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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA PÊNDULO SIMPLES E OSCILADOR AMORTECIDO LHAIS TORQUATO ANDRADE LÍVIA CUNHA DE ASSIS ILHÉUS – BA 2018 LHAIS TORQUATO ANDRADE LÍVIA CUNHA DE ASSIS PÊNDULO SIMPLES E OSCILADOR AMORTECIDO Relatório apresentado como parte dos critérios de avaliação da disciplina CET833 – Física Experimental II. Turma P04. Professor: Antônio Jamil. ILHÉUS – BA 2018 SUMÁRIO INTRODUÇÃO.......................................................................................................4 MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................................6 Material...........................................................................................................6 Métodos..........................................................................................................6 RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................7 CONCLUSÃO........................................................................................................11 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................12 1 INTRODUÇÃO O movimento pendular é um dos mais conhecidos estudos e fundamental para o campo da física experimental. Os registros mais antigos das investigações acerca do movimento pendular datam do século XVII, quando o famoso matemático e astrônomo italiano Galileu Galilei (1564-1642) notou a periodicidade de um movimento pendular. A regularidade com a qual um pêndulo oscila fez com que seu movimento se tornasse a tecnologia mais precisa de cronometragem até a década de 1930 (MARRISON, 1948). O tipo de pêndulo considerado o mais elementar é o pêndulo simples – cujo esquema é de um sistema ideal. Ele consiste numa massa puntiforme pendurada por um fio inextensível e desprovido de massa posto a oscilar em torno de um ponto em comum, de modo que a força restauradora do sistema seja o vetor resultante da atuação da gravidade sobre a massa com a tração do fio. Figura 1 – Diagrama descrevendo um pêndulo simples e sua força restauradora. Podemos observar que a força peso (P=mg) que puxa o pêndulo para baixo pode ser decomposta em duas componentes: Px=mgsenө, sua componente horizontal, e Py=mgcosө, sua componente vertical. Observamos que a componente no sentido perpendicular ao movimento se anula com a força tensora transmitida pelo fio que prende a partícula. Sendo assim a única força responsável pelo movimento é a componente tangente ao movimento: Px = -mgsenө, que por ser uma força restauradora possui sinal negativo em sua fórmula. A força resultante também pode ser escrita como: Quando resolvemos a equação diferencial utilizando pequenos ângulos de oscilações (no caso deste experimento o ângulo utilizado foi de 5°) obtemos a seguinte fórmula: Esta fórmula determina o período de oscilação do pêndulo simples, que depende apenas do comprimento L do fio e da força gravitacional. O objetivo principal no experimento é determinar o valor da aceleração da gravidade local utilizando essas fórmulas, porém determinar o centro de massa de um pêndulo construído fisicamente não é tarefa fácil, daí vem o método utilizado por Bessel, no qual seria possível determinar a diferença de comprimento que um pêndulo sofre sem o conhecimento de seus comprimentos individuais, ou seja, podemos construir um pêndulo com um fio inicialmente de comprimento 1 m, medir o seu período experimentalmente e, posteriormente, medir o seu período utilizando agora um fio de comprimento de 0,5 m. Então temos dois períodos: T1=2π√L1/g, onde T1 é o período calculo usando um fio de comprimento L1=1m, e T2=2π√L2/g, onde T2 é o período calculado usando um fio de comprimento L2=0,5m. A partir do método de Bessel podemos determinar a diferença de comprimento que o pêndulo sofreu. Essa é a dedução do método de Bessel: T1 = 2π√L1/g T1² = 4π²L1/g T2 = 2π√L2/g T2² = 4π²L2/g Fazendo T1² - T2² temos: T1² - T2² = 4π²L1/g - 4 π²L2/g Colocando em evidência 4π²/g temos: T1² - T2² =(4π²/g) (L1-L2) Passando g para o outro lado e chamando (L1-L2) de d chegamos a fórmula que determinará a aceleração da gravidade pelo método de Bessel: (1) Onde g é a aceleração da gravidade local, T1² é o período medido com o fio de comprimento L1 de 1 m e T2 é o período medido com o fio de comprimento L2 de 0,5 m e d é igual a L1-L2. Nos movimentos oscilatórios reais, há dissipação de energia mecânica em virtude da ação de forças de atrito. O pêndulo, sem interferência acabam deixar a oscilar. Quando a energia mecânica de um movimento oscilatório diminui com o tempo, o movimento é amortecido. Se as forças de atrito ou amortecimento forem pequenas, o movimento é quase periódico, mas se amplitude diminui lentamente com o tempo, a energia também diminui, pois, a energia de oscilação é proporcional ao quadrado da amplitude. Os cálculos utilizados no relatório para as incertezas são: · Média: · Desvio padrão: · Desvio padrão do valor médio: Incerteza sistemática residual =L (para instrumentos digitais); (para demais instrumentos), em que L representa o limite de erro de calibração do instrumento. Para calcular a incerteza padrão da gravidade (σg) é necessário utilizar o recurso da propagação de incertezas, uma vez que a gravidade é uma função de duas variáveis, comprimento e período. A incerteza padrão da gravidade é calculada através da fórmula: 2. Materiais e Métodos 2.1 Materiais · Tripé e haste universais; · Cronômetro; · Fita métrica, · Fio de nylon com massa desprezível; · Corpo metálico; · Bacia com água. 2.2 Métodos O procedimento experimental foi dividido e realizado em duas partes. 2.2.1 Pêndulo simples sem atrito A massa já estava devidamente presa ao fio, que por sua vez também estava amarrado ao suporte universal. O comprimento do fio foi mensurado e em seguida, deslocou-se a massa de modo que esta oscilasse a uma amplitude pequena amplitude, ao passo que o cronômetro também foi posto a funcionar até medir o tempo total de quatro oscilações. Tal procedimento foi repetido três vezes. 2.2.2 Pêndulo subamortecido O pêndulo foi parcialmente ainda preso ao suporte foi imerso em água, e em seguida O comprimento do fio foi mensurado e em seguida, deslocou-se a massa de modo que esta oscilasse a uma amplitude pequena amplitude, ao passo que o cronômetro também foi posto a funcionar até medir o tempo total de quatro oscilações. Tal procedimento foi repetido três vezes. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES O pêndulo possuía comprimento de 0,48m e massa de 82g. A seguir estão dispostos os resultados, cálculos e análises do pêndulo simples sem atrito e do pêndulo subamortecido. 3.1.Pêndulo simples sem atrito Para efetuar o experimento, foi medido três vezes o tempo total de quatro oscilações do pêndulo. Dividindo os valores encontrados por quatro, é possível obter o período de uma oscilação simples. Calculou-se a aceleração gravitacional em cada uma das três medidas. O ângulo de oscilação foi de 40º (ou rad). Os resultados são mostrados na Tabela 1. Tabela 1 – Exposição dos resultados MEDIDA 1 MEDIDA 2 MEDIDA 3 MÉDIA Ângulo de oscilação 40º 40º 40º 40º Tempo total de 4 oscilações (s) 5,55 5,53 5,56 5,55 Período de 1 oscilação (s) 1,39 1,38 1,39 1,39 Aceleração gravitacional (m/s²) 9,84 9,91 9,81 9,85 3.1.2. DADOS E INCERTEZA DO PERÍODO (T): · Média: YT ≈ 1,39s. · Desvio padrão: = 0,0038 · Desvio padrão médio: m = 0,0022 · Incerteza sistemática residual: R = 10x10-2 · Incerteza padrão: T = 1,024x10-2 3.1.3. INCERTEZA COMPRIMENTO (L): · Incerteza sistemática residual: R = 0,25x10-3 · Incerteza padrão: L = 0,25x10-3 3.1.4. INCERTEZA PADRÃO DA GRAVIDADE: Calculou-se a incerteza da gravidade: g = 0,00025. Assim, tem-se que: 3.1.5. GRÁFICO AMPLITUDE XPERÍODO Na Figura 2 a seguir é mostrado o gráfico “Amplitude X Período” do pêndulo simples sem atrito. Figura 2 – Gráfico “Amplitude X Período” para o pêndulo simples sem atrito. 3.2.Pêndulo sub-amortecido Foi medido três vezes o tempo total de quatro oscilações do pêndulo. Dividindo os valores por quatro, obtém-se o período de uma oscilação. Os resultados obtidos, assim como a média dos valores, são mostrados na Tabela 2 a seguir. Tabela 2 – Período total e amplitudes de oscilação. Tempo total (s) Período de uma oscilação (s) θ0 θ1 θ2 θ3 θ4 Medida 1 6,75 1,35 40o 30o 22o 17o 13o Medida 2 6,63 1,33 40o 29o 20o 15o 10o Medida 3 6,57 1,31 40o 29o 20o 15o 10o MÉDIA 6,65 1,33 40 29,3o 20,7o 15,7o 11o Na Figura 3 a seguir é mostrado o gráfico “Amplitude X Período” do pêndulo simples subamortecido . Figura 3 – Gráfico “Amplitude X Período” para o pêndulo subamortecido. A equação do movimento, que descreve a dependência da amplitude da oscilação em um sistema com amortecimento : Em que é a constante de amortecimento do meio, e m é a massa do pêndulo. No caso em estudo, a equação é mostrada no gráfico da figura. Y representa a amplitude , e x representa o período. Tem-se que: y = 0,69e-0,24x Fazendo-se as devidas substituições, tem-se a constante amortecimento do oscilador sub-amortecido: . No caso do pêndulo simples, observa-se que o amortecimento atmosférico é consideravelmente menor, não havendo redução considerável da amplitude, podendo ser desprezado. Caso fosse observado o movimento do pêndulo simples por mais tempo seria observada a redução gradativa da amplitude até cessar o movimento, devido à força de arrasto exercida pelo ar. Como se pode observar, no movimento harmônico simples, a única variável que influência no período de oscilação dos pêndulos é o seu comprimento (L). Como o comprimento permaneceu constante, é possível inferir que o período não variou com o passar das oscilações. Já no movimento harmônico amortecido, o período de oscilação é dado pela equação: Assim, a forma de variar o período é fazendo-se variar a massa m ou a constante k. Como durante o experimento não houve variação, também não variou o período de oscilação. A aerodinâmica do corpo influência no movimento do oscilador subamortecido dependendo de sua forma, podendo ser mais ou menos capaz de se sobrepor à resistência viscosa do meio em que o pêndulo se encontra imerso. 11 4.CONCLUSÃO A realização do experimento constatou a possibilidade de calcular a aceleração da gravidade local utilizando um pêndulo. Além disso, verificou-se a usualidade do erro relativo como ferramenta de verificação da influência de possíveis imprecisões nos resultados obtidos. Com isso, o objetivo do experimento foi executado com êxito. Portanto através do experimento verificou-se que no pêndulo amortecido as forças de atrito diminuíram gradativamente a amplitude do movimento, tendendo a zero . Já no pêndulo simples comprovou-se a dependência entre o período de revolução e o seu comprimento, dos dados obtidos o valor encontrado para gravidade se aproximou do valor teórico, os erros são decorrentes de incertezas instrumentais e durante a coleta de dados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MARRISON, W. A. The Evolution of the Quartz Crystal Clock. Bell System Technical Journal, [S. l.], v. 27, p. 510-588, jul. 1948. Disponível em: <https://archive.org/details/bstj27-3-510>. Acesso em: 30 out. 2016. PARKS, J. E. The Simple Pendulum. Knoxville, Tennessee: James E. Parks, 2000. 7 p. Disponível em: <http://www.phys.utk.edu/labs/simplependulum.pdf>. Acesso em: 30 out. 2016. Amplitude x Período 0 0.69333333333333336 1.3866666666666667 2.08 2.7733333333333334 3.4666666666666668 4.16 4.8533333333333335 5.5466666666666669 0.69799999999999995 -0.69799999999999995 0.69799999999999995 -0.69799999999999995 0.69799999999999995 -0.69799999999999995 0.69799999999999995 -0.69799999999999995 0.69799999999999995 Período (s) Amplitude (rad) Amplitude x Período 0 0.66500000000000004 1.33 1.9950000000000001 2.66 3.3250000000000002 3.99 4.6550000000000002 5.32 5.9850000000000003 0.69799999999999995 -0.69799999999999995 0.51100000000000001 -0.51100000000000001 0.36099999999999999 -0.36099999999999999 0.27400000000000002 -0.27400000000000002 0.192 -0.192 0 1.33 2.66 3.99 5.32 0.69799999999999995 0.51100000000000001 0.36099999999999999 0.27400000000000002 0.192 Período (s) Amplitude (rad)