separado, mas interde- pendente. Por exemplo, um novo sistema de telefonia normalmente incluiria quatro componentes au- xiliares: hardware, software, treina- mento e implementação – cada qual com seu próprio escopo. Escopo do produto: “as ca- racterísticas e funções que descrevem um produto, serviço ou resultado” (PMI, 2008, p. 219). Escopo do projeto: “o tra- balho que deve ser realiza- do para entregar um produto, serviço ou resultado com as ca- racterísticas e funções especifi- cadas” (PMI, 2008, p. 323). 38 SEÇÃO 2 Processos de gerenciamento de escopo A partir de agora você descobrirá as características de cada uma das cinco etapas do gerenciamento de escopo. Planejamento do escopo No planejamento você demonstra como o escopo do projeto será definido, verificado e controlado e como a estrutura analítica do projeto será criada e especificada. Os processos de gerenciamento do escopo do projeto, suas fer- ramentas e técnicas associadas variam por área de aplicação, e são normalmente definidos como parte do ciclo de vida do projeto e documentados no plano de ge- renciamento do escopo. Definição do escopo Na definição você elabora uma declaração detalhada do escopo do projeto, que será a base para futuras decisões. Declaração do escopo do projeto: “a descrição do escopo do projeto inclui as principais entregas, seus objetivos, suposições, restrições e uma declaração do trabalho. A declaração fornece uma base do- cumentada para futuras decisões do projeto e para confirmar ou desenvolver um entendimento comum entre as partes interessa- das” (PMI, 2008, p. 324). A defi- nição do escopo do projeto pode ser sintetizada na máxima: o que precisa ser realizado? Criação da EAP Uma Estrutura Analítica do Pro- jeto consiste em subdividir suas principais entregas em compo- nentes menores e mais facilmente gerenciáveis, permitindo uma me- lhor visualização de todo o pro- cesso. Estrutura Analítica do Projeto (EAP) é “uma decomposição hierárquica orientada à entrega do trabalho a ser executado pela equipe do projeto para atingir os objetivos propostos e criar as en- tregas necessárias. Ela organiza e define o escopo total do projeto” (PMI, 2008, p. 336). Cada nível descendente representa uma de- finição cada vez mais detalhada do trabalho do projeto. A EAP é decomposta em pacotes de tra- balho. A orientação da hierarquia para a entrega inclui entregas in- ternas e externas. Pacote de trabalho: entre- ga ou componente do tra- balho do projeto no nível mais baixo de cada ramo da EAP. O pacote de trabalho inclui as atividades do cronograma e os marcos do cronograma necessá- rios para terminar a entrega do pacote de trabalho ou o com- ponente do trabalho do projeto (PMI, 2008). 39GESTÃO DE PROJETOS Após desenvolver o escopo e a EAP você precisará verificar o andamento do projeto e controlar eventuais alterações. Verificação do escopo Consiste na formalização da acei- tação das entregas do projeto. Controle do escopo Um projeto não é algo estático. Possui uma dinâmica própria, apresenta alterações contínuas. Esta etapa permite controlar as eventuais mudanças do escopo do projeto. São processos que in- teragem entre si e também com processos de outras áreas de co- nhecimento. A declaração do escopo detalha- da, a EAP e o dicionário da EAP associados a ela constituem a li- nha de base do projeto. DICA No caso de escopo de pro- jetos, ao terminar o traba- lho, compare e meça o que realizou com aquilo que foi proposto no plano de geren- ciamento do projeto, na pró- pria declaração de escopo e na EAP. Já no caso de escopo de produtos, faça essa análi- se em relação aos requisitos do produto. O gerenciamen- to do escopo do projeto pre- cisa estar bem integrado aos outros processos da área de conhecimento para que o re- sultado final reflita o que foi especificado inicialmente. Como a construção da EAP é um procedimento complexo, mas fundamental nessa fase, ela será analisada logo a seguir. SEÇÃO 3 Construção da EAP A EAP, também chamada de Work Breakdown Structure (WBS), é um agrupamento das atividades que compõem um projeto e que representam todo o trabalho a ser executado. Ela quebra o projeto em partes menores para facilitar o gerenciamento particularizado e, consequentemente, global do projeto. A EAP é bastante útil para controlar o andamento do projeto e muito utilizada por em- presas que contratam serviços de projeto para verificar se o contra- to está sendo cumprido. Existem inúmeros benefícios com o uso dessa abordagem e do de- senvolvimento de EAPs como você verá na prática, assim que co- meçar a utilizar essa metodologia. Acompanhe alguns dos benefícios: ▪ facilita a comunicação entre os envolvidos no projeto; ▪ permite uma melhor visualiza- ção das fases do projeto; ▪ serve de base para a estimativa de custos, recursos e tempo; ▪ ajuda na avaliação do impacto do trabalho realizado em cada pacote de trabalho; ▪ previne mudanças desneces- sárias. SEÇÃO 4 Dicas para construção da EAP A experiência demonstra que ao seguir alguns passos e recomen- dações a possibilidade de dese- nhar uma estrutura eficiente au- menta. O ideal é que na equipe que irá construir a EAP um dos membros possua conhecimentos técnicos na área de projetos. Es- tude as dicas! O primeiro nível (nível 0), geral- mente, corresponde ao ciclo de vida do projeto. É o primeiro a ser elaborado. Figura 6 - Primeiro nível da eap (nível 0) FONTE: adaptado de Dinsmore e Bar- bosa (2005). 40 Defina cada subnível como uma parte menor do nível anterior. Na figura a seguir você verá o exemplo do detalhamento do segundo nível da EAP. Na figura anterior você acompa- nhou o detalhamento do segundo nível. Agora é necessário continu- ar o desdobramento dos demais níveis. No entanto, mantenha a simplicidade, não exagere no nú- mero de níveis. De 4 a 6 níveis é o ideal. A EAP deve contemplar todos os trabalhos envolvidos no projeto. Inclua, se for necessário, critérios de aceitação das atividades, infor- mações sobre custos, prazos, da- tas de entregas e outras que julgar relevantes. Mantenha mecanismos que per- mitam a fácil atualização do esco- po do projeto. Figura 7 - Segundo nível da eap com o elemento para o gerenciamento do projeto. FONTE: adaptado de Dinsmore e Barbosa (2005). Faça o detalhamento conforme a necessidade de cada projeto – não existe uma regra fixa. Não divida os pacotes em ativi- dadespequenas demais para não encarecer o custo da atividade de criar a EAP. Uma sugestão é que os pacotes de trabalho tenham ta- manhos entre 8 e 80 horas. 41GESTÃO DE PROJETOS Basicamente, uma EAP permite visualizar as várias partes que consti- tuem um projeto e os diferentes pacotes de trabalho exigidos. A EAP possui inúmeras funções e apresenta vários benefícios. Dentre os mais usuais, encontram-se a facilidade com que permite controlar o anda- mento dos projetos e o cumprimento de contratos. Além disso, a EAP facilita os fluxos de comunicação, subsidia estimativas de custos, recur- sos e tempo e antecipa tendências e eventualidades. Deve-se levar em conta, na hora de construir uma EAP, os diferentes níveis que devem ser contemplados, iniciando-se pelo ciclo de vida até atingir as fases mais operacionais. É importante cuidar para não complicar demais o fluxo, o que provocaria um resultado contrário ao desejado, ou seja, falta de visualização da globalidade do projeto e as conexões entre as diferentes etapas. Unidade de estudo 8 Seções de estudo Seção 1 – Processos de gerenciamento do tempo Seção 2 – Interações Seção 3 – Como construir um cronograma Seção 4 – Dicas para o gerenciamento do tempo 43GESTÃO DE PROJETOS SEÇÃO 1 Processos de gerencia- mento do tempo Elaborados os fundamentos de um projeto, o gestor depara-se com um desafio no qual muitos sucumbem: o gerenciamento do tempo. Como otimizar o uso des- te recurso tão escasso, o tempo? Como cumprir prazos – ou ante- cipar-se a eles –, superando as ex- pectativas do cliente? Nesta uni- dade você descobrirá por que os projetos atrasam e conhecerá os processos para gerenciar o tempo. Gerenciamento do Tempo de Projeto ▪ planejamento ineficiente; ▪ planejamento não realista; ▪ impossibilidade de executar atualizações, prejudicando o acompanhamento do progresso; ▪ falta de comprometimento da equipe; ▪ pessoas não qualificadas; ▪ alterações dos requisitos pelos clientes. O principal objetivo do gerencia- mento do tempo é garantir que o projeto seja concluído dentro do prazo estabelecido (VARGAS, 2005). Para superar os desafios ocasio- nados pelas causas que provocam atrasos, o gestor de projetos pode promover uma série de ações e processos para garantir o cumpri- mento dos prazos (PMI, 2008). Estude quais são a partir de agora. a. Definição da atividade Identifique as atividades específi- cas do cronograma que precisam ser realizadas para produzir as vá- rias entregas do projeto. b. Sequenciamento de atividades Identifique e documente as de- pendências entre as atividades do cronograma. c. Estimativa de recursos da ati- vidade Estime o tipo e a quantidade de recursos necessários para realizar cada atividade do cronograma. d. Estimativa de duração da ativi- dade Estime o tempo individual (ou de equipes) necessário para terminar cada atividade do cronograma, identificando os caminhos críti- cos. Caminho crítico: geral- mente é a sequência de atividades do cronograma que determina a duração do projeto. O caminho mais longo, portanto, representa a duração maior de tempo que será exi- gida para aquele projeto. No entanto, muitas vezes, o tem- po de um caminho crítico pode ser definido por um marco de cronograma, representado por uma restrição ou por uma data imposta do tipo “prazo máximo para término” (PMI, 2008). E sem perder tempo, continue es- tudando atentamente. Muitos estudos e pesquisas já fo- ram realizados sobre administra- ção do tempo. A lista de causas dos atrasos é tão ampla quanto a quantidade de pessoas envolvidas em projetos. Os itens a seguir são os campeões (THAMHAIN; WI- LEMON, 1986 apud CALISIR; GUMUSSOY, 2005): 44 e. Desenvolvimento do crono- grama Analise os recursos necessários, as restrições do cronograma, as du- rações e sequências de atividades. f. Controle do cronograma Envolve o monitoramento de cada etapa, procedimentos, pon- tos críticos e não conformidades. SEÇÃO 2 Interações Esses processos interagem entre si e também com processos de outras áreas de conhecimento. Cada processo pode envolver o esforço de uma ou mais pessoas ou de grupos de pessoas, con- forme as necessidades do pro- jeto. Perceba que os processos descritos anteriormente ocorrem pelo menos uma vez em todos os projetos, algumas vezes em várias fases. Embora os processos sejam apresentados como componen- tes distintos com interfaces bem definidas, na prática eles podem se sobrepor e interagir. Em al- guns projetos, especialmente nos de menor escopo, a definição e o sequenciamento de atividades, a estimativa de recursos, de duração da atividade, o desenvolvimento do cronograma e o controle estão tão ligados que são considerados um único processo, que pode ser realizado por uma pessoa durante um prazo relativamente curto. No entanto, o detalhamento des- ses seis processos é sempre prece- dido por um esforço de planeja- mento da equipe. Esse esforço de planejamento é parte do processo de desenvolvimento do plano de gerenciamento do projeto. O re- sultado é um plano de gerencia- mento do tempo com critérios bem definidos para controlar a implementação do projeto. DICA Lembre-se que o gerenciamen- to do cronograma é uma ferra- menta auxiliar, que faz parte de um plano maior e integra outras documentações de projeto, res- peitando as especificidades de cada área de atuação. Existem diferentes tipos de planos, que variam dos mais informais aos mais formais. O gerenciamento do tempo pode ser genérico ou detalhado – é o caráter do pro- jeto que orientará essa decisão. Você verá, a seguir, como o cro- nograma do projeto é detalhado. SEÇÃO 3 Como construir um cronograma O cronograma deve ser elaborado por uma pessoa ou por uma equi- pe que conheça profundamente os principais processos envolvi- dos para a execução do projeto, produto ou serviço. Tal conheci- mento evita que sejam esqueci- das etapas fundamentais, ou que ocorra super ou subestimação do tempo necessário. Ao elaborar o cronograma, considere os fatores ambientais, organizacionais e de escopo. a. Fatores ambientais Envolvem, por exemplo, a dispo- nibilidade ou não de um sistema informatizado de gerenciamento de projetos e de ferramentas de software para elaboração do crono- grama. b. Fatores organizacionais Incluem visão, missão, valores, cultura organizacional e infor- mações históricas que devem ser consideradas na definição das ati- vidades do projeto. Inclua somen- te aquelas que realmente são ne- cessárias, em função do histórico de projetos anteriores. c. Declaração do escopo Documenta as entregas, restrições e premissas que devem ser consi- deradas na definição das ativida- des. 45GESTÃO DE PROJETOS Após analisar os fatores ambien- tais, organizacionais e de escopo, é importante aplicar algumas téc- nicas bem-sucedidas que contri- buem para a construção de um cronograma realista. Essas técni- cas buscam responder a algumas perguntas importantes. ▪ Em quanto tempo o projeto inteiro será terminado? ▪ Quais são os riscos envolvi- dos? ▪ Quais são as atividades críticas ou tarefas que podem atrasar o projeto se não forem terminadas no tempo previsto? ▪ Se o projeto tiver que ser terminado antes do previsto no cronograma, qual é a melhor ma- neira de fazer isso com o menor custo possível? Conheça agora três técnicas que são comumente utilizadas para responder tais questões: PERT, CPM e Padding. a. PERT O PERT foi desenvolvido em 1950, durante a Guerra Fria, para ajudar a marinha dos Estados Unidos no planejamento e no controle de um projeto para cons- truir um sistema de armas estra- tégico,o míssil balístico intercon- tinental. O PERT tem o objetivo de lidar com o tempo incerto da conclusão da atividade, permitin- do revisar projetos. Por exemplo, para uma atividade, pode-se pro- jetar como tempo para conclusão um período de quatro semanas. Na prática, verifica-se que essa atividade poderá ser concluída entre três semanas* ou oito se- manas**. b. CPM Esta técnica também surgiu em 1950, como o PERT, nos EUA. Representou a união dos esforços da DuPont, Univac e Remington. Seu objetivo: gerenciar o caminho crítico. O caminho crítico repre- senta a somatória dos diferentes tempos necessários para etapa ou fase do projeto. É o maior cami- nho percorrido, como você viu na unidade anterior. Nele, são inclu- ídas também as folgas projetadas para execução das tarefas neces- sárias. No CPM a ênfase está no trade-off entre o custo do projeto e de seu tempo total de conclusão. Por exemplo, para determinadas atividades pode ser possível dimi- nuir o tempo de conclusão gas- tando mais dinheiro – como isso afeta o período de conclusão do projeto? Figura 8 - Modelo de utilização da técnica CPM *Abaixo da expectativa. **Acima da expectativa. PERT: Program Evaluation and Review Technique; CPM: Critical Path Method. Trade-off: negociação. 46 no prazo. Não se recomenda o uso desta técnica, pois ela contri- bui para a difusão de uma cultura equivocada em relação ao crono- grama. Ou seja, adota-se um pro- cesso de reajustes conforme os interesses individuais, à revelia de uma sistemática transparente de atualização de cronograma. Seção 4 Dicas para o gerencia- mento do tempo Conforme você estudou anterior- mente, o tempo é um fator cru- cial em qualquer projeto. Atrasos podem comprometer o desempe- nho ou o alcance dos objetivos propostos, inclusive provocando a perda de clientes. Acompanhe, agora, algumas dicas no geren- ciamento de tempo (VARGAS, 2005): ▪ nenhum cronograma é per- feito, mas isso não impede que o projeto faça sempre a melhor estimativa possível; (a) Os eventos são numerados de 1 a 9 e as atividades são setas com o peso da duração e folga (valor entre parênteses). (b) A atividade 1-7, por exemplo, tem duração estimada de 34 semanas e folga estimada em 44 semanas. (c) Os tempos mais cedo e mais tarde para ocorrência de cada evento também são associados a ele. (d) Por exemplo, o evento 7 pode- rá ser disparado no mínimo em 34 semanas e no máximo em 78 semanas. (e) O tempo estimado para o pro- jeto é de 141 semanas. c. Técnica Padding A técnica Padding significa dispor de um período de tempo maior que o real para garantir a entrega Padding: literalmente, significa “encher”, “reche- ar”. Ou seja, acrescenta-se tempo para estufar os prazos. 47GESTÃO DE PROJETOS determina, em parte, o seu orça- mento; ▪ o nível de detalhamento dos cronogramas se dá em função do tamanho do projeto; ▪ gerenciamento de projetos não é somente gerenciamento de tempo; ▪ consulte as pessoas que possuem experiência prática na execução do serviço; ▪ colete e armazene infor- mações de projetos passados, alimentando um centro de dados como referência para futuros cro- nogramas; ▪ estimule a liberdade de expressão para que os responsáveis contribu- am com suas estimativas sobre o período necessário para cada ativida- de; ▪ reveja o planejamento do tempo, quando necessário, durante a exe- cução dos serviços. Com essas dicas para o gerenciamento do tempo encerramos aqui a oita- va unidade de estudo. Observe o quanto já caminhamos neste processo de formação. Mas não pense que terminou! Ainda há muito pela frente! Unidade de estudo 9 Seções de estudo Seção 1 – Processos de gerenciamento de custos 49GESTÃO DE PROJETOS SEÇÃO 1 Processos de gerencia- mento de custos Além do tempo, outro gerencia- mento é fundamental: o de cus- tos. Os custos envolvem a análise de diferentes recursos disponibi- lizados, sejam recursos humanos, insumos ou financeiros. Como os recursos são sempre finitos, torna-se necessário saber como administrá-los. É justamente isso que será abordado nesta unidade. Muitas vezes, custo é confundido com valor ou com preço, mas são conceitos muito diferentes. Po- de-se definir custo como o valor monetário de uma atividade ou componente do projeto neces- sário para sua execução. O custo pode englobar a soma de vários custos específicos, tais como mão de obra direta e indireta, insumos, compras diversas, depreciação, custos fixos e variáveis, etc. Em alguns casos, como, por exemplo, no gerenciamento de valor agre- gado, considera-se como custo somente a mão de obra/hora, sem conversão para o valor mo- netário, conforme é apontado no PMI (2008). Ao gerenciar os cus- tos você terá uma ideia bem pró- Gerenciamento de Custos do Projeto xima do custo dos recursos neces- sários para terminar as atividades do cronograma. Mas, além disso, você precisa considerar também os custos envolvidos após a con- clusão do cronograma do projeto, os quais envolvem manutenção, suporte e utilização dos produtos ou serviços resultantes. A capacidade de influenciar o custo é maior nos estágios iniciais do projeto e esse é o motivo pelo qual a definição do escopo logo no início é essencial. O gerencia- mento de custos é composto por três fases específicas (PMI, 2008). Estude quais são. a. Estimar os custos Envolve a realização de projeções sobre o momento que será neces- sário para realizar as diferentes ta- refas previstas no projeto. b. Determinar o orçamento Após a estimativa, é necessário analisar comparativamente os vá- rios custos de cada fase, de cada atividade isoladamente e somá-los para estabelecer um patamar mí- nimo de custos globais. c. Controle de custos Consiste no estabelecimento de critérios e indicadores para evitar que as estimativas e os orçamen- tos realizados sejam desrespei- tados, fornecendo instrumentos para que os devidos ajustes sejam efetuados sempre que surgirem alterações no projeto. Em muitas áreas, a previsão e a análise do desempenho financei- ro são realizadas fora do projeto. Em outras, como em projetos de infraestrutura urbana, o gerencia- mento de custos inclui esses itens. Quando essas previsões e análises são incluídas, o gerenciamento de custos do projeto irá abordar pro- cessos adicionais, como análise do retorno sobre o investimento e fluxo de caixa. O gerenciamento de custos con- sidera as necessidades de infor- mação das partes interessadas no projeto. Cada parte interessada mede os custos de diferentes ma- neiras e em momentos diferentes. Por exemplo, o custo de um item adquirido pode ser medido quan- do: ▪ a decisão de aquisição é toma- da ou lançada; ▪ o pedido é feito; ▪ o item é recebido; ou ▪ o custo real é incorrido ou registrado para fins de contabili- dade. 50 Os processos de gerenciamento de custos e suas ferramentas e téc- nicas associadas variam de acordo com a área de aplicação. Geral- mente são selecionados durante a definição do ciclo de vida do projeto e são documentados no plano de gerenciamento de cus- tos. Em alguns projetos, especial- mente os que apresentam menor escopo, a estimativa de custos e o orçamento estão ligados de forma tão estreita que são considerados um único processo, que pode ser realizado por uma mesma pessoa durante um período de tempo relativamente curto. Um plano de gerenciamento de custos, por exemplo, pode estabelecer sete critérios. Veja quais são. a. Nível de precisão Os custos estimados das ativida- des do cronograma serão arre- dondados até uma precisão defi- nida (por exemplo, R$100,00 ou R$1.000,00),com base no escopo das atividades e na extensão do projeto. Podem incluir uma quan- tia para contingências. b. Unidades de medida São definidas todas as unidades usadas nas medições, como equi- pe-horas, equipe-dias, semanas, preço global, etc., para cada um dos recursos. c. Conta de controle O componente da EAP usado para a contabilidade de custos do projeto é denominado conta de controle (CC). A cada CC é atri- buído um código ou um número de conta que é ligado diretamen- te ao sistema de contabilidade da organização executora. Se as esti- mativas de custos dos pacotes de planejamento forem incluídas na CC, o método para os pacotes de planejamento de orçamento será incluído. d. Limites de controle Os limites de variação dos custos ou outros indicadores ao longo do projeto podem ser definidos para indicar a variação permitida. e. Regras do valor agregado O gerenciamento de custos pode definir formas para calcular o va- lor agregado nas estimativas a fa- zer; critérios de crédito de valor agregado; e o nível da EAP na qual a análise de valor agregado será realizada. f. Formatos de relatório O gerenciamento de custos indi- ca o formato e a periodicidade de apresentação dos relatórios refe- rentes aos custos. g. Descrições de processos É também responsabilidade do gerenciamento de custos docu- mentar os processos de estimati- va, orçamento e controle. Indicadores: Por exemplo, pessoa-dias, volume de produto. 51GESTÃO DE PROJETOS Todos os itens descritos acima, além de outras informações, são incluídos no plano de gerencia- mento de custos, seja no corpo do texto, seja como anexo ou apêndice ao planejamento. Assim como outros planos, o de cus- tos também faz parte do projeto maior e pode ser realizado de for- ma detalhada ou simplificada, for- mal ou informal – tudo depende da necessidade de cada projeto. O planejamento inicial, para alinhar os diferentes enfoques de todos os participantes, é etapa essencial para garantir o sucesso do plano de gerenciamento de custos. É importante que você saiba que alguns elementos externos ao processo isolado de custos podem causar falhas no gerenciamento de custos do projeto (VARGAS, 2005): ▪ interpretação errada do trabalho a ser realizado; ▪ falhas na definição do escopo do trabalho; ▪ cronograma sub ou superestimado; ▪ EAP mal definida; ▪ falhas na estimativa de custos indiretos e administrativos do projeto. O gerenciamento da qualidade de projeto será o nosso próximo assunto. Sugerimos que retome os principais conceitos e aspectos estudados nes- ta unidade antes de prosseguir. Aproveite a dica! Unidade de estudo 10 Seções de estudo Seção 1 – Processos de gerenciamento da qualidade 53GESTÃO DE PROJETOS Gerenciamento da Qualidade do Projeto SEÇÃO 1 Processos de gerenciamento da qualidade É claro que não adianta nada gerenciar tempo e custos de um projeto, se a qualidade dos seus produtos, serviços e processos re- sultantes não for a desejada. Existem vários conceitos e defi- nições para qualidade. A aborda- gem básica do gerenciamento da qualidade descrito no PMI toma como base, além de outros, aquela definida pela ISO. Nesse enfoque, o sistema de ge- renciamento da qualidade é rea- lizado por meio da política, dos procedimentos e processos de planejamento da qualidade, da ga- rantia da qualidade e seu controle, com atividades de melhoria contí- nua dos processos conduzidas do início ao fim. O gerente de proje- tos e a equipe de gerenciamento de projetos são responsáveis por determinar e fornecer os níveis exigidos de qualidade e de grau. É claro que o sucesso da imple- mentação de Sistemas de Gestão da Qualidade depende de toda a equipe, mas a responsabilidade final é sempre da gerência, que deve fornecer os recursos neces- sários para implementação de es- tratégias adequadas. É importante salientar que to- dos os esforços relacionados à qualidade possuem um cus- to. Por isso, é preciso definir com precisão todos os requi- sitos solicitados pelo cliente para facilitar e direcionar as decisões do projeto, redu- zindo os custos relacionados com as melhorias projetadas para processos e produtos. Dentre outros objetivos você deve lembrar que é importante realizar processos voltados para a obtenção e manutenção da quali- dade. Satisfazer o cliente A gestão da qualidade busca en- tender, avaliar, definir e gerenciar as expectativas de forma a atender as necessidades do cliente. Isso exige uma combinação de con- formidade com os requisitos (o projeto deve produzir o que afir- mou que produziria) e adaptação ao uso (o produto ou serviço deve satisfazer às necessidades reais). Prevenir inspecionando O custo de prevenção de erros em geral é muito menor que o custo de corrigi-los, por tanto, a gestão da qualidade deve ter seu foco prioritário na inspeção preventiva. ISO: International Organi- zation for Standardization. 54 Melhorar continuamente Em um mundo altamente com- petitivo, em que centenas de no- vos produtos e serviços surgem continuamente, manter as fatias de mercado já conquistadas e não perder clientes é uma priorida- de. Uma das formas de alcançar esses objetivos é promovendo a melhoria contínua, atendendo e superando os anseios das partes interessadas. O Ciclo PDCA é a base da melhoria da qualidade. Outras ferramentas dão suporte à melhoria contínua, tais como GQT, Seis Sigma e o uso dos Cri- térios da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). Existem outras ferramentas, que você também já conhece, muito empregadas na gestão da qualidade. O gerenciamento da qualidade deve abordar não somente o ge- renciamento do projeto, mas tam- bém do produto do projeto. En- quanto a estrutura e a abordagem do gerenciamento da qualidade do projeto se aplicam a todo e qualquer tipo de projeto, no caso de projetos de qualidade relacio- nados a produtos é necessário adequar as medidas e especifica- ções técnicas de cada um, que são bem variadas. Por exemplo, o ge- renciamento da qualidade de pro- dutos de software exige abordagens e medidas diferentes do gerencia- mento da qualidade de instalações de energia nuclear, enquanto as abordagens de gerenciamento da qualidade do projeto se aplicam a ambos. Nos dois casos, o não atendimento dos requisitos de qualidade em qualquer dimensão pode trazer sérias consequências negativas para algumas ou todas as partes interessadas no projeto. 55GESTÃO DE PROJETOS DICA Atender as necessidades do cliente sobrecarregando a equipe do projeto pode trazer consequências ne- gativas na forma de esgo- tamento dos funcionários, erros sem motivo aparente ou retrabalho – tanto em relação à equipe desenvol- vedora de softwares quan- to aos operários da usina. Ainda, atender os objetivos de cronograma do projeto apressando as inspeções de qualidade planejadas pode trazer consequências negativas quando os erros não são detectados, em qualquer um dos casos. Para elaborar um plano de geren- ciamento de qualidade, analise as necessidades declaradas e implí- citas das partes interessadas, elas são as entradas para o desenvol- vimento dos requisitos do pro- jeto explicitado durante o geren- ciamento do seu escopo. Depois disso, parta para os três processos essenciais, segundo o PMI (2008): planejar, garantir e controlar. Planejamento da qualidade Identifique os padrões de quali- dade relevantes para o projeto e determine como satisfazê-los. Realize a garantia da qualidade Aplique as atividades de qualida- de planejadas e sistemáticas para garantir que o projeto empregue todos os processos necessários para atender os requisitos especi-